Dada a
complexidade, o mecanismo com uma "roda encaixada num eixo" para um
sistema de transporte deve ter sido desenvolvido de uma só vez. Um Invento
único, cerca de 5.500 anos atrás.
Inicialmente
a roda não foi usada diretamente para transporte, mas para outras funções, como
modelar cerâmica, diversão, ou moer alimentos. Os vestígios de roda para usos
anteriores ao transporte são mais antigos.
9500–6500
a.C.: Neolítico acerâmico;
6500–4500
a.C.: Neolítico cerâmico (Halaf);
4500
a.C.: invenção da roda de oleiro, início da Idade do Cobre (período de Ubaid);
4500–3300
a.C.: Idade do Cobre, primeiros veículos com roda, domesticação do cavalo;
3300–2200
a.C.: Idade do Bronze;
2200–1550
a.C.: Idade do Bronze, invenção da biga.
A
evidência mais antiga especificamente de transporte com rodas é entre 5.100 e
5.300 anos atrás - na cidade de Uruk, Mesopotâmia.
Mas o
processo de Aprendizagem foi longo. Artefatos circulares com formato de roda
encontrados em registros históricos demonstram um longo processo de aprendizagem
e desenvolvimento. Objetos circulares em formato de roda são encontrados em
pinturas rupestres que remontam há 40 mil anos.
No
entanto, a roda com uma estrutura montada num eixo para fins de transporte
aparece nos registros arqueológicos há 5500 anos atrás, em gravuras de
cerâmica.
Duas
regiões no mundo disputam a primazia de ter inventado a roda como meio de
transporte, a Mesopotâmia, na região do atual Iraque, e Eurásia, entre a
Polônia e Alemanha e Dinamarca.
À mão
ou a pé as primeiras rodas foram usadas em uma atividade que durante milhares
de anos tinha sido central na expressão da criatividade humana: a cerâmica.
Tudo começou com os tornos, que eram acionados pelas mãos ou pés dos oleiros.
Alguns
séculos depois, em algum momento na metade de 3.000 a.C., passaram-se a usar, a
partir dos tornos, o princípio do volante de motor, usando a energia acumulada
da pesada pedra para acelerar o processo. Refinar essa ideia de modo a torná-la
peça fundamental para movimentar um veículo levou tempo. Tamanha sutileza só
foi alcançada com a evolução das ferramentas.
Para
que as rodas pudessem girar livremente sem fricção, a cavidade no centro delas,
bem como as extremidades do eixo, tinham que ser perfeitamente redondas e
suaves.
Mas não
foi só isso. O eixo tinha que ter um encaixe perfeito, pois se estivesse muito
frouxo, as rodas cambaleariam. Por outro lado, se estivesse muito apertado, as
rodas não se movimentariam.
O
tamanho do eixo também não poderia ser muito grosso porque isso gerava muita
fricção. Tampouco muito fino, porque poderia quebrar. "Em um veículo
projetado para transportar cargas pesadas, um eixo curto de diâmetro pequeno e
de encaixe apertado fazia sentido e os primeiros veículos de carga tinham
apenas 1 metro de largura", explica Anthony.
Para o
especialista, o sistema era tão complicado que não deve ter se desenvolvido em
fases: a hipótese é de que a estrutura foi desenvolvida de uma só vez.'
Explosão de evidências
'Não
sabemos exatamente onde ou tampouco nunca saberemos efetivamente quem o inventou
primeiro. Mas, segundo evidências arqueológicas, a roda começou a ser usada
rapidamente na Eurásia e no Oriente Médio. “Há uma explosão de evidências
arqueológicas de veículos com rodas a partir de 3,4 mil a.C.", diz
Anthony.
As
primeiras imagens de veículos de rodas que foram encontradas decoram uma
vasilha de cerâmica que data de 3.500 a 3.350 a.C. Trata-se dos Trichterbecker,
que habitavam a região hoje formada por Polônia, Alemanha Oriental e sul da
Dinamarca.
Essa
região disputa com a Mesopotâmia (atual Iraque) o título de berço da roda. Modelos
tridimensionais de carroças de cerâmica com quatro rodas foram desenterrados em
meio a tumbas dos Baden no leste da Hungria e datam de 3.300 a 3100 a.C.
Já na
Rússia e na Ucrânia, debaixo de túmulos, foram descobertos cerca de 250
veículos de carga entre 3.000 a 2.000 a.C.
Fontes:
https://www.bbc.com/portuguese/internacional-41795604
Anthony, David A. (2007). The horse, the wheel, and language: how Bronze-Age riders from the Eurasian steppes shaped the modern world. Princeton, N.J: Princeton Unive.
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