Há quem
diga que todas as noites são feitas de sonhos, como se o véu da escuridão
tecesse fantasias para a alma. Mas há também quem jure, com convicção, que
apenas as noites de verão, aquecidas pelo sopro morno do vento, são
verdadeiramente oníricas.
No fundo,
pouco importa a estação ou a hora. O que realmente pulsa no coração dessa
questão não é a noite em si, mas os sonhos que ela carrega. Sonhos que o homem
tece incessantemente, seja com os olhos fechados, imerso no repouso, ou com a
alma desperta, vagando pelos confins da imaginação.
Em
todos os lugares, sob céus estrelados ou telhados de cidades inquietas, o homem
sonha. Sonha nas planícies vastas, onde o horizonte parece sussurrar promessas,
e nas vielas estreitas, onde a vida pulsa em segredos.
Sonha nas
primaveras perfumadas, nos outonos de folhas dançantes, nos invernos que
congelam o corpo, mas não o espírito, e, claro, nas noites quentes de verão,
quando o ar parece vibrar com possibilidades.
Dormindo,
ele navega por mares de fantasias, onde dragões dançam e castelos flutuam.
Acordado, ele constrói castelos no ar, traça destinos impossíveis e pinta o
futuro com as cores da esperança.
Certa
vez, em uma vila esquecida pelo tempo, um velho contador de histórias reuniu
crianças e adultos sob a luz de uma fogueira. Ele dizia que os sonhos, sejam
noturnos ou diurnos, são o idioma da alma, um murmúrio do coração que não se
cala.
Contou
de um jovem que, acordado, sonhava com terras distantes e, ao dormir, viajava
até elas, guiado por estrelas que só ele enxergava. A cada amanhecer, o jovem
acordava com o peito cheio de coragem, pronto para transformar seus sonhos em
passos reais.
E
assim, noite após noite, dia após dia, ele cruzou montanhas e rios, até que
seus sonhos se tornaram a própria vida. Porque os sonhos não conhecem
fronteiras, nem de tempo, nem de espaço.
Eles
são a chama que aquece o homem nas noites frias, o vento que o impulsiona nas
manhãs cinzentas, a melodia que embala seus dias.
Seja
sob o manto da noite ou à luz do sol, o homem sonha sempre - e é nesse sonhar
que ele encontra sentido, que ele se reinventa, que ele vive.
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