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terça-feira, agosto 08, 2023

O Sono das Águas


 

O Sono das Águas - Há uma hora certa, no meio da noite, uma hora morta, em que a água dorme. Todas as águas dormem: no rio, na lagoa, no açude, no brejão, nos olhos d'água, nos grotões fundos. 

E quem ficar acordado, na barranca, a noite inteira, há de ouvir a cachoeira parar a queda e o choro, que a água foi dormir...

Águas claras, águas barrentas, sonolentas, todas vão cochilar. Dormem gotas, caudais, seivas das plantas, fios brancos, torrentes. O orvalho sonha nas placas das folhagens e adormece.

Até a água fervida, nos copos de cabeceira dos agonizantes., mas nem todas dormem, nessa hora de torpor líquido e inocente. Muitos hão de estar vigiando, e chorando, a noite toda, porque a água dos olhos. Essa, nunca tem sono.

(Guimarães Rosa)

O Sono

Sono é um estado sedentário da mente e do corpo. É caracterizada por consciência alterada, atividade sensorial relativamente inibida, atividade muscular reduzida e interações reduzidas com o ambiente.  

Distingue-se da vigília por uma capacidade diminuída de reagir a estímulos, mas mais reativa do que um coma ou distúrbios da consciência, com o sono exibindo diferentes padrões cerebrais ativos.

O sono ocorre em períodos repetitivos, nos quais o corpo alterna entre dois modos distintos: o sono com MRO e o sono sem MRO. Embora MRO signifique "movimento rápido dos olhos", esse modo de sono tem muitos outros aspectos, incluindo a paralisia virtual do corpo.

Os sonhos são uma sucessão de imagens, ideias, emoções e sensações que geralmente ocorrem involuntariamente na mente durante certas fases do sono.

Durante o sono, a maioria dos sistemas do corpo está em estado anabólico, ajudando a restaurar os sistemas imunológico, nervoso, esquelético e muscular, estes são processos vitais que mantêm o humor, a memória e a função cognitiva e desempenham um papel importante na função dos sistemas endócrino e imunológico. 

O relógio circadiano interno promove o sono diariamente à noite. Os diversos propósitos e mecanismos do sono são objeto de pesquisas substanciais em andamento. O sono é um comportamento altamente conservado ao longo da evolução animal, provavelmente remontando a centenas de milhões de anos.

Os seres humanos podem sofrer de vários distúrbios do sono, incluindo dissonais, como insônia, hipersonia, narcolepsia e apneia do sono, parassonias como sonambulismo e distúrbio comportamental do sono com movimento rápido dos olhos; bruxismo; e distúrbios do sono do ritmo circadiano.

O uso de luz artificial alterou substancialmente os padrões de sono da humanidade. Fontes comuns de luz artificial incluem as telas de dispositivos eletrônicos, como smartphones e televisores, que emitem grandes quantidades de luz azul, uma forma de luz tipicamente associada ao dia. Isso interrompe a liberação do hormônio melatonina necessário para regular o ciclo do sono.

Definição

Pode definir-se sono como "um período de repouso para o corpo e a mente, durante o qual a volição e a consciência estão em inatividade parcial ou completa". 

Já Friedman (1795-1827) definiu sono como "sendo o desencadear deliberado de uma alteração ou redução do estado consciente, que dura muitíssimo, em média 8 horas (…) tendo início sensivelmente à mesma hora, em cada período de 24 horas, e (…) resultando, geralmente, em sensação de energia física, psíquica e intelectual restabelecida".

Existem várias definições do sono apresentadas por diferentes autores, e, no geral, complementam-se umas às outras.

O sono é importante para a recuperação da saúde em situação de doença, enquanto a privação deste pode afetar a regeneração celular assim como a total recuperação da função imunitária.

O total de horas de sono para uma pessoa adulta está normalmente entre as sete e as oito horas.

Ciclo do Sono

Um ciclo do sono dura cerca de noventa minutos, ocorrendo quatro a cinco ciclos num período de sono noturno. Oito horas é o ideal para dormir. Segundo LAVIE (1998, 45), o número de ciclos por noite depende do tempo do sono, acrescentando, ainda, que "o sono de uma pessoa jovem é, habitualmente, composto por quatro ou cinco desses ciclos, com tendência à redução com o avançar da idade". No entanto, o padrão comum varia entre quatro a cinco ciclos.

Durante o sono, o indivíduo passa, geralmente por ciclos repetitivos, começando pelo estágio N1 do sono NREM, progredindo até o estágio N3, regride para o estágio N2, e entra em sono REM. Volta de novo ao estágio N2 e assim se repete novamente todo o ciclo.

Nos primeiros ciclos do sono, os períodos de NREM (mais concretamente o estágio N3) têm uma duração maior que o REM. À medida que o sono vai progredindo, o estágio N3 começa a encurtar e o período REM começa a aumentar. Na primeira parte do sono predomina o sono REM, sendo os períodos REM mais duradouros na segunda metade.

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