O Ritual
Romano é um livro litúrgico que contém todos os rituais normalmente
administrados por um padre, incluindo o único ritual formal para exorcismo sancionado
pela igreja Católica Romana até finais século do XX ritual para abençoar
água, imagens e etc.
Além do
exorcismo de demônios, esse manual de serviço para padres também contém
instruções para o exorcismo de casas e outros lugares que se acredita estarem
infestados por entidades malignas.
Escrito
no ano de 1614 durante o papado do Papa Paulo V, o Ritual Romano (Rituale
Romanum) alertava os padres contra realizar os ritos de exorcismo em
indivíduos que não estejam realmente possuídos.
Mas com
o avanço da ciência médica que podia diagnosticar com maior precisão doenças
tanto físicas quanto mentais, os casos de possessão real - demoníaca
(extremamente "rara"; na verdade não comprovada) e espiritual (comum)
- tornaram-se muito mais difíceis de determinar.
Muito
do que se acreditava ser possessão demoníaca agora é diagnosticado como sendo
esquizofrenia, paranoia, distúrbio de múltipla personalidade, disfunções
sexuais, histeria, e outras neuroses resultantes de obsessões e terrores da
infância.
Desde
sua publicação inicial no século XVII, o manual permaneceu inalterado até 1952,
quando duas pequenas alterações no texto do ritual do exorcismo foram feitas. Essas
revisões mudaram, por exemplo, o texto em uma linha que dizia "sintomas de
possessão são sinais da presença do demônio" para "sintomas de
possessão podem ser sinal de demônio".
Em
outra sentença original, referia à pessoas sofrendo de condições além da
possessão demoníaca ou espiritual como "aqueles que sofrem de melancolia
ou outras enfermidades", e foi modificada para "aqueles que sofrem de
enfermidades, particularmente enfermidades mentais".
Há
padres, em número cada vez maior, que acreditam na existência de possessão
demoníaca e enumeram sinais que indicam sua presença. De acordo com esses
membros do clero, se um indivíduo demonstra habilidades paranormais, manifesta
força física sobre-humana e, principalmente, fala em línguas desconhecidas,
então ele pode ser um candidato para o ritual de exorcismo.
A
Igreja pode considerar esse indivíduo possuído quando os sintomas citados
anteriormente são acompanhados de repulsa extrema por objetos sagrados. Um
padre treinado na expulsão de demônios e espíritos malignos é então convocado e,
somente após receber permissão de um bispo, pode realizar o centenário ritual
do exorcismo.
O Ritual
Exorcistas
raramente ou nunca trabalham sozinhos. Normalmente são auxiliadas por, no
mínimo, três outras pessoas. Uma delas é geralmente um padre mais jovem e menos
experiente que está ou esteve sob treinamento para realização de exorcismos.
Seu papel central é continuar o exorcismo e assumir o ritual, caso o
exorcista fique muito fraco para continuar ou se ele morrer.
A
segunda pessoa que serve de assistente para o exorcista é, na maioria dos
casos, um médico cuja responsabilidade é administrar qualquer medicação ou
tratamento que a vítima da possessão precise, pois sob nenhuma circunstância o
exorcista pode fazer isso.
A
terceira pessoa é tradicionalmente um homem parente da pessoa possuída -
normalmente o pai, irmão ou marido. Em alguns casos pode ser um amigo de
confiança da família. Mas, em qualquer caso, é imperativo que esteja em boas
condições de saúde e seja forte - tanto física como mentalmente. Se a pessoa
possuída é uma mulher, muitos exorcistas providenciam que outra mulher esteja
presente durante o ritual para evitar escândalos.
Antes
de realizar o ritual do exorcismo, é costumeiro que o padre faça uma boa
confissão e seja absolvido de todos os seus pecados para o caso de o
espírito ou demônio que ele enfrentará tente usá-los contra ele durante o
ritual.
Ele
então veste os trajes necessários para os padres exorcistas (uma sobrepeliz e
uma estola roxa) e inicia o ritual. Durante o exorcismo, certas orações
prescritas, tais como o Peter Noster (o Pai-Nosso), as Litanias dos
Santos e o Salmo 53, são recitadas sobre o indivíduo possuído, frequentemente
em latim, uma vez que se acredita que as orações são mais eficientes
quando recitadas nessa antiga língua.
Ao
longo dessas recitações, o exorcista tradicionalmente faz o sinal-da-cruz, lê
as escrituras e, às vezes, coloca suas mãos sobre a vítima. Ele também exige
que o espírito maligno ou demônio que possuiu a pessoa revele seu nome e
natureza, sucumba ao Filho de Deus e deixe sua vítima humana em paz.
Quando
o espírito maligno ou demônio finalmente parte, o exorcista reza a Jesus Cristo
e pede que ele conceda sua divina ajuda e proteção à pessoa, que normalmente
não retém memórias claras de sua possessão demoníaca ou do exorcismo.
Se,
todavia, o ritual de exorcismo não é bem-sucedido em expulsar o espírito
maligno ou demônio de sua vítima, ele é então realizado repetidamente até
que a entidade deixe o local. Isso pode levar horas, dias ou até mais tempo.
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