O Sono das Águas - Há uma hora certa, no meio
da noite, uma hora morta, em que a água dorme. Todas as águas dormem: no
rio, na lagoa, no açude, no brejão, nos olhos d'água, nos grotões fundos.
E quem ficar acordado, na
barranca, a noite inteira, há de ouvir a cachoeira parar a queda e o choro, que
a água foi dormir...
Águas claras, águas barrentas,
sonolentas, todas vão cochilar. Dormem gotas, caudais, seivas das plantas, fios
brancos, torrentes. O orvalho sonha nas placas das folhagens e adormece.
Até a água fervida, nos
copos de cabeceira dos agonizantes., mas nem todas dormem, nessa hora de torpor
líquido e inocente. Muitos hão de estar vigiando, e chorando, a noite toda,
porque a água dos olhos. Essa, nunca tem sono.
(Guimarães Rosa)
O Sono
Sono é um
estado sedentário da mente e do corpo. É caracterizada por consciência alterada,
atividade sensorial relativamente inibida, atividade muscular reduzida
e interações reduzidas com o ambiente.
Distingue-se
da vigília por uma capacidade diminuída de reagir a estímulos, mas mais reativa
do que um coma ou distúrbios da consciência, com o sono exibindo
diferentes padrões cerebrais ativos.
O sono ocorre em períodos repetitivos, nos quais o
corpo alterna entre dois modos distintos: o sono com MRO e o sono sem MRO.
Embora MRO signifique "movimento rápido dos olhos", esse modo de sono
tem muitos outros aspectos, incluindo a paralisia virtual do corpo.
Os sonhos são
uma sucessão de imagens, ideias, emoções e sensações que geralmente
ocorrem involuntariamente na mente durante certas fases do sono.
Durante o
sono, a maioria dos sistemas do corpo está em estado anabólico, ajudando a
restaurar os sistemas imunológico, nervoso, esquelético e muscular, estes
são processos vitais que mantêm o humor, a memória e a função cognitiva e
desempenham um papel importante na função dos sistemas endócrino e
imunológico.
O relógio
circadiano interno promove o sono diariamente à noite. Os diversos
propósitos e mecanismos do sono são objeto de pesquisas substanciais em
andamento. O sono é um comportamento altamente conservado ao longo da
evolução animal, provavelmente remontando a centenas de milhões de anos.
Os seres humanos podem sofrer de vários
distúrbios do sono, incluindo dissonais, como insônia, hipersonia, narcolepsia
e apneia do sono, parassonias como sonambulismo e distúrbio
comportamental do sono com movimento rápido dos olhos; bruxismo; e distúrbios
do sono do ritmo circadiano.
O uso de luz
artificial alterou substancialmente os padrões de sono da humanidade. Fontes
comuns de luz artificial incluem as telas de dispositivos eletrônicos, como smartphones
e televisores, que emitem grandes quantidades de luz azul, uma forma de luz
tipicamente associada ao dia. Isso interrompe a liberação do hormônio
melatonina necessário para regular o ciclo do sono.
Definição
Pode
definir-se sono como "um período de repouso para o corpo e a mente,
durante o qual a volição e a consciência estão em inatividade parcial ou
completa".
Já Friedman
(1795-1827) definiu sono como "sendo o desencadear deliberado
de uma alteração ou redução do estado consciente, que dura muitíssimo, em média
8 horas (…) tendo início sensivelmente à mesma hora, em cada período de 24
horas, e (…) resultando, geralmente, em sensação de energia física, psíquica e
intelectual restabelecida".
Existem várias definições do sono apresentadas por
diferentes autores, e, no geral, complementam-se umas às outras.
O sono é importante para a recuperação da saúde em
situação de doença, enquanto a privação deste pode afetar a regeneração celular
assim como a total recuperação da função imunitária.
O total de horas de sono para uma pessoa adulta está
normalmente entre as sete e as oito horas.
Ciclo
do Sono
Um ciclo do
sono dura cerca de noventa minutos, ocorrendo quatro a cinco ciclos num período
de sono noturno. Oito horas é o ideal para dormir. Segundo LAVIE (1998, 45), o
número de ciclos por noite depende do tempo do sono, acrescentando, ainda, que
"o sono de uma pessoa jovem é, habitualmente, composto por quatro ou cinco
desses ciclos, com tendência à redução com o avançar da idade". No
entanto, o padrão comum varia entre quatro a cinco ciclos.
Durante o sono, o indivíduo passa, geralmente por ciclos
repetitivos, começando pelo estágio N1 do sono NREM, progredindo até o estágio
N3, regride para o estágio N2, e entra em sono REM. Volta de novo ao estágio N2
e assim se repete novamente todo o ciclo.
Nos primeiros ciclos do sono, os períodos de NREM (mais
concretamente o estágio N3) têm uma duração maior que o REM. À medida que o
sono vai progredindo, o estágio N3 começa a encurtar e o período REM começa a
aumentar. Na primeira parte do sono predomina o sono REM, sendo os períodos REM
mais duradouros na segunda metade.
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