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quarta-feira, agosto 14, 2024

O artista


O Prefácio de O Retrato de Dorian Gray: A Visão Estética de Oscar Wilde

“O artista é o criador de coisas belas. Revelar a arte e ocultar o artista é o objetivo da arte.

O crítico é aquele que pode traduzir em outra forma ou em novo material sua impressão das coisas belas.

A mais elevada, assim como a mais baixa forma de crítica, é uma espécie de autobiografia. Aqueles que encontram significados torpes nas coisas belas são corruptos sem encanto, o que é um defeito.

Aqueles que encontram significados belos nas coisas belas são os cultivados. Para esses, há esperança.

Os eleitos são aqueles para quem as coisas belas significam apenas Beleza.
Não existem livros morais ou imorais. Os livros são bem escritos ou mal escritos. Isso é tudo.”

- Oscar Wilde, Prefácio de O Retrato de Dorian Gray (1890/1891) Contexto e Significado.

O trecho acima é parte do prefácio de O Retrato de Dorian Gray, único romance de Oscar Wilde, publicado inicialmente em 1890 na revista Lippincott’s Monthly Magazine e revisado em 1891 como livro.

O prefácio foi escrito por Wilde como uma resposta às críticas negativas que a obra recebeu em sua primeira versão, acusada de ser imoral e decadente.

Nele, o autor apresenta sua filosofia estética, influenciada pelo movimento do Esteticismo, que defendia a arte pela arte (l’art pour l’art), ou seja, a ideia de que a arte não deve servir a propósitos morais, políticos ou didáticos, mas existir apenas para expressar e evocar a beleza.

Wilde, um dos mais brilhantes escritores e dramaturgos do final do século XIX, utiliza o prefácio para defender a autonomia da arte e desafiar as convenções vitorianas, que frequentemente exigiam que a literatura tivesse um propósito moral.

Suas afirmações, como “o artista é o criador de coisas belas” e “não existem livros morais ou imorais”, são um manifesto em favor da liberdade criativa e uma crítica à hipocrisia da sociedade de sua época, que ele via como obcecada por julgar a arte através de lentes morais.

Análise do Texto

O Papel do Artista e da Arte

Wilde sugere que o artista deve se dissolver na obra, permitindo que a beleza da criação fale por si mesma. A frase “revelar a arte e ocultar o artista” reflete a ideia de que a personalidade ou as intenções do criador não devem interferir na apreciação estética.

Essa visão desafia a tendência de associar a arte à biografia do autor, uma prática comum na crítica literária da era vitoriana.

O Crítico como Criador

Ao afirmar que o crítico “traduz” suas impressões em novas formas, Wilde eleva a crítica a um nível criativo, quase equiparável à própria arte. Ele sugere que a crítica é inerentemente subjetiva, um reflexo da personalidade e das experiências do crítico, o que torna qualquer julgamento, seja elevado ou baixo, uma forma de autobiografia. Essa ideia antecipa teorias modernas sobre a subjetividade na interpretação artística.

Beleza e Moralidade

Wilde condena aqueles que buscam significados “torpes” (imorais ou vulgares) na arte, descrevendo-os como “corruptos sem sedução”. Em contrapartida, ele exalta os “cultivados”, que reconhecem a beleza pelo seu valor intrínseco, e os “eleitos”, para quem a beleza é um fim em si mesma, desprovida de significados externos. Essa visão reflete sua crença de que a arte deve ser apreciada sem imposições morais ou utilitárias.

A Rejeição da Moralidade na Arte

A declaração “não existem livros morais ou imorais” é uma das mais provocadoras do prefácio. Wilde argumenta que a qualidade de uma obra literária reside em sua execução estética, não em seu conteúdo moral. Essa ideia chocou a sociedade vitoriana, que via a literatura como um meio de reforçar valores éticos.

A Controvérsia de O Retrato de Dorian Gray

A publicação de O Retrato de Dorian Gray em 1890 gerou intensas críticas na Inglaterra vitoriana. A história de Dorian Gray, um jovem que permanece eternamente jovem enquanto seu retrato envelhece e reflete suas ações imorais, foi considerada escandalosa por sua exploração de temas como hedonismo, vaidade e corrupção moral.

Críticos da época acusaram o romance de ser imoral, com insinuações de homoerotismo e decadência, o que era particularmente sensível em um período de repressão social e legal contra a homossexualidade.

A reação negativa levou Wilde a revisar a obra para a edição de 1891, suavizando alguns elementos e adicionando o prefácio como uma defesa de suas ideias estéticas.

A controvérsia também se estendeu à vida pessoal de Wilde. Em 1895, ele foi processado e condenado por “indecência grave” devido a suas relações homossexuais, o que resultou em dois anos de prisão com trabalhos forçados.

A perseguição a Wilde foi alimentada pela percepção de que sua obra, incluindo Dorian Gray, promovia valores subversivos. Após sua libertação, Wilde viveu no exílio na França, onde morreu em 1900, mas sua obra continuou a influenciar gerações futuras.

Expansão e Contexto Adicional

O prefácio de O Retrato de Dorian Gray não é apenas uma introdução ao romance, mas um marco na história literária, encapsulando o espírito do Esteticismo e desafiando as normas culturais da época.

Ele reflete as tensões entre arte e moralidade, um debate que permanece relevante em discussões modernas sobre censura, liberdade de expressão e o papel da arte na sociedade.

Wilde escreveu o prefácio em um momento em que a sociedade vitoriana estava profundamente dividida entre a repressão moral e os movimentos de vanguarda que questionavam essas normas.

O Esteticismo, influenciado por pensadores como Walter Pater, defendia que a experiência estética era o objetivo supremo da vida, uma ideia que Wilde levou ao extremo em suas obras e em sua própria persona pública.

O prefácio também pode ser lido como uma resposta às críticas pessoais que Wilde enfrentava, já que sua vida extravagante e suas ideias provocadoras o tornavam um alvo constante da imprensa.

Além disso, O Retrato de Dorian Gray inspirou inúmeras adaptações, incluindo filmes, peças de teatro e séries de televisão, e continua sendo estudado em cursos de literatura por sua riqueza temática.

A obra explora questões como a dualidade entre aparência e essência, o custo do narcisismo e a natureza da beleza, temas que ressoam em debates contemporâneos sobre identidade, imagem e autenticidade na era das redes sociais.

Legado de Wilde e do Prefácio

O prefácio de O Retrato de Dorian Gray permanece uma peça fundamental para entender a visão de Oscar Wilde sobre a arte e a sociedade. Suas ideias desafiaram as convenções de sua época e abriram caminho para movimentos artísticos posteriores, como o Modernismo.

A obra de Wilde, incluindo este prefácio, continua a inspirar artistas, escritores e pensadores a questionar os limites entre beleza, moralidade e verdade.

terça-feira, agosto 13, 2024

Paul Walker - Foi carbonizado em um acidente de carro


Paul Walker: Vida, Carreira e Legado

Paul William Walker IV, nascido em 12 de setembro de 1973, em Glendale, Califórnia, foi um ator norte-americano que alcançou fama mundial por seu papel como Brian O'Conner na franquia Velozes e Furiosos (The Fast and the Furious).

Sua carreira, marcada por versatilidade e carisma, foi tragicamente interrompida em 30 de novembro de 2013, quando ele faleceu aos 40 anos em um acidente de carro. Além de sua trajetória no cinema, Walker deixou um legado de filantropia e paixão por carros, esportes e causas humanitárias.

Infância e Início da Carreira

Paul Walker cresceu no Vale de San Fernando, nos arredores de Los Angeles, filho de Paul William Walker III, um empreiteiro, e Cheryl Crabtree, uma ex-modelo.

Com ascendência inglesa, irlandesa e alemã, ele foi criado na fé mórmon, como membro da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Desde muito jovem, demonstrou interesse pelas artes cênicas, influenciado pela mãe, que o incentivou a iniciar a carreira como modelo infantil aos dois anos de idade.

Um de seus primeiros trabalhos foi em um comercial da fralda Pampers. Aos 12 anos, em 1985, Walker começou a atuar em séries de televisão, conquistando papéis em programas como Highway to Heaven, The Young and the Restless e Touched by an Angel.

Sua estreia no cinema veio em 1986, com o filme de comédia e terror O Monstro do Armário (Monster in the Closet). Nos anos seguintes, participou de outras produções, como Throb (1986), Charles in Charge (1990) e Who's the Boss? (1991), mas ainda sem grande destaque.

Ascensão ao Estrelato

A carreira de Walker ganhou impulso em 1998, com o filme Meet the Deedles (Os Irmãos Id & Ota), que, embora não tenha sido um grande sucesso de crítica, trouxe visibilidade ao jovem ator.

Isso o levou a papéis coadjuvantes em filmes como Pleasantville - A Vida em Preto e Branco (1998), Marcação Cerrada (1999), Ela é Demais (1999) e Sociedade Secreta (2000).

Sua boa aparência e carisma natural o tornaram uma figura promissora em Hollywood, sendo eleito em 2001 pela revista People como uma das pessoas mais bonitas do mundo.

O ponto de virada veio em 2001, quando Walker estrelou Velozes e Furiosos ao lado de Vin Diesel. Interpretando Brian O'Conner, um policial disfarçado infiltrado no mundo das corridas de rua, ele conquistou o público com sua atuação convincente e química com o elenco.

O filme foi um sucesso de bilheteria, arrecadando mais de US$ 207 milhões globalmente, e lançou as bases para uma das franquias mais lucrativas da história do cinema.

Walker reprisou o papel em 2 Fast 2 Furious (2003), Velozes e Furiosos 4 (2009), Velozes e Furiosos 5: Operação Rio (2011), Velozes e Furiosos 6 (2013) e estava filmando Velozes e Furiosos 7 no momento de sua morte.

Além da franquia, Walker estrelou outros filmes notáveis, como Anjo de Vidro (2004), No Rastro da Bala (2006), Resgate Abaixo de Zero (2006) e A Morte e a Vida de Bobby Z (2007).

Resgate Abaixo de Zero, um drama da Walt Disney Pictures sobre uma expedição na Antártida, foi particularmente bem recebido, estreando em primeiro lugar nas bilheterias americanas e arrecadando mais de US$ 20 milhões em seu fim de semana de abertura.

Ele também participou de projetos como Linha do Tempo (2003), Mergulho Radical (2005) e Takers (2010), demonstrando versatilidade em gêneros como ação, drama e suspense.

Vida Pessoal e Paixões

Paul Walker era conhecido por sua personalidade humilde e paixões fora das telas. Ele residia em Santa Bárbara, Califórnia, com seu cão da raça Chesapeake Bay Retriever, chamado Boone.

Pai de Meadow Rain Walker, nascida em 4 de novembro de 1998, ele mantinha uma relação próxima com a filha, que vivia no Havaí com a mãe, Rebecca Soteros, ex-namorada de Walker.

Nos últimos anos de vida, Meadow passou a morar com ele na Califórnia, fortalecendo ainda mais o vínculo entre os dois. Apaixonado por carros desde jovem, Walker possuía um Infiniti G35 e participava de eventos automotivos, uma paixão que se refletiu em seu papel em Velozes e Furiosos.

Ele também era um entusiasta do surfe e praticante de jiu-jitsu brasileiro, tendo alcançado a faixa marrom. Inspirado pelo lutador Royce Gracie, ele incorporava elementos da "arte suave" em suas cenas de ação. Sua dedicação ao jiu-jitsu era tamanha que ele treinava regularmente e via na prática uma forma de equilíbrio físico e mental.

Filantropia e Reach Out Worldwide

Em 2010, sensibilizado pelo terremoto no Haiti, Paul Walker fundou a organização sem fins lucrativos Reach Out Worldwide (ROWW). A ONG tinha como missão fornecer ajuda humanitária rápida e eficaz a comunidades afetadas por desastres naturais, muitas vezes sem apoio governamental.

Walker financiava a organização com recursos próprios e liderava equipes de voluntários, incluindo médicos e socorristas, em missões em locais como Haiti, Chile e Filipinas. Sua dedicação à causa humanitária revelou um lado altruísta que complementava sua imagem pública.

Morte Trágica

Em 30 de novembro de 2013, Paul Walker faleceu em um trágico acidente de carro em Santa Clarita, Califórnia, aos 40 anos. Ele era passageiro em um Porsche Carrera GT dirigido por seu amigo e parceiro de negócios, Roger Rodas, quando o veículo colidiu com um poste e uma árvore, pegando fogo em seguida.

Ambos morreram no local. O acidente ocorreu após um evento beneficente organizado pela Reach Out Worldwide para arrecadar fundos para as vítimas do tufão Haiyan, nas Filipinas.

A notícia foi confirmada pelo agente de Walker nas redes sociais oficiais do ator, gerando comoção mundial. Inicialmente, especulações sugeriram que o acidente poderia estar relacionado a um "racha" (corrida de rua), mas o Departamento de Polícia de Los Angeles descartou essa hipótese.

A autópsia, divulgada em 4 de dezembro de 2013, revelou que Walker morreu devido a lesões traumáticas e queimaduras. O relatório apontou que o carro estava em alta velocidade, estimada entre 128 e 145 km/h, em uma zona com limite de 72 km/h, e a falha mecânica foi descartada como causa.

O corpo de Walker foi cremado em 14 de dezembro de 2013, no Forest Lawn Memorial Park, em Glendale, em uma cerimônia reservada para familiares e amigos.

A tragédia chocou fãs, colegas de elenco e a indústria do entretenimento, que lamentaram a perda de um talento carismático e uma pessoa genuinamente altruísta.

Legado e Homenagens

A morte de Walker deixou um vazio na franquia Velozes e Furiosos. Para concluir Furious 7 (2015), a produção utilizou dublês, cenas previamente gravadas e efeitos digitais para recriar a presença de Brian O'Conner, garantindo uma despedida emocional ao personagem.

A música See You Again, de Wiz Khalifa com Charlie Puth, tema do filme, tornou-se uma homenagem icônica a Walker, alcançando o topo das paradas musicais e emocionando milhões de fãs.

Em 2015, Meadow Walker abriu um processo contra a Porsche, alegando homicídio culposo e apontando falhas de segurança no Porsche Carrera GT. O caso foi resolvido em 2017, com um acordo confidencial.

Meadow também fundou a Paul Walker Foundation em 2015, dedicada à preservação dos oceanos e à proteção da vida marinha, refletindo a paixão de seu pai pela biologia marinha.

Curiosidades e Impacto Cultural

Antes de sua carreira consolidada, Walker estudou biologia marinha em faculdades comunitárias, sonhando em trabalhar com pesquisa oceânica. Sua paixão pelo mar o levou a narrar o documentário Shark Men (2010), do canal National Geographic, sobre a preservação de tubarões.

Além disso, sua conversão ao cristianismo não-denominacional nos últimos anos de vida refletiu uma busca por espiritualidade mais ampla. Paul Walker permanece uma figura querida, lembrada não apenas por seus papéis no cinema, mas por sua autenticidade, generosidade e compromisso com causas sociais.

Sua trajetória, marcada por talento e humanidade, continua inspirando fãs ao redor do mundo.

Voo Noturno - Filme de Suspense



 

Voo Noturno: Um Suspense Eletrizante de Wes Craven

Voo Noturno (Red Eye, no original) é um thriller psicológico estadunidense lançado em 2005, dirigido pelo renomado Wes Craven, conhecido por clássicos do suspense e terror como A Hora do Pesadelo e Pânico.

O filme conta com atuações marcantes de Rachel McAdams e Cillian Murphy, que entregam performances intensas e cativantes, sustentando a tensão do enredo.

A trilha sonora, composta por Marco Beltrami, complementa a atmosfera de suspense com sua abordagem minimalista e impactante. Com um orçamento estimado em US$ 26 milhões, o filme se destacou tanto pela crítica quanto pelo sucesso comercial, consolidando-se como um suspense econômico e eficaz.

Enredo

O filme acompanha Lisa Reisert (Rachel McAdams), uma gerente de hotel em Miami, que se vê envolvida em uma trama terrorista durante um voo noturno de Dallas para sua cidade natal.

Após o funeral de sua avó, Lisa conhece Jackson Rippner (Cillian Murphy) no check-in do aeroporto. O encontro, inicialmente casual, ocorre enquanto ambos aguardam o embarque, atrasado devido a uma tempestade.

No bar do aeroporto, a conversa entre os dois flui de maneira natural, com um toque de charme e mistério, o que faz Lisa baixar a guarda. Ao embarcarem, Lisa descobre que Jackson está sentado ao seu lado.

Após a decolagem, ele revela sua verdadeira identidade: um terrorista que trabalha para uma organização que planeja assassinar Charles Keefe, o Secretário de Segurança Interna dos Estados Unidos, e sua família, hospedados no Lux Atlantic Hotel, onde Lisa trabalha.

O plano envolve o uso de um lançador de mísseis portátil disparado de um barco próximo ao hotel, e Lisa é peça-chave para garantir seu sucesso. Rippner a chantageia, exigindo que ela faça uma ligação telefônica para mudar a suíte da família Keefe para uma posição vulnerável, sob a ameaça de mandar um assassino matar seu pai, Joe (Brian Cox), em Miami.

Desesperada, Lisa tenta encontrar formas de frustrar o plano sem colocar seu pai em perigo. Durante o voo, ela faz duas tentativas de alertar outros passageiros.

Primeiro, escreve um aviso em um livro que entrega a uma passageira, mas Jackson a descobre e a deixa inconsciente com uma cabeçada. Na segunda tentativa, Lisa escreve uma mensagem com sabão no espelho do banheiro do avião, mas é novamente surpreendida por Rippner, que a confronta e descobre uma cicatriz em seu peito.

Ele questiona a origem da marca, e Lisa, em um momento de vulnerabilidade, implora pela vida de seu pai. Jackson, frio e calculista, mantém a pressão psicológica, garantindo que o assassino só agirá sob suas ordens, comparando-o a "um bom cão que responde à voz do mestre".

Após várias tentativas frustradas, Lisa finalmente faz a ligação para o hotel, orientando sua colega Cynthia (Jayma Mays) a mudar a suíte da família Keefe.

No entanto, assim que o avião pousa, Lisa revela a Jackson que a cicatriz é resultado de um estupro violento sofrido dois anos antes, um trauma que a transformou e a motivou a nunca mais se permitir ser vítima.

Em um ato de coragem, ela apunhala Jackson na garganta com uma caneta, rouba seu celular e foge do avião. Fora do terminal, Lisa rouba um carro e tenta avisar o hotel sobre o atentado iminente.

Com a bateria do celular fraca, ela consegue contato com Cynthia, que aciona o alarme de incêndio, evacuando o hotel e alertando Keefe e sua família. Segundos antes do míssil Javelin atingir o prédio, Cynthia, Keefe e os agentes do Serviço Secreto conseguem escapar ilesos.

Enquanto isso, Lisa corre para a casa de seu pai e, ao encontrar o assassino enviado por Rippner, o atropela, matando-o. Ao entrar em casa, Lisa descobre que seu pai está vivo, mas a tensão não termina.

Rippner, que sobreviveu ao ferimento, invade a casa e ataca Joe. Uma perseguição intensa se desenrola, com Lisa sendo jogada escada abaixo. No clímax, ela encontra a arma do assassino morto e ameaça Rippner.

Ele tenta desarmá-la, mas Joe intervém, atirando em Rippner e matando-o. A polícia chega logo após, encerrando a ameaça. No desfecho, no Lux Atlantic Hotel, Keefe e o Serviço Secreto agradecem a Lisa e Cynthia por sua coragem, que salvou a vida do político e de sua família.

O filme termina destacando a resiliência de Lisa, que supera seu trauma para derrotar o vilão e proteger aqueles que ama.

Contexto e Curiosidades

Voo Noturno foi lançado em um período em que o terrorismo era um tema sensível nos Estados Unidos, poucos anos após os ataques de 11 de setembro de 2001. O filme utiliza o ambiente claustrofóbico de um avião para amplificar a tensão, um recurso que ressoa com os medos da época.

Wes Craven, conhecido por explorar o terror psicológico, optou por um thriller mais contido, focando na dinâmica entre os dois protagonistas em vez de cenas de ação exageradas.

Uma curiosidade interessante é que o título original, Red Eye (olho vermelho), refere-se aos voos noturnos que, devido ao cansaço, frequentemente deixam os passageiros com olhos irritados.

O termo também pode ser interpretado como uma metáfora para a vigilância constante de Rippner sobre Lisa, reforçando o jogo de gato e rato. Cillian Murphy, que na época ainda não era tão conhecido, entregou uma performance que marcou sua ascensão como um dos atores mais versáteis de sua geração.

Rachel McAdams, por sua vez, estava em um momento de ascensão meteórica, com Voo Noturno sendo lançado no mesmo ano que Penetras Bons de Bico e pouco após Diário de uma Paixão.

A química entre os dois atores é um dos pontos altos do filme, com Murphy equilibrando charme e ameaça, e McAdams transmitindo vulnerabilidade e força.

Crítica

Voo Noturno foi bem recebido pela crítica, obtendo 79% de aprovação no Rotten Tomatoes, com base em 186 avaliações, e uma pontuação de 71 no Metacritic, indicando críticas favoráveis.

O consenso no Rotten Tomatoes descreve o filme como "um suspense econômico e estimulante, com atuações sólidas e direção firme de Wes Craven".

Críticos elogiaram a capacidade de Craven de criar tensão em um espaço confinado e a habilidade dos atores em sustentar a narrativa. Roger Ebert, em sua crítica, destacou a performance de Rachel McAdams, afirmando que ela "mantém o desempenho no nível do solo, permanecendo plausível mesmo quando a ação se intensifica".

Ele também elogiou Cillian Murphy por "modular seu personagem com sutileza, evitando exageros", e destacou que a dupla é "muito eficaz em conjunto".

Outros críticos notaram que o filme, embora simples em sua premissa, utiliza o espaço limitado do avião de forma brilhante, criando uma sensação constante de urgência. Alguns críticos, no entanto, apontaram que a transição do filme do suspense psicológico no avião para a ação mais convencional na casa de Lisa pode parecer abrupta.

Ainda assim, a maioria concordou que o ritmo acelerado e a duração enxuta (85 minutos) tornam Voo Noturno um thriller eficiente.

Bilheteria e Impacto

Voo Noturno foi um sucesso comercial, arrecadando US$ 57,8 milhões nos Estados Unidos e US$ 37,6 milhões internacionalmente, totalizando US$ 95,5 milhões em bilheteria mundial.

Além disso, o filme gerou US$ 49,6 milhões em aluguéis de DVD, provando sua popularidade no mercado doméstico. Com um orçamento de US$ 26 milhões, o filme mais que dobrou seus custos, consolidando-se como um projeto lucrativo para a DreamWorks Pictures.

O sucesso de Voo Noturno também contribuiu para reforçar a carreira de Wes Craven no gênero thriller, mostrando sua versatilidade além do terror puro.

Para Rachel McAdams e Cillian Murphy, o filme foi um marco em suas trajetórias, destacando sua capacidade de liderar um suspense de alto impacto.

Conclusão

Voo Noturno é um exemplo de como um conceito simples pode ser transformado em um thriller envolvente com direção habilidosa e atuações memoráveis.

A história de Lisa Reisert, uma mulher comum forçada a enfrentar um terrorista carismático e implacável, ressoa pela sua intensidade emocional e ritmo acelerado.

Com uma trama que mistura suspense psicológico, ação e um toque de drama pessoal, o filme permanece como um dos trabalhos mais subestimados de Wes Craven e uma vitrine para o talento de seus protagonistas.

Para fãs de thrillers compactos e cheios de tensão, Voo Noturno continua sendo uma escolha imperdível.

segunda-feira, agosto 12, 2024

Flávio Josefo



Flávio Josefo: O Historiador Judaico-Romano e Sua Obra

Flávio Josefo, também conhecido pelo seu nome hebraico Yosef ben Mattityahu ("José, filho de Matias") e, após tornar-se cidadão romano, como Tito Flávio Josefo, foi uma figura central na historiografia do judaísmo do século I.

Nascido por volta de 37 d.C. em Jerusalém, Josefo era descendente de uma linhagem de sacerdotes e, por parte de sua mãe, da dinastia real dos Asmoneus.

Ele é mais conhecido por registrar in loco os eventos da Primeira Guerra Judaico-Romana (66-73 d.C.), incluindo a destruição de Jerusalém e do Segundo Templo em 70 d.C. pelas tropas romanas lideradas pelo general Vespasiano e seu filho Tito, ambos futuros imperadores.

Suas obras oferecem um panorama valioso do judaísmo no século I, da revolta judaica contra Roma e do contexto que marcou a separação definitiva do cristianismo do judaísmo.

Biografia e Contexto Histórico

As principais informações sobre a vida de Josefo provêm de sua autobiografia, Vida de Flávio Josefo. Ele nasceu em uma família de sacerdotes em Jerusalém e recebeu uma educação rigorosa na Torá e nas tradições judaicas.

Aos 13 anos, começou a estudar as principais seitas judaicas da época - saduceus, fariseus e essênios - e, aos 19 anos, optou por aderir ao farisaísmo, que enfatizava a observância da Lei e a crença na ressurreição dos mortos.

Josefo também menciona os zelotes, a quem atribui a responsabilidade por incitar a revolta contra Roma, que culminou na destruição de Jerusalém. Em 64 d.C., aos 26 anos, Josefo viajou a Roma como parte de uma embaixada para negociar a libertação de sacerdotes judeus presos pelo procurador romano Marco Antônio Félix.

Com a ajuda de Popeia Sabina, esposa do imperador Nero, ele obteve sucesso nessa missão. Ao retornar à Judeia, encontrou Jerusalém à beira de uma revolta contra o domínio romano, agravada por tensões religiosas, políticas e sociais.

Josefo tentou dissuadir os líderes rebeldes, mas seus esforços foram em vão. Em 66 d.C., os revoltosos tomaram a Fortaleza Antônia, marcando o início da Primeira Guerra Judaico-Romana.

Para evitar ser acusado de simpatizar com os romanos, Josefo buscou refúgio no Templo de Jerusalém. Após a morte de líderes rebeldes como Manaém, ele se aliou aos sacerdotes do Sinédrio, que aguardavam reforços romanos para sufocar a revolta.

No entanto, as tropas de Céstio Galo, governador da Síria, foram derrotadas, intensificando o conflito. O Sinédrio então enviou Josefo à Galileia, onde ele foi nomeado governador militar da província.

Lá, fortificou cidades como Jotapata, mas enfrentou resistência de grupos extremistas, especialmente os liderados por João de Giscala, que o acusavam de ser conciliador com Roma. Em 67 d.C., as forças romanas de Vespasiano invadiram a Galileia e tomaram Jotapata após um cerco prolongado.

Josefo, junto com 40 homens, escondeu-se em uma cisterna. Quando descobertos, os romanos ofereceram rendição em troca de suas vidas. Josefo propôs um método de suicídio coletivo, conhecido hoje como o "problema de Josefo" ou "Roleta Romana", no qual os homens tirariam a sorte para se matar em sequência.

Por estratégia ou sorte, Josefo e outro sobrevivente permaneceram vivos e se renderam às forças de Vespasiano em julho de 67 d.C., tornando-se prisioneiros de guerra. Durante seu cativeiro, Josefo ganhou a confiança de Vespasiano ao profetizar que ele se tornaria imperador.

Quando a profecia se cumpriu em 69 d.C., Josefo foi libertado e adotou o nome Flávio em homenagem a seu patrono. Durante o cerco de Jerusalém em 70 d.C., ele atuou como mediador entre os romanos e os rebeldes judeus, tentando negociar a rendição para evitar a destruição da cidade.

Após a queda de Jerusalém, Josefo foi bem recebido pelos romanos, recebendo cidadania, uma pensão e terras confiscadas na Judeia. Em 71 d.C., acompanhou Tito a Roma, onde viveu como cliente da dinastia flaviana (Vespasiano, Tito e Domiciano) e escreveu suas obras sob seu patronato.

A vida pessoal de Josefo foi marcada por casamentos conturbados. Sua primeira esposa morreu durante o cerco de Jerusalém, junto com seus pais. Vespasiano arranjou-lhe um segundo casamento com uma prisioneira judia, que o abandonou.

Por volta de 70 d.C., Josefo casou-se com uma judia de Alexandria, com quem teve três filhos, dos quais apenas Flávio Hircano sobreviveu à infância. Após se divorciar, casou-se pela quarta vez com uma judia de Creta, com quem teve dois filhos, Flávio Justo e Flávio Simônides Agripa.

Obras Principais

As obras de Josefo são fontes inestimáveis para o estudo do judaísmo, da revolta contra Roma e do contexto histórico do século I. Suas principais obras são:

A Guerra dos Judeus (c. 75 d.C.): Escrita em grego, mas baseada em um relato anterior em aramaico destinado à comunidade judaica da Mesopotâmia, esta obra narra a Primeira Guerra Judaico-Romana (66-73 d.C.), com foco na revolta, no cerco de Jerusalém e na destruição do Segundo Templo.

Josefo baseou-se em suas experiências como governador militar e prisioneiro, além de registros romanos e judaicos. A obra é uma fonte primária essencial para entender o conflito e as tensões entre judeus e romanos.

Antiguidades Judaicas (c. 94 d.C.): Esta obra monumental, também escrita em grego, traça a história do povo judeu desde a criação, conforme narrada no Gênesis, até o início da revolta contra Roma.

Josefo buscou apresentar o judaísmo como uma tradição antiga e respeitável aos leitores greco-romanos. O livro contém o controverso Testimonium Flavianum, um trecho que menciona Jesus de Nazaré, mas cuja autenticidade é debatida por estudiosos.

Contra Apião (c. 97 d.C.): Uma defesa do judaísmo contra acusações antissemitas, especialmente as do gramático Apião e mitos propagados por autores como Manetão.

Josefo argumenta que o judaísmo é uma religião e filosofia clássica, compatível com a cultura greco-romana, e refuta alegações de práticas bárbaras atribuídas aos judeus.

Vida de Flávio Josefo (c. 99 d.C.): Sua autobiografia, escrita para responder às críticas de Justo de Tiberíades, um adversário que o acusava de traição e má conduta durante a guerra. A obra é valiosa, mas contém lacunas e omissões, o que reflete a tentativa de Josefo de justificar suas ações controversas.

Controvérsias e o Papel de Josefo

A vida de Josefo é marcada por ambiguidades que geram debates até hoje. Ele foi acusado por contemporâneos e historiadores posteriores de traição por não ter se suicidado com seus companheiros em Jotapata e por colaborar com os romanos durante o cerco de Jerusalém.

Críticos o veem como um oportunista que abandonou seu povo em troca de favores romanos, apontando suas obras como propaganda flaviana ou uma tentativa de reabilitar sua reputação.

No entanto, uma reavaliação moderna sugere que Josefo agiu pragmaticamente em um contexto de guerra devastadora. Comparado a líderes zelotes como Simão bar Giora e João de Giscala, que resistiram até o fim e foram capturados ou mortos, Josefo optou pela sobrevivência, acreditando que poderia preservar a memória e a cultura judaica por meio de suas obras.

Enquanto os zelotes contribuíram para a destruição de Jerusalém ao rejeitar negociações, Josefo tentou evitar o banho de sangue, embora sem sucesso. Além disso, Josefo foi um apologista eficaz do judaísmo no mundo romano. Ele apresentou os judeus como um povo civilizado, devoto e filosófico, desafiando estereótipos antissemitas.

Suas obras influenciaram tanto leitores pagãos quanto cristãos, e Eusébio de Cesareia, no século IV, relata que uma estátua em sua homenagem foi erguida em Roma.

No século XIX, A Guerra dos Judeus era amplamente lida na Europa, especialmente em famílias escocesas e inglesas, como observa o escritor Alberto Manguel.

Josefo e a Ausência de Menções a Jesus

Um ponto frequentemente debatido é a escassez de referências a Jesus de Nazaré nas obras de Josefo, especialmente considerando que ele viveu na mesma época e região em que Jesus foi crucificado (por volta de 30-33 d.C.).

A principal menção a Jesus aparece no Testimonium Flavianum (Antiguidades Judaicas, Livro 18, Capítulo 3), onde Josefo supostamente descreve Jesus como um "homem sábio", que realizou "feitos surpreendentes" e foi crucificado sob Pôncio Pilatos, sendo reconhecido como o Messias por seus seguidores.

No entanto, a autenticidade desse trecho é amplamente contestada. Muitos estudiosos acreditam que o Testimonium Flavianum é uma interpolação cristã posterior, inserida por copistas medievais para reforçar a narrativa cristã.

O texto, em sua forma atual, contém linguagem laudatória que não se alinha com o estilo de Josefo ou com sua perspectiva judaica, que não reconhecia Jesus como o Messias.

Alguns defendem que o trecho original pode ter contido uma menção neutra a Jesus, mas foi alterado para refletir crenças cristãs. Outra referência, no Livro 20 das Antiguidades Judaicas, menciona a execução de "Tiago, o irmão de Jesus, chamado Cristo", e é considerada mais autêntica, mas ainda assim breve. A ausência de menções mais detalhadas a Jesus nas obras de Josefo pode ser explicada por vários fatores:

Contexto Histórico: Josefo escreveu para um público romano e judaico, focando em eventos de grande escala, como a revolta contra Roma e a história do povo judeu.

O movimento cristão, nos anos 60-70 d.C., ainda era pequeno e marginal, não representando uma força política ou social significativa na Judeia. Assim, Jesus e seus seguidores podem não ter sido vistos como relevantes para os propósitos de Josefo.

Objetivos Literários: Como apologista do judaísmo, Josefo buscava enfatizar a antiguidade e a respeitabilidade de sua cultura, evitando temas que pudessem dividir seu público ou desviar o foco. Menções a Jesus, que era controverso entre judeus e ainda não amplamente conhecido entre romanos, poderiam comprometer esse objetivo.

Prática da Crucificação: A crucificação era um método comum de execução no Império Romano, especialmente para rebeldes e criminosos. Embora os evangelhos cristãos descrevam Jesus como uma figura de impacto, com milagres e ensinamentos, essas narrativas podem não ter sido amplamente conhecidas ou aceitas na Judeia de Josefo, especialmente entre as elites sacerdotais a que ele pertencia.

Censura ou Perda de Textos: É possível que Josefo tenha mencionado Jesus em outros trechos que foram perdidos ou censurados, especialmente considerando que suas obras foram preservadas por copistas cristãos, que podem ter alterado ou suprimido passagens.

Perspectiva Judaica: Como fariseu, Josefo provavelmente não via Jesus como uma figura central para o judaísmo. Os fariseus, em geral, rejeitavam os movimentos messiânicos, e Josefo pode ter considerado o cristianismo nascente como uma seita menor, irrelevante em comparação com os zelotes ou outras facções judaicas.

Apesar da ausência de menções detalhadas, o Testimonium Flavianum, mesmo se parcialmente autêntico, sugere que Josefo tinha algum conhecimento de Jesus.

A falta de ênfase em sua figura pode refletir tanto a escala limitada do cristianismo na época quanto as prioridades de Josefo como historiador e apologista.

Legado

Flávio Josefo permanece uma figura complexa: para alguns, um traidor que se aliou aos romanos; para outros, um pragmático que preservou a história e a cultura judaica em um momento de crise.

Suas obras continuam sendo fontes indispensáveis para historiadores, oferecendo insights sobre o judaísmo, a política romana e o contexto do cristianismo primitivo.

Embora suas ações durante a guerra sejam controversas, seu papel como mediador cultural entre o judaísmo e o mundo greco-romano é inegável, tornando-o uma ponte entre dois mundos em conflito.