Fui dominado e pedinte. Andarilho sem chão e sem-teto, caminhante sem rumo. Magoaram-me a vida com os acúleos do mundo. Pacientemente, sofro minhas chagas.
Cortaram-me os pensamentos com lâminas compactas, sufocaram-me ideias no mar do desengano, extraviaram meu pranto nos precipícios da inconsciência, atormentaram-me com promessas desconhecidas, lesaram meu corpo com delírios brutais.
Enquanto isso, combatentes agonizantes, jogavam-se nas trevas do fim da vida.
Chamaram-me de alienado por querer proteger embriões cândidos, extirpados do útero por mãos criminosas, diante da opressão de parideiras fracassadas.
Metralharam-me com a força dos átomos, por ultrajes e denúncias infundadas de pessoas do núcleo, com seus cogumelos de fantasia e com o sono artificial, por sugestão externa da modernidade e, com o sonho do poder.
Surraram-me marginais entorpecidos, por ter vontade própria e brigar por um ideal, que não era ilusório e sim indefectível.
Proclamaram-me maldito, feras humanas e extravagantes, quando no extremo da resistência, curvei-me ao solo corrompido e vi meus erros, e tentei reformar meus pensamentos.
Não deixarei de combater em favor da dignidade, da paciência, do sossego e da felicidade.
Alegro-me apesar de tudo, pois ainda acredito que havendo homens, Sempre haverá um raio de luz a procurar a confiança, e a esperança.
Francisco Silva Sousa
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