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domingo, julho 16, 2023

O sentido da vida - Do Livro de Viktor Frankl

Viktor Frankl, um médico que sobreviveu ao campo de concentração alemão na segunda guerra mundial. 


O sentido da vida - Do Livro de Viktor Frankl - O que se faz necessário aqui é uma viravolta em toda a colocação da pergunta pelo sentido da vida.

Precisamos aprender e também ensinar às pessoas em desespero que a rigor nunca e jamais importa o que nós ainda temos a esperar da vida, mas sim exclusivamente o que a vida espera de nós.

Falando em termos filosóficos, se poderia dizer que se trata de fazer uma revolução copernicana. 

Não perguntamos mais pelo sentido da vida, mas nos experimentamos a nós mesmos como os indagados, como aqueles aos quais a vida dirige perguntas diariamente e a cada hora.

Perguntas que precisamos responder, dando a resposta adequada não através de elucubrações ou discursos, mas apenas através da ação, através da conduta correta. 

Em última análise viver não significa outra coisa que arcar com a responsabilidade de responder adequadamente às perguntas da vida, pelo cumprimento das tarefas colocadas pela vida a cada indivíduo, pelo cumprimento da exigência do momento.

Essa exigência, e com ela o sentido da existência, altera-se de pessoa para pessoa e de um momento para o outro. Jamais, portanto, o sentido da vida humana pode ser definido em termos genéricos, nunca se poderá responder com validade geral a pergunta por este sentido.

A vida como a entendemos aqui não é nada vago, mas sempre algo concreto, de modo que também as exigências que a vida nos faz sempre são bem concretas. 

Esta concreticidade está dada pelo destino do ser humano, que para cada um sempre é algo único e singular.

Nenhum ser humano e nenhum destino pode ser comparado com outro; nenhuma situação se repete. E em cada situação a pessoa é chamada a assumir outra atitude.

Para a sua situação concreta exige dela que ela aja, ou seja, que ela procure configurar ativamente o seu destino; ora, que ela aproveite uma oportunidade para realizar valores simplesmente vivenciando (por exemplo, gozando); outra vez, que ela simplesmente assuma o seu destino.

“Mas sempre é assim que toda e qualquer situação se caracteriza, por esse caráter único e exclusivo que somente permite uma única resposta” correta à pergunta contida na situação concreta.

Quando um homem descobre que seu destino é sofrer, tem que ver neste sofrimento uma tarefa sua e única.

Mesmo diante do sofrimento, a pessoa precisa conquistar a consciência de que ela é única e exclusiva em todo o cosmo-centro deste destino sofrido.

Ninguém pode assumir dele isso, e ninguém pode substituir a pessoa no sofrimento. Mas na maneira como ela própria suporta este sofrimento está também à possibilidade de uma vitória única e singular.

Para nós, no campo de concentração, nada disso era especulação inútil sobre a vida. Essas reflexões eram a única coisa que ainda podia ajudar-nos, pois esses pensamentos não nos deixavam desesperar quando não enxergávamos chance alguma de escapar com vida. 

O que nos importava já não era mais a pergunta pelo sentido da vida como ela é tantas vezes colocada, ingenuamente, referindo-se a nada mais do que a realização de um alvo qualquer através de nossa produção criativa. 

O que nos importava era o objetivo da vida naquela totalidade que incluiu a morte e assim não somente atribui sentido à "vida", mas também ao sofrimento e à morte. Este era o sentido pelo qual estávamos lutando!

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