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sexta-feira, setembro 13, 2024

Eclético



Ele, 40 anos, executivo, senta-se na poltrona do avião com destino a New York e maravilha-se com uma deusa sentada junto à janela. Após 15 minutos de voo, ele não se contém:

- É a primeira vez que vai a New York?

- Não, é uma viagem habitual.

- Trabalha com moda?

- Não, viajo em função de minhas pesquisas. Sou sexóloga.

- Suas pesquisas dedicam-se a quê?

- No momento, pesquiso as características do membro masculino.

- A que conclusão chegou?

- Que os Índios são os portadores de membros com as dimensões mais avantajadas e os Árabes são os que permanecem mais tempo no coito. Logo, são eles que proporcionam mais prazer às suas parceiras. Desculpe-me, senhor... eu estou aqui falando, mas não sei o seu nome...

- Oh! Muito prazer, Mohamed Pataxó!

quinta-feira, setembro 12, 2024

Crime e Castigo


 

Crime e Castigo, publicado pela primeira vez em 1866, é uma das obras-primas do escritor russo Fiódor Dostoiévski, um romance que mergulha profundamente na psique humana, explorando os tormentos psicológicos, morais e espirituais de seu protagonista, Rodion Romanovich Raskolnikov.

Ambientado na São Petersburgo do século XIX, uma cidade marcada por contrastes sociais e pobreza extrema, o romance apresenta Raskolnikov, um ex-estudante de direito que vive em condições precárias, isolado e consumido por ideias radicais.

Raskolnikov é um personagem de notável complexidade, dividido entre sua inteligência aguçada e sua angústia existencial. Ele desenvolve uma teoria filosófica segundo a qual indivíduos "extraordinários" - como Napoleão - têm o direito de transgredir normas morais e legais, inclusive cometendo crimes, se suas ações visarem um bem maior para a humanidade.

Para testar essa teoria e aliviar sua própria miséria, além de ajudar sua família, ele planeja assassinar Alyona Ivanovna, uma agiota idosa e cruel que explora os mais pobres.

O crime, cometido com um machado, é executado de forma brutal, mas o plano se complica quando Lizaveta, a irmã gentil e inocente de Alyona, entra inesperadamente no apartamento e também é assassinada por Raskolnikov para encobrir o ato.

Após os assassinatos, Raskolnikov mergulha em um abismo de paranoia, culpa e desespero. A tensão psicológica é intensificada por uma convocação da polícia para tratar de uma questão trivial, que ele inicialmente teme estar relacionada ao crime.

Seus conflitos internos tornam-se o cerne do romance, à medida que ele oscila entre a arrogância de sua teoria e o peso insuportável de sua consciência.As interações com outros personagens são fundamentais para a narrativa e para o desenvolvimento de Raskolnikov.

Entre eles, destaca-se Marmeladov, um funcionário público alcoólatra que representa a decadência moral e social, e sua filha Sonya, uma jovem forçada à prostituição para sustentar a família, mas que encarna a bondade, a fé cristã e a compaixão.

Outro personagem marcante é Svidrigailov, um homem amoral e manipulador, cuja presença serve como um espelho sombrio para os impulsos mais destrutivos de Raskolnikov.

A jornada de Raskolnikov rumo à redenção é lenta e dolorosa. Ele confessa seu crime primeiro a Sonya, que, apesar de sua própria condição humilhante, oferece a ele apoio espiritual e o incentiva a buscar expiação. Eventualmente, ele se entrega à polícia, incapaz de suportar mais o fardo de sua culpa.

Condenado a oito anos de trabalhos forçados na Sibéria, Raskolnikov é acompanhado por Sonya, cuja devoção inabalável o ajuda a encontrar um caminho para a regeneração moral e espiritual.

No epílogo, Dostoiévski sugere o início de uma transformação em Raskolnikov, marcada pela redescoberta do amor e da fé, embora o autor deixe claro que esse processo está apenas começando.

Crime e Castigo é muito mais do que um thriller psicológico. É uma profunda investigação filosófica e moral sobre a natureza do crime, da punição e da possibilidade de redenção.

O romance explora temas como o impacto destrutivo de ideologias niilistas, que ganhavam força na Rússia do século XIX, e a luta entre o bem inerente à humanidade e o mal aprendido por meio de influências sociais e intelectuais.

A alienação de Raskolnikov reflete a desumanização causada pela pobreza e pela perda de valores tradicionais, enquanto sua jornada de sofrimento aponta para a possibilidade de renovação através da fé, do amor e da aceitação da responsabilidade.

Dostoiévski, ele próprio profundamente marcado por suas experiências de prisão na Sibéria e por sua luta com a fé, imbui o romance com uma crítica contundente ao niilismo e ao racionalismo extremo, que ele via como ameaças à moral cristã e à coesão social.

Raskolnikov é um estudo em dualidade: um jovem que combina arrogância intelectual, desespero existencial e uma capacidade latente para a compaixão. Suas interações com Sonya, símbolo da pureza e da redenção, e Svidrigailov, representação da depravação moral, ilustram os polos opostos de sua alma e sua luta por salvação.

Além disso, o romance reflete o contexto social da Rússia czarista, com suas desigualdades gritantes, corrupção e crise espiritual. A São Petersburgo de Dostoiévski, com seus cortiços fétidos, tavernas barulhentas e ruas opressivas, é quase um personagem à parte, amplificando o isolamento e o sofrimento de Raskolnikov.

A riqueza de detalhes psicológicos e a profundidade dos diálogos tornam Crime e Castigo uma obra atemporal, que continua a ressoar com leitores em todo o mundo.

Em última análise, Crime e Castigo é uma exploração magistral da condição humana, questionando até que ponto o fim justifica os meios e como o sofrimento pode levar à redenção.

A obra desafia o leitor a refletir sobre a moralidade, a culpa e a possibilidade de transformação, consolidando-se como um dos maiores romances da literatura universal.

Richard Burton - Ator Importante no Cinema Mundial



Richard Burton: O Galês que brilhou no Cinema Mundial

Richard Burton, nascido Richard Walter Jenkins em 10 de novembro de 1925, na vila de Pontrhydyfen, País de Gales, foi um dos atores mais carismáticos e talentosos do século XX.

Conhecido por sua voz grave e presença magnética, Burton deixou um legado indelével no cinema e no teatro, interpretando papéis que marcaram gerações.

Filho de uma família humilde, era o penúltimo de doze irmãos, criado em um ambiente onde a poesia, paixão de seu pai, um mineiro galês, ecoava como inspiração.

Inicialmente, Burton sonhava em ser professor, mas o destino o levou a um caminho bem diferente, guiado por mentores que enxergaram seu potencial artístico.

Primeiros Passos e Ascensão no Teatro

Aos 17 anos, Burton estreou no teatro sob a orientação do dramaturgo Emlyn Williams, que o introduziu ao mundo das artes cênicas. O sobrenome “Burton” foi adotado em homenagem a Philip Burton, um professor que o incentivou desde a adolescência a perseguir a carreira de ator e se tornou uma figura paterna em sua vida.

Após formar-se em Oxford, onde aprimorou suas habilidades, Burton serviu por três anos na Real Força Aérea Britânica durante a Segunda Guerra Mundial, uma experiência que moldou sua disciplina e resiliência.

De volta a Londres, Burton conquistou fama interpretando papéis em peças de William Shakespeare, como Hamlet e Henrique IV. Sua capacidade de dar vida aos textos shakespearianos, com uma dicção impecável e emoção visceral, o tornou uma sensação no teatro londrino.

Sua voz, frequentemente descrita como hipnótica, parecia feita para os monólogos do bardo, atraindo multidões e críticos.

Carreira no Cinema

Burton estreou no cinema em 1949, com o filme The Last Days of Dolwyn, (Os Últimos Dias de Dolwyn) mas foi na década de 1950 que começou a se destacar.

Seu papel em Amargo Triunfo (The Robe, 1953), um épico bíblico, e em Look Back in Anger (Olhar para trás com raiva) (1959), dirigido por Tony Richardson, mostrou sua versatilidade, transitando entre dramas intensos e personagens históricos.

Contudo, foi nos anos 1960 que Burton alcançou o estrelato global, especialmente por suas atuações ao lado de Elizabeth Taylor, com quem formou um dos casais mais icônicos de Hollywood.

O papel de Marco Antônio em Cleópatra (1963), um dos filmes mais caros da história na época, marcou o início de sua relação amorosa com Taylor, que interpretava a rainha do Egito.

A química explosiva entre os dois transcendeu a tela, gerando manchetes e fascínio público. Juntos, estrelaram outros sucessos, como Gente Muito Importante (1963), A Megera Domada (1967) e, sobretudo, Quem Tem Medo de Virginia Woolf? (1966).

Este último, baseado na peça de Edward Albee, é considerado um marco em sua carreira. A interpretação de Burton como George, um professor universitário preso em um casamento destrutivo, foi aclamada por sua profundidade emocional, refletindo, de certa forma, os conflitos de sua própria vida com Taylor.

Apesar de receber sete indicações ao Oscar de Melhor Ator ao longo da carreira, Burton nunca venceu a estatueta, uma injustiça lamentada por muitos.

Vida Pessoal: Amor, Escândalos e Lutas

A relação de Burton com Elizabeth Taylor foi tão lendária quanto tumultuada. Casaram-se pela primeira vez em 1964, após um romance que escandalizou o mundo, já que ambos eram casados quando se conheceram durante as filmagens de Cleópatra.

O primeiro casamento terminou em 1974, abalado pelo alcoolismo de Burton e pela intensa pressão midiática. Em 1975, reconciliaram-se e casaram-se novamente, mas o segundo matrimônio durou apenas um ano.

Durante esse período, adotaram uma menina alemã, batizada de Maria Taylor Burton. Burton também era pai de Kate Burton, de seu primeiro casamento com Sybil Williams, que se tornaria uma respeitada atriz de teatro e televisão.

O alcoolismo foi uma sombra constante na vida de Burton. Após o segundo divórcio de Taylor, ele se casou com a modelo Suzy Hunt, em 1976, período em que tentou, sem sucesso duradouro, combater o vício.

Após o fim desse casamento, Burton encontrou estabilidade com Sally Hay, assistente de produção da BBC, com quem se casou em 1983 e permaneceu até sua morte. Sally trouxe um pouco de paz aos últimos anos de Burton, mas sua saúde já estava gravemente comprometida pelo abuso de álcool e cigarros.

Legado e Últimos Anos

Com mais de 40 filmes em sua filmografia, Burton transitou entre blockbusters e dramas intimistas, sempre com uma presença que dominava a tela. Filmes como O Espião que Veio do Frio (1965) e 1984 (1984), sua última atuação, mostram sua habilidade de dar vida a personagens complexos.

Fora das telas, ele também foi um defensor da cultura galesa, mantendo laços com sua terra natal e apoiando iniciativas artísticas. Richard Burton faleceu em 5 de agosto de 1984, aos 58 anos, vítima de uma hemorragia cerebral em sua casa em Céligny, Suíça.

Foi sepultado no Cemitério Vieux, em Genebra, deixando um vazio no cinema e no teatro. Sua vida, marcada por triunfos artísticos e tragédias pessoais, reflete a intensidade de um homem que viveu no limite, entre a genialidade e a autodestruição.

Impacto Cultural e Reflexões

Burton não foi apenas um ator; ele foi um fenômeno cultural. Sua relação com Elizabeth Taylor, apelidada de “Liz e Dick” pela imprensa, simbolizou o glamour e o caos de Hollywood na era de ouro.

O casal atraiu uma atenção midiática sem precedentes, alimentando tabloides com histórias de amor, brigas e excessos. Contudo, por trás dos escândalos, Burton era um artista dedicado, que trouxe profundidade a cada papel e inspirou gerações de atores com sua entrega apaixonada.

Sua luta contra o alcoolismo e os desafios de viver sob os holofotes revelam a humanidade de Burton. Ele era um homem de contradições: um galês de origem humilde que conquistou o mundo, mas nunca escapou completamente de seus demônios.

Sua história é um lembrete de que o talento, por maior que seja, não imuniza contra as fragilidades humanas. Ainda hoje, Burton é lembrado não só por seus papéis memoráveis, mas também por sua voz inconfundível e pela paixão que trouxe a cada cena, seja no palco shakespeariano, seja nas telas de Hollywood.

quarta-feira, setembro 11, 2024

Os Idosos


 

Idosos: Passos na Estrada da Vida

Os idosos não são obstáculos no caminho, mas sim pegadas marcadas na estrada da vida, testemunhas de uma jornada repleta de histórias, lutas e aprendizados. Cada ruga em seus rostos é um capítulo, cada passo hesitante é um eco de batalhas vencidas.

Eles carregam em si a sabedoria de quem já enfrentou tempestades e aprendeu a encontrar beleza nos dias ensolarados. Se meu andar é lento e hesitante, se tropeço nas pedras do caminho, não me apresse - ampare-me com gentileza.

Minhas pernas, que um dia correram com vigor, agora pedem paciência para seguir adiante. Se minhas mãos trêmulas derrubam a colher na mesa ou deixam cair migalhas no chão, não se irrite. Saiba que fiz o meu melhor, mesmo que o corpo já não obedeça como antes.

Se minha audição falha e preciso me esforçar para captar suas palavras, tenha paciência e fale com clareza. Minha vontade de ouvir você é maior que a fraqueza dos meus ouvidos.

Se minha visão está embaçada e meu entendimento por vezes se perde nas brumas da memória, ajude-me com um sorriso e uma explicação calma. A mente, que já foi ágil, agora dança em um ritmo mais lento, mas ainda deseja compreender o mundo.

Quando me encontrar na rua, não desviei o olhar como se eu fosse invisível. Pare, mesmo que por um instante, e troque algumas palavras comigo. A solidão pesa mais que os anos, e um simples “como você está?” pode aquecer um coração que sente o frio do isolamento.

Se, na sua sensibilidade, perceber tristeza em meus olhos, não hesite em compartilhar um sorriso ou uma palavra de conforto. Às vezes, é tudo o que preciso para lembrar que ainda faço parte do mundo.

Se eu repetir pela terceira vez a mesma história no mesmo dia, não me repreenda. Essas lembranças são tesouros que guardo, pontes que me conectam ao que fui e ao que ainda sou.

Ouça-me com carinho, como quem folheia um livro antigo, cheio de marcas do tempo. Se me comporto como criança, com medos ou manias, cerque-me de afeto.

A vulnerabilidade não é fraqueza, mas um convite à sua humanidade. Se a sombra da morte me assusta e tento negá-la com risos ou silêncios, ajude-me a enfrentá-la com serenidade. Fale comigo sobre a vida, mas não me deixe fugir da verdade - prepare-me para o adeus com respeito e amor.

E se, em algum momento, minha fragilidade ou doença parecer um peso em sua vida, não me abandone. Lembre-se: um dia, você também caminhará por essa estrada, e o amor que hoje oferece será o eco do cuidado que receberá.

Tudo o que peço, no crepúsculo desta jornada, é um pouco de respeito, um pouco de amor. Um pouco... do muito que um dia entreguei com todo o meu coração.

Pois, na essência, somos todos viajantes, e o que nos une é a certeza de que o amor e a compaixão tornam o caminho mais leve, para quem parte e para quem fica.

Juana Bormann - Guarda Feminina da SS em Auschwitz


Juana Bormann: A Crueldade da "Mulher com os Cães" nos Campos Nazistas

Juana Bormann, também registrada em alguns documentos como Johanna Bormann, nasceu em 10 de setembro de 1893, em Birkenfelde, na Alemanha. Durante a Segunda Guerra Mundial, ela se tornou uma das guardas femininas mais temidas da SS (Schutzstaffel), servindo em diversos campos de concentração nazistas.

Conhecida por sua crueldade extrema e pelo uso de cães para aterrorizar prisioneiros, Bormann foi julgada como criminosa de guerra e executada em dezembro de 1945, deixando um legado de horror que reflete a brutalidade do regime nazista.

Início da Carreira e Ascensão na SS

A trajetória de Juana Bormann no sistema de campos de concentração começou em 1938, no campo de Lichtenburg, um dos primeiros campos nazistas destinados a prisioneiros políticos. Inicialmente, ela trabalhou como cozinheira, mas logo foi promovida a auxiliar da SS, juntando-se a um grupo de cerca de 50 mulheres.

Segundo seu próprio depoimento, Bormann ingressou no serviço da SS motivada pela possibilidade de "ganhar mais dinheiro". Essa justificativa, aparentemente trivial, contrasta com a brutalidade que ela demonstraria nos anos seguintes, sugerindo uma combinação de oportunismo e falta de escrúpulos morais.

Em 1939, Bormann foi transferida para o campo de Ravensbrück, recém-construído perto de Berlim e projetado principalmente para prisioneiras mulheres.

Lá, ela foi selecionada para supervisionar equipes de trabalho forçado, um papel que exigia rigidez e obediência às ordens dos superiores. Sua eficiência e crueldade a destacaram, e, em 1942, ela foi uma das poucas guardas escolhidas para servir no infame campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau, na Polônia ocupada.

Como Aufseherin (supervisora feminina), Bormann trabalhava sob o comando de figuras notórias como Maria Mandel, a "Besta de Auschwitz", e Irma Grese, conhecida como a "Hiena de Auschwitz".

Apesar de sua baixa estatura - media cerca de 1,50 metro -, Bormann compensava sua aparência frágil com uma crueldade que a tornou temida entre as prisioneiras.

A "Mulher com os Cães" em Auschwitz

Em Auschwitz, Juana Bormann ganhou o apelido de "a mulher com os cães" devido ao seu hábito de usar um grande cão pastor alemão para atacar prisioneiros indefesos.

Testemunhas relatam que ela soltava o animal contra as vítimas com prazer sádico, muitas vezes resultando em ferimentos graves ou morte. Sua crueldade não se limitava ao uso do cão: Bormann participava ativamente das seleções para as câmaras de gás, espancava prisioneiras com chicotes e submetia-as a punições brutais por infrações mínimas.

Sua presença no campo era sinônimo de medo, e sua reputação como uma das guardas mais impiedosas cresceu rapidamente. Bormann trabalhava diretamente com Maria Mandel, que comandava os setores femininos de Auschwitz, e Irma Grese, com quem compartilhava uma afinidade pela violência.

Juntas, essas mulheres formavam um trio temido, responsável por inúmeras atrocidades contra prisioneiras judias, ciganas, políticas e outras vítimas do regime nazista.

Estima-se que, durante seu tempo em Auschwitz, Bormann tenha contribuído para a morte de milhares de mulheres e crianças, seja por meio de seleções para as câmaras de gás, seja através de torturas e execuções diretas.

Transferências e o Declínio do Regime Nazista

Com o avanço das forças Aliadas e as sucessivas derrotas da Alemanha nazista em 1944, Bormann foi transferida para um campo auxiliar na Silésia, uma região estratégica para os nazistas devido às suas indústrias de trabalho forçado.

Em janeiro de 1945, ela retornou a Ravensbrück, onde as condições já estavam deterioradas devido à superlotação e à escassez de recursos. Em março de 1945, Bormann foi enviada ao campo de Bergen-Belsen, seu último posto, onde trabalhou novamente ao lado de figuras como Josef Kramer, Irma Grese e Elisabeth Volkenrath, com quem já havia servido em Auschwitz.

Em Bergen-Belsen, as condições eram catastróficas. Originalmente concebido como um campo de "trânsito", Belsen tornou-se um depósito de prisioneiros à medida que os nazistas evacuavam outros campos diante do avanço dos Aliados.

A superlotação, a fome e as doenças dizimaram a população do campo, e Bormann continuou a impor sua autoridade com violência, mesmo em um cenário de colapso.

Quando as tropas britânicas libertaram Bergen-Belsen em 15 de abril de 1945, encontraram um cenário de horror: cerca de 10.000 cadáveres insepultos e aproximadamente 60.000 sobreviventes em estado de extrema desnutrição e exaustão.

Como punição inicial, os libertadores obrigaram os membros da SS, incluindo Bormann, a enterrar os corpos, uma tarefa que expôs a escala das atrocidades cometidas.

Julgamento e Execução

Após a libertação de Bergen-Belsen, Juana Bormann foi presa pelas forças britânicas e submetida a intensos interrogatórios. Ela foi julgada no chamado Julgamento de Belsen, realizado entre setembro e dezembro de 1945 em Lüneburg, na Alemanha.

O julgamento reuniu testemunhas sobreviventes de Auschwitz e Bergen-Belsen, que relataram os crimes de Bormann, incluindo os ataques com seu cão pastor alemão, espancamentos brutais e sua participação nas seleções para as câmaras de gás.

Apesar de sua tentativa de minimizar suas ações, alegando que apenas seguia ordens, as evidências contra ela eram esmagadoras. Considerada culpada de crimes contra a humanidade, Juana Bormann foi sentenciada à morte.

Em 13 de dezembro de 1945, aos 52 anos, ela foi enforcada na prisão de Hameln, ao lado de Irma Grese e Elisabeth Volkenrath. O carrasco britânico Albert Pierrepoint, responsável pela execução, descreveu Bormann em suas memórias como uma figura frágil e envelhecida, que "andou vacilante pelo corredor, parecendo velha e encovada".

Ele relatou que, ao ser levada ao cadafalso, Bormann tremia e disse apenas: "Eu tenho os meus sentimentos". Essa frase enigmática, dita momentos antes de sua morte, pode ser interpretada como uma tentativa de justificar suas ações ou expressar algum remorso tardio, mas não alterou o peso de sua culpa.

Contexto e Reflexão

A trajetória de Juana Bormann ilustra o papel ativo que algumas mulheres desempenharam no Holocausto, desafiando estereótipos de gênero que associam mulheres à compaixão. Como outras guardas da SS, como Maria Mandel e Irma Grese, Bormann demonstrou que a crueldade não tem gênero, e sua dedicação ao regime nazista foi marcada por uma brutalidade implacável.

Sua decisão de ingressar na SS por motivos financeiros reflete a banalidade do mal, conceito descrito por Hannah Arendt, onde indivíduos comuns participaram de atrocidades por razões práticas ou ideológicas, sem questionar a moralidade de suas ações.

O uso de cães como instrumento de terror, uma característica distintiva de Bormann, também destaca a crueldade psicológica empregada pelos nazistas para desumanizar suas vítimas.

Esses animais, treinados para atacar, eram extensões do poder dos guardas, amplificando o medo e o sofrimento das prisioneiras. Além disso, a presença de Bormann em campos como Auschwitz e Bergen-Belsen a coloca no centro de algumas das piores atrocidades do Holocausto, incluindo o extermínio em massa e as condições desumanas que levaram à morte de dezenas de milhares de pessoas.

O Julgamento de Belsen, onde Bormann foi condenada, foi um marco nos esforços pós-guerra para responsabilizar os perpetradores do Holocausto. As testemunhas sobreviventes, muitas delas marcadas física e psicologicamente pelas experiências nos campos, desempenharam um papel crucial em expor a escala dos crimes nazistas. A execução de Bormann, embora não pudesse desfazer o sofrimento causado, representou um símbolo de justiça para as vítimas.

Legado

Juana Bormann permanece como uma figura que personifica a desumanidade do regime nazista. Sua história é um lembrete sombrio de como indivíduos comuns podem se tornar instrumentos de um sistema genocida, especialmente quando motivados por ganância, obediência cega ou fanatismo ideológico.

A memória de suas ações, documentada nos testemunhos dos sobreviventes e nos registros históricos, serve como um alerta contra a repetição de tais horrores.

A brutalidade da "mulher com os cães" ecoa como parte do legado do Holocausto, um capítulo trágico da história humana que nunca deve ser esquecido.

terça-feira, setembro 10, 2024

A Montanha Tianmen


 

A Montanha Tianmen, localizada na província de Hunan, na China, é considerada uma das montanhas mais belas e místicas do mundo, famosa pelo seu impressionante arco natural, conhecido como "Portão do Céu".

Situada próximo à cidade de Zhangjiajie, essa formação geológica atrai milhões de visitantes anualmente, fascinados por sua beleza cênica, significado espiritual e façanhas humanas que marcaram sua história.

Como Chegar ao Cume

Do centro de Zhangjiajie até o topo da Montanha Tianmen, os visitantes têm três opções principais: um teleférico de tirar o fôlego, uma estrada sinuosa ou a desafiadora escadaria de 999 degraus.

O teleférico, conhecido como o mais longo entre montanhas altas do mundo, cobre uma distância de aproximadamente 7,4 km, conectando o centro da cidade ao pico, onde se encontra o chamado "Jardim Suspenso".

Durante o trajeto, os passageiros desfrutam de vistas panorâmicas dos penhascos verdejantes, vales profundos e formações rochosas únicas que caracterizam o Parque Nacional Florestal de Zhangjiajie, Patrimônio Mundial da UNESCO.

Para os que preferem uma experiência terrestre, a Estrada do Céu (ou Tongtian Avenue) oferece uma alternativa emocionante. Essa estrada de 11 km, com 99 curvas fechadas, é uma das rotas mais desafiadoras do mundo.

O número 99 não é coincidência: na cultura chinesa, o número 9 está associado à eternidade e à conexão entre o humano e o divino, reforçando o caráter sagrado da montanha.

A estrada serpenteia por penhascos íngremes, exigindo habilidade dos motoristas e coragem dos passageiros, enquanto proporciona vistas deslumbrantes.

Para os mais aventureiros, a escadaria de 999 degraus, apelidada de "Stairway to Heaven" (Escadaria para o Céu), é um teste de resistência física e espiritual.

Cada degrau leva os visitantes mais perto do arco natural, situado a 1.519 metros acima do nível do mar, e a jornada é vista por muitos como uma peregrinação.

O Portão do Céu

No cume da montanha, o "Portão do Céu" é o destaque principal. Este arco natural, formado há cerca de 1.700 anos, no século III, quando parte do penhasco desmoronou, é uma maravilha geológica.

Com 131 metros de altura, 57 metros de largura e 60 metros de profundidade, o arco é envolto em lendas que o consideram um portal entre o mundo terreno e o celestial.

A névoa que frequentemente envolve o arco, especialmente após chuvas, reforça sua aura mística, atraindo peregrinos e turistas em busca de conexão espiritual ou simplesmente de uma vista inesquecível.




História e Significado Cultural

Até o século III, a Montanha Tianmen era um local relativamente comum. O colapso que formou o arco natural marcou um turning point em sua história, transformando-a em um símbolo de divindade.

Registros históricos da Dinastia Wu (263 d.C.) relatam que o desmoronamento foi interpretado como um sinal celestial, consolidando a reputação de Tianmen como montanha sagrada.

O Templo Tianmen, localizado próximo ao arco, é um ponto de peregrinação para budistas e taoístas, que acreditam que a montanha é um lugar de energia espiritual poderosa.

Feitos Históricos e Modernos

A Montanha Tianmen ganhou notoriedade mundial em 1999, quando um grupo de pilotos realizou um feito ousado: atravessar o arco do Portão do Céu em aviões, marcando a primeira vez que tal manobra foi realizada em uma montanha.

O evento, televisionado globalmente, garantiu à montanha um lugar no Livro dos Recordes Guinness e consolidou sua fama como um destino de aventuras extremas.

Além disso, a montanha tem sido palco de outros eventos notáveis. Em 2011, o equilibrista americano Nik Wallenda atravessou o arco caminhando sobre uma corda bamba, em um espetáculo que atraiu atenção internacional.

Mais recentemente, a montanha serviu como cenário para competições de wingsuit (esporte em que atletas "voam" usando trajes especiais), com participantes cruzando o arco em alta velocidade, desafiando os limites da gravidade e da coragem humana.

Atrações Adicionais e Curiosidades

Além do Portão do Céu, a Montanha Tianmen oferece outras atrações que encantam os visitantes. O "Caminho de Vidro" (ou Glass Skywalk), uma passarela de vidro suspensa a mais de 1.400 metros de altura, proporciona uma experiência vertiginosa, permitindo que os visitantes caminhem sobre o vazio com vistas do abismo abaixo.

Inaugurado em 2016, o skywalk é uma prova da engenhosidade moderna e da capacidade de Tianmen de combinar natureza e inovação. Outra curiosidade é a presença de uma caverna sagrada, a Caverna Tianmen, acessível por trilhas próximas ao arco. Segundo a tradição, a caverna é um local de meditação e oferendas, onde os visitantes deixam incensos e orações.

Impacto Turístico e Preservação

A popularidade da Montanha Tianmen trouxe benefícios econômicos para Zhangjiajie, mas também desafios relacionados à preservação ambiental. As autoridades locais implementaram medidas para limitar o impacto do turismo, como restringir o número de visitantes diários e promover práticas sustentáveis.

Apesar disso, a montanha continua sendo um destino acessível, com infraestrutura bem desenvolvida para receber viajantes de todo o mundo.

Conclusão

A Montanha Tianmen é mais do que uma maravilha natural; é um símbolo de espiritualidade, aventura e resiliência humana. Seja pela jornada no teleférico, pela adrenalina da Estrada do Céu, pela peregrinação pelos 999 degraus ou pelas façanhas que marcaram sua história, Tianmen continua a inspirar e surpreender.

Para aqueles que buscam beleza natural, significado cultural ou emoções extremas, a Montanha Tianmen é, sem dúvida, um destino que transcende o comum, conectando o humano ao divino.


Eu me despeço


 

Despedida e Canto à Pátria

Eu me despeço, mas não para sempre. Volto à minha casa, aos refúgios dos meus sonhos, onde a alma descansa e se reconcilia. Volto à Patagônia, onde o vento açoita os estábulos com sua fúria indomada e salpica de espuma fresca as ondas rebeldes do Oceano Pacífico.

Ali, o céu é um manto de estrelas cortado por nuvens velozes, e a terra respira sob o peso de geleiras milenares. Sou nada mais que um poeta: um coração que pulsa com o mundo, que ama a todos, que vagueia errante por estradas de poeira e esperança.

Amo o mundo em sua inteireza, com suas dores e alegrias, suas montanhas e seus vales. Em minha pátria, porém, há sombras: prendem-se os mineiros nas entranhas da terra, onde o cobre sangra para sustentar nações distantes.

Os soldados, com suas botas pesadas, pisam sobre os sonhos, mandando mais que os juízes, enquanto a justiça se curva sob o peso da opressão. Ainda assim, amo até as raízes mais profundas do meu pequeno país frio.

Amo o cheiro úmido da araucária selvagem, o rugido do vendaval que desce do Sul, carregando ecos de antigas batalhas dos mapuches, que resistiram com lanças e coragem contra o invasor.

Amo as campanas recém-compradas, que tocam nas vilas perdidas, anunciando a vida simples, o pão quente, a roda de mate compartilhada ao entardecer.

Se mil vezes eu tivesse que morrer, que seja ali, entre as cordilheiras que cortam o céu, onde o condor voa livre e o horizonte não tem fim. Se mil vezes eu tivesse que nascer, que seja ali, sob o olhar vigilante do vulcão Villarrica, entre os lagos que refletem o azul de um tempo sem mácula.

Que ninguém pense em mim, poeta passageiro. Pensemos, isso sim, em toda a terra, em suas gentes humildes que golpeiam a mesa com amor e exigem justiça.

Não quero que o sangue volte a manchar o pão que sustenta, os feijões que nutrem, a música que consola.

Quero que venha comigo o mineiro, com sua pele marcada pela poeira do deserto; a criança, com seus olhos cheios de futuro; o advogado, que luta com palavras afiadas; o marinheiro, que enfrenta as tormentas do mar; e o fabricante de bonecas, que tece sonhos com mãos calejadas.

Que entremos juntos no cinema, onde as histórias nos unem, e que bebamos o vinho mais tinto, aquele que aquece o peito e faz brotar canções. Eu não vim para resolver o mundo, com suas feridas abertas. Vim para cantar, para erguer a voz como o vento da Patagônia, e quero que cantes comigo. Que nossas vozes se unam, cruzem montanhas e oceanos, e cheguem aos corações que ainda acreditam na beleza de sermos um.

“O vínculo com a terra natal de Pablo Neruda. Menciona o cobre, um elemento central na economia e na história chilena, e os conflitos sociais, que ecoam as lutas descritas por Pablo Neruda em outros poemas, como os de Canto General.”