O homem, quando jovem, é só, apesar de suas múltiplas
experiências.
Ele pretende, nessa época, conformar a realidade com suas
mãos, servindo-se dela, pois acredita que, ganhando o mundo, conseguirá
ganhar-se a si próprio.
Acontece, entretanto, que nascemos para o encontro com o
outro, e não o seu domínio. Encontrá-lo é perdê-lo, é contemplá-lo na sua
libérrima existência, é respeitá-lo e amá-lo na sua total e gratuita
inutilidade.
O começo da sabedoria consiste em perceber que temos e
teremos as mãos vazias, na medida em que tenhamos ganho ou pretendamos ganhar o
mundo. Neste momento, a solidão nos atravessa como um dardo.
É meio-dia em nossa vida, e a face do outro nos contempla
como um enigma. Feliz daquele que, ao meio-dia, se percebe em plena treva, pobre
e nu.
Este é o preço do encontro, do possível encontro com o outro. A construção de tal possibilidade passa a ser, desde então, o trabalho do homem que merece o seu nome.
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