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segunda-feira, junho 12, 2023

A Menina Lucy



A Menina Lucy No Cemitério Municipal São Francisco de Paula, em Curitiba, já nas primeiras quadras do cemitério, uma escultura em mármore de Carrara perenizou uma breve, mas marcante história.

Trata-se da menina Lucy, filha do imigrante alemão e comerciante Carlos Meissner e de sua esposa, Elisa.

A história, passada entre as gerações da família Meissner, conta que seus pais ganharam mudas de flores vindas de Buenos Aires.

Tão logo Elisa as recebeu, plantou-as no jardim. Lucy, encantada com o colorido das flores, decidiu colher todas, usando a barra de seu vestido para carregá-las.

Entrou em casa correndo e foi mostrar aos pais o mais novo achado. Sua mãe, ao perceber a destruição do belo jardim, pensou em repreendê-la, mas diante da alegria e da inocência de Lucy, não teve coragem. O pai ria da travessura da filha.

Dias depois, Lucy adoeceu, morrendo vítima da difteria, em junho de 1895.

A imagem da cena vivida pela menina, sua alegria e inocência, marcou profundamente seus pais.

Em uma das viagens de negócio que fazia à Europa, para trazer produtos para a Casa da Louça, da qual era proprietário, Carlos foi à Itália e encomendou a escultura que figurava o momento vivido por Lucy.

Diferentemente das famílias que encomendavam a feitura dos túmulos via catálogos ou diretamente dos artistas, decidiu ele mesmo trazer a escultura durante a viagem de navio.

Para um visitante no cemitério, a escultura pode sugerir apenas a cena em que uma criança presta homenagem aos seus entes queridos.

Para a família Meissner, representa uma história marcante, passada de pai para filho, ultrapassando já a terceira geração.

As flores carregadas em seu vestido não deixam de sugerir o gesto da homenagem e da rememoração dos mortos.

É possível encontrar réplicas de esculturas como a de Lucy em outros cemitérios, principalmente em países europeus, mas nenhuma outra representa uma história tão singela e marcante. Nenhuma outra é Lucy.

Clarissa Grassi

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