"Talvez algum dia a solidão
venha a ser adequadamente reconhecida e apreciada como mestra da personalidade.
Há muito que os orientais o sabem. O indivíduo que teve a experiência da
solidão não se torna vítima fácil da sugestão das massas."
Albert Einstein
No campo da
psicologia, a sugestão é a influência que
um indivíduo exerce sobre o poder de decisão de um ou mais indivíduos.
Quando acontece sob efeito de hipnose, é chamada de sugestão hipnótica.
Segundo os filósofos Oscar Bloch
e Walther von Wartburg, o termo "sugestão" apresenta uma conotação
pejorativa desde seu aparecimento em 1174. O termo é associado às ideias de
bruxaria e de práticas diabólicas.
A mesma coisa ocorre com o verbo
"sugerir" aparecido no fim do Século XV. Em suas "Meditações
sobre o evangelho", Jacques-Bénigne Boussuet denuncia as
"sugestões do demônio".
Foi necessário chegar ao meio do
Século XIX para que Émile Littré notasse que a sugestão, às vezes,
tem um sentido positivo.
Sugestão
e Hipnose
Mencionada pelo médico James
Braid a propósito da hipnose, depois por Ambroise-Auguste Liébeault, a
sugestão foi, sobretudo, definida e colocada no centro do processo
psicoterápico por Hippolyte Bernheim.
Em 1884, Bernheim definiu-a como
"ato pelo qual uma ideia é introduzida no cérebro e por ele
aceite".
Segundo Bernheim, Joseph
Delboeuf e os outros membros da Escola de Nancy (também chamada
Escola da Sugestão), é a sugestão que explica a hipnose, e não um fenômeno
fisiológico qualquer.
Eles opuseram-se assim a Jean-Martin
Charcot e Pierre Janet, da Escola da Salpêtrière.
Nesta polêmica opondo as duas
escolas, Janet declarou, em 1889: "não estou disposto a acreditar que a
sugestão possa explicar tudo e, particularmente, que ela mesma possa se
explicar".
Porém Janet e Bernheim estavam de
acordo com a ideia segundo a qual a sugestionabilidade não era obrigatoriamente
ligada à hipnose. Janet escreveu, no seu livro "O automatismo
psicológico", que "a sugestionabilidade podia ser total fora do
sonambulismo; e talvez pudesse estar completamente ausente num estado de
sonambulismo completo".
Então, Bernheim deduziu, em 1891,
que a psicoterapia sugestiva atuava tão bem ou até melhor sem hipnose.
Encontramos uma ideia análoga em Milton Erickson, para quem a hipnose podia muito
bem ocorrer sem ritual hipnótico.
O farmacêutico Émile Coué, autor
do célebre método conhecido como "método Coué", aprendeu as técnicas
de sugestão de Liébeault e Bernheim em 1885.
Sugestão e Psicanálise
Na polêmica que opôs seus dois
professores, Bernheim e Charcot, Sigmund Freud defendeu uma posição
próxima da Escola da Salpêtrière.
Em 1921, voltando a falar do
assunto, ele declarou que sua resistência à tirania da sugestão levou-o a se
revoltar contra o fato de que a sugestão, que explicaria tudo, não precisaria
ser explicada.
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