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sábado, abril 19, 2025

Ser feliz ou ter razão

  


Oito da noite, uma avenida movimentada. O casal está atrasado para um jantar na casa de amigos. O endereço é novo, e ela, previdente, consultou o mapa antes de saírem.

Ele dirige o carro; ela, ao seu lado, orienta. "Vire à esquerda na próxima rua", diz ela. Ele, convicto, retruca: "Não, é à direita". A discussão começa. Percebendo que o atraso poderia se transformar em mau humor, ela cede. Ele vira à direita e, logo em seguida, percebe o erro.

Com certa relutância, admite que insistiu no caminho errado enquanto faz o retorno. Ela sorri, tranquila, e diz que alguns minutos a mais não são problema.

Ele, ainda intrigado, pergunta: "Se você tinha tanta certeza de que eu estava errado, por que não insistiu mais?" A resposta dela é simples e profunda: "Entre ter razão e ser feliz, prefiro ser feliz. Estávamos à beira de uma discussão; se eu tivesse forçado o ponto, teríamos estragado a noite."

A Moral da História

Essa história foi compartilhada por uma empresária durante uma palestra sobre simplicidade no mundo do trabalho. Ela usou o episódio para ilustrar como, muitas vezes, desperdiçamos energia tentando provar que estamos certos, independentemente de estarmos ou não. A lição é clara: a busca por "ter razão" pode custar caro - seja em tempo, paz ou relacionamentos.

Desde que ouvi esse relato, passei a me questionar com mais frequência: "Quero ser feliz ou ter razão?" A escolha nem sempre é fácil. Há momentos em que o orgulho fala mais alto, como quando discutimos uma ideia no trabalho, insistindo em detalhes triviais só para não "dar o braço a torcer". Ou em casa, quando brigamos por algo banal, como quem esqueceu de apagar a luz, e o silêncio azedo que segue é pior que o erro em si.

Um Passo Além

Outro pensamento que ecoa essa ideia diz: "Nunca se justifique. Os amigos não precisam, e os inimigos não acreditam." É uma verdade libertadora.

Quantas vezes nos desgastamos explicando o que não precisa ser explicado? Por exemplo, imagine que você chega atrasado a um compromisso por causa de um imprevisto.

Um amigo verdadeiro entende; alguém que já te julga não vai mudar de ideia, por mais que você se esforce.

A história do casal nos convida a refletir sobre prioridades. Não se trata de abrir mão de convicções importantes - como defender a justiça ou lutar por algo que realmente importa -, mas de reconhecer quando a batalha por "ter razão" é apenas vaidade disfarçada.

Às vezes, ceder é um ato de força, não de fraqueza. É escolher a harmonia em vez do confronto, o sorriso em vez da tensão.

Eu já decidi: quero ser feliz. E você? O que vale mais no seu dia a dia - a satisfação de estar certo ou a leveza de deixar para lá? Talvez a verdadeira sabedoria esteja em saber quando cada escolha faz sentido.

sexta-feira, abril 18, 2025

Pessoas



Pessoas: Um Mosaico de Palavras e Silêncios

O mundo é habitado por uma infinidade de "espécies" de pessoas, cada uma com sua maneira singular de tecer palavras, sentimentos e ações. Como em uma floresta diversa, onde cada árvore tem sua forma, suas raízes e seus frutos, as pessoas se distinguem pela forma como expressam o que carregam dentro de si.

Há aquelas que dizem mais do que sentem, enchendo o ar com promessas, elogios ou discursos que, nem sempre, ecoam a verdade de seus corações. Outras, ao contrário, sentem mais do que conseguem expressar, guardando um oceano de emoções por trás de silêncios que, para quem sabe ouvir, falam mais alto que qualquer palavra.

E há, ainda, aquelas raras almas que encontram o equilíbrio entre dizer e sentir, transformando palavras em pontes e emoções em conexões verdadeiras.

Os Falantes: Palavras que Constroem e Desconstroem

Os que dizem mais do que sentem dominam a arte da palavra falada, mas nem sempre a da verdade sentida. São como artesãos habilidosos que moldam a linguagem para conquistar, persuadir ou, às vezes, apenas preencher o vazio.

Pense no vendedor carismático que, com um sorriso cativante, promete ao cliente um produto que "mudará sua vida", mesmo sabendo que suas palavras exageram a realidade. Ou no político que, em um palanque, faz juras de transformação social, apenas para esquecer suas promessas quando as luzes do palco se apagam.

Há também o amigo que, num momento de euforia, declara lealdade eterna, mas, com o passar do tempo, suas ações não acompanham o brilho de suas palavras. Esses falantes, intencionalmente ou não, constroem pontes frágeis com suas palavras - pontes que, muitas vezes, desmoronam sob o peso da realidade.

No entanto, nem todos os falantes são movidos por má-fé. Alguns simplesmente se deixam levar pela empolgação do momento, como o jovem apaixonado que jura amor eterno sem ainda compreender a profundidade desse compromisso.

Suas palavras, embora sinceras no instante em que são ditas, carecem da solidez que só o tempo e a experiência podem forjar. Eles nos ensinam a ouvir com cautela, a separar o som da intenção e a buscar a verdade além do que é dito.

Os Silenciosos: Um Universo Guardado

Por outro lado, há aqueles que sentem profundamente, mas expressam pouco. São os silenciosos, cujos corações abrigam tempestades e calmarias que raramente chegam à superfície.

Imagine a mãe que acorda antes do sol para preparar o café da manhã dos filhos, arrumando cada detalhe com um cuidado que nunca precisa ser verbalizado.

Ela pode não dizer "eu te amo", mas esse amor transborda em cada gesto - no prato cuidadosamente preparado, na roupa dobrada, no olhar que acompanha os filhos mesmo quando eles não percebem.

Ou pense no poeta tímido, que guarda versos profundos em cadernos escondidos, incapaz de compartilhar suas palavras com o mundo, mas cujas emoções dançam em silêncio, como estrelas em um céu noturno.

Esses silenciosos muitas vezes passam despercebidos em um mundo que valoriza a eloquência. No entanto, suas ações e olhares contam histórias que as palavras jamais alcançariam.

Lembre-se do avô que, com poucas frases, transmite sabedoria acumulada em décadas, ou do amigo que, sem grandes discursos, está sempre presente nos momentos de dificuldade, oferecendo um ombro silencioso, mas firme. Eles nos convidam a enxergar além das aparências, a ouvir o que não é dito e a valorizar a profundidade que o silêncio pode carregar.

Os Equilibrados: A Harmonia entre Coração e Voz

Entre esses extremos, existe um terceiro tipo, menos comum, mas profundamente impactante: aqueles que encontram a harmonia entre o que sentem e o que dizem.

São pessoas cujas palavras são espelhos fiéis de seus corações, e cujas ações reforçam a verdade de suas vozes. Pense no professor que, com palavras simples, mas sinceras, inspira seus alunos a acreditar em si mesmos, respaldando cada conselho com sua dedicação incansável.

Ou no amigo que, em um momento de dor, oferece uma frase curta, mas tão verdadeira, que parece curar a alma: "Você não está sozinho". Esses equilibrados transformam palavras em ações e sentimentos em conexões reais, construindo pontes sólidas que resistem ao tempo.

Um exemplo marcante disso pode ser visto em figuras como líderes comunitários que, em pequenas cidades, mobilizam pessoas com discursos simples, mas autênticos, para reconstruir uma escola ou ajudar uma família em necessidade. Suas palavras não são apenas promessas – são sementes que germinam em ações concretas, unindo comunidades e transformando realidades.

A Dança do Mosaico Humano

No fim, o mundo é um mosaico vibrante, composto por essas diferentes "espécies" de pessoas. Cada uma tem seu papel na grande dança da vida. Os falantes nos desafiam a filtrar a verdade em meio ao ruído, ensinando-nos a ouvir com discernimento.

Os silenciosos nos lembram que o amor, a dor e a esperança nem sempre precisam de palavras para serem reais, convidando-nos a olhar com mais atenção. E os equilibrados nos mostram que é possível alinhar coração e voz, inspirando-nos a buscar essa harmonia em nós mesmos.

Essa diversidade, porém, não é estática. Pessoas mudam, evoluem, transitam entre esses papéis ao longo da vida. O falante pode aprender a ouvir seu próprio coração, o silencioso pode encontrar coragem para compartilhar seus sentimentos, e todos nós, em algum momento, podemos buscar o equilíbrio.

O desafio está em reconhecer quem somos nesse mosaico – e em aprender com os outros a encontrar nosso próprio tom. Às vezes, essa dança ganha vida em acontecimentos marcantes.

Pense em uma crise, como uma enchente que destrói uma cidade. Os falantes podem liderar campanhas de arrecadação com discursos inflamados, mobilizando multidões.

Os silenciosos estarão lá, de mãos na massa, reconstruindo casas sem esperar reconhecimento. E os equilibrados unirão palavras e ações, organizando esforços com clareza e coração. Cada um, à sua maneira, contribui para a reconstrução – e é na soma dessas diferenças que o mundo se renova.

Um Convite à Reflexão

Talvez a beleza desse mosaico esteja em sua imperfeição. Ninguém é apenas falante, silencioso ou equilibrado o tempo todo. Somos, todos nós, uma mistura em constante transformação.

O que nos define não é apenas como falamos ou como sentimos, mas como escolhemos aprender com os outros e com nós mesmos. Que possamos, então, ouvir com atenção, enxergar com empatia e falar com verdade – pois é nessa dança de palavras e silêncios que encontramos, juntos, o sentido de ser humano.

quinta-feira, abril 17, 2025

Não há como conciliar ciência com religião, afirma Hawking


Stephen Hawking foi, sem dúvida, uma das figuras mais emblemáticas da ciência moderna, um gênio astrofísico cuja mente brilhante transcendeu as limitações impostas por seu corpo. Nascido em 8 de janeiro de 1942, em Oxford, Inglaterra, ele se tornou mundialmente reconhecido por suas contribuições revolucionárias ao entendimento dos buracos negros e da teoria da relatividade, expandindo o legado de Albert Einstein.

Desde os 21 anos, Hawking enfrentou a esclerose lateral amiotrófica (ELA), uma doença neurodegenerativa que gradualmente paralisou seu corpo, mas nunca sua mente.

Apesar de sua condição, ele continuou a trabalhar incansavelmente, utilizando uma cadeira de rodas e, mais tarde, um sintetizador de voz para se comunicar, tornando-se um símbolo de resiliência e determinação.

Além de suas conquistas científicas, como a teoria da radiação de Hawking - que sugere que buracos negros podem emitir partículas e eventualmente "evaporar" -, ele também ganhou notoriedade por sua habilidade de popularizar a ciência.

Livros como Uma Breve História do Tempo, publicado em 1988, aproximaram conceitos complexos da cosmologia ao público leigo, tornando-se um best-seller mundial.

O filme A Teoria de Tudo (2014), baseado em sua vida e em seu relacionamento com sua primeira esposa, Jane Wilde, trouxe ainda mais visibilidade à sua trajetória, com Eddie Redmayne entregando uma performance tão impactante que lhe rendeu o Oscar de Melhor Ator.

Hawking também era conhecido por suas visões sobre o futuro da humanidade e por suas declarações frequentemente provocadoras. Ele alertou sobre os perigos da inteligência artificial descontrolada, do aquecimento global e da possibilidade de contato com civilizações extraterrestres hostis, sugerindo que a sobrevivência da espécie humana poderia depender da colonização de outros planetas.

Suas ideias sobre religião, no entanto, foram especialmente polêmicas. Embora em setembro de 2014 ele tenha adotado uma postura mais ambígua, evitando afirmar ou negar categoricamente a existência de Deus ao reconhecer os limites do conhecimento humano sobre questões de fé, sua posição pessoal permaneceu firme.

Em entrevista ao jornal El Mundo, ele reiterou seu ateísmo, declarando que a religião, com sua crença em milagres, era incompatível com os princípios da ciência, que busca explicações naturais e verificáveis para os fenômenos do universo.

Vale acrescentar que Hawking não apenas desafiou dogmas religiosos, mas também inspirou reflexões filosóficas profundas. Ele questionava a necessidade de um criador para o universo, argumentando em seu livro O Grande Projeto (2010), escrito em coautoria com Leonard Mlodinow, que as leis da física, como a gravidade, poderiam ter dado origem ao universo espontaneamente, sem intervenção divina.

Essa visão, embora controversa, reflete sua busca por uma "teoria de tudo" - uma unificação da relatividade geral e da mecânica quântica que explicasse a totalidade da existência.

Hawking faleceu em 14 de março de 2018, aos 76 anos, deixando um legado que vai além da ciência. Sua vida foi uma prova de que o intelecto humano pode superar adversidades inimagináveis, e suas ideias continuam a influenciar cientistas, filósofos e curiosos em todo o mundo.

Ele não apenas desvendou mistérios do cosmos, mas também nos desafiou a pensar sobre nosso lugar nele - com ou sem a presença de um Deus.

quarta-feira, abril 16, 2025

Operação Valquíria de Stauffenberg



Claus Philipp Maria Schenk Graf von Stauffenberg: O Homem por Trás da Operação Valquíria.

Claus Philipp Maria Schenk Graf von Stauffenberg nasceu em 15 de novembro de 1907, em Jettingen-Scheppach, na Alemanha. Filho de Alfred Schenk Graf von Stauffenberg e Caroline Schenk Gräfin von Stauffenberg, ele pertencia a uma distinta família nobre da Baviera, profundamente ligada ao antigo Reino de Württemberg e à tradição católica.

Seu título, Graf, equivalente a "conde" na nobreza germânica, refletia o prestígio de sua linhagem. Stauffenberg é mais conhecido por liderar o Atentado de 20 de julho de 1944, uma tentativa audaciosa de assassinar Adolf Hitler e derrubar o regime nazista, conhecida como Operação Valquíria. Após o fracasso do plano, ele foi executado, mas sua coragem o transformou em um símbolo da Resistência Alemã.

Carreira Militar

Claus era um intelectual apaixonado por literatura e história antes de ingressar no exército alemão, a Wehrmacht. Dotado de talento excepcional, tornou-se o oficial mais jovem a alcançar o posto de coronel no Heer (o exército terrestre), destacando-se como uma estrela em ascensão.

Inicialmente, Stauffenberg viu com certo entusiasmo aspectos do nacionalismo promovido pelo Partido Nazista, apoiando, por exemplo, a invasão da Polônia em 1939.

Há registros de comentários antissemitas seus e de apoio ao uso de mão de obra escrava polonesa, refletindo as contradições de sua visão na juventude. No entanto, ele nunca foi um fervoroso simpatizante do nazismo, recusando-se a filiar-se ao partido e expressando repulsa por muitas de suas ideologias.

O ponto de virada veio com os horrores que testemunhou: a brutalidade contra os judeus e a supressão religiosa chocaram seu senso de moralidade e catolicismo.

Sua visão mudou drasticamente após ser gravemente ferido em 7 de abril de 1943, durante um ataque aéreo na campanha do Norte da África, enquanto servia no Afrika Korps. Perdeu a mão direita, dois dedos da mão esquerda, o olho esquerdo e sofreu danos no joelho, mas sobreviveu - um evento que pareceu reforçar sua determinação contra Hitler.

A Conspiração

Stauffenberg tornou-se uma figura central entre os militares descontentes da Wehrmacht, como Henning von Tresckow e Hans Oster, que viam em Hitler a ruína da Alemanha. Juntos, planejaram o atentado de 20 de julho de 1944, na "Toca do Lobo" (Wolfsschanze), o quartel-general de Hitler perto de Rastenburg (hoje Kętrzyn, Polônia).

O plano era simples, porém arriscado: Stauffenberg levaria duas pastas com explosivos, cada uma contendo 1 kg, a uma reunião com Hitler. Com a ajuda de cúmplices, ele posicionaria os dispositivos e sairia da sala sob o pretexto de fazer uma ligação telefônica. A explosão deveria eliminar o Führer e abrir caminho para um golpe contra o regime nazista.

O Fracasso

No dia fatídico, Stauffenberg conseguiu levar apenas uma das bombas à sala de reuniões devido a imprevistos. Os explosivos, projetados para simular uma bomba britânica e despistar suspeitas sobre os conspiradores, detonaram, mas uma pesada mesa de carvalho protegeu Hitler.

Dos 11 feridos e 4 mortos, o Führer sofreu apenas ferimentos leves. Após o ataque, enquanto recebia cuidados médicos, Hitler declarou: "Eu sou imortal". Horas depois, ele recebeu Benito Mussolini no local, que, impressionado com os destroços, viu a sobrevivência de Hitler como um sinal de força divina.

Traição e Consequências

O fracasso do atentado selou o destino de Stauffenberg e seus aliados. Em Berlim, o general Friedrich Fromm, inicialmente um cúmplice, traiu os conspiradores ao saber que Hitler sobrevivera.

Ele denunciou nomes como Friedrich Olbricht, Erwin von Witzleben, Albrecht Mertz von Quirnheim e Werner von Haeften, que foram fuzilados após um julgamento sumário no Bendlerblock ainda em 20 de julho.

No dia seguinte, uma lista do futuro governo pós-Hitler foi encontrada no cofre de Fromm, expondo sua própria participação. Apesar das tentativas de Albert Speer em intercedê-lo, Fromm foi condenado e executado em 12 de março de 1945.

Outro suspeito, o lendário marechal Erwin Rommel, a "Raposa do Deserto", foi forçado a cometer suicídio em outubro de 1944, uma punição disfarçada para evitar um escândalo público. A repressão nazista foi implacável, dizimando a Resistência.

Morte e Legado

Claus von Stauffenberg enfrentou o pelotão de fuzilamento nas primeiras horas de 21 de julho de 1944, no Bendlerblock, em Berlim. Suas últimas palavras foram: "Es lebe das heilige Deutschland!" ("Vida longa à sagrada Alemanha!").

Ele disse à família que, se tivesse sucesso, seria visto como traidor pelo povo, mas, ao falhar, trairia sua consciência. Hoje, repousa no Memorial da Resistência Alemã, na Stauffenbergstrasse, Berlim, e é celebrado pelo Bundeswehr como o ideal do "cidadão fardado" - um soldado guiado por princípios éticos.

Reflexão Adicional

Stauffenberg não era um herói imaculado. Suas ambiguidades iniciais em relação ao nazismo revelam um homem complexo, dividido entre dever, patriotismo e moralidade. Contudo, sua evolução o levou a arriscar tudo por uma Alemanha livre da tirania.

Seu sacrifício, embora não tenha derrubado Hitler, plantou uma semente de esperança e resistência, lembrando que mesmo em tempos sombrios há quem escolha lutar pelo que acredita, ainda que o preço seja a própria vida.

terça-feira, abril 15, 2025

Teologia


 

Eu já fiz essa pergunta e já ouvi outras pessoas a fazerem. Hoje, porém, não a faço mais, pois já compreendi a sua finalidade: é a ciência, tal e qual, com a qual ou sem a qual, o mundo será sempre tal e qual!

A teologia parece operar em dois momentos distintos. O primeiro é o de se opor à ciência, tentando convencer as pessoas de que toda evolução, todo progresso, deriva exclusivamente da existência de um deus.

Nesse esforço, desvaloriza-se tudo o que foi cientificamente comprovado, como se os avanços humanos nada significassem diante de uma suposta vontade divina.

Pense bem: o mundo arrasta-se há milhões de anos em condições de penúria e miséria extrema. Não é uma coincidência extraordinária que, em menos de um século, tenhamos testemunhado um salto tão impressionante no desenvolvimento humano?

E mais curioso ainda: esse avanço coincide justamente com o período em que a ciência mais se expandiu. Se a evolução fosse obra de uma força divina constante, como dizem que deus sempre existiu, por que então só agora ela se manifesta de forma tão clara?

Os que outrora cruzavam desertos em lombos de camelos hoje atravessam continentes em modernos aviões. Os que confiavam em pombos-correios para se comunicar agora têm smartphones e a internet nas palmas das mãos. Os que lutavam com ferramentas rudimentares para sobreviver hoje contam com máquinas que alimentam milhões.

Richard Dawkins provoca com uma questão pertinente: “Se todas as conquistas da ciência fossem eliminadas amanhã, não haveria mais médicos, apenas curandeiros; não existiriam transportes mais rápidos que cavalos, nem computadores, nem livros impressos, nem agricultura além da simples subsistência.

Até o lado sombrio da ciência – como as bombas ou os barcos baleeiros guiados por sonar – funciona, para o bem ou para o mal! Mas, se todas as conquistas dos teólogos fossem apagadas, alguém notaria a diferença?”

A teologia, nesse sentido, parece não fazer nada, não alterar nada, não significar nada de prático. O que nos leva a perguntar: afinal, para que ela serve?

O segundo momento da teologia revela-se ainda mais pragmático e, por vezes, cínico: a formação de grupos religiosos em proveito próprio. Já ouvi alguém dizer, com ironia cortante: “Seja teólogo, crie uma igreja com um nome qualquer e ganhe muito dinheiro. Venda o que não existe, sem pagar impostos, sem prestar contas a ninguém.”

E assim se perpetua um ciclo: cada religião, cada indivíduo, interpreta a Bíblia – e, por extensão, deus – à sua maneira. Como, então, alguém pode se proclamar “formado” em conhecer algo tão subjetivo e indefinível? Como se pode ter um diploma em compreender o incompreensível?

É, no mínimo, absurdo. A ciência constrói, prova, transforma. A teologia, por outro lado, muitas vezes se limita a prometer o intangível enquanto o mundo segue girando – e evoluindo – graças ao que podemos tocar, medir e entender. (Francisco Silva Sousa)

segunda-feira, abril 14, 2025

Plank Walk - Caminhando na Pancha



 

O Plank Walk, localizado no Monte Hua (ou Huashan, já que shan significa "montanha" em mandarim), na China, é frequentemente citado como uma das trilhas mais perigosas e emocionantes do planeta.

Situado a cerca de uma hora de Xi’an - uma das cidades mais visitadas do país, famosa por abrigar os Guerreiros de Terracota -, o Monte Hua, com seus 2.133 metros de altitude, atrai aventureiros, peregrinos e turistas em busca de uma experiência que combina adrenalina, história e espiritualidade.

Essa trilha desafiadora consiste em uma série de tábuas de madeira estreitas, precariamente fixadas ao flanco vertical de um dos picos da montanha. Os caminhantes, equipados com arneses de segurança (uma exigência moderna para minimizar os riscos), atravessam esse caminho suspenso a centenas de metros do chão, com nada além de um abismo abaixo deles.

O destino? Um pequeno santuário encravado na rocha, um local que, apesar de modesto, carrega um significado espiritual profundo para os visitantes. A combinação de altura vertiginosa, tábuas desgastadas pelo tempo e a exposição aos ventos fortes torna o Plank Walk uma prova de coragem até para os mais experientes.

O Monte Hua é uma das cinco montanhas sagradas do taoísmo, uma tradição que remonta a séculos na cultura chinesa. Conhecido como “a montanha mais íngreme do mundo” em alguns relatos históricos, Huashan tem sido um ponto de peregrinação por gerações, atraindo monges, eremitas e devotos que buscavam meditação e conexão espiritual em seus picos isolados.

Além do famoso Plank Walk, a montanha oferece outros caminhos igualmente impressionantes, como escadarias esculpidas na pedra e passagens estreitas que desafiam a resistência física e mental dos visitantes.

Apesar de sua aura sagrada, Huashan também ganhou a reputação de “montanha mortal”. Antes da instalação de medidas de segurança, como corrimãos e cabos, acidentes eram frequentes, e histórias de quedas trágicas alimentaram sua fama.

Hoje, embora o risco tenha sido reduzido, a trilha continua a exigir preparo, atenção e, acima de tudo, respeito pela força da natureza. O Plank Walk, em particular, é um teste de nervos: as tábuas rangem sob os pés, o vento sopra implacável e a vista do precipício é um lembrete constante da fragilidade humana diante da grandiosidade da montanha.

Para os chineses, Huashan é mais do que um desafio físico - é um símbolo de superação e reverência. Cada um de seus cinco picos principais (Norte, Sul, Leste, Oeste e Central) tem sua própria história e significado, e muitos peregrinos sobem até o topo para oferecer orações ou simplesmente contemplar a paisagem de tirar o fôlego.

A vista do cume, com nuvens flutuando abaixo e os contornos acidentados da cordilheira se estendendo até o horizonte, é uma recompensa que justifica o esforço - e o medo - da jornada.

Curiosamente, o Monte Hua também reflete a dualidade da experiência humana: ao mesmo tempo que inspira temor, ele convida à introspecção. Para os aventureiros ocidentais, o Plank Walk é uma façanha a ser conquistada, uma história para contar.

Para os locais, é um ritual que conecta o corpo e a alma à essência da montanha sagrada. Essa mistura de perigo e espiritualidade é o que faz de Huashan um destino único no mundo.

Vale notar que, apesar da modernização do turismo na região, com a adição de teleféricos e infraestrutura básica, o espírito selvagem do Monte Hua permanece intacto.

A trilha do Plank Walk, com suas tábuas rudimentares e o vazio ao redor, continua a ser um lembrete de que nem tudo pode - ou deve - ser domado. Para quem ousa enfrentá-la, a experiência é inesquecível: um misto de adrenalina, reverência e a sensação de estar, por um breve momento, no limiar entre o céu e a terra.

domingo, abril 13, 2025

Magoas Inesperadas


Não sei o que me deixa mais perplexo: se são as atitudes que nos ferem ou a impressionante falta de noção de quem as comete. Ter que apontar a alguém o erro que cometeu, quando ele é tão evidente, já é por si só um sinal de desrespeito.

Revela que, em momento algum, essa pessoa parou para considerar os sentimentos alheios. Há quem viva imerso numa bolha de egoísmo tão densa que só o que importa é o que sente, como se o mundo girasse exclusivamente ao seu redor.

E o pior é que, mesmo quando você reúne coragem para expressar o quanto algo te magoou, essas pessoas encontram justificativas para o injustificável. Pior ainda: têm a habilidade de virar o jogo, fazendo com que, no fim, você se sinta culpado.

Elas te machucam, e você é quem acaba carregando o peso da culpa. É uma capacidade quase sobrenatural de nos reduzir a pó, de relativizar as nossas dores em favor das delas - porque, claro, as dores delas sempre parecem maiores, mais urgentes, mais válidas.

Mas a vida não é uma competição para medir quem sofre mais. E, convenhamos, muitas vezes as dores que elas carregam são frutos das escolhas que fizeram, das sementes que plantaram. Não têm o direito de descarregar isso em ninguém.

A responsabilidade é delas, exclusivamente delas. Só que, para aliviar o próprio fardo, precisam que alguém pague o preço. E quem acaba sofrendo? Justamente quem esteve ali, cuidando, amparando, oferecendo o coração. Enquanto isso, a vida delas segue em frente, leve, sem remorsos, sem um pingo de arrependimento.

Essas pessoas não se responsabilizam por nada - nem pelas palavras que jogam ao vento, nem pelos atos que deixam cicatrizes. O ego delas é maior do que elas próprias, um gigante que as cega e as impede de olhar para dentro.

E, nessa cegueira, vão ferindo quem cruza seu caminho, não por maldade pura, mas por preguiça, por covardia. Olhar para si mesmas dói. Exige esforço, autocrítica, mudança. É mais fácil viver no piloto automático, anestesiadas, fingindo que nada sentem, que nada as atinge.

Até que a vida, como sempre faz, apresente a conta. Até que um dia elas olhem ao redor e percebam que não sobrou ninguém. Porque confundem bondade com fraqueza, trocam o “B” de boa pelo “B” de burro, sem jamais imaginar que estão sendo observadas. Sim, a gente vê. A gente percebe o desrespeito, a falta de empatia que transborda e não cabe em lugar nenhum.

Bastaria, por dois minutos, que se perguntassem: “E se fosse comigo?”. Bastaria um instante de pausa para que o ciclo se quebrasse. Mas não. Elas seguem, alheias, enquanto a gente sente o golpe vindo de longe.

A intuição não falha. Ela grita, alerta, acende todos os sinais. Você sabe quando estão tentando manipular, quando jogam a carta da vitimização para te desarmar.

E, quando tudo desmorona e você percebe que estava certo o tempo todo, o que resta? O desejo de uma conversa honesta, de um pedido de desculpas que nunca vem. Em vez disso, você enfrenta um peito inflado de ego, incapaz de reconhecer que os outros também importam, que também têm valor.

Essa falta de noção, para mim, é mais gritante do que os atos em si. Tudo se torna tóxico. Você começa a questionar cada detalhe, cada memória, e a verdade que imaginava desmancha-se como fumaça. A intuição, mais uma vez, berra que nada era como você pensava.

A cabeça vira um turbilhão de perguntas sem resposta, um labirinto de “por quês” que te consomem dia após dia. Todo o tempo que você investiu, todo o cuidado que ofereceu, parece ter sido em vão. Você se sente pequeno, descartável, como se nada do que fez tivesse deixado marca.

Mas não foi em vão. Não para você. Porque, no fundo, você sabe que deu o melhor de si. E essa paz de espírito - a certeza de que foi verdadeiro, de que agiu com o coração - ninguém pode roubar.

As mágoas doem, sim, mas elas também ensinam. Ensinam a reconhecer quem merece estar ao seu lado e quem só passa para sugar o que você tem de bom. Ensinam que, às vezes, o silêncio é a melhor resposta, e que o chocolate, bem, o chocolate não dói - ele acolhe, consola, e te lembra que nem tudo precisa ser amargo.

E talvez seja essa a grande lição: enquanto elas seguem intocadas pelo peso das próprias ações, você cresce. Você aprende a se proteger, a valorizar quem realmente vê você. Porque, no fim das contas, o ego delas pode ser gigante, mas a sua força, essa sim, é infinita. 


sábado, abril 12, 2025

Cavalo de Troia 1: Jerusalém - J. J. Benitez


 

Jerusalém é o primeiro volume de uma série escrita pelo renomado autor espanhol J. J. Benítez, publicada originalmente em 1984. Este romance histórico combina elementos de ficção científica, aventura e mistério para narrar a vida de Jesus Cristo sob uma perspectiva única, instigante e, por vezes, controversa.

A trama é estruturada como um relato em primeira pessoa, no qual o narrador - supostamente o próprio Benítez - afirma ter participado de uma missão secreta de viagem no tempo.

Ele descreve-se como integrante de uma equipe tecnologicamente avançada, enviada ao passado para observar de perto os eventos que marcaram a vida de Jesus. Junto a um companheiro, ele teria se infiltrado na Judeia do século I, testemunhando momentos cruciais, como a crucificação.

Essa premissa audaciosa, que mistura ciência e espiritualidade, é o ponto de partida para uma narrativa que desafia as convenções tradicionais. O livro se inicia com a chegada do narrador a Jerusalém, às vésperas da Paixão de Cristo.

A partir desse momento, o leitor é conduzido por uma jornada intensa e emocionante, repleta de encontros com figuras bíblicas emblemáticas, como João Batista, Maria, Pedro e até o próprio Jesus.

Benítez recria esses personagens com uma humanidade palpável, explorando suas emoções, dúvidas e personalidades de maneira que os torna acessíveis e profundamente relacionáveis.

O estilo de escrita de Benítez é cativante e detalhista. Sua habilidade em reconstruir a atmosfera da Jerusalém do século I - com suas ruas empoeiradas, mercados vibrantes e tensões políticas e religiosas - é impressionante.

Ele utiliza uma linguagem rica e descritiva, transportando o leitor para o cenário histórico com uma vivacidade que poucos autores conseguem alcançar.

Além disso, a pesquisa histórica evidente na obra confere autenticidade aos eventos narrados, ainda que o livro seja, em essência, uma ficção especulativa.

O grande diferencial de Jerusalém reside na perspectiva inovadora que Benítez oferece sobre a vida de Jesus. Longe de se limitar às narrativas tradicionais dos Evangelhos, o autor propõe interpretações alternativas sobre os ensinamentos, os milagres e a personalidade do Messias.

Ele sugere, por exemplo, que muitos dos eventos descritos na Bíblia poderiam ter explicações mais terrenas ou contextos ocultos, desafiando dogmas religiosos e convidando o leitor a questionar o que é aceito como verdade absoluta.

Essa abordagem, embora fascinante, pode gerar desconforto em leitores mais ortodoxos, que talvez vejam a obra como uma releitura ousada demais. Ao longo da narrativa, Benítez também entrelaça reflexões filosóficas e existenciais que elevam o livro além de uma simples aventura.

Temas como a natureza da fé, o livre-arbítrio, o destino da humanidade e o conceito de divindade permeiam a história, adicionando profundidade e complexidade à trama.

Essas questões não são apresentadas de forma didática, mas surgem organicamente no decorrer das experiências do narrador, incentivando o leitor a ponderar sobre sua própria visão de mundo.

Outro ponto digno de nota é a maneira como o autor equilibra o rigor histórico com a liberdade criativa. Embora Jerusalém seja fundamentado em uma pesquisa meticulosa - com referências a costumes, geografia e política da época -, Benítez não hesita em preencher as lacunas do registro histórico com sua imaginação.

Esse exercício de especulação é parte do charme da obra, mas também reforça a necessidade de lê-la como ficção, e não como um documento histórico ou teológico.

A série Cavalo de Troia, da qual Jerusalém é o ponto de partida, tornou-se um fenômeno editorial, conquistando milhões de leitores ao redor do mundo. Seu sucesso pode ser atribuído tanto à originalidade da premissa quanto à capacidade de Benítez de provocar debates e reflexões.

Para alguns, o livro é uma obra-prima que expande os horizontes da espiritualidade; para outros, uma narrativa polêmica que brinca com temas sagrados. Independentemente da opinião, é inegável que Jerusalém deixa uma marca duradoura, desafiando o leitor a repensar crenças arraigadas e a explorar os mistérios da existência humana.

Como adição, vale destacar que a obra reflete o interesse de Benítez por temas como ufologia e fenômenos inexplicáveis, algo que permeia outros trabalhos seus, como O Enigma de los Dioses.

Em Jerusalém, essa curiosidade se manifesta na fusão entre ciência avançada e espiritualidade, sugerindo que a história da humanidade pode ser mais complexa do que imaginamos.

Assim, o livro não apenas entretém, mas também planta sementes de dúvida e maravilha, características que definem o legado de J. J. Benítez como um dos autores mais intrigantes de sua geração.