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domingo, julho 14, 2024

Johnny Weissmuller - Tarzan



 

Johnny Weissmuller: O Lendário Tarzan

Johnny Weissmuller, nascido János Weißmüller, veio ao mundo em 2 de junho de 1904, na cidade de Timișoara, na região do Banato, então parte do Império Austro-Húngaro (hoje Romênia).

Filho de uma família de origem alemã, ele nasceu em Freidorf, hoje um bairro de Timișoara. Com apenas sete meses de idade, sua família emigrou para os Estados Unidos em busca de melhores oportunidades, estabelecendo-se inicialmente em Windber, na Pensilvânia, antes de se mudarem para Chicago.

Essa mudança marcaria o início de uma trajetória extraordinária, que o transformaria em um dos maiores atletas e ícones culturais do século XX.

Uma Carreira Esportiva Brilhante

Antes de conquistar as telas de cinema, Johnny Weissmuller alcançou fama como um dos maiores nadadores da história. Sua habilidade nas piscinas era incomparável, e sua carreira esportiva foi repleta de feitos notáveis.

Nos Jogos Olímpicos de 1924, em Paris, e de 1928, em Amsterdã, ele conquistou cinco medalhas de ouro, além de uma de bronze no polo aquático.

Durante sua carreira, Weissmuller estabeleceu 67 recordes mundiais de natação e venceu 52 campeonatos nacionais dos Estados Unidos, números que consolidaram sua reputação como um fenômeno do esporte.

Seu estilo de nado crawl, elegante e poderoso, revolucionou a natação competitiva, e ele foi um dos primeiros atletas a popularizar o esporte nos Estados Unidos. Sua dedicação e talento nas piscinas abriram portas para oportunidades além do esporte, incluindo sua entrada no mundo do entretenimento.

O Mito de Tarzan no Cinema

Em 1932, Weissmuller alcançou a imortalidade cultural ao interpretar Tarzan, o lendário "homem macaco" criado pelo escritor norte-americano Edgar Rice Burroughs.

O filme Tarzan, o Homem Macaco (Tarzan the Ape Man) foi um sucesso estrondoso, transformando o personagem literário em um ícone universal. Com seu físico atlético, carisma natural e o famoso grito de Tarzan - um som estilizado que se tornou marca registrada -, Weissmuller personificou o herói da selva como ninguém.

Entre 1932 e 1948, ele estrelou doze filmes da série Tarzan, produzidos pela Metro-Goldwyn-Mayer (MGM) e, posteriormente, pela RKO Pictures. Esses filmes, como Tarzan e Sua Companheira (1934) e O Filho de Tarzan (1936), misturavam aventura, romance e exotismo, cativando audiências em todo o mundo.

A química entre Weissmuller e Maureen O'Sullivan, que interpretava Jane, também contribuiu para o sucesso da franquia. Apesar de críticas à simplificação do personagem em relação aos livros de Burroughs, a interpretação de Weissmuller tornou Tarzan sinônimo de heroísmo selvagem e liberdade.

De Tarzan a Jim das Selvas

Após deixar o papel de Tarzan, Weissmuller encontrou novo sucesso ao interpretar Jim das Selvas (Jungle Jim), um personagem aventureiro criado para a Columbia Pictures.

Entre 1948 e 1955, ele estrelou dezesseis filmes de baixo orçamento, cada um com cerca de 70 minutos. A série, voltada para um público infantojuvenil, apresentava Weissmuller como um caçador e explorador enfrentando perigos em selvas exóticas.

Embora menos prestigiada que a série Tarzan, a franquia foi popular e reforçou sua imagem como ícone de aventura. Em 1955, Jim das Selvas migrou para a televisão, com Weissmuller reprisando o papel em 26 episódios de meia hora.

No entanto, nessa fase, ele já enfrentava desafios físicos: aos 50 anos, o ator estava visivelmente envelhecido e acima do peso, o que contrastava com a imagem atlética de seus papéis anteriores. Apesar disso, sua dedicação ao personagem e seu carisma continuaram a atrair fãs.

O Declínio e os Últimos Anos

O fim da série Jim das Selvas marcou o declínio da carreira de Weissmuller no entretenimento. Nos anos seguintes, ele fez apenas participações esporádicas em dois filmes na década de 1970, em papéis menores que não recuperaram sua antiga glória.

Fora das câmeras, ele tentou se reinventar como empreendedor. No final dos anos 1950, mudou-se para Chicago, onde fundou uma empresa de construção de piscinas, capitalizando sua fama como nadador.

Outros empreendimentos, muitos ligados à natação ou à marca Tarzan, não alcançaram grande sucesso. Em 1965, Weissmuller aposentou-se oficialmente, mas sua ligação com Tarzan permaneceu.

No ano seguinte, ele se uniu a outros ex-intérpretes do personagem, Jock Mahoney e James Pierce, em uma campanha publicitária para promover a nova série de TV Tarzan, estrelada por Ron Ely.

Em 1967, sua imagem foi eternizada na capa do icônico álbum Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, dos Beatles, um reconhecimento de seu impacto cultural.

Vida Pessoal e Legado

A vida pessoal de Weissmuller foi tão intensa quanto sua carreira. Ele se casou seis vezes, com relacionamentos frequentemente marcados por instabilidade.

Sua sexta esposa, Maria Bauman, foi sua companheira até o fim da vida. Em 1977, após sofrer uma trombose, Weissmuller mudou-se com Maria para Acapulco, no México, onde buscava recuperação e um estilo de vida mais tranquilo.

Em 20 de janeiro de 1984, Johnny Weissmuller faleceu em Acapulco, vítima de um edema pulmonar, aos 79 anos. Ele foi sepultado no Panteón Valle de la Luz, na mesma cidade.

Sua morte marcou o fim de uma era, mas seu legado perdura. Como nadador, ele inspirou gerações de atletas; como Tarzan, ele criou uma imagem indelével que transcendeu gerações e fronteiras.

Impacto Cultural e Curiosidades

Além de seu impacto no cinema e no esporte, Weissmuller deixou marcas na cultura popular. O grito de Tarzan, que ele ajudou a popularizar, foi objeto de lendas: alguns dizem que era uma combinação de sons gravados, enquanto outros atribuem a Weissmuller a criação de um grito vocal único.

Em 1980, ele foi homenageado com uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood, reconhecendo sua contribuição ao entretenimento. Weissmuller também enfrentou controvérsias.

Durante sua infância, ele usou o nome de nascimento de seu irmão mais novo, Peter, para competir como cidadão americano em eventos esportivos, já que sua própria cidadania ainda não estava consolidada. Essa história, embora pouco discutida na época, reflete as dificuldades enfrentadas por imigrantes nos Estados Unidos no início do século XX.

Hoje, Johnny Weissmuller é lembrado como um símbolo de força, aventura e reinvenção. Sua jornada, do Banato austro-húngaro às piscinas olímpicas e às selvas fictícias de Hollywood, é uma história de talento, determinação e resiliência.

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