Zinaida
Martynovna Portnova, conhecida como Zina Portnova, foi uma adolescente
soviética, partisana e Heroína da União Soviética póstuma. Nascida em 20 de
fevereiro de 1926, em Leningrado (atual São Petersburgo, Rússia), ela se tornou
um símbolo de resistência durante a Segunda Guerra Mundial, aos 15 anos, quando
a invasão nazista à União Soviética mudou sua vida para sempre.
Infância
e o Início da Resistência
Filha
de uma família operária bielorrussa, Zinaida era aluna do sétimo ano da escola
385 em Leningrado quando a Operação Barbarossa começou em junho de 1941.
Para
escapar do cerco à cidade, ela foi enviada para a casa de sua avó na região de
Obol, no óblast de Vitebsk, na Bielorrússia ocupada pelos nazistas. Um
incidente traumático marcou sua determinação: soldados alemães agrediram
fisicamente sua avó ao confiscar o gado da família, o que despertou um ódio
profundo pelos invasores.
Esse
episódio a motivou a se juntar à resistência. Em 1942, aos 16 anos, Zinaida
integrou o movimento de resistência bielorrusso, tornando-se membro da
organização clandestina Komsomol (juventude comunista soviética) chamada
"Jovens Vingadores" (Moldes Mstiteli).
Suas
primeiras ações incluíam distribuir panfletos de propaganda soviética, coletar
e esconder armas para soldados do Exército Vermelho, e relatar movimentos de
tropas alemãs aos partisans.
Ações
Heroicas e o Ato de Coragem
Em
1943, Zinaida conseguiu um emprego como auxiliar de cozinha no quartel-general
da guarnição nazista em Obol, o que lhe deu acesso privilegiado aos inimigos.
Em
agosto daquele ano, ela executou uma das sabotagens mais ousadas: envenenou a
comida destinada a centenas de soldados alemães, causando a morte de mais de
100 nazistas.
Quando
os alemães descobriram o envenenamento e a interrogaram, Zinaida negou
envolvimento e, para provar sua inocência, comeu uma porção da comida
contaminada na frente deles.
Como o
veneno demorou a fazer efeito, ela foi liberada. No entanto, logo após sair,
Zinaida adoeceu gravemente, vomitando intensamente devido ao tóxico. Ela se
recuperou bebendo grandes quantidades de soro de leite (whey), mas os nazistas,
percebendo a farsa, iniciaram uma caçada implacável.
Para
escapar, ela se juntou ao destacamento partisano nomeado em homenagem a Kliment
Voroshilov, atuando como batedora, infiltrando-se em áreas ocupadas para
coletar informações vitais.
Captura
e Execução
Em
dezembro de 1943, Zinaida foi capturada pelos alemães durante uma missão de
reconhecimento. Enfrentou torturas brutais na prisão de Polotsk, onde foi
interrogada e espancada por semanas. Apesar da dor, ela recusou-se a trair seus
companheiros partisans, mantendo silêncio absoluto.
Em 15
de janeiro de 1944, aos 17 anos, os nazistas a executaram com um tiro na
cabeça. Antes de morrer, segundo relatos, ela conseguiu se soltar
momentaneamente e matou um oficial nazista com as próprias mãos durante o
interrogatório final.
Legado Póstumamente,
em 1º de julho de 1944, Zinaida Portnova foi condecorada como Heroína da União
Soviética, a mais alta honraria militar soviética, por sua bravura e
contribuições à vitória sobre os nazistas.
Sua
história inspirou gerações: na Rússia e na Bielorrússia, há escolas, grupos de
jovens e equipes esportivas nomeados em sua homenagem. Um museu dedicado ao
Komsomol fica na estrada entre Polotsk e Vitebsk, e uma escola em São
Petersburgo leva seu nome.
Seu túmulo fica no cemitério militar de Polotsk. Zinaida é lembrada como um “exército de uma mulher só", uma jovem que, com inteligência e coragem, desafiou um império opressor. Sua vida curta, mas impactante, destaca o papel das mulheres e adolescentes na resistência soviética durante a Grande Guerra Patriótica.
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