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terça-feira, maio 13, 2025

Heinrich Himmler: O Arquiteto do Terror Nazista e a Traição a Hitler


 

Heinrich Luitpold Himmler, nascido em 7 de outubro de 1900, em Munique, Alemanha, foi uma das figuras mais influentes e temidas do Terceiro Reich, sendo considerado o segundo homem mais poderoso do regime nazista, atrás apenas de Adolf Hitler.

Como líder da Schutzstaffel (SS), Himmler foi o principal arquiteto do sistema de campos de concentração e da chamada “Solução Final”, a política de extermínio em massa de judeus, ciganos, homossexuais, opositores políticos e outros grupos considerados “indesejáveis” pelo regime nazista.

Apesar de sua lealdade inicial a Hitler, Himmler tornou-se uma das maiores decepções do Führer ao tentar negociar secretamente com os Aliados no final da Segunda Guerra Mundial, o que levou à sua expulsão do Partido Nazista e à ordem de prisão por traição.

Início de Vida e Ascensão no Partido Nazista

Filho de uma família católica de classe média, Himmler ingressou no exército alemão durante a Primeira Guerra Mundial, mas não chegou a combater, pois o armistício de 1918 foi assinado antes da conclusão de seu treinamento.

Frustrado por não ter servido ativamente, ele canalizou seu fervor nacionalista para o movimento völkisch, um nacionalismo extremo que glorificava a “pureza” alemã.

No início dos anos 1920, Himmler filiou-se ao Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (Partido Nazista), atraído pela ideologia antissemita e expansionista de Hitler.

Em 1926, Himmler assumiu a liderança do setor de propaganda do Partido Nazista nas regiões da Baviera, Suábia e Palatinado, demonstrando habilidade organizacional. Em 1929, foi nomeado Reichsführer-SS, chefe da Schutzstaffel, uma pequena organização paramilitar inicialmente responsável pela proteção pessoal de Hitler.

Sob sua liderança, a SS transformou-se em uma das instituições mais poderosas e aterrorizantes do regime, crescendo de algumas centenas de membros para 52 mil em 1933, ano em que Hitler assumiu o poder como chanceler da Alemanha.

A Construção do Império da SS

Himmler investiu na expansão da SS, transformando-a em uma força de elite que combinava funções de segurança, inteligência e repressão. Em 1933, ele supervisionou a criação de Dachau, o primeiro campo de concentração nazista, que serviu como modelo para outros campos e como centro de detenção para opositores políticos, judeus e outros grupos perseguidos.

A SS tornou-se o principal instrumento de repressão do regime, controlando a Gestapo (polícia secreta) e, posteriormente, a administração dos territórios ocupados durante a guerra.

Após a invasão da Polônia em 1939, Himmler foi nomeado Comissário do Reich para o Fortalecimento da Nacionalidade Alemã, obtendo controle sobre as áreas anexadas.

Ele implementou políticas brutais de germanização, deslocando à força mais de 300 mil judeus poloneses e outros grupos étnicos para guetos ou territórios ocupados, enquanto promovia a colonização de alemães étnicos nessas regiões.

Em 1941, com a invasão da União Soviética (Operação Barbarossa), Himmler ampliou seu poder ao supervisionar a administração política das zonas ocupadas e o sistema de campos de concentração e extermínio.

A “Solução Final” e o Holocausto

Como chefe da SS, Himmler foi o principal responsável pela implementação da “Solução Final”, o plano nazista para o genocídio sistemático dos judeus europeus. Em 1941, ele ordenou a criação dos Einsatzgruppen, esquadrões da morte que executaram centenas de milhares de judeus, ciganos e comunistas nos territórios ocupados do Leste Europeu.

Com a construção de campos de extermínio de Auschwitz, Treblinka e Sobibor, Himmler supervisionou a deportação e assassinato de milhões de pessoas em câmaras de gás e por outros métodos brutais.

Em 1943, Himmler foi nomeado Ministro do Interior, consolidando ainda mais seu controle sobre a máquina repressiva do Reich. Ele coordenou a deportação de milhões de judeus de toda a Europa ocupada para os campos de extermínio, enquanto promovia experimentos médicos desumanos e a exploração de trabalho escravo.

Sua obsessão pela “pureza racial” também o levou a apoiar projetos como o Lebensborn, um programa para aumentar a população “ariana” por meio de incentivos à natalidade e sequestro de crianças consideradas “racialmente adequadas” em territórios ocupados.

O Atentado de 20 de julho e o Auge do Poder

Em 20 de julho de 1944, um grupo de oficiais alemães, liderado por Claus von Stauffenberg, tentou assassinar Hitler com uma bomba no quartel-general do Führer, conhecido como Wolfsschanze.

O atentado fracassou, e Himmler, como chefe da SS, liderou a repressão aos conspiradores. Ele ordenou a prisão de mais de 5 mil suspeitos, dos quais cerca de 4.900 foram executados em represália.

Esse episódio reforçou sua posição como um dos homens mais poderosos e temidos do regime, consolidando a confiança de Hitler em sua lealdade.

A Traição e a Queda

Com a derrota alemã iminente no início de 1945, Himmler começou a perceber que a guerra estava perdida. Em segredo, ele iniciou negociações com os Aliados ocidentais, por meio de intermediários como o conde Folke Bernadotte, da Cruz Vermelha Sueca.

Himmler ofereceu a rendição de forças alemãs no front ocidental e a libertação de prisioneiros de campos de concentração em troca de garantias pessoais de imunidade.

Ele acreditava que poderia negociar um papel em um governo pós-guerra ou, pelo menos, evitar a captura pelos soviéticos, que o consideravam um dos principais criminosos de guerra.

Quando Hitler descobriu essas negociações, em abril de 1945, ficou furioso. Em seu testamento político, redigido em 29 de abril, um dia antes de seu suicídio, Hitler destituiu Himmler de todos os cargos, expulsou-o do Partido Nazista e ordenou sua prisão por traição. Se tivesse sido capturado pelos nazistas, Himmler provavelmente teria sido executado.

Fuga, Captura e Suicídio

Após a rendição alemã em 8 de maio de 1945, Himmler tentou fugir disfarçado, usando documentos falsos em nome de Heinrich Hitzinger, um suposto sargento da polícia militar.

Ele raspou o bigode, adotou óculos e vestiu um uniforme comum para evitar reconhecimento. No entanto, em 21 de maio, foi capturado por tropas britânicas em um posto de controle na Alemanha.

Durante um interrogatório, Himmler revelou sua verdadeira identidade. Dois dias depois, em 23 de maio de 1945, enquanto estava sob custódia em Lüneburg, ele cometeu suicídio ao morder uma cápsula de cianeto escondida em sua boca, morrendo em minutos.

Legado e Impacto

Heinrich Himmler foi uma figura central na maquinaria de terror do Terceiro Reich, responsável pela morte de milhões de pessoas e pela implementação de políticas de genocídio que marcaram o Holocausto como um dos maiores crimes contra a humanidade na história.

Sua obsessão pela ideologia nazista, combinada com sua eficiência burocrática, transformou a SS em um instrumento de repressão e extermínio sem precedentes.

Sua tentativa de negociar com os Aliados no final da guerra revelou não apenas seu oportunismo, mas também sua crença equivocada de que poderia escapar da justiça pelos crimes cometidos.

A traição de Himmler a Hitler, embora motivada por interesses pessoais, não alterou o curso da guerra, mas simbolizou o colapso interno do regime nazista.

Sua morte por suicídio, antes de enfrentar um julgamento, privou o mundo de uma oportunidade de responsabilizá-lo diretamente em tribunais como os de Nuremberg, mas sua responsabilidade pelos horrores do Holocausto permanece indelével na história.

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