Henry Charles Bukowski Jr nasceu em Andernach, Alemanha em 16
de agosto de 1920. Foi um poeta, contista e romancista estadunidense
nascido na Alemanha.
Sua obra, de caráter
inicialmente obsceno e estilo totalmente coloquial, com descrições de
trabalhos braçais, porres e relacionamentos baratos, fascinaram geração que
buscavam uma obra com a qual pudessem se identificar.
Filho do soldado teuto-americano Heinrich Bukowski e de Katharina (nascida Fett),
aos três anos mudou-se para os Estados Unidos com seus pais. Foram
inicialmente para Baltimore em
1923, depois para o subúrbio de Los
Angeles.
Com um pai extremamente autoritário e
frustrado e uma mãe submissa, sofria frequentemente, abusos físicos e
psicodélicos por parte de seu pai. Seus pais se
conheceram em Andernach, na Alemanha,
após a Primeira Guerra Mundial.
Na adolescência, surgiram inflamações que
cobriram o rosto e toda a parte superior do corpo, fazendo-o submeter-se a tratamentos
médicos no hospital público de sua cidade. Na escola, a situação também não era
das melhores, tendo poucos amigos e sendo, sempre, o penúltimo a ser escolhido
para o time de beisebol.
Por causa do tratamento médico,
abandonou temporariamente a escola, voltando somente um ano depois. Neste meio
tempo, descobriu duas coisas que o ajudaram a tornar a sua vida suportável: o
álcool e os livros.
Em 1939, começa a cursar jornalismo pela
Los Angeles City college, ganha uma máquina de escrever de seu pai e logo se põe a
escrever. Mas, por causa de seus escritos e contos, seu pai o expulsa de casa.
Morando em pensões e sem emprego, desiste da faculdade de jornalismo.
Com problemas com o alcoolismo,
trabalhou em empregos temporários em várias cidades americanas como faxineiro,
frentista e motorista de caminhão.
Em 1952, consegue um emprego de carteiro. Com
uma vida errante, bebe em excesso e escreve alucinadamente. Enviou seus
trabalhos para as mais diversas editoras literárias independentes dos estados
Unidos, mas eles, quase sempre, eram recusados.
A editora da revista Harlequin, Barbara Frye, no entanto,
estava convencida de que Bukowski era um gênio. Começaram a se corresponder e,
em determinado momento, Frye declarou
que nenhum homem nunca se casaria com ela. Bukowski
respondeu simplesmente: "Eu me casarei".
Casaram-se logo depois de se
conhecerem pessoalmente. Mas, tão rápido quanto se conheceram, separaram-se.
Depois do divórcio, conhece Frances Smith, com quem teve uma filha, Marina Louise Bukowski. Até este
momento, Charles Bukowski era,
apenas, um poeta iniciante.
Mas, em 1971, surge a imagem de Bukowski que o tornaria famosoː o seu alterego Henry Chinaski, em Cartas na
Rua (Post Office).
Chinaski o
acompanha em todos seus romances e só não é protagonista em Pulp. Sua obra surtiu tanto efeito que
alguns de seus contos e romances acabaram sendo adaptados para o cinema
por alguns diretores.
Inclusive, o próprio Bukowski
recebeu diversos convites para escrever argumentos, apesar de assumir que
nunca gostou muito de filmes.
Bukowski morreu de pneumonia, decorrente
de um tratamento de leucemia aos 73 anos, em 9 de março de 1994, na cidade
de San Pedro, Califórnia, pouco depois de terminar Pulp. Em seu
túmulo, se lê "Don't Try",
"Não Tente" em português.
Com o tempo, apareceram alguns
herdeiros seus na literatura, principalmente na questão do estilo violento e
despudorado de sua linguagem, e que acabou inclusive tendo desdobramentos no
cinema.
Mas poucos são aqueles que, como ele,
vivenciaram e permaneceram com naturalidade na sarjeta, fazendo dela sua fonte
de inspiração. De todo aquele inferno imundo e fedido, Bukowski fez o seu paraíso.
Obra
de Charles Bukowski
Charles
Bukowski teve, como principais influências, Fiódor Dostoiévski, pelo
pessimismo, e Ernest Hemingway, pelas frases curtas, jeito simples de
escrever. Com o escritor russo, aprendeu a frase "Quem não quer matar
seu pai".
O
escritor Henry Miller foi uma das grandes influências de Bukowski,
principalmente sua obra O Trópico de Câncer. Bukowski escreve uma vez para
Miller, a quem admirava muito, e tentou marcar um encontro com o escritor.
Miller recusou e, não só isso, censurou-o por beber muito - dizendo que a
bebida é um modo de matar a criatividade.
Já
o estilo "pondo no papel uma linha atrás da outra" que Bukowski
aderiu à sua obra, teve influência direta de John Fante.
É possível encontrar
contos em que Bukowski fala de sua admiração quase divina por Fante, como
também seu encontro com o escritor. Os dois se conheceram antes de Fante morrer
de diabetes.
A
cidade de Los Angeles foi a sua principal fonte de inspiração, tratando de
histórias com temas simples, misturando, por exemplo, corridas de cavalo,
prostitutas e música clássica..
Dono de um estilo de caráter extremamente
autobiografia, Bukowski sonhou a vida inteira em ser reconhecido pelo seu
trabalho como escritor.
De estilo agressivo e inconformado e, na maioria das
vezes, ébrio, sentava em sua máquina de escrever e, com uma sutileza
surpreendente, deixava fluir seus pensamentos sem censura alguma.
Bukowski vivia em um mundo atormentado e
distorcido, totalmente fora dos padrões impostos pela sociedade de sua época. O
escritor nunca fez questão de esconder que seus trabalhos eram, quase sempre,
autobiográficos.
E sua falta de discrição era tão grande que, durante toda
vida, teve de lidar com a quebra de laços de amizade. Ele citava, sem qualquer
preocupação, nomes e, quando muito inspirado, fazia duras críticas às pessoas
que o cercavam.
Repulsa, nojo, ódio, amor, paixão e melancolia.
Esses são alguns dos sentimentos que mais inspiraram Charles Bukowski, que
passou a vida nos becos dos Estados Unidos, na composição de toda sua obra.
Cada poesia, cada romance e cada conto do escritor traz um pouco da vida do
"Velho Safado", como ficou conhecido no mundo inteiro.
Bukowski tem sido erroneamente identificado com a
Geração Beat, por certos temas e estilo correlatos, mas sua vida e obra nunca
mostraram essa inclinação. Jim Christy, autor do livro The Buk Book, disse em
uma vez que "ele havia sido um vagabundo, um imprestável, um proletário,
um bêbado; bem, que fosse.
Claro, outros trabalharam o mesmo território, mas o
que diferenciava Bukowski do resto deles – os Knut Hamsun, Jack London, Maxim
Gorky e Jim Tully - era que Bukowski era engraçado." Trabalhando esta
imagem, Bukowski conseguiu criar um mito ao seu redor.
Bukowski está presente em álbuns, musicais e
letras de muitas bandas, entre as quais: Guns N
Roses ("Nightrain"), U2 ("Dirty Day"), Red Hot
Chili Peppers ("Mellowship Slinky in B Major"), Tom Waits ("Frank's
Wild Years"), Anthrax, Apollo 440, (uma das bandas de começo de carreira
de Eddie Vedder, vocalista da banda Pearl Jam), entre muitas outras. O filósofo
francês Jean-Paul Sartre teria se referido a Bukowski como - "O maior
poeta da América".
Tal comentário, que se transformou em um dos mais
famosos sobre a obra de Bukowski, é quase certo ser uma mentira inventada pelo
próprio Bukowski. Não existe nenhum registro que confirma tal comentário.
Grandes especialistas em Sartre desmentem tal demonstração de prestigio.
Do mesmo modo ocorreu sobre o interesse de Jean
Genet sobre suas obras e a crítica, publicada em uma edição alemã de Notas
de desesperada para aumentar as vendas na Europa, inventada pelo tradutor Carl
Weissner.