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segunda-feira, setembro 09, 2024

Mauricio do Valle - Grandes Papéis no Cinema e na TV




Maurício do Valle, nascido no Rio de Janeiro em 1º de março de 1928 e falecido na mesma cidade em 7 de outubro de 1994, foi um dos atores brasileiros mais versáteis e marcantes de sua geração.

Com uma carreira que abrangeu cinema, teatro e televisão, ele deixou um legado inesquecível, especialmente por sua presença carismática e pela capacidade de transitar entre papéis dramáticos, cômicos e até mesmo vilanescos.

Início no Cinema e na Televisão

A trajetória de Maurício do Valle no mundo artístico começou de forma quase casual, no início da década de 1950, quando respondeu a um anúncio de jornal que buscava extras para o filme Tudo Azul (1951), dirigido por Moacyr Fenelon.

Essa oportunidade abriu as portas do cinema, onde ele rapidamente se destacou pela expressividade e pelo porte físico imponente, características que o tornaram uma figura recorrente nas telas brasileiras.

Na televisão, seu primeiro papel de destaque veio no final dos anos 1950, em um teleteatro da TV Tupi, onde contracenou com Fernanda Montenegro na adaptação de A Dama das Camélias.

No papel do galã Armand Duval, Maurício demonstrou sua versatilidade, conquistando o público com uma atuação sensível e marcante. Esse trabalho inicial na TV foi apenas o começo de uma carreira prolífica no meio.

Consagração no Cinema com Glauber Rocha

Maurício do Valle alcançou reconhecimento internacional ao interpretar o icônico Antônio das Mortes, o caçador de cangaceiros, nos filmes Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964) e O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro (1969), ambos dirigidos por Glauber Rocha.

Essas obras-primas do Cinema Novo brasileiro destacaram seu tipo rústico, com gestos dramáticos e uma presença magnética que capturava a essência do sertão brasileiro.

O personagem Antônio das Mortes se tornou um marco na história do cinema nacional, simbolizando a complexidade de um Brasil dividido entre tradição e modernidade.

A crítica elogiou sua interpretação, que misturava força bruta e uma inesperada profundidade emocional. Apesar de ser reconhecido por papéis de homens durões, Maurício do Valle se descrevia como um "grande romântico".

Essa dualidade entre sua imagem pública e sua personalidade introspectiva adicionava camadas aos personagens que interpretava, tornando suas atuações ainda mais ricas.

Carreira na Televisão: Novelas e Minisséries

Na televisão, Maurício consolidou sua carreira com papéis memoráveis em novelas e minisséries. Um de seus primeiros grandes sucessos foi na novela Meu Pedacinho de Chão (1971), escrita por Benedito Ruy Barbosa, com quem ele desenvolveria uma parceria duradoura.

Outros trabalhos com o autor incluíram Cabocla (1979) e Pé de Vento (1980), exibida pela Rede Bandeirantes. Sua habilidade em dar vida a personagens rurais e autênticos o tornou uma escolha natural para produções que exploravam o universo do interior brasileiro.

Além disso, Maurício participou de clássicos da TV brasileira, como O Tempo e o Vento (1967) na TV Excelsior, A Última Testemunha (1968) na TV Record, Jerônimo (1972) na TV Tupi e Rosa Baiana (1981) na Rede Bandeirantes.

Na Rede Globo, ele brilhou como o Gigante no infantil Sítio do Pica-Pau Amarelo, encantando gerações de espectadores, e como o Delegado Feijó na icônica novela Roque Santeiro (1985), de Dias Gomes, onde sua atuação trouxe humor e autoridade ao personagem.

Também participou de seriados como Carga Pesada e de episódios do programa interativo Você Decide, além de especiais como Alice e O Segredo da Arte da Palavra.

Na Rede Manchete, Maurício do Valle marcou presença em produções de grande impacto, como as minisséries A Rainha da Vida (1987) e Escrava Anastácia (1990), além das novelas Kananga do Japão (1989), Pantanal (1990) e A História de Ana Raio e Zé Trovão (1990), onde interpretou o carismático Cabeção.

Esta última novela foi reprisada pelo SBT em 2010, permitindo que novas gerações descobrissem seu talento.

Presença nos Trapalhões e Outros Trabalhos

Maurício também se destacou como coadjuvante em produções cômicas, especialmente no programa Os Trapalhões, onde frequentemente interpretava vilões com um toque de humor exagerado.

Nos filmes do grupo, como Os Trapalhões e o Mágico de Oróz (1984), ele viveu o Coronel Ferreira, um antagonista que se tornou memorável pela química com os humoristas.

Sua participação no Chico Anysio Show na década de 1980 reforçou sua versatilidade, mostrando que ele podia transitar com facilidade entre o drama e a comédia.

Premiações e Reconhecimento no Cinema

Nas décadas de 1960 e 1970, Maurício do Valle viveu o auge de sua carreira no cinema, participando de dezenas de filmes e se tornando um dos atores mais prolíficos da época.

Sua presença constante nas telas lhe rendeu diversos prêmios, especialmente por papéis em produções do Cinema Novo e em filmes populares que exploravam temáticas regionais e históricas.

Trabalhos como O Pagador de Promessas (1962), de Anselmo Duarte, e A Grande Feira (1961), de Roberto Pires, consolidaram sua reputação como um ator de peso, capaz de roubar a cena mesmo em papéis coadjuvantes.

Últimos Anos e Legado

O último trabalho de Maurício do Valle em novelas foi uma participação especial em Deus nos Acuda (1992), da Rede Globo, onde interpretou um delegado de polícia contracenando com a inesquecível Dona Armênia, vivida por Aracy Balabanian.

Mesmo com a saúde fragilizada, ele ainda participou de um episódio de Você Decide e do especial O Segredo da Arte da Palavra em 1994, demonstrando sua dedicação à arte até o fim.

Maurício faleceu em 7 de outubro de 1994, aos 66 anos, vítima de complicações decorrentes de diabetes e problemas cardíacos. Três meses antes de sua morte, ele passou por uma amputação de uma perna devido a problemas vasculares, e, na madrugada do dia de seu falecimento, teve a outra perna amputada.

Segundo seu irmão, o também ator Sérgio Valle, essas cirurgias abalaram profundamente Maurício, que "perdeu a vontade de viver". Ele foi sepultado no Cemitério do Catumbi, no Rio de Janeiro, deixando para trás uma carreira brilhante e um vazio no cenário artístico brasileiro.

Legado e Memória

Maurício do Valle foi muito mais do que um ator de papéis marcantes; ele foi um símbolo da riqueza cultural do Brasil, transitando entre o cinema de vanguarda, a televisão popular e o humor escrachado dos Trapalhões.

Sua habilidade de dar vida a personagens tão diversos - do introspectivo Antônio das Mortes ao cômico Cabeção - reflete a amplitude de seu talento.

Até hoje, suas atuações continuam a inspirar atores e diretores, e sua presença em reprises e retrospectivas mantém viva a memória de um dos grandes nomes da dramaturgia brasileira.

Valentina Vassilyeva


 

Valentina Vassilyeva: A Mulher com Mais Filhos da História

Valentina Vassilyeva é reconhecida como a mulher que teria dado à luz o maior número de filhos registrado na história. Primeira esposa de Feodor Vassilyev, um camponês de Shuya, na Rússia, Valentina viveu entre 1707 e 1782.

Durante sua vida, ela teria tido 27 gestações, resultando em um total impressionante de 69 filhos: 16 pares de gêmeos, 7 conjuntos de trigêmeos e 4 conjuntos de quadrigêmeos.

Estima-se que suas gestações duravam, em média, 37 semanas para gêmeos, 32 semanas para trigêmeos e 30 semanas para quadrigêmeos. Surpreendentemente, apenas dois de seus 69 filhos não sobreviveram à infância, o que, se verdadeiro, seria um feito notável para a medicina e as condições de vida do século XVIII.

Feodor Vassilyev, seu marido, também é uma figura central nessa história extraordinária. Além dos 69 filhos com Valentina, ele teria tido mais 18 filhos com sua segunda esposa (6 pares de gêmeos e 2 conjuntos de trigêmeos), totalizando 87 filhos.

Esses números, registrados no Livro Guinness de Recordes Mundiais, colocam Feodor como o pai com o maior número de filhos na história documentada.

No entanto, a falta de registros precisos, como nomes, datas de nascimento ou morte dos filhos, alimenta o ceticismo sobre a veracidade desses relatos.

Contexto Histórico e Social

A história de Valentina e Feodor Vassilyev ocorre em um período em que a Rússia do século XVIII era predominantemente rural, com famílias numerosas sendo comuns, especialmente entre camponeses.

A fertilidade era vista como uma bênção, e grandes famílias eram valorizadas tanto por questões econômicas - mais mãos para trabalhar na terra - quanto culturais.

Contudo, as condições de saúde e saneamento da época tornavam a sobrevivência de tantas crianças, especialmente de partos múltiplos, extremamente improvável.

A medicina obstétrica era rudimentar, e a mortalidade infantil era alta, o que torna o caso de Valentina ainda mais extraordinário, mas também mais difícil de ser aceito sem questionamentos.

A história foi registrada pela primeira vez em 1783, na The Gentleman’s Magazine (Vol. 53, p. 753, Londres), que relatou a informação com base no depoimento de um comerciante inglês em São Petersburgo.

Segundo o relato, a história era confiável, e Feodor teria sido apresentado à Imperatriz russa, possivelmente Catarina, a Grande, como uma curiosidade. Outras fontes, como o comentário de Ivan Nikitich Boltin sobre a história russa e o livro Panorama de São Petersburgo (1834), de Alexander Pavlovich Bashutskiy, corroboram os números, mas sem fornecer evidências concretas, como certidões de nascimento ou registros paroquiais.

Ceticismo e Tentativas de Verificação

Apesar da inclusão no Livro Guinness de Recordes Mundiais, a história de Valentina e Feodor é cercada de dúvidas. Um artigo de 1933, publicado por Julia Bell na revista Biometrika, cita um livro de 1790, Statistische Schilderung von Rußland, de BFJ Hermann, que menciona o caso com ressalvas.

Bell também destaca que a revista The Lancet, em 1878, relatou que a Academia Francesa de Ciências tentou verificar os fatos, contatando a Academia Imperial de São Petersburgo.

No entanto, a resposta recebida foi evasiva, sugerindo que membros da família Vassilyev ainda viviam em Moscou e haviam recebido favores do governo russo, o que desestimulou investigações mais aprofundadas.

Marie M. Clay, em seu livro Quadruplets and Higher Multiple Births (1989), lamenta a falta de investigação rigorosa, afirmando que a ausência de registros detalhados comprometeu a possibilidade de confirmar a história.

A improbabilidade biológica também alimenta o ceticismo: 27 gestações em cerca de 40 anos, muitas delas de partos múltiplos, exigiria uma saúde física excepcional de Valentina, além de condições de vida que minimizassem os riscos de mortalidade materna e infantil, algo raro para a época.

Reflexões sobre o Legado e o Contexto Atual

A história de Valentina Vassilyeva, verdadeira ou não, fascina por sua grandiosidade e pelo que revela sobre a curiosidade humana por recordes extremos.

No século XVIII, relatos como esse podiam servir como propaganda ou curiosidade cultural, talvez até para destacar a força de uma nação rural como a Rússia.

Hoje, a narrativa ressoa em discussões sobre fertilidade, saúde materna e os limites do corpo humano. Avanços médicos modernos, como a fertilização in vitro, tornaram partos múltiplos mais comuns, mas ainda assim, a escala do caso de Valentina permanece quase inconcebível.

Além disso, a história levanta questões sobre a documentação histórica e a confiabilidade de relatos antigos. Em um mundo atual, onde a verificação de fatos é facilitada por registros digitais e bancos de dados, casos como o de Valentina seriam mais facilmente confirmados ou refutados.

A ausência de tais recursos no século XVIII deixa a história envoltos em mistério, como uma lenda que mistura fato e exagero.

Conclusão

Valentina e Feodor Vassilyev permanecem figuras lendárias, imortalizadas por números que desafiam a imaginação. Seja como um feito histórico ou uma história amplificada pelo boca a boca, o caso reflete a fascinação humana por superar limites.

A falta de evidências concretas não diminui o impacto cultural dessa narrativa, que continua a inspirar debates sobre fertilidade, família e a confiabilidade dos registros históricos.

Talvez o verdadeiro legado de Valentina seja nos lembrar da resiliência humana - ou da nossa capacidade de criar histórias que transcendem o tempo.

domingo, setembro 08, 2024

Um aplauso


 

Um aplauso aos homens que têm a coragem de dizer: “Desculpa, eu errei, vamos conversar, porque eu não quero te perder. Em um mundo que muitas vezes glorifica a rigidez e o orgulho, admitir um erro exige não apenas humildade, mas uma força interior que desafia estereótipos.

Esses homens entendem que um pedido de desculpas sincero não é sinal de fraqueza, mas um passo em direção à construção de relações mais verdadeiras e sólidas.

Um aplauso aos homens que, diante dos “amigos”, têm a ousadia de afirmar: “Não troco a mulher da minha vida, a nossa história, por uma noite qualquer”.

Em uma sociedade onde a pressão social muitas vezes incentiva escolhas passageiras, esses homens priorizam o compromisso, a lealdade e o respeito mútuo, mostrando que a verdadeira masculinidade está na firmeza de caráter, não em aventuras efêmeras.

Um aplauso aos homens que tratam suas companheiras como rainhas, com amor, carinho e respeito. Eles entendem que o amor não é apenas uma palavra, mas um conjunto de ações diárias: ouvir com atenção, apoiar nos momentos difíceis, celebrar as conquistas e construir uma parceria baseada em igualdade.

Esses homens sabem que tratar uma mulher com dignidade não diminui sua força, mas a engrandece.

Um aplauso aos homens que têm a coragem de assumir suas vulnerabilidades: seu amor incondicional, suas lágrimas contidas, seus medos de não serem suficientes, suas inseguranças e até o receio de serem trocados.

Em um mundo que frequentemente associa masculinidade a uma fachada de invencibilidade, esses homens desafiam o status quo ao mostrarem que sentir, chorar e expressar dúvidas é humano, não uma falha.

Um aplauso aos homens que enfrentam o machismo arraigado, que insistem em desconstruir a ideia de que um homem com sentimentos deixa de ser masculino.

Eles lutam contra a pressão cultural que mede a virilidade por conquistas passageiras ou pela repressão das emoções. Esses homens mostram que a verdadeira coragem está em ser autêntico, em um mundo que muitas vezes pune a autenticidade.

Um aplauso aos homens que se entregam de corpo e alma às suas relações, que amam intensamente, que se doam sem reservas e sonham com um futuro compartilhado.

Em um tempo em que relações superficiais são comuns, esses homens são raros. Eles entendem que dividir a vida, com todas as suas alegrias e desafios, exige mais do que apenas estar presente - exige compromisso, paciência e a vontade de crescer juntos.

A realidade por trás desses aplausos

Esses homens, que escolhem o caminho da vulnerabilidade e do respeito, muitas vezes enfrentam críticas e incompreensão. Em ambientes onde o machismo ainda dita regras implícitas, eles podem ser ridicularizados por expressarem sentimentos ou por priorizarem suas parceiras.

A sociedade, em muitos casos, ainda reforça estereótipos tóxicos, como a ideia de que um homem deve ser “durão” ou que demonstrações de afeto são sinais de fraqueza.

Esses homens, no entanto, estão na vanguarda de uma mudança cultural. Eles estão redefinindo o que significa ser homem, mostrando que a força está na empatia, na honestidade e no respeito mútuo.

Recentemente, discussões sobre masculinidade têm ganhado espaço em movimentos sociais e na mídia, com campanhas que incentivam os homens a falarem sobre saúde mental e emoções.

Por exemplo, iniciativas como o “Movember” não apenas abordam a saúde física masculina, mas também promovem conversas sobre depressão e ansiedade, temas antes considerados tabus.

Esses movimentos reforçam que ser vulnerável não é o oposto de ser masculino, mas sim parte essencial de ser humano. Por fim, um aplauso aos homens que não apenas dizem “desculpa”, mas o fazem com sinceridade, com o coração aberto, não como uma estratégia para apaziguar conflitos, mas como um compromisso genuíno de melhorar e fortalecer laços.

Esses homens sabem que a masculinidade não se mede por quantas batalhas se vence, mas por quantas pontes se constrói. Eles são os que, em meio às loucuras da vida, escolhem amar, respeitar e sonhar juntos - e isso, sim, merece todos os aplausos.

Roque Santeiro


 

Roque Santeiro é uma icônica telenovela brasileira, considerada uma das maiores produções da Rede Globo e um marco na teledramaturgia nacional. A trama foi baseada na peça O Berço do Herói, escrita por Dias Gomes em 1965, que, por sua vez, já havia inspirado uma primeira versão da novela em 1975, censurada pelo regime militar antes de sua estreia.

A versão definitiva, exibida entre 24 de junho de 1985 e 22 de fevereiro de 1986, no horário das 20 horas, contou com 209 capítulos e conquistou o público com sua mistura de crítica social, humor, sátira política e elementos de realismo fantástico.

O roteiro da telenovela foi assinado por Dias Gomes e Aguinaldo Silva, com a colaboração de Marcílio Moraes e Joaquim Assis. Dias Gomes escreveu os capítulos iniciais (1 a 51) e do 162 até o final, enquanto Aguinaldo Silva foi responsável pelos capítulos 52 a 161, sempre respeitando a essência da obra original de Gomes.

A direção ficou a cargo de Gonzaga Blota, Paulo Ubiratan, Marcos Paulo e Jayme Monjardim, com direção geral de Paulo Ubiratan e gerência de produção de Carlos Henrique de Cerqueira Leite.

A combinação de um texto afiado, direção competente e produção caprichada resultou em uma novela que marcou época.

O elenco de Roque Santeiro era estelar, reunindo alguns dos maiores nomes da televisão brasileira. José Wilker brilhou no papel-título, interpretando o mítico Roque Santeiro, um homem comum transformado em lenda após ser dado como morto.

Ao seu lado, Regina Duarte deu vida à viúva Porcina, uma figura carismática e ambígua, enquanto Lima Duarte encarnou o inesquecível Sinhozinho Malta, um fazendeiro poderoso e carismático.

Outros destaques incluíram Yoná Magalhães, Ary Fontoura, Waldyr Sant’anna, Regina Dourado, Eloísa Mafalda, Armando Bógus, Lucinha Lins, Fábio Jr., Lídia Brondi, Cláudio Cavalcante, Rui Rezende, Cássia Kis, Ewerton de Castro, Patrícia Pillar, Paulo Gracindo, Wanda Kosmo, Arnaud Rodrigues, Maurício do Valle, Luiz Armando Queiroz e Lilian Lemmertz, todos em atuações memoráveis que enriqueceram a trama.

A história se passa na fictícia cidade de Asa Branca, onde a suposta morte de Roque Santeiro, um jovem que teria morrido defendendo a população, cria um mito alimentado por interesses políticos, religiosos e econômicos.

A novela aborda temas como falsos milagres, corrupção, luta pelo poder, traição, injustiça social e fanatismo religioso, tudo embalado por um humor ácido e inteligente.

A crítica à sociedade brasileira, com suas contradições e desigualdades, é feita de forma brilhante, misturando elementos de comédia e drama.

Personagens como a viúva Porcina, com seu passado inventado, e Sinhozinho Malta, com sua mistura de charme e autoritarismo, tornaram-se ícones culturais, enquanto bordões como “Tô certo ou tô errado?” entraram para o imaginário popular.

Na minha opinião, Roque Santeiro é a melhor telenovela já produzida pela Rede Globo. Sua capacidade de entreter enquanto provoca reflexões sobre a sociedade brasileira é incomparável.

A trama soube equilibrar humor, crítica social e emoção, criando uma narrativa envolvente que conquistou milhões de telespectadores. Em 2016, a revista Veja elegeu Roque Santeiro como a terceira melhor telenovela brasileira de todos os tempos, ficando atrás apenas de Avenida Brasil (2012) e Vale Tudo (1988), o que reforça sua relevância e qualidade.

Um episódio pessoal marcante ocorreu durante a exibição da novela. Na época, eu estava em Juazeiro do Norte, no Ceará, a trabalho. Em um dia triste, José Wilker, que era natural da cidade, retornou para se despedir de sua avó, que havia falecido.

A presença do ator, que vivia o auge da fama como Roque Santeiro, causou grande comoção. As proximidades da residência da família de Wilker ficaram lotadas, e a cidade parecia pulsar de forma diferente.

Era como se, por um dia, a popularidade de José Wilker tivesse ofuscado até mesmo a figura de Padre Cícero, o lendário “Padim Ciço”, tão reverenciado na região.

A passagem de Wilker por Juazeiro do Norte reforçou o impacto cultural da novela, que parecia transcender a televisão e se entrelaçar com a vida real.

Além disso, Roque Santeiro também foi um fenômeno de audiência, alcançando picos de mais de 60 pontos no Ibope, números impressionantes para a época.

A novela inspirou debates, análises acadêmicas e até releituras em outras mídias, como minisséries e adaptações teatrais. Sua trilha sonora, com músicas como “Dona” de Roupa Nova, tornou-se um clássico, evocando nostalgia até hoje.

O sucesso da trama também abriu portas para outras produções que exploraram o realismo fantástico e a crítica social, consolidando o gênero na teledramaturgia brasileira.

Em resumo, Roque Santeiro não foi apenas uma novela, mas um fenômeno cultural que capturou o espírito de uma época, misturando humor, crítica e emoção de forma magistral.

Sua relevância perdura, e a obra continua sendo referência para produtores, roteiristas e amantes da televisão brasileira.

sábado, setembro 07, 2024

Ernest Hemingway



Ernest Miller Hemingway nasceu em 21 de julho de 1899, em Oak Park, uma pacata cidade do estado de Illinois, nos Estados Unidos. Escritor norte-americano de renome, sua vida foi tão intensa quanto suas obras, marcadas por aventuras, guerras, amores tumultuosos e uma busca incessante por significado em um mundo muitas vezes caótico.

Hemingway não apenas escreveu sobre a condição humana, mas a viveu com uma paixão visceral, deixando um legado literário que ainda ressoa no estilo contemporâneo.

Aos 18 anos, com a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) assolando a Europa, o jovem Hemingway, recém-formado no ensino médio em Oak Park e com experiência como repórter no jornal The Kansas City Star, sentiu o chamado da aventura.

Incapaz de se alistar no exército devido a um problema de visão, encontrou uma alternativa: tornou-se motorista de ambulância na Cruz Vermelha, na Itália. Lá, em meio aos horrores da guerra, foi gravemente ferido por uma explosão de morteiro, experiência que marcou sua visão de mundo e inspirou o romance Adeus às Armas (1929).

Na Itália, também se apaixonou pela enfermeira Agnes von Kurowsky, cuja figura daria vida à personagem Catherine Barkley, a heroína trágica de sua obra.

Ao retornar a Oak Park, a monotonia da cidade natal já não o satisfazia; o jovem que voltava da guerra era outro, inquieto e sedento por novas experiências. Em 1921, Hemingway partiu para Paris, acompanhado de sua primeira esposa, Elizabeth Hadley Richardson, com quem teve um filho, John.

Na capital francesa, trabalhando como correspondente do Toronto Star Weekly, ele mergulhou na vibrante cena cultural da "Geração Perdida" - termo cunhado por Gertrude Stein para descrever a comunidade de escritores e artistas expatriados que buscavam sentido após a devastação da guerra.

Lá, Hemingway formou laços com figuras como Ezra Pound, F. Scott Fitzgerald e a própria Stein, que se tornaram influências e amigos em seus primeiros passos como escritor.

Foi nesse ambiente que ele publicou O Sol Também Se Levanta (1926), inspirado por sua fascinação pela cultura espanhola e pelas touradas de Pamplona, onde, em meados do século XX, chegou a se aventurar como toureiro amador.

A Espanha, onde viveu por quatro anos, tornou-se uma paixão duradoura, marcada por uma conexão emocional e ideológica com o povo e suas tradições.

Em 1927, Hemingway casou-se pela segunda vez, com a jornalista de moda Pauline Pfeiffer, com quem teve dois filhos, Patrick e Gregory. O casal se estabeleceu em Key West, na Flórida, em 1928, mas a vida doméstica não aplacava o espírito inquieto do escritor.

Sentindo falta da adrenalina do jornalismo e das viagens, ele encontrou em Joe Russell, dono do bar Sloppy Joe’s, um companheiro de aventuras. Juntos, partiram para uma pescaria em alto-mar que os levou a Havana, Cuba, em 1930.

A ilha se tornaria um refúgio constante para Hemingway, que se hospedava no Hotel Ambos Mundos, no coração de Habana Vieja. Por mais de duas décadas, Cuba foi palco de sua vida e inspiração, com o iate Pilar como testemunha de suas jornadas de pesca ao marlim e de suas reflexões sobre a vida.

A década de 1930 trouxe novos amores e conflitos. Hemingway envolveu-se romanticamente com Jane Mason, esposa de um executivo da Pan American Airways, enquanto seu casamento com Pauline se desmoronava.

Em 1936, conheceu a jornalista Martha Gellhorn, uma mulher destemida que cobria a Guerra Civil Espanhola (1936-1939). Atraído por sua coragem e espírito independente, Hemingway seguiu-a para a Espanha, onde atuou como correspondente do North American Newspaper Alliance.

Sua simpatia pelas forças republicanas, que lutavam contra o fascismo de Franco, impregnou-se em Por Quem os Sinos Dobram (1940), considerada sua obra-prima.

O romance, ambientado no conflito espanhol, reflete não apenas a brutalidade da guerra, mas também a complexidade das escolhas humanas.

Nesse período, ele e Martha se casaram, marcando seu terceiro matrimônio. Com o início da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), Hemingway retornou a Cuba com Martha.

Durante o conflito, ele organizou uma rede de informantes para monitorar simpatizantes fascistas na ilha e patrulhava o litoral cubano a bordo do Pilar, em busca de submarinos alemães - uma iniciativa que, embora patriótica, despertou suspeitas do FBI, que o via como potencial simpatizante do comunismo devido às suas posições políticas.

Após a guerra, em 1946, Hemingway casou-se pela quarta e última vez, com a jornalista Mary Welsh, uma mulher reservada que o acompanhou em seus anos mais turbulentos, marcados por instabilidade emocional e problemas de saúde.

A saúde de Hemingway, já fragilizada por anos de excessos, acidentes e o peso de suas experiências, começou a declinar. Portador de hemocromatose, uma condição que contribuiu para sua depressão, hipertensão e diabetes, ele enfrentava também perdas de memória e crises de paranoia.

O suicídio, um tema recorrente em sua vida e obra, era uma sombra constante. Seu pai, Clarence, havia se matado em 1929, e a mãe, Grace, uma figura dominadora, enviou ao escritor a pistola usada no ato - um gesto que o deixou profundamente abalado.

Em 1952, Hemingway publicou O Velho e o Mar, uma história de luta e resiliência que lhe rendeu o Prêmio Pulitzer de Ficção em 1953 e o Prêmio Nobel de Literatura em 1954, reconhecendo sua "mestria na arte da narrativa" e sua influência no estilo literário moderno.

Apesar dos triunfos, Hemingway não conseguiu escapar de seus demônios. A "evidência trágica" do fim, presente em suas personagens, também o perseguia.

Em 2 de julho de 1961, em sua casa em Ketchum, Idaho, aos 61 anos, ele pegou um fuzil de caça e pôs fim à própria vida. Foi sepultado no Cemitério de Ketchum, deixando um vazio no mundo literário e um legado de obras que continuam a inspirar gerações.

Sua vida, marcada por guerras, amores, aventuras e tragédias, foi um reflexo de suas histórias: intensa, contraditória e profundamente humana.

Teste de Sedução




Uma noiva, uma amante e uma casada decidiram fazer uma brincadeira: seduzir seus homens usando uma capa, corpete de couro, máscara nos olhos e botas de cano alto, para depois dividir a experiência entre elas.

No dia seguinte, a noiva iniciou a conversa:

- Quando meu noivo me viu usando o corpete de couro, botas com 12 cm de salto e máscara sobre os olhos, me olhou intensamente e disse: Você é a mulher da minha vida, eu te amo. Em seguida, fizemos amor apaixonadamente.

Então, a amante contou a sua versão:

- Quando o meu amante me viu usando aquele corpete de couro e todos aqueles badulaques, não disse nada, se atirou sobre mim, me agarrou e fizemos amor a noite toda.

Aí foi a vez da casada:

- Quando o meu marido chegou em casa e me viu usando aquela roupa toda de couro, ele disse:

- Fala aí, Batman, cadê a janta?

sexta-feira, setembro 06, 2024

Houve um tempo...


 

Houve um tempo em que as mensagens não piscavam em telas, mas nasciam nos olhares que cruzavam silêncios e diziam tudo. Um tempo sem likes, curtidas ou corações virtuais, mas onde as pessoas se conheciam pelo nome, cumprimentavam-se nas ruas com sorrisos sinceros e trocavam apertos de mão que carregavam afeto.

As praças eram palcos de encontros, onde crianças corriam livres, e os bancos de madeira guardavam conversas longas, cheias de risadas e histórias que não precisavam de filtros para serem belas.

Houve um tempo em que o conselho de um pai, dado com paciência à mesa do jantar, valia mais do que qualquer busca no Google. Suas palavras, temperadas pela experiência, eram bússolas para a vida, guiando com sabedoria que nenhuma inteligência artificial poderia replicar.

As histórias dos avós, contadas ao pé da lareira ou sob a sombra de uma árvore, eram mais ricas e verdadeiras do que qualquer verbete da Wikipédia.

Eles narravam com brilho nos olhos os desafios de outras eras, as guerras que marcaram gerações, as festas de vila que uniam comunidades e os amores que resistiam ao tempo, sem necessidade de validação online.

Houve um tempo em que o e-mail era apenas um sonho futurista, mas o carteiro era um velho amigo que trazia novidades. Havia recados rabiscados à mão, cartões postais com paisagens desbotadas e cartas de amor dobradas com cuidado, algumas escondidas em caixinhas de fósforos ou guardadas como tesouros em gavetas perfumadas.

Escrever era um ato de entrega, onde cada palavra carregava um pedaço da alma, e o tempo de espera pela resposta só aumentava o valor de cada linha recebida.

Naquele tempo, as discussões não se escondiam no anonimato covarde das redes sociais. Era ao balcão do bar, entre o tilintar de copos e o aroma de café, que as ideias se encontravam.

Homens e mulheres debatiam com argumentos, respeito e um brinde partilhado, fosse de uma cerveja gelada ou de um licor caseiro. As conversas eram francas, os olhos se encaravam, e as diferenças se resolviam com humanidade, sem teclados para amplificar rancores.

Houve um tempo em que as pessoas não precisavam fingir ser o que não eram. Não havia Photoshop para apagar imperfeições, nem filtros para mascarar a realidade.

As rugas, desenhadas pelos anos, contavam histórias de risos, choros e vitórias. A beleza estava na autenticidade, nos cabelos grisalhos que eram troféus da vida, nas mãos calejadas que contavam jornadas de trabalho e nas cicatrizes que narravam aventuras.

A vida era crua, mas verdadeira, e as pessoas se aceitavam como eram, sem a pressão de uma vitrine digital. Sim, anseio por aqueles momentos em que a simplicidade reinava, e a verdade não precisava de validação em likes ou compartilhamentos.

Um tempo em que os corações vibravam com a presença uns dos outros, e não com notificações de celulares. Era uma era em que as festas de São João reuniam a vila em torno de uma fogueira, onde o som do rádio embalava as tardes de domingo, e as crianças brincavam de roda, sem pressa, enquanto o sol se punha.

Um tempo em que as notícias chegavam pelo jornal ou pelo boca a boca, e as pessoas confiavam mais no que viam com os próprios olhos do que no que liam em manchetes sensacionalistas.

Houve esse tempo... e, embora o mundo tenha girado e a tecnologia tenha trazido suas maravilhas, há algo naquele passado que ainda sussurra em nossos corações.

Talvez seja a saudade de uma conexão mais humana, de um mundo onde o tempo corria mais devagar, e o que importava era o toque, o olhar, a voz.

Quem sabe, ao lembrar desses dias, possamos resgatar um pouco dessa essência e trazer, para o hoje, a verdade simples que fazia tudo valer a pena.