Não sei o que acontece com a
gente, pois adoramos ser pedras. Gostamos de comentar coisas alheias e tirar as
nossas próprias conclusões. Não interessa as beneficências que o outrem faz e
sim o que ele deixou de fazer.
O que nos seduz é ver a desgraça
alheia, pois não é preciso ser um Freud (psicólogo) para entender que isso é
algo chamado, inveja.
Vivemos feito a Candinha,
comentado às vezes sem mesmo conhecer a verdade. De que adianta, se for mentira
a gente trata de fazer ficar verdade mesmo.
Os nossos ídolos são as maiores
vítimas, sofrem com o tamanho da nossa língua. Ele gosta de travesti! Ela trai
o marido! Ele bebe demais! Tudo isso são pedras que estamos sempre nas mãos,
prontas para atirar.
O que importa as atitudes dos
outros se não afetam a gente! Cada qual tem o direito de ir e vir e fazer das
suas vidas o que quiser. Para acusarmos temos que nos olhar primeiro no espelho
e ver se estamos cumprindo o nosso papel de maneira reta e honesta.
A vida não deve ser uma eterna
revista de fofocas! Temos que privar pela decência, a língua não deve ser usada
como arma. Se todos sentissem a língua de Camões e lambessem com a língua de
Castro Alves, deixaríamos de beijar a fofoca e produziríamos um povo mais
verdadeiro.
Não quero plagiar o Chico Buarque
e gritar: - Agora falando sério! A seriedade consiste em sermos honestos e
imparciais. Quem não tem o que falar deve ficar calado, pois boca fechada não
sai besteira.
A língua é uma arma, pois dela
saem palavras que podem destruir o que às vezes está se erguendo. Temos que ter
muito cuidado quando proferirmos comentários, para que o boato não prejudique a
verdade que sempre assiste de longe.
Mentiras sinceras não me
interessam e nem verdades absolutas, o que me chama a atenção é a probidade da
palavra. Calemos a boca e deixemos de fofocar, pois senão quando morrermos o
corpo vai num caixão e a língua no caminhão.
A/D
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