Prefiro viver
menos fazendo o que gosto do que viver muito fazendo o que os outros querem ou
do que eles gostam.
A mim
não importa quantidade e sim a qualidade de vida que vou
ter. Nisso se inclui não me abster de fazer o que me é aprazível!
Francisco
Silva Sousa - Foto: Pixabay
Preferência
Temporal
Em
economia, "preferência temporal" é a verdade constante e fundamental
de que os indivíduos preferem que suas necessidades sejam satisfeitas no
intervalo de tempo mais curto possível.
Visão Geral
Os
indivíduos estão sujeitos à passagem do tempo. Suas existências são finitas,
seus corpos e mentes decaem. O tempo, portanto, é um fator escasso e, como tal,
os indivíduos precisam economizá-lo.
É dessa
escassez, da necessidade imperiosa de economizar o tempo, que se origina a
preferência temporal. Ceteris paribus, a satisfação presente tem
preferência sobre a satisfação futura e bens no presente são preferidos a bens
no futuro.
Adicionalmente,
a própria natureza humana impõe limites ao adiamento da satisfação de
necessidades.
Satisfazer
aquelas mais imediatas, como a da manutenção da própria vida e saúde, por
exemplo, antecede e é um pré-requisito para a satisfação daquelas menos
urgentes, futuras. Em outros termos, a espera constitui-se numa desutilidade.
É
interessante notar que, na ausência da preferência temporal, as pessoas jamais
teriam porque consumir. Dariam ao almoço que será servido somente daqui a dez
anos o mesmo valor da refeição disponível hoje.
E,
passados esses dez anos, tampouco encontrariam razão para desfrutar dos
alimentos, que mais uma vez lhes pareceriam ter o mesmo valor de prato
semelhante a ser servido no futuro ainda mais distante.
Não
fosse pela preferência temporal, portanto, o consumo inexistiria e,
consequentemente, toda produção, que tem como fim último produzir bens de
consumo, cessaria.
Termos
A
preferência temporal guarda relação com as noções de produção indireta e
de juro. A única razão pela qual os indivíduos adotam processos mais longos de
produção (produção indireta) é porque esperam obter desses processos um
incremento em sua satisfação que compense a desutilidade da espera.
O
“desvio”, o maior período de tempo requerido pela produção indireta, requer a
constituição de um fundo de subsistência, que só pode vir da abstinência do
consumo no presente, do sacrifício da satisfação imediata.
Esse
sacrifício é feito em função da expectativa de maior ou melhor produção futura.
Para Böhm-Bawerk, esse “é o ponto essencial e central da teoria do juro”,
ou seja, o juro é o acréscimo de satisfação demandado pelos indivíduos em troca
da espera.
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