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terça-feira, dezembro 17, 2024

Pensamentos


A casa da alma

Quando a tristeza me aperta o peito ou a inquietude sussurra em meus ouvidos, retorno à minha casa interior.

Caminho pelos quartos dos meus pensamentos, abro as janelas das minhas liberdades, releio-me nos salões amplos das minhas emoções e aqueço a cálida cozinha da minha alma, onde o aroma de memórias antigas ainda paira.

Gosto desta casa, de como ela se ergue, simples, mas verdadeira. Não é perfeita, mas é acolhedora, moldada pelas mãos do tempo e pelos alicerces da minha essência.

Com a caixa de ferramentas da consciência, tento reparar seus defeitos: uma rachadura de dúvida aqui, uma porta que range com o peso da culpa ali. Nem sempre consigo, mas o esforço de cuidar dela me ensina a acolher meus sentimentos, mesmo os mais desajeitados.

Às vezes, encontro a casa em desordem - gavetas de mágoas entreabertas, poeira de arrependimentos acumulada nos cantos. Mas, com paciência e amor, arrumo cada canto.

Não permito que os rancores se escondam sob as camas ou se aninhem nos armários. Abro as portas, deixo o vento entrar e os levo embora, para que não deixem rastros que manchem o chão da minha paz.

E, quando a noite cai, sigo para o quintal dos meus sonhos, onde me deito sob o céu aberto. Ali, a lua me contempla, banhando-me com sua luz prateada, como se contasse segredos antigos.

Sinto sua energia pulsar, guiando-me, renovando-me. É nesse espaço que me permito ser inteira, sem pressa, sem julgamentos, apenas eu e o brilho que me lembra que o amanhã sempre traz novas possibilidades.

Houve dias em que esta casa esteve quase em ruínas. Lembro-me de uma tempestade, anos atrás, quando a dor bateu às portas e o desespero tentou arrancar o telhado.

Os quartos ficaram sombrios, as janelas emperradas, e o quintal, antes florido, parecia seco. Mas, mesmo então, encontrei forças para reconstruí-la.

Varri os escombros, plantei novas sementes no quintal e deixei o sol entrar novamente. Cada cicatriz na parede é agora uma história, cada viga reforçada é uma lição.

Nesta casa, também recebo visitas. Às vezes, são as alegrias, que dançam pelos corredores e enchem os salões de risos. Outras vezes, são as saudades, que se sentam quietas à mesa da cozinha, tomando um café morno enquanto me contam do passado.

Todas são bem-vindas, pois sei que cada uma deixa algo de si: um aprendizado, uma lembrança, uma chispa de esperança.

E, sob o luar do meu quintal, enquanto as estrelas piscam como velhas amigas, percebo que esta casa não é apenas um refúgio, mas um espelho. Ela reflete quem sou, quem fui e quem ainda posso ser.

Cada quarto que arrumo, cada janela que abro, é um passo em direção a mim mesma. E, mesmo que o mundo lá fora seja incerto, aqui dentro eu sei: esta casa, com suas imperfeições e sua luz, é meu lar eterno.

Que eu nunca me esqueça de cuidar dela. Que eu sempre encontre tempo para varrer os rancores, regar os sonhos e deixar a lua me guiar.

Pois, enquanto está casa existir, eu saberei que, mesmo nas noites mais escuras, há um quintal onde posso descansar e um novo dia esperando para nascer.


segunda-feira, dezembro 16, 2024

Como perdoar?




Não sei se deve perdoar sempre. Como perdoar o torturador? Como perdoar o adulto que espanca uma criança? 

Como perdoar a inquisição, os campos de concentração, a bomba atômica, os homens públicos que se enriquecem às custas do dinheiro do povo que sofre e morre? Quem perdoa tudo é porque não se importa com nada. (Rubem Alves)

O texto de Rubem Alves reflete uma reflexão profunda sobre os limites do perdão e a complexidade moral que envolve situações extremas de violência, injustiça e desumanidade. Ele nos confronta com questões éticas solicitadas: é possível - ou até mesmo ocasional - perdoar tudo?

O perdão é frequentemente celebrado como uma virtude elevada, um ato de nobreza que liberta a pessoa que perdoa as amarras do rancor. No entanto, quando confrontado com atrocidades como tortura, violência contra inocentes, genocídios ou corrupção devastadora, o perdão pode parecer não apenas difícil, mas até inconcebível.

Rubem Alves aponta para a ideia de que perdoar, nesses casos, pode ser interpretada como uma forma de indiferença, um sinal de que não se dá a devida importância aos crimes cruéis cometidos por seres desumanos.

Essa perspectiva nos leva a refletir sobre a natureza do perdão. Ele deve ser incondicional? Ou existem limites para o que pode ser perdoado? Em muitas tradições filosóficas e religiosas, o perdão é uma prática profundamente espiritual, destinada a curar quem perdoa, independentemente da denúncia do ofensor.

Contudo, o perdão também pode ser visto como uma escolha moral e política, uma forma de afirmar a dignidade humana diante do sofrimento e da dor.

Rubem Alves questiona não apenas o ato de perdoar, mas também as implicações éticas desse perdão. Ele sugere que, ao perdoarmos tudo, podemos estar negando a gravidade do mal, ignorando as feridas abertas e perpetuando ciclos de violência e impunidade.

Perdoar o torturador sem exigir reclamação ou responsabilização pode ser visto como um insulto às vítimas. Aceitar os atos de um adulto que espanca uma criança sem que haja transformação do agressor pode ser interpretado como conivência. O mesmo vale para grandes crimes contra a humanidade ou abusos de poder.

domingo, dezembro 15, 2024

Rei Canibal


 

No nosso entendimento moderno, o canibalismo é comumente descrito como sendo um ato selvagem e bárbaro. No entanto, durante os séculos XVI e XVII, esta visão do canibalismo não foi tão clara.

Como visto com o consumo de partes do corpo humano a serem aceites sob termos médicos e reservadas apenas para aqueles ricos ou influentes o suficiente para receber tal tratamento.

Antes desta época, outras culturas reconheceram os aparentes resultados positivos do canibalismo médico. Os romanos beberiam o sangue de gladiadores mortos para absorver a sua vitalidade.

Curandeiros da antiga Mesopotâmia e Índia também acreditavam na utilização de partes do corpo humano no tratamento médico de indivíduos, observando como eles foram capazes de curá-los de várias doenças.

No início da Europa moderna, a aceitação do canibalismo médico foi popularizada pela primeira vez no século XVI pelo alquimista suíço Paracelsus (c. 1493-1541).

Paracelsus acreditava que o consumo de parte da cabeça humana seria capaz de resolver um problema na região craniana de uma pessoa doente. Alegou que os melhores crânios a serem ingeridos eram aqueles especificamente de homens que, no seu auge, morreram de uma morte violenta.

Outra alegação de Paracelsus era que o sangue humano era bom para beber; era utilizado para curar um indivíduo doente ou para recuperar a vitalidade, e até foi sugerido obter o produto de um corpo vivo.

O principal raciocínio por trás destas opiniões canibais era a crença de que os restos humanos, sejam eles sangue ou osso, continham o espírito do corpo.

Mesmo após a morte, o domínio religioso da igreja permaneceu sobre as pessoas, à medida que a noção de espírito fez com que estes restos parecessem milagrosos na época, e com o espírito do corpo eles foram capazes de curar ou ajudar a maioria das doenças.

O conceito religioso do direito divino dos reis também envolveu o corpo humano, pois o público acreditava que o corpo de um rei tinha qualidades milagrosas devido a eles serem escolhidos e feitos à imagem de Deus.

O Toque Real foi popularizado no século XVI e, como o nome sugere, envolveu o monarca colocar as mãos em um indivíduo doente com o objetivo de curá-lo, independentemente da classe.

No entanto, a execução do Rei Carlos I em 1649 transformou esta crença numa crença mais canibalística; com espectadores ávidos a limpar o seu sangue com lenços, acreditando que isso os curaria das suas doenças.

Na Inglaterra, uma forma de canibalismo médico foi famosamente introduzida por Jonathan Goddard (1617-1665). Goddard era um médico inglês, conhecido por ser um cirurgião do exército das tropas de Oliver Cromwell, bem como o seu médico pessoal.

Da mesma forma com Paracelsus, Goddard acreditava que os crânios esmagados daqueles que sofreram uma morte macabra tinham benefícios significativos para a saúde quando ingeridos.

As supostas curas não eram apenas reservadas para doenças da cabeça e do cérebro, mas também para distúrbios neurológicos como a epilepsia.

Goddard também desejava que os crânios que ele costumava ser especificamente da Irlanda; o seu raciocínio para isto resultou em grande parte do seu desejo adicional de que o musgo do crânio fosse incorporado à sua mistura.

Não só se acredita que os crânios servem como curas incríveis para uma multidão de doenças, mas o musgo do crânio também tinha aparentes habilidades de cura; por exemplo, o teólogo Richard Baxter (1615-1691) usou musgo do crânio para ajudar as suas hemorragias nasais.

Na Irlanda, a prática era não enterrar as cabeças dos seus inimigos como um aviso, portanto, o musgo cresceria sobre os crânios não enterrados, tornando os crânios da Irlanda mais desejáveis.

A mistura de cinco libras de crânios humanos esmagados e musgo do crânio veio a ser comercializada como "Goddard’s Goddard". Ele marcou-os como gotas milagrosas, alegando que eles poderiam curar qualquer e qualquer doença.

A reputação de Goddard decorreu da sua filiação na Royal Society, que é onde, sem dúvida, o Rei Charles II descobriu está aparente cura milagrosa e decidiu comprar a mistura por 6.000 libras - renomeando-a como "King's Drops".

O Rei Carlos II não é apenas conhecido como o rei do partido pelos estudiosos, mas também como um intelectual altamente interessado em alquimia e química. Fundou a Royal Society em 1662, tornando-a a mais prestigiada e, nos termos atuais, a mais antiga sociedade científica da Grã-Bretanha.

Historiadores atribuem o interesse de Charles pela ciência ao seu tutor William Harvey (1578-1657). Harvey foi o primeiro médico conhecido a descrever a circulação e as propriedades sanguíneas do corpo em completo detalhe.

Além disso, durante o seu exílio na França após a execução do seu pai, ele ajudou o seu amigo, o Conde de Buckingham, em experiências científicas, e, no seu regresso à Inglaterra, os estudiosos descrevem Carlos como sendo um químico competente, com os contemporâneos surpreendidos com o seu vasto conhecimento.

Não só era competente nesta área, como Charles estava seriamente absorvido na arte da química e da alquimia. No Palácio de Whitehall, ele tinha instalado um laboratório que estava a um fácil acesso do seu quarto.

Foi este entusiasmo aguçado pela ciência que o levou a estabelecer a Royal Society, pois ele queria criar um espaço para uma abordagem mais acadêmica e aprendida da ciência.

Portanto, não foi de surpresa que Charles estivesse intrigado com as reivindicações e descobertas de Goddard. Pessoalmente, ele acreditava plenamente no conceito das gotas, adicionando o pó ao vinho ou ao chocolate e bebendo a mistura ao longo do dia.

Charles também alegadamente usou as gotas em cortesãos desavisados, com a ajuda do seu secretário particular William Chiffinch, para obter segredos deles; alegando que eles também teriam qualidades milagrosas neste departamento.

No entanto, sem surpresa, a maioria dos estudiosos modernos acredita que a ingestão destas gotas milagrosas acelerou a morte de Carlos, já que no seu leito de morte os médicos estavam a derramar cerca de 40 gotas por dia pela sua garganta abaixo.

Após a morte de Charles em 1685, as Gotas do Rei continuaram a ser comercializadas, ainda sendo anunciadas como uma cura milagrosa, e apenas disponíveis para os ricos e importantes.

Numa tentativa desesperada de salvar a sua vida, os médicos reais voltaram para as gotas novamente para curar outra monarca: a Rainha Maria II. No entanto, as gotas não funcionaram, e Mary morreu em 1694.

As últimas vendas de crânio documentadas foram registadas até 1778, mas o canibalismo médico como um todo parou na Inglaterra no século XIX. Reflexão, não só o canibalismo médico era evidentemente imoral, mas no seu auge era completamente hipócrita.

Foi durante o século XVI que as potências inglesas e europeias começaram uma busca de exploração global. Com esta exploração veio a colonização das Américas.

É aqui que a hipocrisia chega ao palco, à medida que os colonizadores usavam a sua marca dos nativos como canibais selvagens como desculpa para cometer uma infinidade de atrocidades.

Mais perto de casa, a lenda de Sawney Bean estava a ser popularizada na Grã-Bretanha por volta do século XVI, alegando que ele e o seu clã tinham assassinado e comido mais de mil pessoas em 25 anos.

Isto não só tornou a ideia de canibalismo completamente bárbara, mas também temia, portanto, implorando a questão de onde estava a linha para o canibalismo e se sequer existia uma. Se comer pessoas diretamente era errado, por que a ingestão de sangue e crânios humanos foi permitida e considerada milagrosa? (Marnie Camping-Harris)

sábado, dezembro 14, 2024

Sugestão das Massas


   

"Talvez algum dia a solidão venha a ser adequadamente reconhecida e apreciada como mestra da personalidade. Há muito que os orientais o sabem. O indivíduo que teve a experiência da solidão não se torna vítima fácil da sugestão das massas."

Albert Einstein

No campo da psicologia, a sugestão é a influência que um indivíduo exerce sobre o poder de decisão de um ou mais indivíduos. Quando acontece sob efeito de hipnose, é chamada de sugestão hipnótica.

Segundo os filósofos Oscar Bloch e Walther von Wartburg, o termo "sugestão" apresenta uma conotação pejorativa desde seu aparecimento em 1174. O termo é associado às ideias de bruxaria e de práticas diabólicas.

A mesma coisa ocorre com o verbo "sugerir" aparecido no fim do Século XV. Em suas "Meditações sobre o evangelho", Jacques-Bénigne Boussuet denuncia as "sugestões do demônio".

Foi necessário chegar ao meio do Século XIX para que Émile Littré notasse que a sugestão, às vezes, tem um sentido positivo.

Sugestão e Hipnose

Mencionada pelo médico James Braid a propósito da hipnose, depois por Ambroise-Auguste Liébeault, a sugestão foi, sobretudo, definida e colocada no centro do processo psicoterápico por Hippolyte Bernheim.

Em 1884, Bernheim definiu-a como "ato pelo qual uma ideia é introduzida no cérebro e por ele aceite".

Segundo Bernheim, Joseph Delboeuf e os outros membros da Escola de Nancy (também chamada Escola da Sugestão), é a sugestão que explica a hipnose, e não um fenômeno fisiológico qualquer.

Eles opuseram-se assim a Jean-Martin Charcot e Pierre Janet, da Escola da Salpêtrière.

Nesta polêmica opondo as duas escolas, Janet declarou, em 1889: "não estou disposto a acreditar que a sugestão possa explicar tudo e, particularmente, que ela mesma possa se explicar".

Porém Janet e Bernheim estavam de acordo com a ideia segundo a qual a sugestionabilidade não era obrigatoriamente ligada à hipnose. Janet escreveu, no seu livro "O automatismo psicológico", que "a sugestionabilidade podia ser total fora do sonambulismo; e talvez pudesse estar completamente ausente num estado de sonambulismo completo".

Então, Bernheim deduziu, em 1891, que a psicoterapia sugestiva atuava tão bem ou até melhor sem hipnose. Encontramos uma ideia análoga em Milton Erickson, para quem a hipnose podia muito bem ocorrer sem ritual hipnótico.

O farmacêutico Émile Coué, autor do célebre método conhecido como "método Coué", aprendeu as técnicas de sugestão de Liébeault e Bernheim em 1885.

Sugestão e Psicanálise

Na polêmica que opôs seus dois professores, Bernheim e Charcot, Sigmund Freud defendeu uma posição próxima da Escola da Salpêtrière.

Em 1921, voltando a falar do assunto, ele declarou que sua resistência à tirania da sugestão levou-o a se revoltar contra o fato de que a sugestão, que explicaria tudo, não precisaria ser explicada.

sexta-feira, dezembro 13, 2024

Meditação



A meditação pode ser definida como uma prática na qual o indivíduo utiliza técnicas para focar sua mente num objeto, pensamento ou atividade em particular, visando alcançar um estado de clareza mental e emocional. 

Sua origem é muito antiga, remontando as tradições orientais, especialmente a ioga, mas o termo também se refere a práticas adotadas por alguns caminhos espirituais ou religiões, como o budismo e budismo e cristianismo, entre outras. 

Textos orientais consideram a meditação como instrumento que leva em direção à libertação.

O termo em páli utilizado para referir-se a meditação é bhavana, que significa "cultivo". O termo meditação foi utilizado como palavra para traduzir práticas espirituais orientais, referidas pelo termo dhyana no budismo e hinduísmo. 

Estudiosos notaram que o termo "meditação" no uso contemporâneo é paralelo ao significado do termo “contemplação” no cristianismo.

Os Vedas hinduístas estão entre as primeiras referências escritas sobre meditação. Outras formas surgiram associadas ao confucionismo e taoísmo na China, assim como no hinduísmo, jainismo e budismo no Nepal e Índia.

No terceiro século depois de Cristo, Plotino havia estabelecido técnicas para a meditação.

No ocidente, mesmo 20 anos a.C., dentro do Império Romano, Filon de Alexandria nomeou práticas espirituais que envolviam atenção e concentração. 

Já no século XII, o sufismo utilizava de palavras sagradas e métodos específicos para meditação, como o controle da respiração. 

A existência de interação com indianos, nepaleses ou sufis pode ser uma indicação da abordagem cristã ortodoxa ao hesicasmo, desenvolvida principalmente na Grécia entre os séculos X e XIV, mas não foram encontradas provas concretas.

A meditação cristã praticada desde o século sexto foi definida pelo monge Guigo II no século XII com os termos "leitura, reflexão, oração e contemplação" e teve seu desenvolvimento continuado no século XVI em diante por Inácio de Loyola e Teresa de Avila.


Meditação - Conhecer os outros é inteligência, conhecer a si mesmo é a verdadeira sabedoria. Se você perceber que tem o suficiente, você é realmente rico. Quem pode ver através de todo o medo sempre estará seguro.

(Tao Te Ching

quinta-feira, dezembro 12, 2024

Romantismo

Quem tivesse um amor

Quem tivesse um amor, nesta noite de lua, para tecer um pensamento tão belo quanto as sombras prateadas que dançam sobre o chão, e lançá-lo ao vento, livre, como uma prece silenciosa!

Quem tivesse um amor - distante, certo, mas impossível - para se mirar no espelho das lágrimas, e nelas encontrar consolo, e nelas se perder, até adormecer envolto no luar, com o coração embriagado de saudade!

Quem tivesse um amor, e, entre o mar que murmura segredos antigos e as estrelas que guardam promessas eternas, partisse em um voo leve, por nuvens diáfanas, ora sonhando, ora desperto, levado apenas pelo pulsar do amor, que não explica nem se explica...

Quem tivesse um amor, puro, sem dúvidas ou máculas, sem o peso do passado ou a sombra do futuro: um amor que fosse ao mesmo tempo verdade e alegoria, um instante suspenso onde o tempo não ousasse entrar.
Ah! Quem tivesse..., mas quem teve? Quem teria?

E, nesta noite, sob o véu da lua cheia, o mundo parece conspirar para que o coração sonhe. As ondas do mar, ao longe, cantam uma canção que ninguém entende, mas que todos sentem.

As estrelas, tão altas, parecem sussurrar que o amor, mesmo o impossível, é o que faz a alma flutuar. E o vento, mensageiro incansável, leva os pensamentos dos amantes para além do horizonte, onde talvez - quem sabe? - eles se encontrem, ainda que só na esfera dos sonhos.

Quem tivesse um amor assim, talvez visse, nas dobras do tempo, um instante em que o mundo parou: uma tarde de outono em que duas mãos se tocaram, ou um olhar trocado sob a chuva, ou uma palavra dita que nunca mais se apagou.

E, nesse instante, o amor se fez eterno, mesmo que o corpo, frágil, tenha seguido adiante, mesmo que a vida, cruel, tenha traçado outros caminhos.

Mas o amor, esse amor sonhado, não vive de certezas. Ele é feito de ausências, de silêncios, de esperas. É o vazio que se enche de poesia, é a dor que se transforma em luz.

Quem o teve, talvez não saiba que o teve. Quem o terá, talvez nunca o reconheça. E, no entanto, é ele quem move as marés, quem acende as estrelas, quem faz o coração insistir, mesmo quando tudo parece perdido.

Ó lua, testemunha de tantos amores, conta-nos: quantos já sonharam assim? Quantos, sob teu brilho, imaginaram um amor que não se explica, que não se prende, que apenas é?

E quantos, ao amanhecer, guardaram esse sonho no peito, para que ele os acompanhe, como uma chama que não se apaga, mesmo quando o dia insiste em ser comum?

Quem tivesse um amor... Quem o tivesse, talvez não o soubesse. Mas, ao fechar os olhos nesta noite de lua, sentiria, ainda que por um instante, que o universo inteiro conspirou para que esse amor, mesmo impossível, fosse real.

(Baseado no texto de Cecília Meireles)

terça-feira, dezembro 10, 2024

Baleias incríveis!


Baleias incríveis! - Todos sabem que a baleia é um mamífero, mas o que poucos sabem é que uma pequena baleia amamenta, mas não por contato direto como outros mamíferos terrestres.

Em vez disso, a fêmea de baleia joga o leite fora enquanto seu filho está perto dela para amamentar, mas o leite de baleia tem um alto teor de gordura de 50%.

Portanto, a forma do leite é espessa e pegajosa e não se dissolve na água.

Assim, a pequena baleia pode agarrar e comer o leite. Geometria perfeita da criação.

Baleia

A baleia-azul é um mamífero marinho pertencente à subordem dos misticetos dos cetáceos. Com até 30 metros de comprimento e mais de 180 toneladas de peso, é o maior animal que existe.

Longo e esguio, o corpo das baleias-azuis apresenta seu dorso em diferentes tons azuis-acinzentados, enquanto seu ventre é geralmente mais claro. 

Existem pelo menos três subespécies distintas, cujo habitat restringe-se ao norte dos oceanos Atlântico e Pacífico, B. m. intermedia, do oceano Atlântico e B. m. brevicauda (também conhecida como baleia-azul-pigmeia), encontrada no oceano indico e no sul do Oceano Pacífico. B. m. indica, do oceano Índico, pode ser uma outra subespécie.

Como é o caso das outras espécies pertencentes à subordem dos misticetos, a dieta das baleias-azuis consiste quase que exclusivamente de pequenos crustáceos conhecidos como krill, os quais filtram da água do mar usando lâminas córneas em sua cavidade bucal. Porém, elas também podem se alimentar de pequenos peixes e lulas.

As baleias-azuis eram, até ao início do século XX abundantes em quase todos os oceanos. Caçadas durante mais de um século, foram levadas à beira da extinção pelos baleeiros, até se tornarem objeto de mecanismos de proteção adotados pela comunidade internacional em 1996.

Um relatório de 2002 estimou que existam de cinco a doze mil baleias-azuis ao redor do mundo, distribuídas em pelo menos cinco agrupamentos. Contudo, pesquisas mais recentes sobre as subespécies pigmeias sugerem que a população atual é maior. 

Antes de serem caçadas, o maior agrupamento estava na Antártida, com aproximadamente 239 000 indivíduos. Os agrupamentos remanescentes atuais, muito menores, com algo em torno de 2000 indivíduos cada, estão localizados a noroeste dos oceanos Pacífico, Antártico e Indico.

Outros dois agrupamentos de baleias-azuis encontram-se ao norte do oceano Atlântico, e há pelo menos outros dois no Hemisfério Sul.

A nadadeira dorsal das baleias-azuis é pequena, visível apenas por um curto período de tempo, enquanto mergulham. Através de seu espiráculo, elas podem produzir jatos de água de até 9 metros de altura.

O volume de seus pulmões pode chegar a 5 000 . Elas também são os animais mais ruidosos do mundo, podendo emitir sons que atingem os 188 dB - mais fortes que o som de um avião a jato - e que podem ser ouvidos a mais de 800 quilômetros de distância


segunda-feira, dezembro 09, 2024

Acenda a luz sempre


 

Ontem, visitei um amigo que é cego. Por ser noite, ele fez algo que me ensinou uma grande lição. Ao entrar na casa, ele acendeu a luz. Perguntei a ele:

– Por que você acendeu a luz se não consegue ver?

Ele riu por um bom tempo, desligou a luz e foi para a cozinha. Pouco depois, voltou com um bule de chá e ovos, que colocou perfeitamente sobre a mesa, e acendeu a luz novamente.

O que ele me disse fez com que eu derramasse lágrimas:

– "Eu não acendi a luz por mim, nem porque preciso dela. Acendi por você, porque você não é cego como eu."

Então, ele me perguntou:

– "Quantas vezes você apagou a luz para outras pessoas, negando-lhes a oportunidade de enxergar, só porque você mesmo não precisa dela?"

Essas palavras ficaram ecoando em minha mente. E agora, faço a você a mesma pergunta: quantas vezes você já apagou a luz de alguém?

Por que gastar tanto com coisas supérfluas enquanto o filho do seu irmão anda descalço?

Por que manter roupas que você não usa guardadas no armário enquanto alguém lá fora quase não tem o que vestir?

Por que deixar a comida estragar em sua casa enquanto há quem durma com fome?

Por que descobrir uma oportunidade de negócio e escondê-la dos outros, mesmo sabendo que não vai utilizá-la?

Por que negar ajuda para alguém conquistar uma promoção ou um emprego só porque essa pessoa não faz parte da sua família, tribo ou religião?

Por que difamar um irmão ou uma irmã apenas para dificultar que alguém os ajude?

Cada uma dessas atitudes é como "desligar a luz".

Essas são reflexões que devemos ter como seres humanos. A verdadeira religião está em ajudar os necessitados, ser a luz para quem está na escuridão, dar voz a quem não tem.

Por favor, acenda as luzes que você apagou!

Eu derramo lágrimas. (A/D)

domingo, dezembro 08, 2024

Uma triste realidade


 

Uma triste realidade - No final da tarde fria, recebo a visita inesperada dos meus dois filhos. Um é médico, o outro engenheiro. Ambos bem sucedidos em suas profissões. Há menos de uma semana, sofri a morte da minha amada esposa. Ainda me sinto abalado pela perda que mudou o rumo e o sentido da vida para mim.

Sentados na mesa da sala de uma casa simples, onde moro agora sozinho, começamos a conversar. O tema é sobre o meu futuro. Um frio está me correndo pelas costas. Logo eles tentando me convencer de que o melhor pra mim é viver em um lar de idosos.

Eu reajo... Argumento que a sombra da solidão não me assusta e a velhice, muito menos. Mas meus filhos insistem "preocupados"? Lamentam, entretanto, que as dependências dos seus amplos apartamentos à beira-mar estejam ocupadas e, portanto, eu não possa estar nem com um, nem com outro... assim dizem eles.

Além disso, meus filhos e noras vivem ocupados. Então eles não teriam como me ver. Isso sem contar com meus netos, eles estudam quase o dia todo, impossível. Em meu favor, argumento já sem muita convicção que, nesse caso, eles bem poderiam me ajudar a pagar uma cuidadora.

Na minha frente, o médico e o engenheiro dizem que seria necessário, na verdade, "três cuidadoras em três turnos e todas com carteira assinada". O que seria, em tempos de crise, uma pequena fortuna no final de cada mês.

Me recuso aceitar a proposta de morar em um abrigo. E aqui vem outra sugestão: eles me pedem que eu devo vender a casa. O dinheiro servirá para pagar as despesas da casa para onde eu vou por um bom tempo, para que ninguém se preocupe. Nem eles, nem eu.

Eu me rendo aos argumentos por não ter mais forças para enfrentar tanta ingratidão e frieza. Fechei meus lábios e não falo do sacrifício que fiz a vida inteira para financiar os estudos de ambos.

Não digo que deixei de viajar com a família para algum passeio, frequentar bons restaurantes, ir a um teatro ou trocar de carro para que nada lhes faltasse.

Não valeria a pena alegar tais fatos nessa altura da conversa. Daí, sem dizer uma palavra, eu resolvo juntar meus pertences. Em pouco tempo, vejo uma vida inteira resumida em duas malas.

Com elas, embarco para outra realidade, muito mais difícil. Um lar para idosos, longe dos filhos e netos. Hoje nos braços da solidão reconheço que pude ensinar valores morais aos meus filhos.

Mas não consegui transmitir a nenhum dos dois uma virtude chamada GRATIDÃO. A culpa é nossa pelo quanto sempre lhe estamos dando o que eles querem ou pedem, quando devemos ensinar-lhe que eles devem "ganhar".

O quê? Trabalhando com esforço, ajudando a limpar a casa, cozinhar, lavar louça etc., para quando chegarem a adultos saibam que as coisas se conseguem com esforço e sejam responsáveis e gratos, amem seus pais por terem ensinado a serem bons filhos.

A juventude atual te procura quando quer algo, quando precisa de você, mas como é lógico existem suas exceções. A gratidão tem que ser forjada, não vem incluída no coração dos humanos.

Peço desculpas por manifestar o que penso, mas devem saber que quando se tornarem "velhos" vão querer ser bem tratados pelos seus filhos e/ou netos e isso não se consegue com dinheiro, mas sim com a bondade plantada nos seus corações.

Haverá pais que estão a tempo de forjar sentimentos. "Para os últimos tempos haverá filhos amadores de si mesmos, indiferentes, egoístas, vangloriosos, desleais que gozam da injustiça e se afastam da verdade.