Apenas os loucos e os solitários podem se dar ao luxo de serem eles
mesmos. Os solitários não têm ninguém a quem agradar; vivem
fora do alcance dos julgamentos, alheios às expectativas que moldam a maioria.
Já os loucos, esses, romperam de vez com as correntes
invisíveis da aprovação. Não pedem licença para existir - apenas existem, com
toda a intensidade e estranheza que isso carrega.
Ambos
caminham à margem da normalidade: um por opção silenciosa, o outro por impulso
irrefreável. E talvez, no fundo, sejam os únicos verdadeiramente livres.
Os
solitários conversam com seus pensamentos em longas madrugadas insones,
conhecem os próprios abismos e aprendem a admirar a solidão como quem observa o
mar - ora calmo, ora violento, mas sempre profundo.
Não há máscaras em seus rostos nem necessidade de
performance. Eles não precisam fingir para manter ninguém por perto.
Os
loucos, por sua vez, são como tempestades: imprevisíveis, sinceros demais,
perigosamente autênticos. Dizem o que pensam sem pensar no que dizem.
Riem alto quando deveriam chorar. Enxergam conexões
que o mundo “são” não vê. E por isso assustam, mas também encantam. Porque há
beleza na desordem que habita suas almas.
Em um
mundo que exige coerência e conveniência, ser verdadeiro é um ato radical. Por
isso só os que não têm nada a perder - ou não se importam em perder - ousam ser
o que são.
E talvez, só talvez, sejam eles os mais lúcidos de todos.
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