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terça-feira, abril 04, 2023

Sentidos

 

Eu, que sou cega, posso dar uma sugestão aos que veem - um conselho àqueles que deveriam fazer completo uso do dom da vista: servi-vos dos vossos olhos como se amanhã fosse cegar.

O mesmo princípio é válido para o restante dos sentidos. Ouvi a música das vozes, o canto de uma ave, os poderosos acordes de uma orquestra, como se amanhã fôsseis vítimas da surdez.

Tocai em tudo que desejais tocar, como se amanhã viésseis a ficar privado da faculdade do tato.

Aspirai o perfume das flores, saboreai com deleite os vossos alimentos, como se amanhã perdêsseis o olfato e o paladar.

Helen Keller

Helen Adams Keller nasceu em Tuscumbia no Alabama – Estados Unidos no dia 27 de junho de 1880. Foi uma escritora, conferencista e ativista social norte-americana. Constituiu-se na primeira pessoa surdo cega da história a conquistar um bacharelado.

A história sobre como sua professora, Anne Sullivan, conseguiu romper o isolamento imposto pela quase total falta de comunicação, permitindo à menina florescer enquanto aprendia a se comunicar, tornou-se amplamente conhecida através do roteiro da peça The Miracle Worker, que virou o filme O Milagre de Anne Sullivan (1962), dirigido por Arthur Penn.

Seu aniversário em 27 de junho é comemorado como o Helen Keller Day no estado da Pensilvânia, e foi autorizado em nível federal por meio da proclamação presidencial de Jimmy Carter em 1980, no centenário de seu nascimento.

Tornou-se uma célebre e prolífica escritora, filósofa e conferencista, uma personagem famosa pelo extenso trabalho que desenvolveu em favor das pessoas com deficiência. 

Keller viajou muito e expressava de forma contundente suas convicções. Membro do Socialist Party of América e do Industrial Workers of the Worid, participou das campanhas pelo voto feminino, direitos trabalhistas, socialismo e outras causas progressistas. Ela foi introduzida no Alabama Women's Hall of Fame em 1971.

Nascida na cidade de Tuscumbia, Alabama, em 27 de junho de 1880, Helen era filha de Kate Adams Keller e do Coronel Arthur Keller. Helen ficou cega e surda aos 18 meses de idade devido a uma doença diagnosticada então como "febre cerebral" (hoje acredita-se que possivelmente tenha sido escarlatina ou meningite).

Já nessa época ela conseguia comunicar-se com a filha da cozinheira da família, através de sinais. Aos 7 anos, Keller já tinha mais de 60 sinais com os quais se comunicava com sua família.

Em 1886, sua mãe, inspirada pelo relato de Charles Dickens em American Notes a respeito da educação bem-sucedida de outra mulher surda, Laura Bridgman, despachou a jovem Keller, acompanhada de seu pai, para ver o médico J. Julian Chisolm, especialista em olhos, ouvidos, nariz e garganta, em Baltimore, em busca de aconselhamento.

Chisolm encaminhou os Kellers para Alexandre Graham Bell, que estava trabalhando com uma criança surda à época. Bell, por sua vez, os aconselhou a contratar a Perkins Institute for the Blind, escola onde Laura Bridgman havia sido educada, localizada em South Boston.

Michael Anagnos, diretor da escola, solicitou à ex-aluna, Anne Sullivan, ela própria uma pessoa com deficiência visual, para tornar-se instrutora de Helen. Este foi o início de uma relação de 49 anos durante a qual Sullivan tornou-se professora e acompanhante de Keller.

Anne Sullivan chegou na casa de Keller em 3 março de 1887, quando tinha 20 anos, e imediatamente começou a ensiná-la a se comunicar soletrando palavras em sua mão, a começar com a palavra 'boneca', utilizando ao mesmo tempo uma boneca que as crianças da Perkins School haviam feito para presentear Helen.

Anne acreditava que poderia ensinar à Helen a conexão entre objetos e palavras. Helen aprendeu rapidamente as letras e na ordem correta, mas não sabia que elas formavam palavras.

A princípio, Keller ficava frustrada porque ela não entendia que cada objeto possuía uma palavra única para identificá-la. Na realidade, quando Sullivan tentava ensinar para ela a palavra ‘caneca’, Keller ficou tão frustrada que chegou a quebrar a caneca.

Seu grande salto evolutivo em comunicação começou no mês seguinte (em 5 de abril de 1887), quando compreendeu que os movimentos que sua professora fazia na palma de sua mão, enquanto deixava a água escorrer sobre sua outra mão, simbolizavam a ideia de ‘água’.

Naquele mesmo dia, Helen aprendeu 30 palavras e, a partir de então, ela praticamente levou Sullivan à exaustão perguntando os nomes de outros objetos familiares de seu mundo. Helen passou a entender o alfabeto tanto o manual, quanto impresso em relevo, o que facilitou a leitura e escrita para ela.

As melhores e mais belas coisas do mundo podem não ser vistas nem tocadas, mas o coração as sente.”

Aquilo que eu procuro não está lá fora, mas sim dentro de mim.”

Helen Keller

Keller morreu aos 87 anos, enquanto dormia, às 3h35 de 1º de junho de 1968, em sua residência em Easton, Connecticut, dias após sofrer um ataque cardíaco. Após a realização do funeral, seu corpo foi cremado e suas cinzas foram depositadas na Catedral Nacional de Washington próxima as de Sullivan e Thomson.

Pouco antes de morrer, Keller exclamou: "Nestes anos sombrios e silenciosos, Deus tem usado minha vida para um propósito que eu não conheço, mas um dia eu o entenderei e depois ficarei satisfeita".

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