Propaganda

segunda-feira, fevereiro 05, 2024

Ritual Romano


 

O Ritual Romano é um livro litúrgico que contém todos os rituais normalmente administrados por um padre, incluindo o único ritual formal para exorcismo sancionado pela igreja Católica Romana até finais século do XX ritual para abençoar água, imagens e etc.

Além do exorcismo de demônios, esse manual de serviço para padres também contém instruções para o exorcismo de casas e outros lugares que se acredita estarem infestados por entidades malignas.

Escrito no ano de 1614 durante o papado do Papa Paulo V, o Ritual Romano (Rituale Romanum) alertava os padres contra realizar os ritos de exorcismo em indivíduos que não estejam realmente possuídos.

Mas com o avanço da ciência médica que podia diagnosticar com maior precisão doenças tanto físicas quanto mentais, os casos de possessão real - demoníaca (extremamente "rara"; na verdade não comprovada) e espiritual (comum) - tornaram-se muito mais difíceis de determinar.

Muito do que se acreditava ser possessão demoníaca agora é diagnosticado como sendo esquizofrenia, paranoia, distúrbio de múltipla personalidade, disfunções sexuais, histeria, e outras neuroses resultantes de obsessões e terrores da infância.

Desde sua publicação inicial no século XVII, o manual permaneceu inalterado até 1952, quando duas pequenas alterações no texto do ritual do exorcismo foram feitas. Essas revisões mudaram, por exemplo, o texto em uma linha que dizia "sintomas de possessão são sinais da presença do demônio" para "sintomas de possessão podem ser sinal de demônio".

Em outra sentença original, referia à pessoas sofrendo de condições além da possessão demoníaca ou espiritual como "aqueles que sofrem de melancolia ou outras enfermidades", e foi modificada para "aqueles que sofrem de enfermidades, particularmente enfermidades mentais".

Há padres, em número cada vez maior, que acreditam na existência de possessão demoníaca e enumeram sinais que indicam sua presença. De acordo com esses membros do clero, se um indivíduo demonstra habilidades paranormais, manifesta força física sobre-humana e, principalmente, fala em línguas desconhecidas, então ele pode ser um candidato para o ritual de exorcismo.

A Igreja pode considerar esse indivíduo possuído quando os sintomas citados anteriormente são acompanhados de repulsa extrema por objetos sagrados. Um padre treinado na expulsão de demônios e espíritos malignos é então convocado e, somente após receber permissão de um bispo, pode realizar o centenário ritual do exorcismo.

O Ritual

Exorcistas raramente ou nunca trabalham sozinhos. Normalmente são auxiliadas por, no mínimo, três outras pessoas. Uma delas é geralmente um padre mais jovem e menos experiente que está ou esteve sob treinamento para realização de exorcismos. Seu papel central é continuar o exorcismo e assumir o ritual, caso o exorcista fique muito fraco para continuar ou se ele morrer.

A segunda pessoa que serve de assistente para o exorcista é, na maioria dos casos, um médico cuja responsabilidade é administrar qualquer medicação ou tratamento que a vítima da possessão precise, pois sob nenhuma circunstância o exorcista pode fazer isso.

A terceira pessoa é tradicionalmente um homem parente da pessoa possuída - normalmente o pai, irmão ou marido. Em alguns casos pode ser um amigo de confiança da família. Mas, em qualquer caso, é imperativo que esteja em boas condições de saúde e seja forte - tanto física como mentalmente. Se a pessoa possuída é uma mulher, muitos exorcistas providenciam que outra mulher esteja presente durante o ritual para evitar escândalos.

Antes de realizar o ritual do exorcismo, é costumeiro que o padre faça uma boa confissão e seja absolvido de todos os seus pecados para o caso de o espírito ou demônio que ele enfrentará tente usá-los contra ele durante o ritual.

Ele então veste os trajes necessários para os padres exorcistas (uma sobrepeliz e uma estola roxa) e inicia o ritual. Durante o exorcismo, certas orações prescritas, tais como o Peter Noster (o Pai-Nosso), as Litanias dos Santos e o Salmo 53, são recitadas sobre o indivíduo possuído, frequentemente em latim, uma vez que se acredita que as orações são mais eficientes quando recitadas nessa antiga língua.

Ao longo dessas recitações, o exorcista tradicionalmente faz o sinal-da-cruz, lê as escrituras e, às vezes, coloca suas mãos sobre a vítima. Ele também exige que o espírito maligno ou demônio que possuiu a pessoa revele seu nome e natureza, sucumba ao Filho de Deus e deixe sua vítima humana em paz.

Quando o espírito maligno ou demônio finalmente parte, o exorcista reza a Jesus Cristo e pede que ele conceda sua divina ajuda e proteção à pessoa, que normalmente não retém memórias claras de sua possessão demoníaca ou do exorcismo.

Se, todavia, o ritual de exorcismo não é bem-sucedido em expulsar o espírito maligno ou demônio de sua vítima, ele é então realizado repetidamente até que a entidade deixe o local. Isso pode levar horas, dias ou até mais tempo.


0 Comentários: