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segunda-feira, junho 23, 2025

O Cavalheirismo de John Jacob Astor IV no Titanic


 

John Jacob Astor IV, um dos homens mais ricos do mundo na época, foi um passageiro de destaque a bordo do RMS Titanic, viajando na primeira classe. Herdeiro de uma das maiores fortunas americanas, Astor era um proeminente empresário, investidor, inventor e membro da alta sociedade nova-iorquina.

Ele embarcou no navio em Cherbourg, na França, acompanhado de sua jovem esposa, Madeleine Talmage Force Astor, que estava grávida de seu filho, John Jacob Astor VI.

A viagem era parte de sua lua de mel, após um casamento que causara controvérsia devido à diferença de idade entre o casal e ao recente divórcio de Astor.

Na fatídica noite de 14 de abril de 1912, quando o Titanic colidiu com um iceberg no Atlântico Norte, Astor demonstrou notável compostura. Segundo relatos de sobreviventes, ele inicialmente minimizou a gravidade da situação, acreditando que o navio, amplamente considerado "inafundável", não corria risco imediato.

No entanto, à medida que a gravidade do desastre se tornou evidente, Astor agiu com coragem e cavalheirismo. Ele garantiu que Madeleine, então com 19 anos, fosse colocada em segurança no bote salva-vidas número 4, junto com sua empregada e enfermeira particular.

Há relatos de que Astor pediu para acompanhar sua esposa no bote, citando sua gravidez, mas o pedido foi negado, pois a prioridade era dada a mulheres e crianças.

Ele aceitou a decisão sem protestos e permaneceu a bordo, enfrentando seu destino com dignidade. John Jacob Astor IV não sobreviveu ao naufrágio. Seu corpo foi recuperado em 22 de abril de 1912, cerca de uma semana após o desastre, pelo navio CS Mackay-Bennett.

Entre seus pertences, foi encontrado um relógio de bolso de ouro 14 quilates da marca Waltham, gravado com suas iniciais "JJA", um item que se tornou um símbolo de sua história trágica.

Além do relógio, outros objetos pessoais, como um cinto de couro e um anel de ouro, foram identificados, confirmando sua identidade. O estado de seu corpo sugeria que ele foi vítima do esmagamento causado por uma das chaminés do navio que colapsou durante o naufrágio, uma teoria aceita por muitos historiadores.

A morte de Astor chocou o mundo, não apenas por sua riqueza e status, mas também por simbolizar a vulnerabilidade humana diante de uma tragédia de tal magnitude.

Sua fortuna, estimada em cerca de 87 milhões de dólares na época (equivalente a bilhões de dólares atuais), não pôde salvá-lo. Madeleine sobreviveu e, meses após o desastre, deu à luz o filho póstumo do casal.

A história de Astor permanece como um dos capítulos mais marcantes do Titanic, ilustrando tanto o heroísmo quanto a tragédia que marcaram aquela noite.

Curiosamente, Astor era conhecido por sua visão futurista. Ele escreveu um romance de ficção científica em 1894, intitulado A Journey in Other Worlds, que imaginava um futuro com avanços tecnológicos e viagens espaciais.

Sua morte no Titanic, um símbolo da confiança humana na tecnologia, é frequentemente vista como uma ironia trágica. Além disso, sua presença no navio reforça o contraste social da época: enquanto a primeira classe desfrutava de luxo incomparável, milhares de passageiros de classes inferiores enfrentavam condições muito mais precárias, com acesso limitado aos botes salva-vidas.

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