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sábado, agosto 09, 2025

Vulneráveis


“As pessoas mais admiráveis possuem a sensibilidade para apreciar a beleza, a coragem para enfrentar riscos, a disciplina para falar a verdade e a capacidade de se sacrificar pelos outros. Ironicamente, são essas mesmas virtudes que as tornam vulneráveis: elas são frequentemente feridas e, não raro, destruídas.” - Ernest Hemingway

Essa citação, atribuída ao renomado escritor Ernest Hemingway, encapsula uma observação agridoce sobre a condição humana. As qualidades que elevam certas pessoas - sua empatia, bravura, honestidade e altruísmo - são as mesmas que as expõem ao sofrimento.

A sensibilidade para a beleza as conecta profundamente ao mundo, mas também as faz sentir suas dores com intensidade. A coragem para correr riscos as leva a enfrentar desafios que outros evitam, mas também as coloca em situações de perigo.

A disciplina para dizer a verdade as torna faróis de integridade, mas frequentemente as coloca em conflito com um mundo que nem sempre valoriza a franqueza.

E a capacidade de sacrifício, embora inspire admiração, muitas vezes exige que deem mais de si do que recebem em retorno. Para ilustrar o contexto que pode ter inspirado essas palavras, podemos imaginar as experiências de Hemingway, um homem que viveu intensamente e testemunhou as complexidades da condição humana.

Como correspondente de guerra e observador atento das lutas pessoais e coletivas, ele conviveu com figuras extraordinárias - soldados, artistas, revolucionários - que encarnavam essas virtudes.

Talvez Hemingway estivesse pensando em um amigo, um companheiro de batalha que, movido por coragem, enfrentou o inimigo, mas caiu em combate.

Ou em um escritor que, com sensibilidade aguçada, capturou a beleza do mundo em suas obras, mas sucumbiu à depressão diante das crueldades da vida.

Ele próprio, com sua vida marcada por aventuras, amores intensos e lutas internas, pode ter se visto refletido nessa descrição, ciente de que suas virtudes o tornavam tanto grandioso quanto vulnerável.

A ironia apontada por Hemingway ressoa em episódios históricos e pessoais. Considere, por exemplo, figuras como Joana d’Arc, cuja coragem e fé a levaram a liderar exércitos, mas também à fogueira, ou artistas como Vincent van Gogh, cuja sensibilidade produziu obras-primas, mas o mergulhou em um abismo de sofrimento.

Essas histórias reforçam a ideia de que as melhores qualidades humanas muitas vezes vêm com um custo elevado. A vulnerabilidade não é um defeito, mas uma consequência inevitável de viver com autenticidade e paixão.

Essa reflexão nos convida a repensar como vemos a força e a fraqueza. Em um mundo que frequentemente celebra a autoproteção e o pragmatismo, Hemingway nos lembra que as pessoas mais notáveis são aquelas que, apesar do risco de serem feridas, escolhem viver guiadas por suas virtudes.

Elas nos inspiram, mas também nos desafiam a proteger e valorizar aqueles que, com sua sensibilidade e coragem, iluminam o mundo, mesmo que isso signifique carregar cicatrizes.

Oxana Malaya - Desenvolveu Hábitos Caninos


 

Entre os casos mais chocantes de negligência infantil registrados na história está o de Oxana Malaya, nascida em 4 de novembro de 1983, na vila rural de Nova Blagovishchenka, na Ucrânia.

Abandonada aos três anos de idade por pais alcoólatras e negligentes, Oxana foi deixada à própria sorte em um ambiente de extrema precariedade. Sem cuidados ou proteção, a menina encontrou refúgio no canil da casa da família, onde passou a viver junto aos cães que ali habitavam.

Durante cinco anos, dos três aos oito anos de idade, ela sobreviveu em condições subumanas, sem contato significativo com outros seres humanos, em um período crucial para o desenvolvimento físico, emocional e cognitivo.

Isolada do convívio social e exposta a um ambiente hostil, Oxana adaptou-se ao comportamento dos cães para sobreviver. Ela passou a andar de quatro, rosnar, latir e comer restos de comida diretamente do chão, imitando os animais que se tornaram sua única companhia.

Além disso, desenvolveu hábitos caninos peculiares, como ofegar com a língua para fora para se refrescar e cavar buracos no quintal. Essa adaptação extrema reflete a plasticidade do cérebro humano em idades tão jovens, mas também evidencia as consequências devastadoras da privação social e emocional durante a infância.

Oxana foi descoberta em 1991, aos oito anos, quando vizinhos, alertados por sua condição, notificaram as autoridades. Ao ser resgatada, a menina apresentava sérias dificuldades de comunicação, com um vocabulário extremamente limitado, e comportamentos profundamente enraizados no padrão canino.

Sua reintegração à sociedade foi um processo longo e desafiador. Levada para um orfanato especializado em crianças com necessidades especiais, Oxana passou por anos de terapia intensiva, incluindo reabilitação comportamental, fonoaudiologia e educação básica.

Apesar dos esforços, os anos de isolamento deixaram sequelas permanentes: Oxana nunca conseguiu desenvolver plenamente habilidades sociais e cognitivas típicas de um adulto, embora tenha aprendido a falar, ler e interagir em um nível funcional.

Hoje, Oxana vive em uma instituição para adultos com necessidades especiais em Odessa, na Ucrânia, onde trabalha em tarefas simples, como cuidar de animais em uma fazenda local.

Sua história, embora trágica, tornou-se um marco no estudo de casos de crianças criadas em isolamento, os chamados "crianças selvagens". Especialistas apontam que o caso de Oxana ilustra a importância do contato humano e da socialização nos primeiros anos de vida, período em que o cérebro forma conexões cruciais para o aprendizado, a linguagem e o comportamento social.

O caso de Oxana Malaya também levanta questões éticas e sociais sobre negligência infantil, pobreza e alcoolismo, problemas que afetavam profundamente muitas famílias na Ucrânia pós-soviética.

Sua história inspirou documentários, estudos psicológicos e reflexões sobre a responsabilidade coletiva em proteger crianças vulneráveis. Apesar das adversidades, Oxana demonstrou resiliência ao se adaptar às circunstâncias extremas de sua infância, mas sua trajetória é um lembrete doloroso das consequências duradouras do abandono e da negligência.

sexta-feira, agosto 08, 2025

Meiguice

 


Súplica Serena

Eu te suplico desculpas… por te amar de imediato, sem defesa, sem cálculo, sem licença.

Mesmo sabendo que o meu amor é apenas uma antiga canção esquecida na tua lembrança - uma melodia que outrora embalou tua alma, mas que hoje talvez ecoe apenas como sombra.

Perdoa-me por me lançar inteiro ao abismo dos teus gestos, por ter lido poesia no silêncio das tuas reticências.

Ainda trago, nos lábios, o gosto das palavras que calei quando sorvi da tua boca o aroma inesperado do teu riso. Na penumbra dos teus maneios, construí refúgios invisíveis, onde cada passo teu era bênção, e cada ausência, um lamento mudo.

Recordo as noites escuras que passei tranquilo, sossegado - não porque o mundo dormia, mas porque tua gentileza me acalmava. Era uma paz inquieta, vinda do teu caminhar sutil, sempre escapando pelas frestas do tempo, como se não pudesses - ou não quisesses - permanecer.

Trago comigo o mel dos que amam com coerência, mas sangram em silêncio. Uma tristeza mórbida e profunda habita o que restou de mim, mas não te peço piedade.

Quero apenas que saibas: a imensa afeição que te dou não trará o excesso do choro nem as febres da alucinação.

Não. Minha entrega é branda. É abrigo. É um entornar de afagos sobre a tua pele cansada. Ofereço-te a paz que tantos procuram e poucos sabem receber.

Uma doçura serena, de expressão capaz de comover o cansaço dos teus dias.
Um amor que não grita, que não exige, que não fere - apenas te pede que repouses. Imensamente sossegada.

Permite, então, que os dedos calorosos da noite encontrem teu corpo sem pressa. Que o mundo se dissolva em sombra e que, sem desgraça, teus olhos tranquilos contemplem o arrebol matinal - aquele instante mágico em que o céu não sabe se permanece noite ou se já se entrega ao dia.

E se nesse instante meu nome te cruzar a alma... Que seja como brisa, como oração. Como quem agradece, em silêncio, por ter sido amado - mesmo sem saber.

Francisco Silva Sousa - Foto: Pixabay  

Paz!!!



A Paz como Caminho: Uma Transformação Interior e Coletiva

A paz é um ideal que transcende acordos formais, tratados internacionais ou documentos assinados por líderes e diplomatas. Ela não pode ser imposta por forças externas, nem garantida exclusivamente por negociações políticas.

A verdadeira paz nasce no interior de cada ser humano, cultivada por meio de uma educação que inspire valores de empatia, harmonia, solidariedade e respeito mútuo.

Para alcançá-la, é essencial conduzir as pessoas a um processo de reflexão e transformação pessoal. Educar para a paz é guiar o indivíduo no caminho do autoconhecimento, da escuta sensível e da compreensão do outro - não apenas como um exercício intelectual, mas como uma vivência ética e emocional.

A paz não floresce em corações tomados por ambições desmedidas, orgulho exacerbado ou pelo desejo de superioridade. Essas atitudes alimentam conflitos, desigualdades e divisões, manifestando-se tanto em relações interpessoais quanto em eventos geopolíticos de grande escala. A história recente tem nos dado inúmeros exemplos de como a ausência de paz interior reflete-se em acontecimentos devastadores.

As guerras prolongadas no Oriente Médio, a invasão da Ucrânia, os massacres civis em zonas de conflito da África Subsaariana e as tensões crescentes entre potências mundiais demonstram que, onde não há valores compartilhados de dignidade e cooperação, acordos diplomáticos tornam-se frágeis e efêmeros.

Mesmo quando as armas silenciam por um tempo, a verdadeira paz não se estabelece se os corações continuam contaminados por ódio, medo ou sede de vingança.

Também nas sociedades modernas, mesmo em tempos de aparente estabilidade, a paz é ameaçada diariamente. O aumento da violência urbana, os discursos de ódio nas redes sociais, a intolerância religiosa, racial e política, e a exclusão social são sintomas de uma profunda crise de valores.

Esses conflitos, ainda que muitas vezes silenciosos ou banalizados, corroem o tecido social e mostram como a ausência de uma educação para a paz compromete o bem-estar coletivo.

Nesse contexto, iniciativas como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, especialmente o ODS 16, que trata de “promover sociedades pacíficas e inclusivas”, assumem um papel central.

A erradicação da pobreza, o acesso à educação de qualidade, a igualdade de gênero e o combate às injustiças estruturais são fundamentos indispensáveis para a construção de uma paz duradoura.

Não é possível falar em paz verdadeira em um mundo onde milhões ainda enfrentam a fome, a miséria e a negação sistemática de seus direitos básicos.

Educar para a paz significa, portanto, muito mais do que ensinar conteúdos escolares ou transmitir normas de convivência. Trata-se de desenvolver uma consciência ética, emocional e cidadã, capaz de transformar atitudes e realidades.

As escolas, as famílias, os meios de comunicação e as comunidades devem ser espaços de aprendizado sobre o valor do diálogo, da escuta ativa, da resolução não violenta de conflitos e do respeito pela diversidade.

É preciso formar gerações que saibam acolher o diferente, lidar com as frustrações, respeitar os limites do outro e compreender que a força está na cooperação, não na dominação. A humildade, a compaixão e a solidariedade devem ser colocadas no centro da formação humana.

A paz não será fruto apenas de grandes reformas ou de mudanças nas estruturas de poder - ela começa no silêncio interior de cada ser, na capacidade de perdoar, de compreender e de agir com justiça.

Quando cada indivíduo aprender a silenciar o egoísmo, abrir-se ao outro e cultivar a paz dentro de si, será possível construir uma sociedade verdadeiramente mais justa, harmoniosa e fraterna.

Que a paz, então, deixe de ser apenas um ideal distante, para tornar-se uma realidade vivida - não em discursos solenes, mas em cada gesto, cada escolha e cada olhar cotidiano.

quinta-feira, agosto 07, 2025

O Fim



Você chegou ao mundo nu, frágil, sem posses, sem nada além da própria existência. E assim, nu, frágil e despojado, você partirá. No início, suas primeiras lágrimas ecoaram como um anúncio de vida, dependente do cuidado alheio.

Alguém te segurou, te aqueceu, te lavou. No fim, quando o último suspiro escapar, provavelmente será outra mão gentil - ou talvez indiferente - que cuidará de você, que lavará seu corpo para a despedida.

Este é o ciclo humano, inevitável e universal. Você veio sem riquezas, sem títulos, sem poder. Tudo o que acumulou - dinheiro, bens, conquistas - ficará para trás, como poeira que o vento leva.

Nada disso te acompanhará. Então, por que tanto orgulho a pesar no peito? Por que a malícia que envenena relações? Por que a inveja que consome o coração, o ódio que cega a alma, o ressentimento que aprisiona, o egoísmo que isola?

Por que desperdiçar o tempo precioso que nos é dado em sentimentos que corroem e atitudes que dividem? A vida é um sopro, um instante entre dois eternos silêncios.

Nesse intervalo, corremos atrás de ilusões: status, posses, vinganças mesquinhas. Brigamos por coisas que, no fim, não importam. Gastamos anos construindo muros onde deveríamos erguer pontes.

Nos perdemos em disputas, em comparações, em ambições que nos afastam do que realmente dá sentido à jornada: amor, conexão, bondade, memórias compartilhadas.

Olhe ao seu redor. Veja as guerras que nascem da ganância, as famílias divididas pelo orgulho, as amizades destruídas pela inveja. Quantas vezes o mundo viu nações tombarem por egoísmo, comunidades se fragmentarem por falta de empatia?

E, ainda assim, continuamos a repetir os mesmos erros, como se o tempo fosse infinito. Mas não é. Cada dia é um presente que não se repete, uma chance de fazer diferente, de ser melhor.

Pense nos momentos que realmente importam: o abraço de alguém querido, o sorriso de uma criança, a paz de um instante de gratidão. Esses são os tesouros que carregamos no coração, não nas mãos.

A vida nos ensina, a cada dia, que o que vale não é o que possuímos, mas o que compartilhamos; não é o que conquistamos, mas o que deixamos de bom no mundo.

Então, por que não viver com mais leveza? Por que não perdoar, em vez de guardar rancor? Por que não estender a mão, em vez de apontar o dedo? O tempo é curto, e a única certeza é que ele acaba.

Que possamos, enquanto estamos aqui, escolher o que nos faz humanos no melhor sentido: a compaixão, a generosidade, a humildade. Porque, no fim, o que levamos não é o que juntamos, mas o que espalhamos.

Itzhak Stern - O Contador de Oskar Schindler



Itzhak Stern: O Contador de Oskar Schindler e a Força por Trás da Lista

Itzhak Stern, um judeu polonês nascido em 25 de janeiro de 1901, em Cracóvia, então parte do Império Austro-Húngaro, desempenhou um papel crucial na história de resistência e humanidade durante o Holocausto.

Como contador de Oskar Schindler na Deutsche Emailwarenfabrik (DEF), uma fábrica de utensílios esmaltados em Cracóvia, Stern não foi apenas um administrador habilidoso, mas também uma figura central na salvação de mais de mil judeus durante a Segunda Guerra Mundial.

Enquanto prisioneiro no campo de concentração de Płaszów, Stern tornou-se o braço direito de Schindler na gestão da fábrica. A DEF, que produzia panelas e outros itens para o esforço de guerra alemão, foi inicialmente um empreendimento movido a interesses comerciais, mas evoluiu para um símbolo de esperança.

Parte do financiamento da fábrica veio de investimentos de judeus que, sob as leis antissemitas do regime nazista, foram despojados de seus direitos e proibidos de gerir seus próprios recursos.

Incapazes de usar seu dinheiro livremente, muitos confiaram em Schindler, arriscando seus fundos em um projeto que, à primeira vista, parecia apenas um negócio, mas que se tornaria um meio de sobrevivência.

Foi Itzhak Stern quem, com meticulosidade e coragem, digitou a célebre "Lista de Schindler", um documento que continha os nomes de cerca de 1.200 judeus que seriam salvos da deportação e da morte nos campos de extermínio.

A lista, elaborada com a colaboração de Schindler, foi em grande parte idealizada por Stern, que cuidadosamente selecionou trabalhadores, muitos dos quais não tinham habilidades técnicas, mas cuja inclusão na lista significava a diferença entre a vida e a morte.

Ele falsificava documentos, transformando professores, intelectuais e artistas em "mecânicos" e "operários qualificados", garantindo que fossem considerados essenciais para a fábrica e, assim, protegidos da máquina genocida nazista.

O relacionamento entre Stern e Schindler começou de forma pragmática. Em sua primeira reunião, Stern sugeriu que Schindler utilizasse mão de obra judia, mais barata que a polonesa, uma decisão inicialmente movida por oportunismo de ambos os lados.

Schindler, um empresário alemão filiado ao Partido Nazista, via na proposta uma chance de lucro; Stern, por sua vez, enxergava uma oportunidade de salvar vidas.

Com o tempo, porém, o que era uma relação comercial transformou-se em uma profunda amizade, marcada por respeito mútuo e um objetivo compartilhado: preservar a humanidade em meio à barbárie.

Stern foi um estrategista silencioso, mas essencial. Ele arriscava a própria vida ao incluir na lista judeus considerados "não essenciais" pelos nazistas, como idosos, crianças e intelectuais, que, sem sua intervenção, provavelmente teriam sido enviados para campos de extermínio de Auschwitz.

Sua habilidade em manipular registros e documentos, aliada à sua visão humanitária, foi fundamental para o sucesso do plano de Schindler. Ele não apenas administrava a fábrica, mas também servia como conselheiro de Schindler, ajudando-o a navegar pelo perigoso equilíbrio entre agradar as autoridades nazistas e proteger seus trabalhadores.

A história de Stern ganhou destaque no filme A Lista de Schindler (1993), dirigido por Steven Spielberg, onde foi brilhantemente interpretado por Ben Kingsley.

A atuação de Kingsley capturou a essência de Stern: um homem reservado, mas astuto, cuja força residia na inteligência e na determinação. No final do filme, a viúva de Stern aparece em uma cena comovente, visitando o túmulo de Schindler em Jerusalém, acompanhada por Kingsley, em um tributo à memória de ambos.

Além de Itzhak, seu irmão, Natan Stern, também esteve entre os judeus salvos por Schindler, reforçando o impacto pessoal que a lista teve na família Stern. A relação entre Itzhak e Schindler, inicialmente fria e calculista, floresceu em uma amizade genuína, marcada por momentos de cumplicidade e confiança.

Quando Stern faleceu em 1969, Schindler, já debilitado e vivendo modestamente, compareceu ao funeral e, segundo relatos, chorou copiosamente, um testemunho da profundidade do laço que os uniu.

Contexto e Legado

O trabalho de Stern e Schindler aconteceu em um dos períodos mais sombrios da história. Durante o Holocausto, cerca de seis milhões de judeus foram assassinados pelo regime nazista, em uma campanha sistemática de ódio e extermínio.

Em Cracóvia, o gueto criado em 1941 concentrou dezenas de milhares de judeus em condições desumanas, antes que a maioria fosse deportada para campos de concentração ou extermínio.

A fábrica de Schindler, localizada próxima ao gueto, tornou-se um oásis improvável, onde os trabalhadores, embora submetidos a condições difíceis, tinham uma chance de sobreviver.

Stern não apenas ajudou a salvar vidas diretamente, mas também contribuiu para um legado de resistência moral. Ele representou a força daqueles que, mesmo em circunstâncias de opressão extrema, encontraram maneiras de lutar pela dignidade e pela sobrevivência de outros.

Sua história é um lembrete de que, em meio ao caos e à crueldade, atos de coragem e solidariedade podem fazer a diferença. Após a guerra, Stern continuou a viver discretamente, sem buscar reconhecimento por suas ações.

Sua morte em 1969 marcou o fim de uma vida dedicada à sobrevivência e à esperança, mas seu impacto perdura. A Lista de Schindler, hoje preservada como um documento histórico, é mais do que uma lista de nomes; é um testemunho da parceria entre dois homens improváveis - um empresário alemão e um contador judeu - que, juntos, desafiaram o horror do Holocausto.

quarta-feira, agosto 06, 2025

Como nossas avós




Caso você ainda não tenha parado para pensar nisso, deixa eu te contar uma história: sua avó era simplesmente lendária. Ela viveu uma época sem filtros, cheia de atitude e liberdade, e, convenhamos, com um estilo que você provavelmente nunca vai alcançar - sem ofensas, é só a verdade!

Imagine só: sua avó desfilava por aí com minissaias tão curtas que fariam qualquer fashionista de hoje corar, calças justíssimas que abraçavam cada curva, botas de cano alto que gritavam rebeldia, e as famosas calças US Top desbotadas, tão na moda que eram praticamente um uniforme da contracultura.

Ah, e sem sutiã, porque, para ela, liberdade era lei, não opção. Ela não só ouviu, mas viveu as trilhas sonoras que marcaram gerações. Led Zeppelin ecoava com riffs que faziam o chão tremer, The Beatles traziam melodias que mexiam com o coração, Janis Joplin rasgava a alma com sua voz rouca, e os Rolling Stones injetavam rebeldia em cada acorde.

Isso sem falar de Elvis Presley, com seu rebolado que chocava os caretas, Roy Orbison e suas baladas melancólicas, ou Demis Roussos, com aquele romantismo exagerado que era puro charme.

E não parava por aí: ela curtia de tudo, de Jimi Hendrix a Mutantes, passando por festivais de rock e bailes de soul que varavam a madrugada. Sua avó não tinha medo de acelerar.

Ela rodava por aí em Vespas ou Lambretas barulhentas, sentindo o vento no rosto, ou em carros velozes que rugiam pelas estradas - sem cinto de segurança, porque, naqueles tempos, a adrenalina valia mais que as regras.

O politicamente correto? Isso nem existia no vocabulário dela. Ela vivia sem amarras, sem se preocupar com o que os outros pensariam, numa época em que o mundo estava se reinventando.

E tem mais: sua avó experimentou a vida sem freios. Fumava cigarros com a elegância de uma estrela de cinema - e, sim, talvez até uma “ervazinha” em um show ou numa roda de amigos, porque era assim que se conectava com o espírito da época.

Bebia gim-tônica com gelo tilintando no copo, uísque puro como se fosse água, caipirinhas que queimavam a garganta e cervejas geladas que acompanhavam as conversas até o sol raiar.

As noites eram longas, cheias de risadas, danças e histórias que ela contava com um brilho no olhar. Sabe o que mais? Ela chegava em casa às quatro da manhã, com o rímel borrado e o cabelo bagunçado, só para tomar um banho rápido, engolir um café preto e sair para trabalhar às sete.

Isso mesmo: enquanto você passa o dia de ressaca, babando no sofá ou se arrastando em moletons, ela vivia o dobro da vida em metade do tempo. E não era só curtição - ela enfrentava um mundo em transformação.

Era a época das revoluções culturais, dos movimentos pelos direitos civis, da luta feminista, dos protestos contra guerras e ditaduras. Sua avó não só assistiu a tudo isso, mas participou, com coragem e atitude, seja dançando em um festival, debatendo ideias em cafés ou simplesmente vivendo sem pedir permissão.

Agora, olha só para você, com suas dietas da moda, sucos detox e playlists no Spotify que não chegam nem aos pés das fitas cassete dela. Não me leve a mal, mas, com todo respeito, seus moletons superdimensionados e sua rotina certinha nunca vão ter o mesmo brilho que a vida da sua avó.

Ela era puro rock’n’roll, uma mistura de ousadia e autenticidade que fazia o mundo girar ao seu redor. Desculpe-me, mas alguém precisava te contar essa verdade: sua avó não era só legal - ela era épica. Quem sabe você não se inspira um pouco e deixa um legado tão incrível quanto o dela?

Muitas vezes...



 

"Às vezes, as correntes que nos impedem de sermos verdadeiramente livres são mais mentais do que físicas."

Essa frase, tão simples e profunda, nos convida a refletir sobre o que realmente nos prende. Não são apenas as barreiras visíveis - como portas trancadas ou leis opressivas - que limitam nossa liberdade.

Muitas vezes, são as cadeias invisíveis da mente: medo, insegurança, preconceitos internalizados e a pressão de se encaixar em expectativas alheias.

Essas correntes mentais, tecidas ao longo da vida por experiências, traumas ou normas sociais, podem ser mais difíceis de romper do que qualquer obstáculo físico.

Pense nas revoluções que marcaram a história. Nos anos 60 e 70, por exemplo, jovens ao redor do mundo desafiaram as "correntes" do conformismo. Movimentos como o de Woodstock, em 1969, não eram apenas sobre música; eram gritos de liberdade contra uma sociedade rígida, que ditava como amar, se vestir ou pensar.

Pessoas enfrentaram o status quo, questionando guerras como a do Vietnã e lutando por direitos civis, igualdade de gênero e liberdade de expressão. Muitas vezes, o maior obstáculo não era a repressão policial, mas a mentalidade de que "as coisas sempre foram assim".

Quebrar essas barreiras internas exigia coragem para imaginar um mundo diferente. Hoje, as correntes mentais continuam a nos desafiar. Vivemos na era da informação, onde as redes sociais podem tanto libertar quanto aprisionar.

A pressão para projetar uma vida perfeita online, o medo de ser julgado ou cancelado, e a comparação constante com os outros criam novas gaiolas invisíveis.

Quantas vezes você já deixou de fazer algo por medo do que "vão pensar"? Ou se sentiu preso por dúvidas sobre sua própria capacidade? Essas amarras, embora intangíveis, pesam tanto quanto qualquer corrente de ferro.

Mas há esperança. Assim como os ativistas do passado romperam com o conformismo, nós também podemos desafiar nossas prisões mentais. A meditação, a terapia e até conversas sinceras com amigos têm ajudado muitas pessoas a identificar e questionar esses limites autoimpostos.

Movimentos contemporâneos, como os que promovem saúde mental ou diversidade, mostram que reconhecer nossas inseguranças é o primeiro passo para nos libertarmos delas.

Até mesmo a pandemia de 2020, com todas as suas restrições físicas, forçou muitos a olhar para dentro e reavaliar o que significa ser livre - seja trabalhando remotamente em um lugar novo, seja aprendendo a encontrar alegria nas pequenas coisas.

No final, a verdadeira liberdade começa na mente. É sobre ousar sonhar, questionar o que nos foi ensinado e acreditar que podemos moldar nosso próprio caminho.

As correntes físicas podem ser quebradas com força, mas as mentais exigem coragem, autoconhecimento e, acima de tudo, a vontade de ser livre.

terça-feira, agosto 05, 2025

Missas de Brasilia


O Padre, a Tequila e a Missa no Congresso: Uma Comédia de Erros

O novo padre da paróquia, recém-empossado, recebeu com um frio na espinha a notícia de que fora escolhido para celebrar uma missa especial no Congresso Nacional, destinada aos parlamentares e funcionários.

A ideia de estar diante de figuras políticas de peso, sob os holofotes de Brasília, deixou-o visivelmente nervoso. Percebendo o estado de ansiedade do jovem sacerdote, o bispo, com um sorriso experiente, sugeriu uma solução inusitada:

“Padre, coloque algumas gotas de tequila na água antes da missa. Um gole, e você estará calmo como um lago em dia sem vento.”

Confiante na sabedoria do bispo, o padre seguiu o conselho à risca - ou quase. Na verdade, ele interpretou a recomendação de forma um pouco mais... generosa.

Durante a missa, com um cálice bem “temperado”, o padre se sentiu não apenas tranquilo, mas surpreendentemente descontraído, quase como um apresentador de talk show.

Sua homilia, embora inspirada, tomou rumos inesperados, misturando referências bíblicas com acontecimentos políticos brasileiros, para o espanto - e divertimento - dos presentes.

Ao retornar à reitoria da paróquia, ainda com um leve sorriso no rosto, o padre encontrou uma nota do bispo, escrita com uma mistura de ironia e repreensão.

O documento, intitulado “Observações Urgentes para a Próxima Missa no Congresso”, listava os deslizes cometidos durante a celebração:

NOTA DO BISPO

Prezado Padre,

Sua estreia no Congresso foi, sem dúvida, memorável. No entanto, para evitar confusões futuras, seguem algumas observações:

Na próxima vez, coloque gotas de tequila na água, e não o contrário. O cálice não é um copo de bar.

Evite decorar a borda do cálice com limão e sal. Ele é um objeto litúrgico, não uma taça de margarita.

Havia 11 apóstolos na Última Ceia, não 12. Judas Iscariotes já havia saído quando a ceia ocorreu.

Quem traiu Jesus foi Judas Iscariotes, e não o ex-deputado Roberto Jefferson. Ele pode ter seus problemas, mas não estava em Jerusalém no ano 33.

A “casinha” no canto da igreja é o confessionário, não o “escritório de Márcio Thomaz Bastos”. Aliás, ele foi um advogado, não um apóstolo.

O ex-senador José Sarney não participou da Última Ceia. Ele pode parecer eterno, mas sua campanha no Maranhão não data do século I.

Demóstenes Torres não é um “paladino da justiça”. Ele foi um senador, e sua trajetória política não o qualifica para canonização.

O Mensalão e o Petrolão existiram, sim. Não os confunda com milagres ou parábolas - são escândalos políticos, não eventos bíblicos.

Quem “lavou as mãos” foi Pôncio Pilatos, não Lula ou Maria Madalena. Esta última, aliás, foi uma discípula fiel, não uma figura política.

Carlinhos Cachoeira não é o “12º ministro do STF”. Ele pode conhecer muita gente, mas o Supremo tem apenas 11 cadeiras.

Por fim, uma missa dura cerca de uma hora, não tem “segundo turno” como uma eleição, e aquele sujeito de batina no canto do altar, a quem você chamou de “travecão de vestido”, era eu, o bispo, e não a ex-presidente Dilma Rousseff.

Espero que essas correções sejam aplicadas na próxima missa. Que o Espírito Santo - e não a tequila - o ilumine!

Atenciosamente,
O Bispo