Os Acorrentados não tinham o conhecimento do mundo externo ou mesmo do que existia ao seu lado: sua realidade se resumia ao que podiam ver projetado na parede. Não sabiam, portanto, do fogo que ardia atrás deles, ou da mureta entre eles e o fogo.
Pessoas atravessavam o caminho,
carregando estátuas e outros objetos em frente ao fogo. Os Acorrentados viam as
sombras dos objetos projetadas na parede à sua frente, que tomavam como sendo
reais.
Devido à sua inabilidade de
olhar para trás e ver o que se passava, não podiam aprender a verdade. Sua
realidade era uma grande ilusão.
Platão argumenta que mesmo
que um dos Acorrentados fosse libertado e pudesse ver o fogo e as estátuas às
suas costas, a dor e a cegueira temporária causada pela luz seriam tão severas
que ele retornaria ao seu lugar de costume.
Esse Acorrentado
acreditaria que as sombras na parede eram mais reais do que a nova Verdade, que
o cegava tão intensamente.
A alegoria traz consigo uma
moral: o conhecimento tem um preço que nem todos querem pagar. Aprender requer
coragem e tolerância, já que pode levar a uma profunda e dolorosa mudança de
perspectiva.
É bem mais fácil nos
apegarmos aos nossos valores, a uma visão acomodada e confortável da realidade,
do que mudar.
Platão argumenta que se o
Acorrentado fosse carregado para fora da caverna e exposto diretamente à luz do
Sol, aproximando-se assim da Verdade, ficaria tão cego pela luz do conhecimento
que imploraria para voltar às sombras confortáveis da parede da caverna.
Para Platão o confronto com
a Verdade é um ato heroico.
Fonte: A ilha do Conhecimento, pg. 51/52 – Marcelo Gleiser. Imagem: https://www.estudopratico.com.br Ciências e afins.
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