Especificações do Titanic - O Titanic,
assim como seus irmãos Olympic e Britannic, era
movido por uma combinação de dois sistemas de propulsão. Ele possuía 29
caldeiras a vapor agrupadas em seis salas, alimentando dois motores de
tripla expansão com quatro cilindros cada que moviam as duas hélices laterais.
O vapor excedente era
reutilizado por uma turbina de baixa pressão que movia a hélice central. O
navio conseguia chegar a uma velocidade média de 21 nós (39 km/h),
consumindo entre 638 a 737 toneladas de carvão por dia.
A energia elétrica que
operava a iluminação e outros equipamentos da embarcação era gerada por quatro
dínamos de 400 KW. A fuligem da combustão do carvão era descarregada
através das três primeiras chaminés.
A quarta chaminé era apenas
ornamental, adicionada principalmente para fazer com que os navios da
Classe Olympic parecessem mais "potentes" nos olhos
do público, porém também era usada para ventilar a casa de máquinas e as
cozinhas.
Na parte frontal do
convés dos botes ficava a ponte de comando, que se estendia por toda a largura
do navio e compreendia dois passadiços, duas cabines de observação laterais, uma
sala de navegação e uma sala das cartas marítimas.
Atrás da ponte ficavam os
alojamentos dos oficiais, que recebiam uma cabine proporcional a sua
hierarquia; o capitão Edward Smith, como oficial comandante, ocupava uma suíte
com escritório, banheiro e até mesmo uma banheira.
Atrás da primeira chaminé ficava a sala das comunicações sem fio, operada diariamente pelos radio técnicos Jack Phillips e Harold Bride.
Os alojamentos dos foguistas e mecânicos ficavam
localizados na extremidade da proa e eles acessavam seus locais de trabalho
através de uma escada em espiral e um longo corredor.
Além disso, um cesto de gávea funcionava a partir do mastro dianteiro, acessado por uma escada interna, e havia uma passarela de navegação no convés da popa.
Uma linha telefônica permitia a comunicação direta entre a ponte com o cesto de gávea, a casa do leme, a passarela de navegação e a casa de máquinas, melhorando a velocidade e precisão das manobras.
Outra linha permitia que os passageiros da
primeira classe entrassem em contato com alguns dos serviços de bordo do Titanic.
Instalações do Titanic
O Titanic fornecia
aos seus passageiros as instalações mais luxuosas e confortáveis do que
qualquer outro navio contemporâneo.
As primeiras classes iam do convés dos
botes até o convés E que incluíam um ginásio com os equipamentos mais modernos
da época, quadra de squash, sala de fumar decorada com uma lareira e pinturas
de Norman Wilkinson, restaurante à La Carte, dois cafés decorados com
palmeiras, piscina coberta, banhos turcos, sala de leitura com mobílias de mogno e
vitrais, convés de passeio coberto.
Suas cabines eram igualmente luxuosas,
com algumas tendo até locais de banho particulares que era uma coisa rara na
época e duas delas inclusive possuindo seu próprio convés de passeio privado.
Conectando todas as cabines e instalações
estavam duas grandes escadarias, uma entre a primeira e segunda chaminé e a
outra entre a terceira e quarta, que eram cobertas por uma enorme cúpula de
vidro.
A escadaria dianteira era adornada por
um relógio entalhado chamado de "Honra e Glória Coroando o Tempo" e
era servida também por três elevadores que iam do convés A ao E. No convés D a
grande escadaria dava para uma enorme sala de jantar.
Os passageiros de segunda classe
desfrutavam de acomodações equivalentes a primeira classe de outras embarcações.
Segurança do Titanic
O casco do Titanic era dividido em dezesseis
compartimentos estanques. Atravessando esses compartimentos existiam doze
comportas estanques situadas nos locais onde a passagem era necessária para o
bom funcionamento do navio.
Estas podiam ser fechadas remotamente a partir de um interruptor na ponte de comando ou mesmo automaticamente em caso de acidente.
Porém, os
compartimentos estanques centrais não iam além do convés E, enquanto os
compartimentos da proa e popa chegavam apenas até o convés D.
Os projetistas acreditavam que se dois compartimentos adjacentes fossem
inundados o navio poderia continuar flutuando. Esse limite era de quatro se os
compartimentos inundados estivessem na proa
Além disso, o Titanic também tinha um fundo duplo e
oito bombas d'água capazes de extrair quatrocentas toneladas de água por
hora. Todas essas medidas de segurança levaram aos rumores por parte da
imprensa de que a embarcação era supostamente "inafundável".
No entanto, esses rumores não surgiram pela primeira vez com o Titanic,
já que a própria White Star Line havia descrito o RMS
Cedric como "praticamente inafundável" nove anos antes.
O Titanic também estava equipado com vinte botes
salva-vidas: catorze com capacidade total para 65 pessoas, dois cúteres de
emergência que acomodavam até quarenta pessoas e quatro botes
desmontáveis Engelhardt que conseguiam levar 47 pessoas.
Dessa forma, os vinte barcos teoricamente poderiam conter 1178 pessoas, ou seja, um terço da capacidade total do navio.
Apesar de ser um número
baixo, era muito mais do que as legislações marítimas da época exigiam; o
pensamento contemporâneo era de que navios do tamanho do Titanic demorariam
em afundar e que assim os botes serviriam para transportar os passageiros do
navio naufragando para alguma embarcação de resgate.
O engenheiro Alexander Carlisle havia considerado a
ideia de colocar mais botes a bordo, porém foi rejeitado por Ismay,
dentre outros motivos, porque isso iria diminuir o espaço do convés dos botes e
enfraquecer a confiabilidade do público na empresa.
Mesmo assim, a fim de evitar custos adicionais caso uma possível mudança nas leis, Carlisle conseguiu convencer Ismay a instalar turcos tipo Wellin que eram capazes de baixar até dois botes.
Apenas 710 pessoas conseguiram embarcar nos botes durante
o naufrágio, pouco mais da metade da capacidade total que poderiam
acomodar.
As leis marítimas foram alteradas dois anos depois, em 1914, pela
Convenção Internacional para a Salvaguarda da Vida Humana no Mar, que passou a
exigir botes suficientes para todos a bordo.
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