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terça-feira, agosto 05, 2025

Missas de Brasilia


O Padre, a Tequila e a Missa no Congresso: Uma Comédia de Erros

O novo padre da paróquia, recém-empossado, recebeu com um frio na espinha a notícia de que fora escolhido para celebrar uma missa especial no Congresso Nacional, destinada aos parlamentares e funcionários.

A ideia de estar diante de figuras políticas de peso, sob os holofotes de Brasília, deixou-o visivelmente nervoso. Percebendo o estado de ansiedade do jovem sacerdote, o bispo, com um sorriso experiente, sugeriu uma solução inusitada:

“Padre, coloque algumas gotas de tequila na água antes da missa. Um gole, e você estará calmo como um lago em dia sem vento.”

Confiante na sabedoria do bispo, o padre seguiu o conselho à risca - ou quase. Na verdade, ele interpretou a recomendação de forma um pouco mais... generosa.

Durante a missa, com um cálice bem “temperado”, o padre se sentiu não apenas tranquilo, mas surpreendentemente descontraído, quase como um apresentador de talk show.

Sua homilia, embora inspirada, tomou rumos inesperados, misturando referências bíblicas com acontecimentos políticos brasileiros, para o espanto - e divertimento - dos presentes.

Ao retornar à reitoria da paróquia, ainda com um leve sorriso no rosto, o padre encontrou uma nota do bispo, escrita com uma mistura de ironia e repreensão.

O documento, intitulado “Observações Urgentes para a Próxima Missa no Congresso”, listava os deslizes cometidos durante a celebração:

NOTA DO BISPO

Prezado Padre,

Sua estreia no Congresso foi, sem dúvida, memorável. No entanto, para evitar confusões futuras, seguem algumas observações:

Na próxima vez, coloque gotas de tequila na água, e não o contrário. O cálice não é um copo de bar.

Evite decorar a borda do cálice com limão e sal. Ele é um objeto litúrgico, não uma taça de margarita.

Havia 11 apóstolos na Última Ceia, não 12. Judas Iscariotes já havia saído quando a ceia ocorreu.

Quem traiu Jesus foi Judas Iscariotes, e não o ex-deputado Roberto Jefferson. Ele pode ter seus problemas, mas não estava em Jerusalém no ano 33.

A “casinha” no canto da igreja é o confessionário, não o “escritório de Márcio Thomaz Bastos”. Aliás, ele foi um advogado, não um apóstolo.

O ex-senador José Sarney não participou da Última Ceia. Ele pode parecer eterno, mas sua campanha no Maranhão não data do século I.

Demóstenes Torres não é um “paladino da justiça”. Ele foi um senador, e sua trajetória política não o qualifica para canonização.

O Mensalão e o Petrolão existiram, sim. Não os confunda com milagres ou parábolas - são escândalos políticos, não eventos bíblicos.

Quem “lavou as mãos” foi Pôncio Pilatos, não Lula ou Maria Madalena. Esta última, aliás, foi uma discípula fiel, não uma figura política.

Carlinhos Cachoeira não é o “12º ministro do STF”. Ele pode conhecer muita gente, mas o Supremo tem apenas 11 cadeiras.

Por fim, uma missa dura cerca de uma hora, não tem “segundo turno” como uma eleição, e aquele sujeito de batina no canto do altar, a quem você chamou de “travecão de vestido”, era eu, o bispo, e não a ex-presidente Dilma Rousseff.

Espero que essas correções sejam aplicadas na próxima missa. Que o Espírito Santo - e não a tequila - o ilumine!

Atenciosamente,
O Bispo

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