Eu, que sou
cega, posso dar uma sugestão aos que veem - um conselho àqueles que deveriam
fazer completo uso do dom da vista: servi-vos dos vossos olhos como se amanhã
fosse cegar.
O mesmo
princípio é válido para o restante dos sentidos. Ouvi a música das vozes, o canto
de uma ave, os poderosos acordes de uma orquestra, como se amanhã fôsseis
vítimas da surdez.
Tocai em tudo
que desejais tocar, como se amanhã viésseis a ficar privado da faculdade do
tato.
Aspirai o
perfume das flores, saboreai com deleite os vossos alimentos, como se amanhã
perdêsseis o olfato e o paladar.
Helen Keller
Helen Adams
Keller nasceu em Tuscumbia no Alabama – Estados Unidos no dia 27 de junho
de 1880. Foi uma escritora, conferencista e ativista social
norte-americana. Constituiu-se na primeira pessoa surdo cega da história a
conquistar um bacharelado.
A história sobre
como sua professora, Anne Sullivan, conseguiu romper o isolamento imposto pela
quase total falta de comunicação, permitindo à menina florescer enquanto
aprendia a se comunicar, tornou-se amplamente conhecida através do roteiro da
peça The Miracle Worker, que virou o filme O Milagre de
Anne Sullivan (1962), dirigido por Arthur Penn.
Seu aniversário
em 27 de junho é comemorado como o Helen
Keller Day no estado da Pensilvânia, e
foi autorizado em nível federal por meio da proclamação presidencial de Jimmy
Carter em 1980, no centenário de seu nascimento.
Tornou-se uma
célebre e prolífica escritora, filósofa e conferencista, uma personagem famosa
pelo extenso trabalho que desenvolveu em favor das pessoas com deficiência.
Keller viajou
muito e expressava de forma contundente suas convicções. Membro do Socialist
Party of América e do Industrial Workers of the Worid,
participou das campanhas pelo voto feminino, direitos trabalhistas,
socialismo e outras causas progressistas. Ela foi introduzida no Alabama Women's Hall of Fame em 1971.
Nascida na cidade de Tuscumbia,
Alabama, em 27 de junho de 1880, Helen era filha de Kate Adams Keller e do
Coronel Arthur Keller. Helen ficou cega e surda aos 18 meses de idade
devido a uma doença diagnosticada então como "febre cerebral" (hoje acredita-se
que possivelmente tenha sido escarlatina ou meningite).
Já nessa época ela conseguia
comunicar-se com a filha da cozinheira da família, através de sinais. Aos 7
anos, Keller já tinha mais de 60 sinais com os quais se comunicava com sua
família.
Em 1886, sua mãe, inspirada pelo
relato de Charles Dickens em American Notes a respeito da
educação bem-sucedida de outra mulher surda, Laura Bridgman, despachou a jovem
Keller, acompanhada de seu pai, para ver o médico J. Julian Chisolm,
especialista em olhos, ouvidos, nariz e garganta, em Baltimore, em busca de
aconselhamento.
Chisolm encaminhou os Kellers
para Alexandre Graham Bell, que estava trabalhando com uma criança surda à
época. Bell, por sua vez, os aconselhou a contratar a Perkins Institute
for the Blind, escola onde Laura Bridgman havia sido educada, localizada em
South Boston.
Michael Anagnos, diretor da
escola, solicitou à ex-aluna, Anne Sullivan, ela própria uma pessoa com
deficiência visual, para tornar-se instrutora de Helen. Este foi o início de
uma relação de 49 anos durante a qual Sullivan tornou-se professora e
acompanhante de Keller.
Anne Sullivan chegou na casa de
Keller em 3 março de 1887, quando tinha 20 anos, e imediatamente começou a
ensiná-la a se comunicar soletrando palavras em sua mão, a começar com a
palavra 'boneca', utilizando ao mesmo tempo uma boneca que as crianças da
Perkins School haviam feito para presentear Helen.
Anne acreditava que poderia
ensinar à Helen a conexão entre objetos e palavras. Helen aprendeu rapidamente
as letras e na ordem correta, mas não sabia que elas formavam palavras.
A princípio, Keller ficava
frustrada porque ela não entendia que cada objeto possuía uma palavra única
para identificá-la. Na realidade, quando Sullivan tentava ensinar para ela a
palavra ‘caneca’, Keller ficou tão frustrada que chegou a quebrar a caneca.
Seu grande salto evolutivo em
comunicação começou no mês seguinte (em 5 de abril de 1887), quando compreendeu
que os movimentos que sua professora fazia na palma de sua mão, enquanto deixava
a água escorrer sobre sua outra mão, simbolizavam a ideia de ‘água’.
Naquele mesmo dia, Helen aprendeu
30 palavras e, a partir de então, ela praticamente levou Sullivan à exaustão
perguntando os nomes de outros objetos familiares de seu mundo. Helen passou a
entender o alfabeto tanto o manual, quanto impresso em relevo, o que facilitou
a leitura e escrita para ela.
“As melhores e mais belas
coisas do mundo podem não ser vistas nem tocadas, mas o coração as sente.”
“Aquilo que eu procuro não
está lá fora, mas sim dentro de mim.”
Helen Keller
Keller morreu aos 87 anos,
enquanto dormia, às 3h35 de 1º de junho de 1968, em sua residência em Easton,
Connecticut, dias após sofrer um ataque cardíaco. Após a realização do funeral,
seu corpo foi cremado e suas cinzas foram depositadas na Catedral Nacional de
Washington próxima as de Sullivan e Thomson.
Pouco antes de morrer, Keller
exclamou: "Nestes anos sombrios e silenciosos, Deus tem usado minha vida
para um propósito que eu não conheço, mas um dia eu o entenderei e depois
ficarei satisfeita".
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