Elisabeth Volkenrath nasceu em 5 de setembro de 1919,
na cidade de Swierzawa, na região da Silésia, então parte da Alemanha (hoje
pertencente à Polônia).
Durante a Segunda Guerra Mundial, ela se tornou uma
figura notória como integrante da Schutzstaffel (SS), a organização paramilitar
nazista, desempenhando o papel de supervisora em campos de concentração.
Sua trajetória reflete a brutalidade do regime nazista
e o envolvimento de mulheres em seus crimes, desafiando estereótipos de gênero
associados à época.
Volkenrath ingressou no sistema de campos de
concentração em 1941, quando começou a trabalhar no campo de Ravensbrück,
destinado principalmente a prisioneiras mulheres.
Lá, ela passou por treinamento para atuar como
Aufseherin (guarda feminina), aprendendo as práticas cruéis de controle e
punição impostas pelo regime. Em 1942, foi transferida para Auschwitz-Birkenau,
o maior e mais infame campo de extermínio nazista, onde sua conduta se destacou
pela extrema violência.
Como supervisora sênior, Volkenrath participou
diretamente de abusos físicos contra prisioneiros, incluindo espancamentos,
humilhações e seleções para câmaras de gás.
Relatos de sobreviventes apontam que ela
supervisionava enforcamentos e aplicava torturas, demonstrando uma crueldade
que chocava até mesmo em um ambiente já marcado por atrocidades.
No final de 1944, com o avanço das forças aliadas e a
evacuação parcial de Auschwitz, Volkenrath foi transferida para o campo de
Bergen-Belsen, na Alemanha.
Inicialmente concebido como um campo de prisioneiros
de guerra, Bergen-Belsen tornou-se um cenário de horror nos últimos meses da
guerra, com superlotação, fome e doenças dizimando dezenas de milhares de
prisioneiros.
Sob o comando de Josef Kramer, Volkenrath assumiu um
papel de liderança entre as guardas femininas, mantendo a disciplina brutal
mesmo em um campo à beira do colapso.
Sua associação com outras figuras infames, como Irma
Grese, apelidada de "A Besta de Bergen-Belsen" por sua brutalidade,
reforçou sua reputação como uma das supervisoras mais temidas. Após a
libertação de Bergen-Belsen pelas forças britânicas em abril de 1945,
Volkenrath foi capturada junto com outros guardas e funcionários do campo.
As condições desumanas encontradas pelos libertadores -
pilhas de corpos não enterrados, sobreviventes em estado de inanição e doenças
como tifo grassando - chocaram o mundo e alimentaram a indignação contra os
responsáveis.
Elisabeth foi julgada no primeiro dos chamados
"Julgamentos de Belsen", realizados em Lüneburg, na Alemanha, entre
setembro e novembro de 1945. Ao lado de figuras como Josef Kramer e Irma Grese,
ela enfrentou acusações de crimes de guerra por sua participação nos abusos e
assassinatos em Auschwitz e Bergen-Belsen.
Durante o julgamento, testemunhas, incluindo
ex-prisioneiros, descreveram sua crueldade implacável e seu papel ativo na
administração do sofrimento nos campos.
Volkenrath tentou se defender alegando que apenas
seguia ordens, uma justificativa comum entre os réus nazistas, mas as
evidências de sua brutalidade foram esmagadoras.
Ela foi considerada culpada por crimes de guerra e
condenada à morte. Em 13 de dezembro de 1945, aos 26 anos, Elisabeth Volkenrath
foi enforcada na prisão de Hameln, na Alemanha, executada pelos britânicos sob
a supervisão do carrasco Albert Pierrepoint.
O caso de Volkenrath, assim como o de outras guardas
femininas, trouxe à tona o papel de mulheres no aparato nazista, desafiando a
narrativa de que apenas homens perpetraram os horrores do Holocausto.
Sua história é um lembrete sombrio da capacidade
humana para a crueldade e da extensão do sistema de violência
institucionalizado pelo regime nazista. Até hoje, seu nome permanece associado
às atrocidades dos campos de concentração, um símbolo dos horrores da Segunda
Guerra Mundial.
0 Comentários:
Postar um comentário