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sábado, julho 20, 2024

O livre arbítrio



O Livre Arbítrio e as Contradições da Existência de um Deus Perfeito

O conceito de livre arbítrio é frequentemente definido como a capacidade humana de tomar decisões de forma autônoma, escolhendo entre o certo e o errado, independentemente de qualquer influência divina.

Para muitos crentes, o livre arbítrio é um pilar central de sua fé, uma dádiva que Deus concede aos seres humanos para que sigam seus caminhos por vontade própria.

No entanto, quando analisamos essa ideia sob a perspectiva de um Deus onipotente, onisciente e onipresente, surgem contradições que desafiam a própria existência desse conceito e, por extensão, a coerência da noção de um Deus perfeito.

Se Deus, conforme descrito pelas tradições teístas, é onipotente (todo-poderoso), onisciente (sabe tudo) e onipresente (está em todos os lugares), nada ocorre sem seu conhecimento ou permissão. Ele não apenas sabe o que aconteceu, está acontecendo e acontecerá, mas também, em sua onipotência, tem o poder de moldar todos os eventos.

Diante disso, como podemos afirmar que temos liberdade para escolher? Se Deus já conhece nossas decisões antes mesmo de as tomarmos, e se nada escapa à sua vontade soberana, o livre arbítrio não seria uma ilusão?

Afinal, é impossível surpreender um Deus que tudo sabe e tudo controla. Nesse cenário, o que chamamos de "escolha" parece ser apenas o desenrolar de um script já escrito.

Essa aparente contradição levanta uma questão crucial: o conceito de livre arbítrio, tão defendido por muitos crentes, seria apenas uma tentativa de justificar as inconsistências na descrição de um Deus perfeito?

Se Deus é infinitamente bom, justo e ama a todos, como explicar as mazelas do mundo? Por que o sofrimento, a miséria, as injustiças? Por que crianças nascem com doenças graves ou deformidades? Por que pessoas boas enfrentam tragédias enquanto, muitas vezes, indivíduos cruéis parecem prosperar?

A resposta frequentemente oferecida é: "É o livre arbítrio! Cada um colhe o que planta, e as escolhas humanas são as responsáveis pelo estado do mundo."

Essa explicação, porém, não resiste a um escrutínio mais profundo. Se Deus é onipresente e onisciente, permitindo apenas o que está alinhado à sua vontade, como podemos ser verdadeiramente livres para escolher entre o bem e o mal?

Se tudo o que acontece está, em última instância, sob o controle divino, o livre arbítrio se dissolve em uma contradição lógica. Além disso, atribuir ao livre arbítrio a culpa por todos os males do mundo parece uma tentativa de transferir a responsabilidade de Deus para os seres humanos.

Se somos nós que, por meio de nossas escolhas, "estragamos" a criação divina, então por que Deus, em sua onipotência, não intervém para corrigir o curso? E se ele escolhe não intervir, isso não sugere uma falha em sua bondade ou justiça?

Para ilustrar, consideremos exemplos concretos do mundo atual. Em 2025, o planeta ainda enfrenta crises humanitárias devastadoras: guerras, como os conflitos no Oriente Médio e na Ucrânia, continuam a ceifar vidas inocentes; desastres naturais, como furacões e terremotos, devastam comunidades; e desigualdades sociais persistem, com milhões vivendo em extrema pobreza enquanto uma minoria acumula riquezas obscenas.

Se atribuímos essas tragédias ao livre arbítrio humano, como explicar os desastres naturais ou as doenças congênitas, que escapam ao controle de qualquer escolha individual? E se tudo isso faz parte de um "plano divino", como conciliar esse plano com a ideia de um Deus amoroso?

A resposta de alguns teólogos é que o sofrimento tem um propósito maior, muitas vezes incompreensível para nós, ou que ele serve como um teste para a humanidade. Mas essa justificativa é satisfatória?

Dizer que o sofrimento de uma criança com uma doença terminal é parte de um "plano maior" parece cruel e distante da imagem de um Deus benevolente.

Além disso, se os erros do mundo são resultado de nossas escolhas, os acertos também o são. A ciência, a arte, os avanços médicos, as demonstrações de solidariedade - tudo isso é fruto do esforço humano.

Se somos responsáveis tanto pelo bem quanto pelo mal, qual é, afinal, o papel de Deus? Se a humanidade é capaz de criar e destruir por si só, a necessidade de um Deus onipotente e interventor se torna questionável.

Essa reflexão nos leva a uma encruzilhada filosófica. Ou aceitamos que o livre arbítrio, tal como definido, não existe, e que tudo está predeterminado por um Deus que sabe e permite tudo; ou concluímos que, se temos liberdade genuína, Deus não pode ser onisciente, onipotente e onipresente ao mesmo tempo.

Uma terceira possibilidade, que muitos abraçam, é que Deus, como descrito pelas religiões tradicionais, simplesmente não existe. Nesse caso, o livre arbítrio seria real, mas não como uma dádiva divina, e sim como uma característica inerente à condição humana, com todas as suas glórias e falhas.

Essa discussão não é nova. Filósofos como Epicuro, no século IV a.C., já questionavam a coexistência de um Deus todo-poderoso com o mal no mundo, no famoso "paradoxo de Epicuro": se Deus pode evitar o mal e não o faz, ele não é bom; se quer evitar o mal e não pode, ele não é onipotente.

Séculos mais tarde, pensadores como Voltaire, em seu romance Cândido, ironizaram a ideia de que vivemos no "melhor dos mundos possíveis", diante de tantas tragédias.

Hoje, em um mundo marcado por avanços científicos que explicam fenômenos antes atribuídos à divindade, a questão do livre arbítrio e da existência de Deus permanece tão relevante quanto controversa.

Em última análise, o debate sobre o livre arbítrio e a existência de Deus não oferece respostas fáceis. Para alguns, a fé transcende essas contradições, e o mistério divino é suficiente para explicar o inexplicável.

Para outros, as inconsistências apontam para a ausência de um Deus interventor, colocando nas mãos da humanidade a responsabilidade por moldar seu próprio destino.

Seja qual for a conclusão, uma coisa é certa: refletir sobre essas questões nos força a confrontar o sentido de nossa existência, nossas escolhas e o mundo que construímos.

Francisco Silva Sousa - Foto: Pixabay.

Christopher Reeve - O Super Homem que caiu do cavalo



Christopher Reeve - O Super Homem que caiu do cavalo - Christopher D'Olier Reeve nasceu em 25 de setembro de 1952 em Nova Iorque Foi um ator, diretor, produtor e ativista norte-americano.

Seu papel mais famoso foi o de Super-Homem, que ele interpretou numa série de quatro filmes famosos, começando por Superman (1978), para qual foi indicado a um prêmio BAFTA.

Reeve apareceu em outros filmes aclamados pela crítica como The Bostonians (1984), Street Smart (1987) e The Remains of the Day (1993).

Ele recebeu um Screen Actors Guild Award e uma indicação ao Globo de Ouro pelo seu desempenho no telefilme Rear Window (1998), remake do clássico de mesmo nome, lançado em 1954.

Em 27 de maio de 1995, Reeve ficou tetraplégico após sofrer uma queda de cavalo durante uma competição equestre em Culpeper, passando a usar uma cadeira de rodas para se mover e um ventilador portátil para respirar.

Reeve passou a liderar uma campanha pela legalização de pesquisas com células-tronco e fundou a Fundação Christopher Reeve, além de ter sido cofundador do Centro de Pesquisa Reeve-Irvine.

Faleceu em 10 de outubro de 2004 aos 52 anos de uma grave infecção, devido ao seu estado de saúde.

Christopher Reeve tornou-se famoso ao protagonizar o papel de Superman no cinema, mas já era ator desde os 14 anos de idade, tendo estudado em prestigiadas escolas de artes cênicas. Iniciou sua carreira com pequenas participações no teatro e na televisão, obtendo seu primeiro bom papel em Alerta Vermelho: Netuno Profundo, em 1977.

Mesmo tendo participado de outros bons filmes, como Em Algum Lugar no Passado e Vestígios do Dia, Superman foi seu principal trabalho na vida cinematográfica.

Em 27 de maio de 1995, um acidente o tornou tetraplégico devido a uma fratura nas suas duas primeiras vértebras cervicais, o que acabou por lesionar a sua medula espinhal. Um ano depois, foi aclamado de pé na cerimônia do Oscar.

A partir daí passou a lutar por pesquisas com células-tronco e criou a Christopher Reeve Paralysis Foundation, visando a melhorar a condição de vida de pessoas como ele, vítimas de algum tipo de paralisia.

Em 27 de janeiro de 1996, foi condecorado com a Ordem Bernardo O'Higgins, como reconhecimento à defesa pública que fez dos atores chilenos durante a ditadura de Pinochet. Em setembro de 2003, ganhou o Prêmio Lasker.

Morreu em 10 de outubro de 2004 aos 52 anos, vítima de um infarto causado por uma infecção. Era casado desde 11 de abril de 1990 com a atriz Dana Reeve, que conhecera em 30 de junho de 1987 em Williamstown. Dana, desde o acidente de Christopher, dedicou-se exclusivamente a cuidar do esposo, uma tarefa que se provou laboriosa devido à gravidade de sua condição física.

Ela também morreu em 6 de março de 2006, vítima de um câncer pulmonar. Desta união nasceu um filho, Will. Christopher tinha mais dois filhos, Matthew e Alexandra, frutos de uma relação anterior de dez anos (1977-1987) com a modelo britânica Gae Exton.

Seu último filho, Will, foi adotado pelo ator Robin Williams, de quem Christopher foi sempre muito amigo. No início da carreira de ambos, Christopher fez mais sucesso e ajudou Robin, que após o acidente, começou a retribuir a antiga ajuda.

Com a morte de Christopher e logo após a morte de Dana, Robin adotou Will e o criou como se fosse seu próprio filho. O corpo do ator foi cremado.


sexta-feira, julho 19, 2024

O Homem Jovem


 

“O homem, quando jovem, é só, apesar de suas múltiplas experiências. Ele pretende, nessa época, conformar a realidade com suas mãos, servindo-se dela, pois acredita que, ganhando o mundo, conseguirá ganhar-se a si próprio.

Acontece, entretanto, que nascemos para o encontro com o outro, e não o seu domínio. Encontrá-lo é perdê-lo, é contemplá-lo na sua libérrima existência, é respeitá-lo e amá-lo na sua total e gratuita inutilidade.

O começo da sabedoria consiste em perceber que temos e teremos as mãos vazias, na medida em que tenhamos ganho ou pretendamos ganhar o mundo.

Neste momento, a solidão nos atravessa como um dardo. É meio-dia em nossa vida, e a face do outro nos contempla como um enigma.

Feliz daquele que, ao meio-dia, se percebe em plena treva, pobre e nu. Este é o preço do encontro, do possível encontro com o outro.

A construção de tal possibilidade passa a ser, desde então, o trabalho do homem que merece o seu nome.”

De uma carta de Hélio Pellegrino.

Guerra de Canudos - Filme sobre o Movimento religioso liderado por Antônio Conselheiro


 

Guerra de Canudos - Movimento religioso liderado por Antônio Conselheiro -Guerra de Canudos é um filme brasileiro de 1997, do gênero drama, dirigido por Sérgio Rezende.

É baseado no célebre episódio real da história brasileira, a Guerra de Canudos, na qual o exército brasileiro enfrentou os integrantes de um movimento religioso liderado por Antônio Conselheiro, representado no filme pelo ator José Wilker, e que durou de 1896 a 1897 e terminou com o massacre dos insurgentes pelas tropas federais.

O filme foi orçado em 6 milhões de dólares, e consumiu quase quatro anos de trabalho. Foi exibido em forma de minissérie pela Rede Globo, entre 16 de dezembro e 19 de dezembro de 1997, em 4 capítulos, sendo a primeira vez que a emissora adaptou a exibição de um longa-metragem neste formato, expediente que passou a ser utilizado com mais frequência em anos posteriores.

Uma família sertaneja se divide quando a filha mais velha, Luíza (Cláudia Abreu), se recusa a acompanhar os pais na peregrinação liderada por Antônio Conselheiro. Luíza foge e se torna prostituta, passando a viver de forma independente.

Sua família migra para Belo Monte, região de Canudos, onde Antônio Conselheiro e seus fiéis procuram resistir aos ataques dos soldados federais enviados para acabar com o povoado.

A situação do Nordeste brasileiro, no final do século XIX, era muito precária. Fome, seca, miséria, violência e abandono político afetavam os nordestinos, principalmente, a população mais carente.

Toda essa situação, em conjunto com o fanatismo religioso, desencadeou um grave problema social. Em novembro de 1896, no sertão da Bahia, foi iniciado este conflito civil.

Ele teve a duração de quase um ano, até 5 de outubro de 1897, e, devido à força adquirida, o governo da Bahia pediu o apoio da República para conter este movimento formado por fanáticos, jagunços e sertanejos sem emprego.

O beato Conselheiro, homem que passou a ser conhecido logo depois da Proclamação da República, era quem liderava este movimento. Ele acreditava que havia sido enviado por Deus para acabar com as diferenças sociais e também com os pecados republicanos, entre estes, estavam o casamento civil e a cobrança de impostos.

Com estas ideias em mente, ele conseguiu reunir um grande número de adeptos que acreditavam que seu líder realmente poderia libertá-los da situação de extrema pobreza na qual se encontravam.

Este é o registro do conflito que se opôs aos soldados do Presidente Prudente de Morais pelos boatos reunidos em torno de Antônio Conselheiro. Luíza lutava contra o povo de seu pai, obrigados a comer qualquer tipo de animal que aparecia em sua frente.

Na luta, o marido de Luíza morre, então ela começa a se prostituir para os soldados, até que um deles se apaixona por ela. Luíza se apaixona também pelo soldado.

Após sua mãe ser assassinada, Luíza luta junto das pessoas de Canudos, em um dado momento acaba matando seu novo amante. O filme acaba com Luíza e sua irmã rezando no meio dos destroços de Canudos.

Figurante ilustre

O futebolista Daniel Alves, natural de Juazeiro, aparece como figurante no longa. Segundo o próprio jogador: "Eles estavam gravando lá o filme e precisavam de pessoas para trabalhar como figurantes. E pelo trabalho eles davam a alimentação e R$ 5,00 ou R$ 10,00 por dia.

Então ninguém queria perder essa boquinha. Consegui sair no filme. Mas acho que ninguém vai me conhecer porque eu estava ali no meio de todo mundo. Mas foi muito legal”.

O filme conta ainda com os astros: Paulo Betti como Zé Lucena, Marieta Severo como Penha, esposa de Zé Lucena e mãe de Luiza, Selton Melo como Ten. Luís Gama que se apaixona por Luiza, Tuca Andrade como Arimateia e foi esposo de Luiza, Tonico Pereira como o Cel. Antônio Moreira César e outros...

Universo 25



  

O experimento "Universo 25" é um dos experimentos mais aterrorizantes da história da ciência, que, por meio do comportamento de uma colônia de camundongos, é uma tentativa dos cientistas de explicar as sociedades humanas.

A ideia do "Universo 25" surgiu do cientista americano John Calhoun, que criou um "mundo ideal" no qual centenas de ratos viveriam e se reproduziriam.

Mais especificamente, Calhoun construiu o chamado "Paraíso dos Ratos", um espaço especialmente projetado onde os roedores tinham abundância de comida e água, além de um amplo espaço para viver. 

No início, ele colocou quatro pares de camundongos que em pouco tempo começaram a se reproduzir, resultando em um rápido crescimento populacional.

No entanto, após 315 dias sua reprodução começou a diminuir significativamente. Quando o número de roedores chegou a 600, formou-se uma hierarquia entre eles e surgiram os chamados "desgraçados".

Os roedores maiores começaram a atacar o grupo, com o resultado que muitos machos começaram a "entrar em colapso" psicologicamente. Como resultado, as fêmeas não se protegeram e, por sua vez, tornaram-se agressivas com seus filhotes.

Com o passar do tempo, as fêmeas mostraram comportamentos cada vez mais agressivos, elementos de isolamento e falta de humor reprodutivo.

Houve uma baixa taxa de natalidade e, ao mesmo tempo, um aumento da mortalidade em roedores mais jovens.

Então, apareceu uma nova classe de roedores machos, os chamados "ratos bonitos". Eles se recusaram a acasalar com as fêmeas ou a "lutar" por seu espaço. 



Tudo o que importava era comer e dormir. A certa altura, "belos machos" e "fêmeas isoladas" constituíam a maioria da população.

De acordo com Calhoun, a fase da morte consistia em duas fases: a "primeira morte" e a "segunda morte". O primeiro foi caracterizado pela perda de propósito na vida além da mera existência - nenhum desejo de acasalar, criar jovens ou estabelecer um papel na sociedade.

Com o passar do tempo, a mortalidade juvenil atingiu 100% e a reprodução chegou a zero. Entre os camundongos ameaçados, a homossexualidade foi observada e, ao mesmo tempo, o canibalismo aumentou, apesar de haver fartura de comida.

Dois anos após o início do experimento, nasceu o último bebê da colônia. Em 1973, ele havia matado o último rato do Universo 25. John Calhoun repetiu o mesmo experimento mais 25 vezes, e todas as vezes o resultado foi o mesmo.

O trabalho científico de Calhoun tem sido usado como um modelo para interpretar o colapso social, e sua pesquisa serve como um ponto focal para o estudo da sociologia urbana.

Atualmente, estamos testemunhando paralelos diretos na sociedade de hoje... homens fracos e feminizados com pouca ou nenhuma habilidade e nenhum instinto de proteção, e mulheres excessivamente agitadas e agressivas sem instintos maternos.


Lyudmila Pavlichenko

  


Lyudmila Mikhailovna Pavlichenko nasceu em 12 de julho de 1916, na cidade de Bila Tserkva, localizada na Oblast de Kiev, Ucrânia, então parte da União Soviética.

Conhecida como uma das mais letais franco-atiradoras da história, ela desempenhou um papel crucial durante a Segunda Guerra Mundial, sendo creditada oficialmente com a eliminação de 309 soldados inimigos, incluindo 36 atiradores de elite e pelo menos 100 oficiais nazistas.

Há especulações de que seu número real de baixas pode ter sido ainda maior, possivelmente ultrapassando 500, o que a consagra até hoje como a franco-atiradora mais bem-sucedida da história militar.

Início da Vida e Interesse pelo Tiro

Aos 14 anos, Lyudmila mudou-se com sua família para Kiev, onde começou a demonstrar interesse pelo tiro esportivo. Ela se associou a um clube de tiro local, rapidamente se destacando como uma atiradora excepcional.

Antes de sua carreira militar, trabalhou em uma fábrica de armamentos em Kiev, o que a familiarizou com equipamentos bélicos. Em 1937, ingressou na Universidade de Kiev para estudar história, onde defendeu sua dissertação de mestrado sobre a vida de Bohdan Khmelnytsky, um líder cossaco que desempenhou um papel importante na história ucraniana.

A Segunda Guerra Mundial e a Escolha pelo Combate

Em junho de 1941, com 24 anos e no quarto ano de seus estudos universitários, Lyudmila viu sua vida mudar drasticamente quando a Alemanha Nazista iniciou a Operação Barbarossa, a invasão da União Soviética.

Determinada a contribuir para a defesa de sua pátria, ela foi uma das primeiras a se voluntariar para o serviço militar. Apesar da possibilidade de atuar como enfermeira, Lyudmila recusou categoricamente essa opção, insistindo em participar ativamente dos combates.

Após passar por um rigoroso processo de seleção, foi designada para a 25ª Divisão de Infantaria do Exército Vermelho, onde se tornou uma das cerca de 2.000 mulheres franco-atiradoras recrutadas pelo exército soviético. Dessas, apenas aproximadamente 500 sobreviveriam à guerra.

Lyudmila começou sua trajetória como atiradora de elite nas proximidades de Belyayevka, utilizando um rifle de ferrolho Mosin-Nagant equipado com uma luneta, arma comum entre os atiradores de elite soviéticos, como Roza Shanina e Vasily Zaitsev.

Sua primeira vítima confirmada marcou o início de uma carreira militar lendária. Durante cerca de dois meses e meio em Odessa, Lyudmila eliminou 187 soldados inimigos, demonstrando notável habilidade e coragem.

Combates em Sebastopol e Reconhecimento

Quando as forças alemãs tomaram Odessa, a unidade de Lyudmila foi evacuada pelo Mar Negro para Sebastopol, na Península da Crimeia, onde ela continuou a lutar em condições extremamente adversas.

Em maio de 1942, já promovida a tenente, foi condecorada por sua contagem de 257 mortes confirmadas. Sua precisão e paciência eram notáveis: Lyudmila frequentemente trabalhava com um observador, posicionando-se a 200-300 metros à frente de sua unidade, permanecendo imóvel por até 18 horas em condições extremas, como frio intenso ou calor escaldante, para evitar ser detectada.

Em junho de 1942, durante os intensos combates em Sebastopol, Lyudmila foi gravemente ferida por estilhaços de um morteiro. Após quase um mês de recuperação, sua fama já havia se espalhado, e o comando soviético decidiu retirá-la da linha de frente, temendo que sua morte pudesse ser explorada como propaganda pelos nazistas.

Em vez de retornar ao combate, ela foi enviada em uma missão diplomática para o Canadá e os Estados Unidos, onde se tornou o primeiro cidadão soviético recebido pelo presidente americano Franklin D. Roosevelt na Casa Branca.

Viagem aos Estados Unidos e Impacto Internacional

Durante sua visita aos EUA, Lyudmila foi convidada pela primeira-dama Eleanor Roosevelt para um tour pelo país, compartilhando suas experiências de combate e inspirando apoio à luta contra o nazismo.

Sua presença cativou o público americano, embora ela tenha enfrentado perguntas sexistas da imprensa, como comentários sobre sua aparência ou vestimenta, que ela respondeu com firmeza, enfatizando seu papel como soldado.

Como reconhecimento, recebeu uma pistola Colt semiautomática nos EUA e um rifle Winchester no Canadá, este último hoje exposto no Museu Central das Forças Armadas em Moscou.

Carreira Pós-Combate e Legado

Promovida a major, Lyudmila nunca mais voltou à linha de frente. Em vez disso, tornou-se instrutora de atiradores de elite, treinando dezenas de snipers soviéticos que desempenharam papéis cruciais até o fim da guerra.

Em 1943, sua bravura foi reconhecida com a Estrela de Ouro de Herói da União Soviética, uma das maiores condecorações do país, e sua imagem foi imortalizada em um selo comemorativo.

Seu rifle preferido durante a guerra foi o Tokarev SVT-40 semiautomático, que ela considerava mais versátil que o Mosin-Nagant. Após o término da guerra em 1945, Lyudmila concluiu seus estudos na Universidade de Kiev e iniciou uma carreira como historiadora.

Entre 1945 e 1953, trabalhou como assistente de pesquisas no Quartel-General da Marinha Soviética. Mais tarde, integrou o Comitê Soviético de Veteranos da Guerra, onde continuou a compartilhar sua experiência e a inspirar novas gerações. Em 1976, dois anos após sua morte, sua imagem apareceu novamente em selos comemorativos, reforçando seu status como ícone nacional.

Vida Pessoal e Morte

Lyudmila faleceu em 10 de outubro de 1974, aos 58 anos, em Moscou, vítima de um acidente vascular cerebral. Foi sepultada com honras no Cemitério Novodevichy, um dos mais prestigiosos da Rússia. Dois anos depois, em 1976, um navio cargueiro ucraniano foi batizado em sua homenagem, perpetuando seu legado.

Impacto e Relevância

A história de Lyudmila Pavlichenko transcende suas façanhas militares. Como mulher em um papel predominantemente masculino, ela desafiou estereótipos de gênero e demonstrou que coragem e habilidade não têm sexo.

Sua determinação em combater na linha de frente, sua resiliência sob pressão e sua influência diplomática durante a guerra a tornaram uma figura inspiradora. Além disso, sua trajetória destaca o papel crucial das mulheres no Exército Vermelho, muitas vezes negligenciado em narrativas históricas.

Lyudmila também foi tema de livros, filmes e documentários, como o filme russo Battle for Sevastopol (2015), que retrata sua vida e contribuições. Sua história continua a inspirar não apenas na Ucrânia e na Rússia, mas em todo o mundo, como um símbolo de bravura, sacrifício e resistência frente à adversidade.

quinta-feira, julho 18, 2024

A Criação do Universo


A criação do Universo, como está escrita na Bíblia, tem um ar meio simplista, quase como uma história que a gente contaria pra criança dormir, né?

É tudo muito mágico, instantâneo: um estalar de dedos divino e, pronto, surge a luz, as trevas, os mares, os bichos e, por fim, o ser humano, como se fosse o gran finale de um truque de mágica.

Dá pra entender por que essa narrativa pegou tão forte - ela é direta, poética, e resolve tudo num passe de varinha. Parece até o roteiro de um desenho animado ou o número de um mágico tirando coelho da cartola. Mas, quando a gente para pra pensar, fica um gosto de “é só isso mesmo?”.

Eu também me inclino mais pra ideia de que o Universo veio de um processo longo, torto, cheio de idas e vindas. Não é uma criação do nada, mas uma transformação lenta, com matéria se mexendo, se chocando, virando outra coisa.

A ciência, com toda a sua bagunça de hipóteses e perguntas sem resposta, me parece mais honesta que uma explicação pronta. Pensa só: o Big Bang, as galáxias se formando, os planetas esfriando, a vida surgindo aos poucos num caldo primordial - é menos glamoroso que um “faça-se a luz”, mas tem uma lógica que ressoa mais com o que a gente observa por aí.

E ao citarmos algo crucial: os dinossauros. Sem aquele asteroide - ou o que quer que tenha varrido eles do mapa -, a história seria outra. Os mamíferos, que eram só uns bichinhos tremendo nas sombras, nunca teriam tido espaço pra evoluir, e a gente não estaria aqui batendo esse papo.

Isso me faz pensar que o Universo não é só sobre criação, mas sobre destruição também. Uma coisa precisa acabar pra outra começar. É como se o caos fosse tão essencial quanto a ordem nessa dança toda.

Acho que o pulo do gato tá aí: a ideia de criar algo do nada é bonita na teoria, mas não cola com o que a gente vê no mundo real. Tudo vem de algum lugar - a semente vira árvore, o rio corta a pedra, o pó estelar vira planeta.

A ciência não explica tudo, claro, e às vezes até tropeça nas próprias pernas, mas pelo menos ela admite que não sabe. Já as afirmações bíblicas, com toda a certeza que elas carregam, parecem mais um conforto pra quem não quer lidar com o mistério.

Eu prefiro o mistério, mesmo que ele venha com mais perguntas do que respostas. E você, o que acha dessa bagunça cósmica toda?

Acrescente a ideia do caos e da destruição como parte do processo, porque acho que isso enriquece a visão de uma evolução que não é só construção, mas também ruptura. Faz sentido pra você?

 Francisco Silva Sousa - Foto: Pixabay