Giacomo
Girolamo Casanova nasceu em Veneza, Itália no dia 2 de abril de 1725. Foi um
escritor e aventureiro nascido na então República de Veneza.
É
amplamente considerado uma das maiores fontes de informação sobre os costumes e
hábitos da vida social do século XVIII, sendo também conhecido como um sedutor
pela sua célebre vida amorosa. Interrompeu as duas carreiras profissionais
que iniciou – a militar e a eclesiástica - e levou uma vida
aventurada.
Início de vida
A
cidade onde Casanova nasceu, proporcionou aos turistas um acervo de centenas de
peças vindas de museus dos quatro cantos da Europa, do Louvre ao Ermitage de
São Petersburgo, de Dresde a Varsóvia, de Estugarda a Aix-en-Provence, de Viena
a Amestardão.
Filho
de uma atriz de 17 anos de idade e provavelmente do nobre Michele Grimani,
proprietário do Teatro de San Samuele onde a sua mãe passou a atuar, Casanova
teve uma vida apaixonante, tendo sido inicialmente orientado na sua educação
para a vida eclesiástica.
Uma
aura mágica envolve toda a sua vida de debochado, libertino, colecionador de
mulheres, escroque e conquistador empedernido que percorria os bordéis de
Londres todas as noites para ter relações com mais de 60 meretrizes.
Aquele
homem que conseguiu fugir das masmorras do Palácio Ducal de Veneza, com uma fuga
rocambolesca pelos telhados do palácio, depois de estar prisioneiro durante 16
meses.
Tinha
sido preso na madrugada de 26 de julho de 1755, sob a acusação de levar uma
vida dissoluta, de possuir livros proibidos e de fazer propaganda
antirreligiosa. Esperavam-no cinco anos de cativeiro. Na sua primeira cela
minúscula, Casanova nem conseguia se erguer.
Cedo
adoece, mas mesmo assim planeja uma fuga e cava um túnel, descobrindo
desesperado que os seus planos estão condenados ao fracasso quando o mudam de cela
em 25 de agosto.
Mas
com um companheiro da prisão, o abade Balbi, esquematiza meticulosamente nova
fuga. Na madrugada do dia 1 de novembro de 1756, escapa-se por um buraco que
conseguiu escavar no teto da cela e sobe para os telhados do Palácio Ducal de onde
não consegue descer.
Esgotado
pela procura de uma escada ou de cordas que lhe permitirão sair dos telhados
que percorre durante toda a noite, Casanova adormece por umas duas horas nas
águas-furtadas, uma espécie de forro interior dos telhados do Palácio, mas os
sinos da Basílica de São Marcos acordam-no providencialmente e forçam-no a
procurar novamente uma outra saída.
Acaba
por adentrar novamente na Sala Quadrada do Palácio Ducal servida pela Escada
dos Gigantes, decorada pelo famoso arquiteto Sansovino no século XVI.
Um
guarda vê os dois fugitivos e, pensando que são magistrados de Veneza que
ficaram até altas horas da madrugada trabalhando nos processos judiciais,
abre-lhes a porta e deixa-os sair pela Porta da Carta, a entrada habitualmente
usada para o ingresso no Palácio dos Doges.
Casanova
atravessa a Piazetta numa corrida desesperada ao longo das colunas do Palácio
Ducal e joga-se dentro de uma gôndola, escondendo-se da curiosidade dos
transeuntes sob a antiga proteção que muitas destas embarcações possuíam
outrora, uma cabina chamada "felze" que foi proibida mais tarde,
devido aos encontros amorosos que o esconderijo facilitava.
O
aventureiro atravessa a fronteira, parte para Munique e só regressa a
Veneza dezoito anos mais tarde, em 1774, vindo de Trieste e com a
incumbência de escrever regularmente relatórios secretos para a Inquisição de
Veneza sobre as pessoas que ele frequenta nas suas longas noites de jogo e de
dissolução.
Cruel
ironia do destino que ele aceita, existindo cerca de 50 relatórios onde ele
acusa nobres e banqueiros de adultério e deboche, da posse de livros
cabalísticos e proibidos, de conjura contra o Estado ou de vigarice, crimes que
não lhe repugnava cometer!
Em
1782, é recebido novamente no palácio dos Grimani, uma família patrícia de
Veneza com a qual pensa estar aparentado, mas por causa das dívidas do jogo
envolve-se num confronto com um dos aristocratas de onde sai humilhado, com
toda a gente a achincalhar da sua situação.
Vinga-se
ao escrever uma brochura intitulada "Nem Amor Nem Mulheres ou o Limpador
dos Estábulos", que todos reconhecem como um retrato do nobre Grimani. Os
Inquisidores ameaçam-no e ele é forçado a abandonar Veneza onde nunca mais
regressou.
A
sociedade aristocrática e absolutista do Antigo Regime não podia permitir as
ousadias da vingança de um plebeu contra um nobre.
Viaja
novamente até Paris e, mergulhando nos salões eruditos e nas bibliotecas,
transforma-se num Enciclopedista à estilo de Voltaire, Diderot, D’Alembert, e
do Barão d’Holbach.
Irrequieto
e agitado por uma inquietação que nunca o abandonou em 73 anos de vida, este
sedutor em movimento perpétuo passa grande parte da sua vida em viagens por
Avinhão, Marselha, Florença, Roma, Praga, São Petersburgo, Istambul e Viena.
Viajou
por toda a Europa e conheceu todas as personagens relevantes da sua época.
Personagem, por sua vez, característico do Iluminismo do século XVIII, epicurio
e racionalista, é recordado sobretudo pelas suas inumeráveis histórias
galantes. Já idoso, em 1785, foi nomeado bibliotecário do conde de
Waldstein-Wartenberg em Dux na Boêmia.
Dedicou
os seus últimos anos à escrita de um romance, Isocameron, e,
especialmente, à redação das suas memórias, História da minha vida,
volumosas e escritas em francês, que constituem um fascinante testemunho da
época.
Desde
a sua primeira publicação, em 1822-25, fizeram-se múltiplas edições novas
retocadas. O original integral não foi publicado até 1960. Nos 28 volumes que
compõem suas memórias, Giacomo Casanova diz ter dormido com 122 mulheres ao
longo da vida.
Giacomo
Girolamo Casanova faleceu em Duchcov, Reino da Boémia no dia 4 de julho de
1798.
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