Propaganda

quinta-feira, setembro 12, 2024

Richard Burton - Ator Importante no Cinema Mundial



Richard Burton: O Galês que brilhou no Cinema Mundial

Richard Burton, nascido Richard Walter Jenkins em 10 de novembro de 1925, na vila de Pontrhydyfen, País de Gales, foi um dos atores mais carismáticos e talentosos do século XX.

Conhecido por sua voz grave e presença magnética, Burton deixou um legado indelével no cinema e no teatro, interpretando papéis que marcaram gerações.

Filho de uma família humilde, era o penúltimo de doze irmãos, criado em um ambiente onde a poesia, paixão de seu pai, um mineiro galês, ecoava como inspiração.

Inicialmente, Burton sonhava em ser professor, mas o destino o levou a um caminho bem diferente, guiado por mentores que enxergaram seu potencial artístico.

Primeiros Passos e Ascensão no Teatro

Aos 17 anos, Burton estreou no teatro sob a orientação do dramaturgo Emlyn Williams, que o introduziu ao mundo das artes cênicas. O sobrenome “Burton” foi adotado em homenagem a Philip Burton, um professor que o incentivou desde a adolescência a perseguir a carreira de ator e se tornou uma figura paterna em sua vida.

Após formar-se em Oxford, onde aprimorou suas habilidades, Burton serviu por três anos na Real Força Aérea Britânica durante a Segunda Guerra Mundial, uma experiência que moldou sua disciplina e resiliência.

De volta a Londres, Burton conquistou fama interpretando papéis em peças de William Shakespeare, como Hamlet e Henrique IV. Sua capacidade de dar vida aos textos shakespearianos, com uma dicção impecável e emoção visceral, o tornou uma sensação no teatro londrino.

Sua voz, frequentemente descrita como hipnótica, parecia feita para os monólogos do bardo, atraindo multidões e críticos.

Carreira no Cinema

Burton estreou no cinema em 1949, com o filme The Last Days of Dolwyn, (Os Últimos Dias de Dolwyn) mas foi na década de 1950 que começou a se destacar.

Seu papel em Amargo Triunfo (The Robe, 1953), um épico bíblico, e em Look Back in Anger (Olhar para trás com raiva) (1959), dirigido por Tony Richardson, mostrou sua versatilidade, transitando entre dramas intensos e personagens históricos.

Contudo, foi nos anos 1960 que Burton alcançou o estrelato global, especialmente por suas atuações ao lado de Elizabeth Taylor, com quem formou um dos casais mais icônicos de Hollywood.

O papel de Marco Antônio em Cleópatra (1963), um dos filmes mais caros da história na época, marcou o início de sua relação amorosa com Taylor, que interpretava a rainha do Egito.

A química explosiva entre os dois transcendeu a tela, gerando manchetes e fascínio público. Juntos, estrelaram outros sucessos, como Gente Muito Importante (1963), A Megera Domada (1967) e, sobretudo, Quem Tem Medo de Virginia Woolf? (1966).

Este último, baseado na peça de Edward Albee, é considerado um marco em sua carreira. A interpretação de Burton como George, um professor universitário preso em um casamento destrutivo, foi aclamada por sua profundidade emocional, refletindo, de certa forma, os conflitos de sua própria vida com Taylor.

Apesar de receber sete indicações ao Oscar de Melhor Ator ao longo da carreira, Burton nunca venceu a estatueta, uma injustiça lamentada por muitos.

Vida Pessoal: Amor, Escândalos e Lutas

A relação de Burton com Elizabeth Taylor foi tão lendária quanto tumultuada. Casaram-se pela primeira vez em 1964, após um romance que escandalizou o mundo, já que ambos eram casados quando se conheceram durante as filmagens de Cleópatra.

O primeiro casamento terminou em 1974, abalado pelo alcoolismo de Burton e pela intensa pressão midiática. Em 1975, reconciliaram-se e casaram-se novamente, mas o segundo matrimônio durou apenas um ano.

Durante esse período, adotaram uma menina alemã, batizada de Maria Taylor Burton. Burton também era pai de Kate Burton, de seu primeiro casamento com Sybil Williams, que se tornaria uma respeitada atriz de teatro e televisão.

O alcoolismo foi uma sombra constante na vida de Burton. Após o segundo divórcio de Taylor, ele se casou com a modelo Suzy Hunt, em 1976, período em que tentou, sem sucesso duradouro, combater o vício.

Após o fim desse casamento, Burton encontrou estabilidade com Sally Hay, assistente de produção da BBC, com quem se casou em 1983 e permaneceu até sua morte. Sally trouxe um pouco de paz aos últimos anos de Burton, mas sua saúde já estava gravemente comprometida pelo abuso de álcool e cigarros.

Legado e Últimos Anos

Com mais de 40 filmes em sua filmografia, Burton transitou entre blockbusters e dramas intimistas, sempre com uma presença que dominava a tela. Filmes como O Espião que Veio do Frio (1965) e 1984 (1984), sua última atuação, mostram sua habilidade de dar vida a personagens complexos.

Fora das telas, ele também foi um defensor da cultura galesa, mantendo laços com sua terra natal e apoiando iniciativas artísticas. Richard Burton faleceu em 5 de agosto de 1984, aos 58 anos, vítima de uma hemorragia cerebral em sua casa em Céligny, Suíça.

Foi sepultado no Cemitério Vieux, em Genebra, deixando um vazio no cinema e no teatro. Sua vida, marcada por triunfos artísticos e tragédias pessoais, reflete a intensidade de um homem que viveu no limite, entre a genialidade e a autodestruição.

Impacto Cultural e Reflexões

Burton não foi apenas um ator; ele foi um fenômeno cultural. Sua relação com Elizabeth Taylor, apelidada de “Liz e Dick” pela imprensa, simbolizou o glamour e o caos de Hollywood na era de ouro.

O casal atraiu uma atenção midiática sem precedentes, alimentando tabloides com histórias de amor, brigas e excessos. Contudo, por trás dos escândalos, Burton era um artista dedicado, que trouxe profundidade a cada papel e inspirou gerações de atores com sua entrega apaixonada.

Sua luta contra o alcoolismo e os desafios de viver sob os holofotes revelam a humanidade de Burton. Ele era um homem de contradições: um galês de origem humilde que conquistou o mundo, mas nunca escapou completamente de seus demônios.

Sua história é um lembrete de que o talento, por maior que seja, não imuniza contra as fragilidades humanas. Ainda hoje, Burton é lembrado não só por seus papéis memoráveis, mas também por sua voz inconfundível e pela paixão que trouxe a cada cena, seja no palco shakespeariano, seja nas telas de Hollywood.

0 Comentários: