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domingo, novembro 16, 2025

Impressionante - Tomar banho na Europa era considerado heresia!




A Higiene na Europa Medieval vs. o Mundo Islâmico

Impressionante: tomar banho na Europa medieval era frequentemente visto como suspeito ou até herético pela Igreja Católica, que associava a nudez e o prazer corporal ao pecado e à vaidade. Essa visão contribuiu para uma cultura de extrema sujeira, contrastando drasticamente com o mundo islâmico, onde a higiene era um pilar da fé e da vida cotidiana.

Um exemplo famoso é o da Rainha Isabel I de Castela (conhecida como Isabel, a Católica, reinou de 1474 a 1504), que liderou a Reconquista e a expulsão dos muçulmanos da Península Ibérica, culminando na queda de Granada em 1492 - não na "fronteira de Gibraltar", mas em toda a Andaluzia.

Há lendas populares (não totalmente comprovadas por fontes primárias) de que ela tomou banho apenas duas vezes na vida: ao nascer e antes do casamento. O que é fato histórico é que, após a conquista de Granada, os Reis Católicos ordenaram a destruição ou conversão forçada de centenas de hammams (casas de banho públicas) muçulmanos em cidades como Sevilha, Córdoba e Málaga.

Esses banhos, herança da era islâmica (Al-Andalus), foram demolidos por serem associados à cultura "infiel" e por promoverem a nudez mista, considerada imoral pela Inquisição.

Outro caso emblemático é o do Rei Filipe II da Espanha (1556–1598), filho de Isabel, que emitiu éditos restringindo banhos públicos em várias regiões do império, temendo que eles facilitassem a propagação de doenças ou servissem de locais para conspirações e imoralidade.

Sua neta, a Infanta Isabel Clara Eugenia, governadora dos Países Baixos Espanhóis, fez um voto famoso durante o Cerco de Ostende (1601–1604), que durou três anos e foi um dos mais sangrentos da Guerra dos Oitenta Anos contra os rebeldes holandeses.

Ela jurou não trocar de camisa (não roupa íntima específica) até a cidade cair - e cumpriu, resultando em uma peça de roupa notoriamente suja e fedorenta, apelidada de "a camisa de Ostende".

Ela não morreu por falta de banho (viveu até 1633), mas o episódio ilustra o orgulho em suportar a imundície como sinal de devoção. Reis, rainhas e nobres europeus exalavam um odor insuportável, mascarado por camadas de perfumes fortes, pós e roupas pesadas.

Imagine a população comum: sem esgotos adequados, ruas cheias de dejetos humanos e animais, e banhos raros por medo de "enfraquecer o corpo" ou atrair demônios. Essa falta de higiene foi um fator crucial em surtos epidêmicos, como a Peste Negra (1347–1351), que matou cerca de um terço da população europeia - até 25 milhões de pessoas.

Cidades como Paris (com cerca de 200 mil habitantes) e Londres perderam metade de seus moradores; corpos eram empilhados em valas comuns, e o fedor de decomposição se misturava ao da vida cotidiana.

Acréscimo sobre acontecimentos históricos: Durante a Peste Negra, médicos usavam máscaras com ervas para combater o "mau ar" (miasma), mas ignoravam a transmissão por pulgas de ratos - agravada pela sujeira urbana. Em 1665, a Grande Peste de Londres matou cerca de 100 mil pessoas (20% da cidade), com quarentenas ineficazes e fogueiras para "purificar" o ar.

Enquanto isso, cidades islâmicas como Cairo e Bagdá, com populações acima de 500 mil, sofreram menos proporcionalmente em epidemias semelhantes graças a quarentenas rigorosas, hospitais (bimaristans) e redes de esgotos.

Não há registro de "ultrapassar a marca do milhão de mortos" em uma única cidade islâmica durante a Peste Negra (o total global foi de 75–200 milhões), mas o contraste é claro: a higiene reduzia mortalidade.

Os famosos perfumes franceses, que tornaram Paris sinônimo de fragrâncias no século XVII (pense em Grasse, a capital do perfume), surgiram precisamente para combater odores corporais.

Luís XIV (o Rei Sol, 1638–1715) banhava-se raríssimas vezes - sua corte em Versalhes usava perfumes como "água de Colônia" para disfarçar. Esse hábito persiste culturalmente: estudos modernos mostram que franceses tomam banho com menos frequência que média europeia (cerca de 5–6 vezes por semana vs. 7+ em países nórdicos), priorizando desodorantes e eaux de toilette.

Como disse o historiador francês Fernand Braudel - provavelmente uma referência distorcida a ele ou a outros como Lucien Febvre): "Os europeus devem aos árabes grande parte do bem-estar em sua sociedade".

De fato, os muçulmanos preservaram e expandiram o conhecimento romano e grego sobre higiene. O Alcorão e os hadiths enfatizam a ablução (wudu) cinco vezes ao dia para orações, e banhos completos (ghusl) em ocasiões específicas.

Viajantes como Ibn Battuta (século XIV) descreviam hammams em Damasco com água corrente, vapor e massagens. Muçulmanos vestiam roupas de algodão, seda ou linho brilhantes e limpas, frequentemente decoradas com pedras preciosas como esmeraldas, rubis e corais - um luxo em Al-Andalus.

Córdoba, no auge do Califado Omíada (século X), tinha cerca de 300 hammams públicos, além de 70 bibliotecas e ruas pavimentadas com esgotos. Em contraste, igrejas cristãs medievais pregavam que banhos excessivos eram pecado, associando-os à luxúria pagã.

O termo inglês "bathroom" não deriva de "Muhammad Bath" (um mito urbano sem base histórica). Vem do latim "balneum" (banho), via francês antigo. No entanto, os árabes introduziram sabão duro (de Aleppo, com azeite e louro) na Europa via Cruzadas, e palavras como "hammam" influenciaram "steam bath".

Hoje, a UNESCO reconhece hammams marroquinos como patrimônio, e a higiene islâmica inspirou modernos sistemas de saneamento. Em resumo, enquanto a Europa medieval afundava na sujeira por dogmas religiosos, o Islâmico elevava a limpeza a virtude divina - uma lição que salvou vidas e moldou o progresso.

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