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segunda-feira, janeiro 27, 2025

Mihailo Tolotos, viveu 82 anos sem nunca ter visto uma mulher



Olhe pela janela por tempo suficiente, e é quase certo que você verá uma mulher passar. Mesmo nas áreas mais remotas, essa é uma experiência inevitável. No entanto, de forma surpreendente, um homem conseguiu viver 82 anos sem jamais presenciar tal visão.

A história de Mihailo Tolotos é intrigante, quase inacreditável, como se fosse o enredo de um conto fantástico. É como imaginar a existência de alienígenas e, apesar de saber que poderiam ser encontrados com relativa facilidade, nunca cruzar o caminho de um. Sua vida provoca reflexões sobre o isolamento e o que isso significa para a experiência humana.

Nascido em 1856, Mihailo Tolotos teve um início de vida trágico. Logo após o parto, sua mãe faleceu, deixando-o órfão. Sem família para criá-lo, ele foi acolhido por monges ortodoxos em um mosteiro no Monte Athos, na Grécia.

O Monte Athos, uma península isolada, segue regras estritas há mais de mil anos. Desde 1060, uma lei proíbe a entrada de mulheres e animais fêmeas no território sagrado, uma tradição rigorosamente mantida até os dias de hoje. Nesse ambiente, Tolotos cresceu cercado apenas por homens, vivendo sob as rígidas regras do monasticismo ortodoxo.

Embora Tolotos pudesse ter saído do Monte Athos e explorado o mundo exterior ao atingir a idade adulta, ele escolheu permanecer no mosteiro por toda a sua vida. Ele tinha conhecimento da existência de mulheres, aprendendo sobre elas por meio de conversas com seus colegas monges e de descrições em livros. Contudo, nunca demonstrou curiosidade em ver uma mulher com os próprios olhos.

Aparentemente satisfeito com sua vida contemplativa e isolada, Mihailo Tolotos viveu até 1938, quando faleceu aos 82 anos. Para marcar a peculiaridade de sua existência – ter passado toda a vida sem jamais ver uma mulher – ele recebeu um enterro especial organizado pelos monges do Monte Athos. Eles acreditavam que Tolotos era o único homem no mundo a morrer sem nunca saber como era uma mulher na vida real.

Um artigo de jornal da época, publicado no Edinburgh Daily Courier em 29 de outubro de 1938, registrou a morte de Tolotos e destacou que sua vida era marcada por outras ausências além da falta de contato com mulheres. Segundo o texto, ele também nunca viu um automóvel, um filme ou um avião, refletindo o isolamento quase absoluto em que viveu.

Tolotos é uma figura singular na história, um exemplo extremo do impacto das regras e do ambiente sobre a experiência humana. Provavelmente nunca mais haverá outro como ele.

Nota histórica: Mulheres e animais fêmeas são proibidos no Monte Athos por uma lei instituída em 1060 que permanece em vigor até hoje, reforçando o caráter único e isolado dessa península monástica.


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