Na minha janela e olhos
fixos na vastidão do horizonte, aprecio a natureza e seus fenômenos, tentando
entender alguns.
O sol baixa vagarosamente. Há
um rubor dourado nas águas do mar que vai mudando para vermelho púrpuro e
depois... entorpecendo em cores cinza prenunciando as sombras da noite.
Observo tudo com um olhar
deprimido. As folhas das árvores agitadas pelo vento furioso. Parece trazer um
lamento aos meus ouvidos.
Há algo de triste no
aspecto da natureza. Compartilho dessa nostalgia com o rosto entristecido.
Talvez não seja a maneira
prudente de alguém gastar o tempo. Mas uma tarde melancólica consegue-me
influenciar.
Uma tristeza me acompanha
eternamente. Nos momentos de calmaria, me deixo dominar por lembranças do
passado. O cenário propicia.
Sinto uma decepção, um
fracasso, uma impotência. Sonhei, sonhei e sonho!
O tempo vai passando, os
anos se amontoando em mim. Nada aconteceu!
Já é noite e continuo na
minha janela. Olho para o céu negro. Estou cansado da luta. A vida não foi boa
comigo.
Amei alguém. A morte me
roubou. Olho as estrelas e as imagino piscando na sepultura do meu amor. Fecho
os olhos e imagino a relva que cobre o túmulo. Flores brancas e vermelhas, de
todas as cores.
Vejo-me deitado ao lado
dela, na mesma urna. Em repouso e livre de cuidados. Os olhos lacrimejam. Os
lábios tremem. Um soluço salta do fundo do meu ser.
Volto à realidade e vou
para minha cama com minha companheira. A solidão!
Francisco Silva Sousa - Foto: Pixabay
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