O Padre, a Tequila e a Missa no Congresso: Uma Comédia de Erros
O novo
padre da paróquia, recém-empossado, recebeu com um frio na espinha a notícia de
que fora escolhido para celebrar uma missa especial no Congresso Nacional,
destinada aos parlamentares e funcionários.
A ideia
de estar diante de figuras políticas de peso, sob os holofotes de Brasília,
deixou-o visivelmente nervoso. Percebendo o estado de ansiedade do jovem
sacerdote, o bispo, com um sorriso experiente, sugeriu uma solução inusitada:
“Padre,
coloque algumas gotas de tequila na água antes da missa. Um gole, e você estará
calmo como um lago em dia sem vento.”
Confiante
na sabedoria do bispo, o padre seguiu o conselho à risca - ou quase. Na
verdade, ele interpretou a recomendação de forma um pouco mais... generosa.
Durante
a missa, com um cálice bem “temperado”, o padre se sentiu não apenas tranquilo,
mas surpreendentemente descontraído, quase como um apresentador de talk show.
Sua
homilia, embora inspirada, tomou rumos inesperados, misturando referências
bíblicas com acontecimentos políticos brasileiros, para o espanto - e
divertimento - dos presentes.
Ao
retornar à reitoria da paróquia, ainda com um leve sorriso no rosto, o padre
encontrou uma nota do bispo, escrita com uma mistura de ironia e repreensão.
O
documento, intitulado “Observações Urgentes para a Próxima Missa no Congresso”,
listava os deslizes cometidos durante a celebração:
NOTA DO
BISPO
Prezado
Padre,
Sua
estreia no Congresso foi, sem dúvida, memorável. No entanto, para evitar
confusões futuras, seguem algumas observações:
Na
próxima vez, coloque gotas de tequila na água, e não o contrário. O cálice não
é um copo de bar.
Evite
decorar a borda do cálice com limão e sal. Ele é um objeto litúrgico, não uma
taça de margarita.
Havia
11 apóstolos na Última Ceia, não 12. Judas Iscariotes já havia saído quando a
ceia ocorreu.
Quem
traiu Jesus foi Judas Iscariotes, e não o ex-deputado Roberto Jefferson. Ele
pode ter seus problemas, mas não estava em Jerusalém no ano 33.
A
“casinha” no canto da igreja é o confessionário, não o “escritório de Márcio
Thomaz Bastos”. Aliás, ele foi um advogado, não um apóstolo.
O
ex-senador José Sarney não participou da Última Ceia. Ele pode parecer eterno,
mas sua campanha no Maranhão não data do século I.
Demóstenes
Torres não é um “paladino da justiça”. Ele foi um senador, e sua trajetória
política não o qualifica para canonização.
O
Mensalão e o Petrolão existiram, sim. Não os confunda com milagres ou parábolas
- são escândalos políticos, não eventos bíblicos.
Quem
“lavou as mãos” foi Pôncio Pilatos, não Lula ou Maria Madalena. Esta última,
aliás, foi uma discípula fiel, não uma figura política.
Carlinhos
Cachoeira não é o “12º ministro do STF”. Ele pode conhecer muita gente, mas o
Supremo tem apenas 11 cadeiras.
Por
fim, uma missa dura cerca de uma hora, não tem “segundo turno” como uma
eleição, e aquele sujeito de batina no canto do altar, a quem você chamou de
“travecão de vestido”, era eu, o bispo, e não a ex-presidente Dilma Rousseff.
Espero
que essas correções sejam aplicadas na próxima missa. Que o Espírito Santo - e
não a tequila - o ilumine!
Atenciosamente,
O Bispo
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