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quarta-feira, fevereiro 26, 2025

Sócrates – Não revide o coice do burro


 

Sócrates, com sua ironia sutil e sabedoria atemporal, deixou-nos uma provocação simples, mas carregada de significado: “Se um burro me chutasse, eu o processaria?”

A frase, em sua essência, é um convite à reflexão sobre o que realmente merece nossa atenção. Nem toda batalha merece ser travada, nem toda provocação merece resposta.

A ignorância grita, a sabedoria silencia. Há quem confunda barulho com razão, insultos com argumentos, mas a verdadeira inteligência não se desgasta com o que não acrescenta.

Quando alguém não tem nada a oferecer além de ruídos e ofensas, o silêncio se torna a resposta mais eloquente. Não se rebaixe ao nível de quem apenas busca conflito.

A grandeza da mente não está em vencer discussões vazias, mas em escolher onde vale a pena depositar sua energia. Expandindo essa ideia, podemos pensar que o silêncio de Sócrates não é apenas uma recusa ao confronto, mas uma afirmação de poder interior.

Responder a um “chute” seria reconhecer o burro como um igual, dignificando um ato que, por si só, não carrega valor. Há uma dignidade quase estoica nessa escolha: ao não reagir, você não apenas preserva sua paz, mas também expõe a irrelevância do agressor.

Em um mundo onde todos disputam atenção com gritos e espetáculo, o silêncio se torna revolucionário - uma demonstração de que o controle está em quem decide o que importa.

Assim, Sócrates nos ensina que a verdadeira vitória não está em calar o outro, mas em não permitir que o vazio do outro ecoe dentro de nós.

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