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terça-feira, outubro 28, 2025

A Política e a Religião: Uma Aliança para Manipular a Humanidade


 

A política e a religião, em muitos momentos da história, caminham de mãos dadas, frequentemente manipulando as massas para beneficiar poucos em detrimento de muitos.

Essa parceria, seja intencional ou oportunista, explora a fé, o medo e a esperança das pessoas, criando narrativas que justificam interesses econômicos ou de poder.

Ao longo do tempo, inúmeros exemplos demonstram como essas forças moldam comportamentos e enriquecem pequenos grupos, enquanto a maioria permanece à mercê de promessas vazias ou imposições disfarçadas de benevolência.

A Religião e a Criação de "Necessidades

"Um caso emblemático ocorreu em Juazeiro do Norte, no Ceará, nos tempos em que Padre Cícero Romão Batista, uma figura central no imaginário religioso nordestino, ainda era vivo.

Conta-se que um flandeiro, devoto fervoroso e amigo do padre, enfrentava graves dificuldades financeiras. Desesperado, ele buscou conselhos com o religioso, que, astuto, enxergou uma oportunidade.

Padre Cícero sugeriu: “O dia de Nossa Senhora das Candeias está se aproximando. Fabrique o maior número de lamparinas – ou candeeiros – que puder e encha os quartos de sua casa com esse produto.”

O flandeiro, perplexo, respondeu: “Mas, padre, não tenho dinheiro para comprar os materiais.”

O religioso, com um tom confiante, orientou: “Peça emprestado a quem puder e prometa pagar em pouco tempo.”

No domingo seguinte, durante a missa, Padre Cícero subiu ao púlpito e, em seu sermão, proclamou aos fiéis: “No dia de Nossa Senhora das Candeias, em vez de velas, tragam candeeiros sobre a cabeça durante a procissão, para honrar a Virgem com luz e devoção.”

O resultado foi imediato. A demanda por candeeiros explodiu, e o flandeiro não apenas quitou suas dívidas, mas também prosperou. A “moda” pegou, e a prática se repetiu nos anos seguintes, transformando uma sugestão religiosa em um lucrativo empreendimento.

Esse episódio, embora local, ilustra como a fé pode ser instrumentalizada para criar necessidades artificiais, beneficiando poucos sob o pretexto de devoção.

A Política e as Leis de Conveniência

Na esfera política, a manipulação segue caminhos semelhantes, muitas vezes travestida de preocupação com o bem-estar coletivo. Um exemplo clássico no Brasil foi a obrigatoriedade de kits de primeiros socorros e extintores de incêndio em veículos particulares, implementada em diferentes momentos.

Essas medidas, apresentadas como essenciais para a segurança, geraram lucros astronômicos para fabricantes e distribuidores, enquanto motoristas arcavam com os custos de aquisição e, em alguns casos, multas por descumprimento.

Curiosamente, após intensos debates e críticas, a obrigatoriedade do extintor foi revogada em 2015, evidenciando que a medida não era tão indispensável quanto se propagandeava.

Durante a pandemia de COVID-19, outro exemplo veio à tona com a súbita valorização de produtos como álcool em gel e máscaras faciais. O que começou como uma recomendação sanitária rapidamente se transformou em um mercado bilionário.

Fabricantes e distribuidores desses itens viram seus lucros dispararem, enquanto consumidores enfrentavam preços exorbitantes e, em alguns casos, produtos de qualidade duvidosa.

Governos e políticos, por sua vez, muitas vezes se aproveitaram da crise para justificar contratos superfaturados ou direcionados a aliados, como foi amplamente noticiado em casos de compras emergenciais de equipamentos de proteção.

Outros Exemplos e Reflexões

Além desses casos, a história recente oferece outros exemplos de como política e religião se entrelaçam para moldar comportamentos e lucros. Durante as cruzadas medievais, a Igreja Católica incentivava a participação em guerras santas, prometendo salvação espiritual, enquanto nobres e comerciantes lucravam com saques e comércio de relíquias.

Mais recentemente, no Brasil, a ascensão de líderes religiosos com forte influência política tem levado à criação de verdadeiros impérios econômicos, com dízimos e doações sustentando estilos de vida luxuosos, muitas vezes em nome da “prosperidade divina”.

Na política, a criação de “modas” ou obrigatoriedades também se estende a setores como o agronegócio e a indústria farmacêutica. Por exemplo, a pressão por vacinas e medicamentos específicos durante crises sanitárias, embora necessária em muitos casos, nem sempre é acompanhada de transparência sobre os interesses econômicos envolvidos.

Durante a pandemia, a corrida por vacinas contra a COVID-19 gerou contratos bilionários para grandes laboratórios, enquanto países mais pobres enfrentavam dificuldades para acessar doses.

Conclusão

A aliança entre política e religião, quando usada para manipular, transforma esperanças e temores em ferramentas de controle e enriquecimento. Seja por meio de procissões com candeeiros, leis de conveniência ou mercados emergenciais, o padrão se repete: poucos lucram às custas de muitos.

Cabe à sociedade questionar essas práticas, buscar transparência e reconhecer que, por trás de discursos piedosos ou promessas de segurança, muitas vezes há interesses que pouco têm a ver com o bem comum.

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