Hoje, o
mundo parece transborda de uma luz singular. O sol, mais radiante do que nunca,
lança seus raios dourados como se quisesse abraçar a terra inteira.
As
plantas, viçosas e vibrantes, erguem-se em um verde tão intenso que parece
pulsar com vida. As flores, oh, as flores! Elas exalam um perfume tão doce que
embriaga os sentidos, como se cada pétala sussurrasse segredos de alegria.
O céu,
de um azul profundo e cristalino, parece infinito, e o ar, morno e gentil,
acaricia a pele com uma suavidade quase mágica. A brisa, perfumada com notas de
jasmim e ervas frescas, dança entre as árvores, espalhando serenidade por onde
passa.
Hoje,
as pessoas que cruzo nas ruas parecem tocadas por uma bondade radiosa. Seus
sorrisos são mais abertos, seus olhares mais gentis, como se o mundo inteiro
conspirasse para espalhar beleza e harmonia.
O
otimismo é contagiante, abraçando não apenas corações, mas também as coisas
simples: o balançar de uma folha, o canto de um pássaro, o murmúrio de um
riacho que corta a cidade. Tudo parece envolto em uma aura de esperança.
À
noite, o cenário se transforma em uma sinfonia celestial. A calma reina, mas é
uma calma majestosa, como se o universo tivesse pausado para contemplar sua
própria grandeza.
As
estrelas, em um espetáculo nunca antes visto, brilham com uma intensidade que
faz o coração acelerar. O rouxinol, escondido entre os galhos, solta trinados
tão melodiosos que parecem canções de um outro mundo, capazes de acalmar até as
almas mais inquietas.
Hoje, a
cidade inteira pulsa em festa. As ruas, enfeitadas com luzes e risos, estão
imersas em um halo de alegria pura. É como se as tristezas, aquelas aves
agoureiras que outrora pairavam sobre nós, tivessem sido feridas por um raio de
esperança e agora se dissipassem no horizonte.
A juventude
renasce em cada coração, as ilusões florescem como jardins em primavera, e a
vida parece prometer infinitas possibilidades. Hoje, sinto-me pronto para
acreditar em tudo: no impossível, no extraordinário, no inimaginável.
O sol
poderia, de repente, iniciar uma dança cósmica, arrastando consigo as estrelas
em um valsar sideral. Planetas distantes poderiam surgir no céu, acompanhados
por cometas flamejantes e satélites minúsculos, formando um cortejo celestial.
E eu? Eu apenas sorriria, sem me surpreender, pois hoje tudo parece possível.
O mar
poderia transformar suas ondas em chamas dançantes, as montanhas poderiam se
desfazer em pó e se misturar ao solo, as árvores poderiam ganhar vida e
caminhar, os animais poderiam falar com vozes humanas.
Até a
escuridão poderia se tornar luminosa, e as trevas, feitas de luz pura, poderiam
brilhar como um novo dia. Nada disso me tiraria o fôlego, porque hoje o mundo
está em harmonia com o meu coração.
Mas há
algo que, hoje, não pode e não deve acontecer: o desamor. Nada que possa ferir
ou apagar a chama que arde em nossos corações apaixonados. Pois hoje, acima de
tudo, é mais um dia que estarei com você.
E com
você, meu amor, o universo inteiro parece se curvar à nossa felicidade. Hoje, a
própria existência celebra o nosso encontro, e cada instante ao seu lado é um
milagre que faz o tempo parar e o mundo girar em perfeita sintonia.
Hoje,
enquanto caminho ao seu lado, sinto que a vida é um poema que escrevemos
juntos, linha por linha, com sorrisos, olhares e promessas silenciosas.
E, sob
esse céu de estrelas cintilantes, sei que não há força no universo capaz de
apagar o que sentimos. Hoje, meu amor, é um dia para eternizar.
Francisco Silva Sousa