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sexta-feira, agosto 02, 2024

Helena de Tróia


 

Na mitologia grega, Helena era filha de Zeus e da rainha Leda, irmã gêmea da rainha Clitemnestra de Micenas, irmã de Castor e de Pólux e esposa do rei Menelau de Esparta.

Quando tinha onze anos foi raptada pelo herói Teseu, porém, seus irmãos Castor e Pólux a levaram de volta a Esparta.

Helena possuía a reputação de mulher mais bela do mundo. Helena tinha diversos pretendentes, que incluíam muitos dos maiores heróis da Grécia, e o seu pai adotivo, Tíndaro, hesitava tomar uma decisão em favor de um deles temendo enfurecer os outros.

Finalmente um dos pretendentes, Odisseu (cujo nome latino era Ulisses), rei de Itaca, resolveu o impasse propondo que todos os pretendentes jurassem proteger Helena e o marido que ela escolhesse, qualquer que fosse.

Helena então se casou com Menelau, que se tornou rei de Esparta. Ela é descrita por Homero como de “faces rosadas”, Ibico, Safo e Estesícoro se referem a ela como “loira”.

Helena de Tróia

Numa viagem a Esparta, Páris encontra a princesa Helena, que está casada com Menelau, irmão de Agamenon, filhos de Altreu, rei de Micenas. Após nove dias entretendo Páris, Menelau, no décimo, parte para Creta, para os rituais fúnebres de Catreu, seu avô materno. 

Helena e Páris fogem para Troia, abandonando Hermione, então com nove anos de idade; Menelau, Agamenon, e outros reis juntam-se numa guerra contra Troia. Em princípio para resgatar Helena e vingar Menelau, mas na realidade com interesses econômicos também.

A guerra dura dez anos. Heitor e Aquiles morrem. Um dia, os troianos percebem que o acampamento de seus inimigos está vazio, e imaginam que finalmente abandonaram a guerra. Encontram por ali um enorme cavalo de madeira que acreditam ser um presente, e o carregam para dentro de suas muralhas.

Porém, tudo não passava de uma armadilha criada por Odisseu para conseguir invadir o território inimigo, assim de noite, quando os troianos estavam dormindo, os soldados começam a sair de dentro do cavalo e a atacar a cidade, agora indefesa. A guerra é vencida pelos gregos.

Existem várias versões sobre o fim de Helena. Segundo Pausânias, após a morte de Menelau, ela foi expulsa do reino pelo seu enteado, Nicostrato. Foi morar com a rainha Polixo de Rodes, que fingiu ser sua amiga, mas queria vingança pela morte do marido Tlepólemo.

Quando Helena estava tomando banho, a rainha mandou as servas vestidas de Erinias a enforcarem. Após a morte foi para a ilha de Pelegos.

quinta-feira, agosto 01, 2024

Bruce Ismay - Proprietário da White Star Line




J. Bruce Ismay: O Controverso Legado do Presidente da White Star Line.

Joseph Bruce Ismay (12 de dezembro de 1862 - 17 de outubro de 1937) foi um proeminente empresário britânico, conhecido por sua liderança como presidente da White Star Line, uma das maiores companhias de navegação do início do século XX.

Apesar de suas contribuições para a indústria marítima, Ismay é lembrado principalmente por sua associação com o trágico naufrágio do RMS Titanic em 1912, um evento que manchou irreversivelmente sua reputação.

Primeiros Anos e Ascensão na White Star Line

Nascido em Crosby, um subúrbio de Liverpool, Inglaterra, Ismay era filho de Thomas Henry Ismay, fundador da White Star Line, uma companhia de navegação que se destacou pela construção de transatlânticos de luxo.

Após a morte de sua mãe quando tinha apenas 12 anos, Ismay foi educado em instituições de prestígio, incluindo a Harrow School. Na juventude, ele viajou pelo mundo, adquirindo uma visão global que influenciaria sua carreira.

Após um período em Nova York trabalhando como agente da White Star Line, ele retornou à Inglaterra e ingressou oficialmente na empresa de seu pai. Em 1899, com a morte de Thomas, Bruce assumiu a presidência da companhia, aos 37 anos, herdando a responsabilidade de liderar uma das maiores empresas de navegação do mundo.

Sob sua gestão, a White Star Line buscou competir com a rival Cunard Line, que dominava o mercado transatlântico com navios rápidos como o Lusitania e o Mauretania. Ismay, um homem de visão ambiciosa, decidiu que a White Star se destacaria não pela velocidade, mas pelo luxo, conforto e grandiosidade de seus navios.

A Classe Olympic e o Sonho dos Gigantes dos Mares

Em 1907, Ismay uniu forças com William James Pirrie, presidente dos estaleiros Harland & Wolff, em Belfast, para projetar a Classe Olympic, uma série de três transatlânticos que seriam os maiores e mais luxuosos do mundo: o Olympic, o Titanic e o Britannic.

Esses navios foram concebidos para oferecer uma experiência incomparável aos passageiros, com interiores opulentos, cabines de primeira classe que rivalizavam com hotéis de luxo e inovações tecnológicas, como sistemas de compartimentos estanques que, supostamente, tornariam os navios “inafundáveis”.

Ismay supervisionou de perto a construção dos navios, garantindo que cada detalhe atendesse aos padrões de excelência da White Star. Ele esteve presente na viagem inaugural do RMS Olympic, em junho de 1911, que foi um sucesso e consolidou a reputação da companhia.

No entanto, o Olympic também enfrentou problemas iniciais, como uma colisão com o cruzador HMS Hawke em setembro de 1911, o que levantou questionamentos sobre a segurança dos projetos da White Star.

O Naufrágio do Titanic e a Queda de Ismay

Em abril de 1912, Ismay embarcou na viagem inaugural do RMS Titanic, o maior e mais luxuoso navio já construído. Ele viajava como passageiro, mas também como representante da White Star, acompanhando o desempenho do navio.

Na noite de 14 de abril, o Titanic colidiu com um iceberg no Atlântico Norte e afundou nas primeiras horas do dia 15, resultando na morte de mais de 1.500 pessoas, em uma das maiores tragédias marítimas da história.

Ismay sobreviveu ao naufrágio ao embarcar no bote salva-vidas nº C, um dos últimos a deixar o navio. Sua decisão de ocupar um lugar em um bote destinado prioritariamente a mulheres e crianças gerou uma onda de críticas.

A imprensa britânica e americana o retratou como covarde, acusando-o de abandonar o navio enquanto passageiros e tripulantes morriam. Relatos da época sugerem que Ismay estava em estado de choque durante o resgate, mas isso não abrandou a opinião pública.

Pior ainda, investigações posteriores revelaram que a decisão de reduzir o número de botes salva-vidas a bordo do Titanic - de 48, como inicialmente planejado, para apenas 20 (16 botes principais e 4 botes dobráveis) - foi influenciada por Ismay.

Ele teria argumentado que botes adicionais comprometeriam a estética do convés e que o navio era seguro o suficiente para não precisar de mais. Essa escolha, embora estivesse em conformidade com as normas marítimas da época, que exigiam botes para apenas um terço dos passageiros, foi vista como negligente após a tragédia, intensificando a ira contra Ismay.

Há também especulações de que Ismay pressionou o capitão Edward Smith a manter o Titanic em alta velocidade, apesar dos avisos de icebergs. Embora não haja evidências concretas de que ele tenha dado ordens diretas, testemunhos sugerem que ele incentivava a busca por uma travessia rápida para impressionar a imprensa e os investidores. Essas acusações, verdadeiras ou não, contribuíram para sua imagem de vilão.

Consequências e Isolamento

Após o naufrágio, Ismay enfrentou um linchamento público. Jornais o chamaram de “J. Brute Ismay” e publicaram caricaturas que o ridicularizavam. Ele recebeu mensagens ameaçadoras e foi abandonado por muitos amigos e colegas.

Durante as investigações oficiais nos Estados Unidos e no Reino Unido, Ismay testemunhou, defendendo suas ações, mas suas explicações foram recebidas com ceticismo. A pressão pública e a culpa pessoal pesaram sobre ele, levando-o a um isolamento social crescente.

Em 1913, menos de um ano após a tragédia, Ismay renunciou à presidência da White Star Line e a outros cargos em organizações relacionadas, como a International Mercantile Marine Company (IMM), que controlava a White Star.

Apesar de se afastar da liderança, ele continuou ativo no setor de negócios, gerenciando empresas em Londres e Liverpool. Demonstrando um lado menos conhecido, Ismay também se envolveu em filantropia, fundando duas instituições de caridade: o Fundo de Pensão para Marinheiros da White Star Line e uma organização para apoiar famílias de vítimas de naufrágios.

Últimos Anos e Legado

Em 1934, Ismay testemunhou a fusão da White Star Line com sua rival, a Cunard Line, formando a Cunard-White Star. No mesmo ano, ele se aposentou da vida pública, retirando-se para uma propriedade em Costelloe, na Irlanda, onde viveu de forma discreta.

Sua saúde deteriorou-se nos últimos anos, agravada por uma trombose que o levou à morte em 17 de outubro de 1937, aos 74 anos, em Londres.

O legado de J. Bruce Ismay permanece profundamente ligado ao Titanic. Embora tenha sido um empresário visionário que ajudou a moldar a era de ouro dos transatlânticos, sua reputação nunca se recuperou do naufrágio.

Ele é frequentemente retratado como uma figura trágica, vítima tanto de suas próprias decisões quanto da fúria pública. Em filmes, como Titanic (1997), de James Cameron, e documentários, como os produzidos pela BBC e pelo History Channel, Ismay é apresentado como um símbolo de arrogância e negligência, embora alguns historiadores defendam que ele foi injustamente transformado em bode expiatório.

Impacto Cultural e Reflexões

A história de Ismay levanta questões sobre responsabilidade, liderança e moralidade em tempos de crise. Sua decisão de embarcar no bote salva-vidas, embora tecnicamente legítima (não havia mais mulheres ou crianças nas proximidades do bote C), chocou uma sociedade que valorizava o sacrifício masculino em prol dos mais vulneráveis.

Além disso, a redução dos botes salva-vidas, embora aprovada pelas autoridades marítimas, reflete as falhas sistêmicas da época, como a crença na invencibilidade dos grandes navios.

Apesar das críticas, é importante contextualizar que Ismay não foi o único responsável pela tragédia. A falta de regulamentações rigorosas, a pressão comercial por travessias rápidas e a confiança excessiva na tecnologia contribuíram para o desastre.

Ainda assim, Ismay carregou o peso de ser a face pública da White Star Line durante o pior momento de sua história. Hoje, a figura de Ismay continua a fascinar e dividir opiniões.

Para alguns, ele foi um homem de negócios que cometeu erros fatais; para outros, um bode expiatório de uma tragédia maior. Sua vida é um lembrete das complexidades da liderança em tempos de crise e do preço que se paga por decisões tomadas sob pressão.

Iceberg



Um iceberg e sua sombra dividindo a imagem em quatro quadrantes perfeitos. Não há fim para o que começou o mundo e para o que o terminará... 

A natureza é mais: é pureza, é leveza, é tudo! A natureza não tem limite, e é infindável. Basta ter sensibilidade e verá em cada pedacinho do Universo fenômenos inexplicáveis em volta.

Iceberg

Um iceberg é um bloco ou massa de gelo de grandes proporções que, tendo-se desprendido de uma geleira (por exemplo, das existentes nas calotas polares, originárias da era glacial), de um glaciar ou de uma plataforma de gelo continental, vagueia pelo mar, levado pelas águas dos mares árticos ou antárticos.

Icebergs são constituídos primordialmente de água doce, conquanto não puramente, dado que podem trazer em seu interior outros corpos (animais, fósseis ou não). Não se devem confundir com banquisas (plataformas de água do mar congelada no inverno), que raramente resistem ao verão.

De cada iceberg, apenas cerca de 10% da sua massa (ou volume, dado que a massa especifica da água, mesmo no estado sólido, é significantemente próxima de 1 g.cm−3) emerge à superfície.

A rigor, a massa especifica do gelo em condições polares vale 0,917 g.cm−3, e permanece essencialmente constante durante toda a "vida" útil do bloco como tal, embora lenta, mas progressivamente crescente com o decurso do tempo e o contato com o meio por onde flutua.

Os demais cerca de 90% permanecem submersos, donde o enorme perigo que conferem especialmente à navegação. Em se tratando de dimensões lineares, notadamente a altura, tem-se que, em média, cerca de 1/7 do iceberg aflora, emerso, à superfície, enquanto os demais 6/7 constituem a porção oculta, o lastro submerso da massa polar flutuante.

A flutuação do iceberg decorre do fato físico de apresentar o gelo polar (de água doce) massa especifica (ou densidade absoluta) de cerca de 0,917 g.cm−3, enquanto a água do mar, por ser solução salina, apresenta massa específica necessariamente maior do que 1 g.cm−3 (em média, 1,025 g.cm−3).

Assim, pelo Princípio de Arquimedes, o iceberg necessariamente flutua na água do mar. As dimensões lineares (alturas) e as massas e os volumes emerso e imerso (submerso) calculam-se pelas leis hidrostáticas.

Desse fato concreto da natureza decorre o dito popular (conotativo) de que algo "é apenas a ponta do aicebergue", para se referir algo (empreendimento, problema, concreto ou abstrato, ou situação) que aparenta ser de simples enfrentamento ou solução, quando, na verdade, é de complexidade ou envergadura consideravelmente maior, a inspirar, pois, por cuidados maiores que os apenas evidentes.

O exemplo mais conhecido de colisão naval com um iceberg é o episódio do naufrágio do transatlântico RMS Titanic em 14 de abril de 1912.

quarta-feira, julho 31, 2024

Elevador Bailong


 

Elevador Bailong é um elevador de vidro com engenharia impressionante, construído na lateral de um enorme penhasco com 326 metros de altura. É considerado o elevador externo mais alto e pesado do mundo.

Localizado no Parque Florestal Nacional de Zhangjiajie, na província de Hunan, na China, é famoso pelos espetaculares pilares montanhosos de arenito que se erguem do solo da floresta e circulam o elevador.

A construção começou em 1999 e, após um investimento de cerca de US$ 20 milhões, o elevador Bailong foi aberto ao público em 2002. Túneis e poços foram cavados para acomodar os três corredores de vidros que formam os elevadores de dois andares.

Parte da altura fica embutida dentro da parede da montanha, conforme o elevador sobe, os visitantes são surpreendidos com a paisagem que de repente surge.

São três elevadores que funcionam em paralelo, oferecendo vistas incríveis das montanhas e florestas. Cada elevador tem capacidade para 50 passageiros por vagão.

É também o elevador turístico de tráfego de passageiros mais rápido do mundo com a maior capacidade de carga. Cada vagão é equipado com detectores de terremoto para permitir uma evacuação rápida caso necessário.

Curiosidade: As montanhas de pedra ao redor do elevador inspiraram as montanhas flutuantes do filme "Avatar”. (Via: Experiências Incríveis)


Histórico da Inquisição


Histórico da Inquisição - O Papa Gregório IX, durante o seu pontificado, editou duas bulas que marcam o reinício da Inquisição: Excommunicamus et anathematisamus em 1231, que já previa a pena de morte para os hereges, e em 20 de abril de 1233, Licet ad Capiendos

Nos séculos seguintes, a Inquisição julgou, absolveu ou condenou e entregou ao Estado - para que as penas fossem aplicadas - vários de seus inimigos propagadores de heresias. Nesta etapa, foi confiada à recém-criada ordem dos Pregadores (os Dominicanos).

A privação de benefícios espirituais era a não administração de sacramento aos heréticos, onde, caso houvesse reputação, deveria ser chamada a intervir a autoridade não religiosa (casos de agressão verbal ou física). Se nem assim a pessoa quisesse arrepender-se eram dadas, conscientemente, como anátema (reconhecimento oficial da excomunhão), "censuras eclesiásticas inapeláveis".

Conforme o Concilio de Viana, de 1311, obrigava-se os inquisidores a recorrerem à tortura apenas mediante aprovação do bispo diocesano e de uma comissão julgadora, em cada caso. A tortura era um meio incluído no interrogatório.

Durante a Cruzada Albigense, os Valdenses tinham sido igualmente perseguidos, com um menor número de vítimas, pois ao contrário dos Cátaros, evitavam defender-se pelas armas, preferindo fugir á frente dos exércitos da Igreja Romana e estabelecer-se noutros locais.

O primeiro caso conhecido de julgamento de um valdense por um tribunal da inquisição deu-se mais de um século após o início do movimento, em 1316. Nesse ano, um valdense foi sentenciado a prisão perpétua e outro queimado na fogueira. Em 1319, outros 26 foram presos e outros três condenados à morte.

Foi apenas em 1487 que o Papa Inocêncio VIII declarou uma Cruzada contra os Valdenses. O Papa reuniu um exército de 18 mil homens para matar ou prender todos os valdenses, forçando-os a ir até aos Alpes, onde sofreram dificuldades, mas permaneceram durante muitas décadas a seguir.

Bem mais tarde, já em pleno século XV, os reis de Castela e Aragão, Isabel e Fernando, solicitam, e obtêm do Papa a autorização para a introdução de uma Inquisição. 

Tal instituição afigurava-se lhes- necessária para garantir a coesão num país em unificação (foi do casamento destes dois monarcas que resultou a Espanha) e que recentemente conquistara terras aos mouros muçulmanos na Península Ibérica e os judeus sefarditas, por forma a obter «unidade» nacional que até ali nunca existira. A ação do Tribunal do Santo Ofício tratou de mais casos depois da conversão de alguns judeus e mouros que integravam o novo reino. 

Alguns deles foram obrigados a renegar as suas religiões e a aderir ao cristianismo ou a abandonar o país. A estes é dado o nome de "cristãos-novos". Alguns esqueciam de fato a religião dos seus antepassados, enquanto outros continuavam a praticar secretamente a antiga religião. 

A esses últimos dá-se o nome de criptojudeus. Eram frequentes os levantamentos populares e as denúncias de práticas judaizantes aos inquisidores.

Mais tarde, em certas regiões da Itália e em Portugal, o Papa autorizou a introdução de instituições similares, em condições diferentes. No caso de Portugal, a recusa do Papa ao pedido, tendo visto os abusos da Espanha, mereceu que o rei tivesse como alternativa ameaçar com a criação de uma "inquisição" régia, que segundo ele era coisa urgente para o reino. 

De fato, a introdução da Inquisição em Portugal resultou das pressões espanholas que, para além de uma sinceridade zelota, não queriam ver o reino rival beneficiar-se com os judeus e mouriscos expulsos de Espanha.

O historiador Oliver Tosseri comenta:

"A memória coletiva acabou retendo o episódio da cruzada contra os albigenses, lançada pelos grandes barões do norte da França para acabar com a heresia dos cátaros no sul do país entre 1208 e 1249. Mas foi, sobretudo, o fanatismo do inquisidor espanhol Tomás de Torquemada, no século XV, que marcou definitivamente o espírito do Ocidente europeu.

 Então vieram a Reforma protestante do Século XVI, o antipapismo da Igreja Anglicana, a luta do iluminista Voltaire contra o obscurantismo e, finalmente, o anteclericalismo dos séculos XIX e XX e: um conjunto de elementos que pintaram um quadro tenebroso e distorcido da Inquisição. E essa é a imagem que ainda repousa na mentalidade de nosso tempo.

Neste momento, estamos diante da "apropriação penal" dos discursos, ato que justificou por muito tempo a destruição de livros e a condenação dos seus autores, editores ou leitores. Como lembrou Chartier: " A cultura escrita é inseparável dos gestos violentos que a reprimem". 

Ao enfatizar o conceito de perseguição enquanto o reverso das proteções, privilégios, recompensas e pensões concedidas pelos poderes eclesiásticos e pelos príncipes, este autor retoma os cenários da queima dos livros que, enquanto espetáculo público do castigo, inverte a cena da dedicatória.

terça-feira, julho 30, 2024

Desafio da Gravidade


 

Montanha e cabras selvagens não sabem o que é a gravidade! Eles distribuem peso de forma tão habilidosa que até conseguem andar em encostas. Sabe porque é que as cabras das montanhas escalariam paredes feitas à mão suspensas?

É tudo sobre a dieta deles. Os animais são bastante relutantes em comer. Podem comer facilmente musgo, líquens, relva seca, galhos secos e até plantas venenosas.

E é isso que lhes falta desesperadamente nas montanhas, é SAL. Eles estão subindo as barragens altas suspensas (quase 90 graus) nos seus cascos como se fossem de borracha e literalmente a sugar o paredão. E eles fazem tudo isso somente para lamber as paredes e lamber o sal.

O bode foi um dos primeiros animais domesticados. Domesticada no Oriente Médio, aproximadamente 5 mil anos atrás. O leite de cabra é conhecido por ser uma bebida extremamente saudável e é recomendado consumi-lo todos os dias.

O leite ajuda a melhorar a imunidade, restaurar o funcionamento de todos os sistemas do organismo e livrar-se da lentidão. Há cabras que desmaiam quando assustadas. Geralmente, esta condição não é observada por muito tempo e pode durar até 15 segundos.

As cabras têm uma forma invulgar de biselho que lhes permite ver o seu entorno a 340 graus, sem terem de enfrentar um objeto de interesse.

Tal rotunda é essencial para a sobrevivência, pois o animal é herbívoro, e não há outra forma de se proteger do predador.

Edgardo Mortara - Adotado pelo Papa Pio IX


Edgardo Mortara Levi: O Caso que Abalou a Europa do Século XIX

Edgardo Mortara Levi nasceu em 27 de agosto de 1851, em Bolonha, então parte dos Estados Papais, na Itália. Filho de uma família judia, ele se tornou o protagonista de uma das controvérsias mais notórias do século XIX, conhecida como o "Caso Mortara".

O episódio envolveu seu sequestro pelas autoridades dos Estados Papais, sua adoção pelo Papa Pio IX e sua criação como católico, gerando um escândalo internacional que reverberou por décadas e continua a suscitar debates.

Infância e o Sequestro

Edgardo viveu seus primeiros seis anos como judeu, criado por seus pais, Salomone (Momolo) e Marianna Mortara, em uma família de classe média. Em 1858, a vida da família mudou drasticamente quando autoridades dos Estados Papais invadiram sua casa e levaram Edgardo à força.

A justificativa para o sequestro foi que o menino havia sido batizado em segredo, aos dois anos de idade, por Anna Morisi, uma empregada doméstica católica da família.

Segundo Morisi, o batismo ocorreu durante uma grave doença de Edgardo, quando ela temeu pela morte do menino. Nos Estados Papais, uma lei canônica proibia que crianças batizadas como católicas fossem criadas por pais não católicos, mesmo que o batismo tivesse ocorrido sem o consentimento dos pais.

O batismo, cuja veracidade nunca foi plenamente comprovada, foi suficiente para que a Igreja Católica reivindicasse a guarda de Edgardo. Ele foi levado para Roma e internado na Casa dei Catecumeni, uma instituição destinada à conversão de judeus e outros não católicos.

Lá, foi educado como católico sob a tutela pessoal do Papa Pio IX, que desenvolveu um apego especial pelo menino, tratando-o como um filho adotivo.

A Luta dos Pais e a Reação Internacional

Os pais de Edgardo, desesperados, iniciaram uma campanha incansável para recuperar o filho. Durante doze anos, Momolo e Marianna Mortara apelaram às autoridades eclesiásticas, buscaram apoio de líderes judeus e mobilizaram a opinião pública internacional.

No entanto, suas tentativas foram sistematicamente frustradas pelo Papa Pio IX, que se recusou a devolver Edgardo, argumentando que a salvação da alma do menino era mais importante que os laços familiares.

O caso Mortara chocou a Europa e os Estados Unidos, polarizando opiniões e expondo tensões religiosas e políticas. Liberais e movimentos judaicos denunciaram o sequestro como uma violação dos direitos humanos e um exemplo do autoritarismo dos Estados Papais.

Jornais de todo o mundo cobriram o caso, e figuras proeminentes, como o imperador francês Napoleão III e o governo britânico, pressionaram o Vaticano a devolver Edgardo, sem sucesso.

Por outro lado, setores conservadores católicos defenderam a ação da Igreja, alegando que o batismo tornava Edgardo um cristão, cuja educação deveria ser garantida pela Igreja.

O Contexto do Risorgimento

O Caso Mortara ocorreu em um momento crítico da história italiana: o Risorgimento, movimento pela unificação da Itália, que buscava criar um Estado nacional secular e reduzir o poder temporal da Igreja Católica.

Os Estados Papais, governados diretamente pelo Papa, eram vistos como um obstáculo à unificação, e o sequestro de Edgardo intensificou as críticas ao governo teocrático de Pio IX.

O caso foi explorado por líderes do Risorgimento, como Camillo Cavour, para destacar a necessidade de separar Igreja e Estado.

Apesar de sua relevância, o Caso Mortara é frequentemente negligenciado nas narrativas tradicionais do Risorgimento, que tendem a focar em eventos militares e políticos, como as guerras de independência.

Historiadores modernos, no entanto, reconhecem que o episódio simbolizou as tensões entre modernidade e tradição, além de expor as complexas relações entre católicos e judeus na Europa do século XIX.

A Vida de Edgardo como Católico

Aos 17 anos, já adolescente, Edgardo teve a oportunidade de retornar à sua família, mas a reunificação foi breve. Após um mês com os pais, ele decidiu voltar a Roma, alegando conflitos decorrentes de sua fé católica, que havia abraçado plenamente.

A educação recebida na Casa dei Catecumeni e a influência de Pio IX moldaram profundamente sua identidade religiosa. Em 1873, Edgardo ingressou na Ordem dos Cônegos Regulares de Latrão e foi ordenado sacerdote, adotando o nome de Pio Maria Mortara, em homenagem ao Papa que o criara.

Como sacerdote, Edgardo dedicou sua vida à pregação e à conversão de judeus ao catolicismo, viajando por diversos países da Europa. Ele expressou publicamente seu apoio à beatificação de Pio IX, um desejo que se concretizou em 2000, mas que reacendeu críticas ao Papa devido ao Caso Mortara.

Impacto e Legado

O Caso Mortara teve consequências duradouras. Na Itália, ele contribuiu para o declínio do poder temporal da Igreja Católica, culminando na captura de Roma pelas forças italianas em 1870, que marcou o fim dos Estados Papais. Internacionalmente, o caso alimentou debates sobre liberdade religiosa, direitos parentais e o papel das instituições religiosas na sociedade.

O episódio também gerou um impacto significativo nas comunidades judaicas, que passaram a temer conversões forçadas e a perda de seus filhos. Nos Estados Unidos, o caso mobilizou a nascente comunidade judaica, que organizou protestos e petições, conforme documentado pelo rabino Bertram Korn em seu estudo The Mortara Case: 1858-1859 (1957), o primeiro trabalho acadêmico dedicado ao tema.

Korn, no entanto, foi criticado por imprecisões factuais, como apontou o historiador David I. Kertzer, autor de The Kidnapping of Edgardo Mortara (1997), uma análise detalhada que trouxe nova atenção ao caso.

Na cultura popular, o Caso Mortara inspirou obras como a peça Edgardo Mine, de Alfred Uhry, e um filme planejado por Steven Spielberg, embora o projeto tenha sido abandonado.

Recentemente, a beatificação de Pio IX em 2000 reacendeu o interesse pelo caso, com críticos argumentando que o papel do Papa no sequestro de Edgardo compromete sua santidade.

Morte e Reflexões Finais

Edgardo Mortara faleceu em 11 de março de 1940, em Liège, na Bélgica, aos 88 anos. Sua vida reflete as complexidades de um período marcado por conflitos religiosos e políticos.

O Caso Mortara permanece um símbolo das tensões entre fé, liberdade individual e poder institucional, desafiando-nos a refletir sobre os limites da autoridade religiosa e os direitos das famílias.

Embora pouco mencionado em algumas histórias do Risorgimento, o caso continua a ser estudado por historiadores e debatedores éticos, servindo como um lembrete das consequências de ações justificadas por crenças religiosas em detrimento dos direitos humanos.

A trajetória de Edgardo Mortara, de menino judeu a sacerdote católico, é uma narrativa trágica e fascinante, que ilumina as dinâmicas de poder e identidade em um mundo em transformação.

segunda-feira, julho 29, 2024

Agarre-se a vida



 

Uma das melhores fotos do ano da National Geographic, onde a cria, sabendo do seu destino, não abandona a mãe. 

Agarre-se à vida 

As mandíbulas de um leopardo pegam o corpo de um babuíno. O predador captou sua presa e está pronto para levá-lo para seus filhotes. É a lei do mais forte. Mas um pequeno detalhe chama a atenção.

Engatado no corpo inerte de sua mãe, um bebê babuíno, com medo no olhar, resiste a abandoná-la. 

A imagem foi capturada pelo fotógrafo basco Igor Altuna. Antes de se tornar viral, a fotografia foi selecionada para ser votada entre as melhores do ano pelo Museu de História Natural de Londres, que todos os anos seleciona as imagens mais chocantes da natureza. 

O próprio Altuna explicou em várias entrevistas que a cena "dura" é um exemplo claro de que a "vida selvagem geralmente é cruel e maravilhosa".

E que para o pequeno babuíno essa vez foi cruel.