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terça-feira, outubro 14, 2025

Zinaida Martynovna Portnova - Heroína da União Soviética


 

Zinaida Martynovna Portnova, conhecida como Zina Portnova, foi uma adolescente soviética, partisana e Heroína da União Soviética póstuma. Nascida em 20 de fevereiro de 1926, em Leningrado (atual São Petersburgo, Rússia), ela se tornou um símbolo de resistência durante a Segunda Guerra Mundial, aos 15 anos, quando a invasão nazista à União Soviética mudou sua vida para sempre.

Infância e o Início da Resistência

Filha de uma família operária bielorrussa, Zinaida era aluna do sétimo ano da escola 385 em Leningrado quando a Operação Barbarossa começou em junho de 1941.

Para escapar do cerco à cidade, ela foi enviada para a casa de sua avó na região de Obol, no óblast de Vitebsk, na Bielorrússia ocupada pelos nazistas. Um incidente traumático marcou sua determinação: soldados alemães agrediram fisicamente sua avó ao confiscar o gado da família, o que despertou um ódio profundo pelos invasores.

Esse episódio a motivou a se juntar à resistência. Em 1942, aos 16 anos, Zinaida integrou o movimento de resistência bielorrusso, tornando-se membro da organização clandestina Komsomol (juventude comunista soviética) chamada "Jovens Vingadores" (Moldes Mstiteli).

Suas primeiras ações incluíam distribuir panfletos de propaganda soviética, coletar e esconder armas para soldados do Exército Vermelho, e relatar movimentos de tropas alemãs aos partisans.

Ações Heroicas e o Ato de Coragem

Em 1943, Zinaida conseguiu um emprego como auxiliar de cozinha no quartel-general da guarnição nazista em Obol, o que lhe deu acesso privilegiado aos inimigos.

Em agosto daquele ano, ela executou uma das sabotagens mais ousadas: envenenou a comida destinada a centenas de soldados alemães, causando a morte de mais de 100 nazistas.

Quando os alemães descobriram o envenenamento e a interrogaram, Zinaida negou envolvimento e, para provar sua inocência, comeu uma porção da comida contaminada na frente deles.

Como o veneno demorou a fazer efeito, ela foi liberada. No entanto, logo após sair, Zinaida adoeceu gravemente, vomitando intensamente devido ao tóxico. Ela se recuperou bebendo grandes quantidades de soro de leite (whey), mas os nazistas, percebendo a farsa, iniciaram uma caçada implacável.

Para escapar, ela se juntou ao destacamento partisano nomeado em homenagem a Kliment Voroshilov, atuando como batedora, infiltrando-se em áreas ocupadas para coletar informações vitais.

Captura e Execução

Em dezembro de 1943, Zinaida foi capturada pelos alemães durante uma missão de reconhecimento. Enfrentou torturas brutais na prisão de Polotsk, onde foi interrogada e espancada por semanas. Apesar da dor, ela recusou-se a trair seus companheiros partisans, mantendo silêncio absoluto.

Em 15 de janeiro de 1944, aos 17 anos, os nazistas a executaram com um tiro na cabeça. Antes de morrer, segundo relatos, ela conseguiu se soltar momentaneamente e matou um oficial nazista com as próprias mãos durante o interrogatório final.

Legado Póstumamente, em 1º de julho de 1944, Zinaida Portnova foi condecorada como Heroína da União Soviética, a mais alta honraria militar soviética, por sua bravura e contribuições à vitória sobre os nazistas.

Sua história inspirou gerações: na Rússia e na Bielorrússia, há escolas, grupos de jovens e equipes esportivas nomeados em sua homenagem. Um museu dedicado ao Komsomol fica na estrada entre Polotsk e Vitebsk, e uma escola em São Petersburgo leva seu nome.

Seu túmulo fica no cemitério militar de Polotsk. Zinaida é lembrada como um “exército de uma mulher só", uma jovem que, com inteligência e coragem, desafiou um império opressor. Sua vida curta, mas impactante, destaca o papel das mulheres e adolescentes na resistência soviética durante a Grande Guerra Patriótica.

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