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quarta-feira, agosto 28, 2024

Auschwitz I


Auschwitz I: O Campo Central do Horror Nazista

Auschwitz I, localizado em Oświęcim, na Polônia ocupada, foi o campo de concentração original e o coração administrativo do complexo de Auschwitz, um dos maiores símbolos do Holocausto.

Construído em 1940, o local originalmente abrigava quartéis de artilharia do exército polonês, compostos por 16 edifícios térreos de alvenaria. Com o avanço da repressão nazista e a superlotação de outros campos, a SS (Schutzstaffel) buscava um novo espaço para internar prisioneiros.

O Obergruppenfuhrer Erich von dem Bach-Zelewski, líder da polícia da Silésia, identificou o potencial da área. Richard Glücks, chefe da Inspetoria dos Campos de Concentração, enviou Walter Eisfeld, ex-comandante de Sachsenhausen, para avaliar o local.

Após a aprovação, Heinrich Himmler, líder da SS, ordenou a construção do campo, que foi supervisionada por Rudolf Höss, seu primeiro comandante, com Josef Kramer como subcomandante.

Expulsão e Preparação do Terreno

Para viabilizar o projeto, a SS despejou cerca de 1.200 moradores locais que viviam em barracas próximas aos quartéis, criando uma "área de interesse" de 40 km² ao redor do campo.

Entre 1940 e 1941, aproximadamente 17 mil poloneses e judeus dos distritos ocidentais de Oświęcim e vilas próximas, como Broszkowice, Babice, Brzezinka, Rajsko, Plawy, Harmeze, Bór e Budy, foram forçados a abandonar suas casas.

Essas expulsões visavam estabelecer uma Zona de Exclusão, isolando o campo do mundo exterior e facilitando as operações genocidas da SS. Muitas das residências vagas foram ocupadas por alemães étnicos (Volksdeutsche) trazidos de fora do Reich, enquanto os judeus despejados eram enviados para guetos superlotados.

Cerca de 300 judeus de Oświęcim foram requisitados para trabalhar nas fundações do campo, sob condições brutais. A construção foi marcada por violência e exploração, com os trabalhadores submetidos a longas jornadas, alimentação insuficiente e abusos constantes.

Primeiros Prisioneiros e Expansão

Em maio de 1940, os primeiros prisioneiros chegaram: 30 criminosos alemães transferidos de Sachsenhausen, designados para atuar como kapos - supervisores privilegiados que controlavam outros internos em troca de benefícios.

Em 14 de junho de 1940, o primeiro transporte em massa, composto por 728 prisioneiros poloneses (incluindo 20 judeus), chegou da prisão de Tarnów. Esses prisioneiros, em sua maioria dissidentes, intelectuais e membros da resistência polonesa, foram alojados temporariamente no edifício da antiga Polish Tobacco Monopoly, até que o campo estivesse concluído.

A população de Auschwitz I cresceu rapidamente. Em março de 1941, o campo já abrigava 10,9 mil prisioneiros, majoritariamente poloneses. A partir de 1941, prisioneiros de guerra soviéticos começaram a chegar, enfrentando condições ainda mais desumanas.

Dos primeiros 10 mil soldados soviéticos internados, apenas algumas centenas sobreviveram aos primeiros cinco meses, devido à fome, doenças e execuções sumárias.

Organização e Condições de Vida

Os prisioneiros eram divididos por categorias, identificadas por triângulos coloridos costurados em suas roupas: verde para criminosos comuns, vermelho para presos políticos, amarelo para judeus e preto para "associação" (como ciganos ou testemunhas de Jeová).

Judeus e prisioneiros soviéticos eram sistematicamente tratados com maior crueldade, enfrentando abusos constantes e taxas de mortalidade extremamente altas.

Todos os prisioneiros eram obrigados a realizar trabalhos forçados, principalmente em fábricas de armamentos associadas ao complexo, como a IG Farben.

As condições de trabalho eram exaustivas, com jornadas de 12 a 14 horas, alimentação escassa (geralmente sopa aguada e um pedaço de pão) e falta de higiene, o que resultava em doenças como tifo e disenteria.

Aos domingos, o trabalho era suspenso, mas os prisioneiros eram submetidos a longas sessões de limpeza e inspeção, frequentemente acompanhadas de violência.

Os kapos, muitas vezes criminosos alemães, desempenhavam um papel ambíguo. Embora alguns tenham cometido atrocidades, outros agiam sob coação, temendo perder seus privilégios ou serem mortos. No pós-guerra, apenas dois kapos de Auschwitz foram julgados por seus atos individuais, refletindo a complexidade de sua posição no sistema.

O Bloco 11: O Epicentro da Crueldade

O Bloco 11, conhecido como "a prisão dentro da prisão", era reservado para punições severas. Prisioneiros acusados de quebrar regras, tentar fugas ou sabotagem enfrentavam torturas brutais.

As "celas verticais", com apenas 1,5 m², confinavam quatro pessoas simultaneamente, forçando-as a permanecer em pé durante noites seguidas antes de retornar ao trabalho forçado.

No porão, as "celas da fome" condenavam os internos à morte por inanição, enquanto as "celas escuras", com ventilação mínima e portas sólidas, causavam sufocamento gradual. Guardas da SS frequentemente aceleravam o processo acendendo velas para consumir o oxigênio mais rapidamente.

Outra forma de tortura era a suspensão prolongada, com os prisioneiros pendurados pelas mãos amarradas às costas, o que frequentemente resultava em deslocamento das clavículas e danos permanentes.

Essas punições não tinham apenas o objetivo de disciplinar, mas também de desumanizar e aterrorizar a população do campo.

O Primeiro Uso do Zyklon-B

Em 3 de setembro de 1941, o subcomandante Karl Fritzsch conduziu um experimento macabro no Bloco 11: 600 prisioneiros de guerra soviéticos e 150 poloneses foram trancados em um porão e gaseificados com Zyklon-B, um pesticida à base de cianeto.

O teste foi considerado "bem-sucedido" pela SS, marcando o início do uso sistemático do gás como método de extermínio em massa. Esse evento foi um precursor das câmaras de gás em Auschwitz-Birkenau, onde milhões seriam assassinados.

Experimentos Médicos e Outras Atrocidades

Além das execuções, Auschwitz I foi palco de experimentos médicos desumanos conduzidos por médicos da SS, como Josef Mengele (que operava principalmente em Birkenau, mas também influenciava Auschwitz I).

Prisioneiros, especialmente judeus e ciganos, eram submetidos a testes de esterilização, infecções deliberadas e cirurgias sem anestesia, sob o pretexto de "pesquisa científica". Esses experimentos causaram sofrimento indizível e altas taxas de mortalidade.

Resistência e Humanidade em Meio ao Horror

Apesar das condições desumanas, pequenos atos de resistência ocorriam. Prisioneiros poloneses, em particular, formaram redes clandestinas para contrabandear informações, alimentos e medicamentos.

Alguns, como Witold Pilecki, entraram voluntariamente em Auschwitz para documentar as atrocidades e organizar a resistência interna. Essas ações, embora arriscadas, demonstravam a resiliência humana em face do terror.

Legado de Auschwitz I

Auschwitz I foi o ponto de partida para o genocídio sistemático que se expandiu em Auschwitz-Birkenau e Monowitz. Estima-se que cerca de 70 mil pessoas, principalmente poloneses e prisioneiros soviéticos, morreram em Auschwitz I, embora o número total de vítimas do complexo (incluindo Birkenau) ultrapasse 1,1 milhão, a maioria judeus.

Após a libertação pelo Exército Vermelho em 27 de janeiro de 1945, Auschwitz tornou-se um símbolo universal do Holocausto e da capacidade humana para a crueldade. Hoje, o campo é um museu e memorial, preservando a memória das vítimas e servindo como alerta contra o ódio e a intolerância.

Campo Gulag



Campo Gulag era um sistema de campos de trabalhos forçados para criminosos, presos políticos e qualquer cidadão em geral que se opusesse ao regime na União Soviética (todavia, a grande maioria era de presos políticos; no campo Gulag de Kengir, em junho de 1954, existiam 650 presos comuns e 5200 presos políticos).

Antes da Revolução, o Gulag chamava-se Katorga, e aplicava exatamente a mesma coisa: pena privativa de liberdade, pena de trabalhos forçados e pena de morte. 

Os bolcheviques continuaram a tradição autocrática-imperial russa em uma escala dezenas de vezes maior e em condições muito piores, nas quais até o canibalismo existiu. 

A criminalização da dissidência política era regra tanto na antiga União Soviética quanto no Império Russo Czarista (que também criminalizava heresias religiosas). Além de presos políticos, havia presos condenados por vadiagem, furto, roubo, agressão, homicídio e estupro.

Finalmente, a antiga União Soviética passou por guerras internas e externas, assim como o Império Russo, então uma parte desses presidiários eram prisioneiros de guerra.

O sistema funcionou de 25 de abril de 1930 até 1960. 

Foram aprisionadas milhões de pessoas, muitas delas vítimas das perseguições de Stalin, as consideradas "pessoas infames", para a chamada "Pátria Mãe" (a União das Republicas Socialistas Soviéticas), e que deveriam passar por "trabalhos forçados educacionais" e merecerem viver na chamada "Pátria Mãe".

O Gulag tornou-se um símbolo da repressão da ditadura de Stalin. Na verdade, as condições de trabalho nos campos eram bastante penosas e incluíam fome, frio, trabalho intensivo de características próprias da escravatura (por exemplo, horário de trabalho excessivo) e guardiões desumanos. 

Floresceram durante o regime chamados pelos historiadores de stalinista da URSS, estendendo-se a regiões como a Sibéria e a Ucrânia, por exemplo, e destinavam-se, na verdade, a silenciar e torturar opositores ao regime, incluindo entre eles anarquistas, trotskistas e outros marxistas.

A Coreia do Norte, considerada um dos últimos Estados comunistas, ainda mantém disfarçados "campos de trabalhos forçados" muito semelhantes no sentido de tratamento "educacional" e "adoecimento" (pela loucura), muitas vezes chamados também de gulags. 

Norte-coreanos como Shin Dong-hyuk, único prisioneiro nascido num campo de trabalhos forçados do país que conseguiu fugir, tem denunciado violações aos direitos humanos ali praticados.

Número de prisioneiros

O número de presos cresceu gradualmente a partir de 1930 (179.000) para 1934 (510.307), quando cresceu mais rapidamente em 1938 relacionado a expurgos (1.881.570), e, em seguida, diminuiu durante a Segunda Guerra Mundial por causa de recrutamento para o Exército Vermelho (1.179.819 em 1944). 

Em 1945 voltou a crescer até 1950, atingindo um valor máximo (cerca de 2.500.000), que se manteve praticamente constante até 1953. Os fluxos de entrada e saída dos campos era muito substancial, o número total de detentos entre 1929 e 1953 é de cerca de 18 milhões. 

Como parte do mais amplo "trabalho duro", se deve adicionar cerca de 4 milhões de prisioneiros de guerra, e pelo menos 6 milhões de "especiais", ou seja, de camponeses que foram deportados durante a coletivização, para um total de 28.000.000.

O número de mortes ainda está sob investigação, um valor provisório é de 2.749.163. Este número não leva em conta as execuções relacionadas com o sistema judicial (as execuções apenas por razões políticas são de 786.098). Segundo dados soviéticos morreram no gulag 1 053 829 pessoas entre 1934 e 1953, excluindo mortos em colônias de trabalho.

Os campos recebiam também prisioneiros de outras nacionalidades, incluindo cidadãos americanos. Em 1931, a Amtorg Trading Corporation (primeira representação comercial soviética nos estados Unidos) recrutou milhares de trabalhadores americanos, que sofriam as consequências da Grande Depressão, atraindo-os com promessas de boas condições de trabalho. 

Estes trabalhadores, que contribuíram para o desenvolvimento indústria da URSS, eram dispensados quando não mais necessários e poucos conseguiram retornar aos EUA. Muitos, foram enviados aos Gulags, permanecendo detidos ali por anos. 

O telefilme de 1982 Coming Out of the ice (pt. Atrás da Cortina de Gelo), baseado no livro homônimo, dramatiza a vida de Victor Herman, paraquedista estadunidense que passou 18 anos detido na Sibéria por recusar-se a adotar a nacionalidade soviética após bater o recorde de salto em queda livre.

Segundo Werh Nicolas, um historiador francês do Centre National de la Recherche Scientifique, em Paris, no livro "História da Rússia no século XX" nas páginas 318-9 se lê textualmente: "As estimativas do número de presos no Gulag no final dos anos trinta variam entre 3.000.000 (Timasheff, Bergson, Wheatcroft) e de 9 a 10.000.000 (Dallin, Conquest, Avtorkhanov, Rosefielde, Solzhenitsyn).

Os arquivos do Gulag, confirmados pelos dados dos censos de 1937 e 1939, em documentos dos Ministérios da Justiça, do Interior e da Procuradoria Geral, dão um valor de cerca de 2.000.000 prisioneiros em 1940 (cerca de 300.000 em 1932, e de 1.200.000, no início de 1937).

O número acumulado de entradas no Gulag durante os anos 30 tendo em conta a alta rotatividade dos detentos é cerca de 6.000.000 pessoas. 

"No mesmo livro na página 416, lemos: "Como evidenciado pelos arquivos do Gulag, recentemente exumados, nos anos 1945-53 houve um forte aumento no número de prisioneiros nos campos de trabalho Gulag (passando de 1.200. 000 para 2.500.000 entre 1944 e 1953) e o número de deportados "especiais" de 1.700.000 em 1943, para 2.700.000 em 1953.


terça-feira, agosto 27, 2024

Anne Frank - Vítima do Campo de Concentração de Bergen-Belsen

Anne Frank sonhava em ser escritora ou Jornalista


Anne Frank - Vítima do Campo de Concentração de Bergen-Belsen - No dia 14 de junho de 1942, Anne Frank começou a escrever regularmente no seu diário, que havia recebido de presente dois dias antes, ao completar 13 anos. No livro, documentaria o tempo que passou escondido dos nazistas.

"Espero poder contar tudo a você, como nunca pude contar a ninguém, e espero que você seja uma grande fonte de conforto e ajuda."

O diário de Annelies Frank, um caderno de capa quadriculada nas cores vermelho, laranja e cinza, tornou-se um dos símbolos do martírio judeu durante o regime de Hitler. Hoje, está entre os mais conhecidos do mundo e já foi transformado em filme e traduzido para 55 idiomas.

Annelies, chamada pelos pais de Anne, nasceu a 12 de junho de 1929 em Frankfurt, filha do comerciante judeu Otto Frank. Em 1933, após a ascensão dos nazistas ao poder na Alemanha, emigrou com a família para Amsterdã, na Holanda.

Ela começou a escrever regularmente no seu diário a partir de 14 de junho de 1942. Em princípio, o tema era a Holanda ocupada pelos nazistas, que tornavam a situação dos judeus cada vez mais insuportável. 

Algumas semanas depois, ela começou a narrar ao diário, que considerava fiel amigo e confidente, o cotidiano no esconderijo, um anexo nos fundos da firma do pai.

Angústia no esconderijo

Junto com os pais e a irmã de Anne, escondiam-se ali mais quatro pessoas do envio certo ao campo de concentração. Foram 25 meses de necessidades e medo de ser descoberto a qualquer momento.

"Sem Deus eu já teria sucumbido. Eu sei que não tenho segurança, tenho medo das celas e do campo de concentração, mas sinto que criei mais coragem e estou nos braços de Deus."

O "mergulho" (como se chamava a passagem de judeus para a existência na ilegalidade) já estava sendo planejada há muito tempo por Otto Frank e alguns dos seus funcionários, Miep Gies, Johannes Kleiman, Victor Krugler e Bep Voskuijl.

Durante dois anos, estas pessoas protegeram e alimentaram a família Frank, os Van Pels e Fritz Pfeffer. A tensão no anexo era enorme. Qualquer pequeno descuido poderia traí-los e levá-los à morte. 

Durante o dia, só se podia andar de cócoras e sussurrar. Durante a noite, todos os cuidados eram necessários para que a vizinhança não suspeitasse que ali havia oito judeus escondidos.

Vida em silêncio absoluto

Surpreendendo pela sua maturidade, apesar dos 14 anos, Anne descreveu seu cotidiano com pormenores: a preocupação diária com a possível falta de comida, em certos momentos mesmo a fome, mas acima de tudo o horror de serem descobertos.

Miep Gies, uma das pessoas que mais ajudou os Frank nesta época, lembra que com frequência visitava os clandestinos, levando notícias e conforto: "Eles não podiam fazer barulho para não serem descobertos, o que significava não puxar a descarga no banheiro, andar descalço, ficar sentado..."

Curiosamente, Anne nunca perdeu a esperança e a alegria de viver. Acreditou sempre que as coisas iriam melhorar e fazia projetos para quando chegasse a liberdade. Sonhava com o retorno à escola e queria tornar-se escritora. 

Com este propósito, em 1944 começou a rescrever o começo do diário, para uma futura publicação. As narrações eram dirigidas a uma amiga fictícia, a quem deu um nome.

"Querida Kitty, imagine que interessante seria se eu escrevesse um romance aqui na casa dos fundos. Pelo título, as pessoas pensariam tratar-se de um caso de detetive. Mas, falando sério, cerca de dez anos depois do fim da guerra, vai parecer esquisito quando se disser como nós judeus vivemos, comemos e conversamos aqui. Não quero ter vivido inutilmente, como a maioria das pessoas. Quero continuar vivendo, mesmo depois da minha morte. "

Ninguém no esconderijo tinha conhecimento desta faceta na vida de Anne, nem sabiam do diário. Mep Gies, que evitou que o caderno caísse nas mãos da Gestapo, entregou o diário, sem lê-lo, ao pai de Anne, o único da família que sobreviveu, e que acabou publicando a obra, intitulada O Diário de Anne Frank.

O próprio pai, grande amigo e confidente de Anne, ficou surpreendido com as narrações. O sonho de tornar-se conhecida acabou se concretizando, só que ela não conseguiu desfrutá-lo. 

No dia 4 de agosto, os "mergulhados" foram presos pela GestapoAnne e a irmã, Margot, morreram de tifo em março de 1945 no campo de concentração de Bergen-Belsen, perto de Hanôver

Ronda - Espanha


 

Ronda é uma cidade espanhola, capital do município com o mesmo nome, inserido na província de Málaga, comunidade autônoma da Andaluzia, com área de 481 km2 com população de 35836 habitantes (2006) e densidade populacional de 72,68 hab/km². É tida como a cidade-berço das touradas.

Meseta rochosa a 739 metros acima do nível do mar. Está dividida em duas partes por um precipício conhecido como "el Tajo de Ronda" (penhasco de Ronda), por onde passa o rio Guadalevin, afluente do rio Guadiano.

Em continuação da garganta da escarpa propriamente dita, estende-se também um penhasco sobre o vale dos Moinhos (valle de los Molinos). A oeste da cidade encontra-se o parque natural da Serra das Neves, a sul o vale do rio Genal, a oeste a Serra de Grazalema e a norte os planaltos em direção a Campillos.

Ronda tem comunicação com os municípios circundantes através de uma rede de estradas montanhosas com valor paisagístico muito apreciado uma vez que atravessam os numerosos passos de montanha da Cordilheira de Ronda, que oferecem aos viajantes vistas muito apreciadas.

Os transportes por comboio são rápidos e cómodos desde a inauguração das linhas férreas pendulares Talgo com ligação direta a Madrid e Algeciras. Os monumentos mais destacáveis são a Ponte Nova (Puente Nuevo) situada sobre a "Garganta del Tajo" junto à Ponte Velha (Puente Viejo) e à Ponte Árabe (Puente Árabe).

Na zona antiga, conhecida como "A Cidade" (La Ciudad), encontra-se a Igreja Matriz, a Câmara Municipal, o Palácio de Mondragón e o Palácio do Marquês de Salvatierra, a casa do Rei Mouro (Casa del Rey Moro) e a do Gigante junto ao fundo do Tajo, com acesso por escadas.

Na zona moderna, encontra-se a Pousada (Parador de Turismo) construído sobre o que antes fora o conjunto de edifícios da Câmara Municipal e do Mercado Municipal (Mercado de Abastos).

A praça de touros de Ronda, propriedade da "Real Maestranza de Caballería de Ronda" (sociedade de cavaleiros para a promoção da equitação com origens nas antigas escolas do manejo das artes bélicas a cavalos) é uma das maiores e mais antigas do mundo.

Ainda na zona moderna, encontra-se o parque da Alameda com varandas sobre o Tajo onde também está presente o novo Teatro Espinel, as igrejas do Socorro, da Misericórdia entre outras.

segunda-feira, agosto 26, 2024

Sharon Tate - Uma Vítima de Charles Manson


Sharon Tate: Uma Vítima da Loucura de Charles Manson

Sharon Marie Tate Polanski, nascida em 24 de janeiro de 1943, em Dallas, Texas, Estados Unidos, foi uma das figuras mais luminosas do cinema na década de 1960.

Conhecida por sua beleza estonteante e talento promissor, Sharon era considerada um sex symbol de Hollywood e uma das maiores apostas da indústria cinematográfica.

Sua vida, no entanto, foi interrompida de forma brutal aos 26 anos, quando, grávida de nove meses, foi assassinada pela seita conhecida como "Família Manson", liderada pelo psicopata Charles Manson.

O crime, ocorrido na noite de 8 para 9 de agosto de 1969, em Los Angeles, chocou o mundo e marcou o fim da era de inocência associada à contracultura dos anos 1960.

Uma Carreira Promissora

Sharon Tate começou sua trajetória como modelo, aparecendo em comerciais e capas de revistas de moda. Sua beleza natural e carisma a levaram ao cinema, onde participou de sete filmes, incluindo papéis em O Olho do Diabo (1966) e O Destemido Frank (1967).

Seu desempenho mais notável foi no filme O Vale das Bonecas (1967), que lhe rendeu uma indicação ao Globo de Ouro como Melhor Atriz Revelação. Casada desde 1968 com o aclamado diretor polonês Roman Polanski, Sharon vivia o auge de sua carreira e estava prestes a se tornar mãe de seu primeiro filho, um menino, quando a tragédia a alcançou.

O Crime que chocou o Mundo

Na fatídica noite de 8 de agosto de 1969, Sharon Tate estava em sua residência na Cielo Drive, em Beverly Hills, acompanhada de quatro amigos: Jay Sebring, cabeleireiro de celebridades e seu ex-namorado; Abigail Folger, herdeira de uma fortuna do café; Wojciech Frykowski, amigo de Polanski; e Steven Parent, um jovem que visitava o caseiro da propriedade.

Roman Polanski estava em Londres, trabalhando em um projeto cinematográfico, e Sharon, prestes a dar à luz, recebia os amigos em casa.

Por ordem de Charles Manson, quatro membros de sua seita - Charles "Tex" Watson, Susan Atkins, Patricia Krenwinkel e Linda Kasabian - invadiram a residência com a missão de matar todos os presentes.

Manson, um líder carismático e manipulador, acreditava que seus crimes desencadeariam uma guerra racial apocalíptica, à qual ele se referia como "Helter Skelter", inspirado pela música dos Beatles. Embora Manson não estivesse presente na cena do crime, sua influência sobre seus seguidores era absoluta, levando-os a cometer atos de violência extrema.

Sharon e seus amigos foram brutalmente assassinados a facadas e tiros. Sharon, em particular, foi esfaqueada 16 vezes, mesmo após implorar pela vida de seu bebê.

A cena do crime foi marcada por uma crueldade chocante: mensagens como "Pig" (porco) foram escritas com sangue nas paredes, uma tentativa da seita de incriminar grupos radicais e intensificar o caos social.

No dia seguinte, a Família Manson cometeu outro assassinato, matando o casal Leno e Rosemary LaBianca, em um crime igualmente bárbaro.

O Legado de Sharon e a Luta de Sua Família

O assassinato de Sharon Tate e seus amigos não apenas devastou suas famílias, mas também abalou a sociedade americana, que passou a questionar a segurança de suas celebridades e o impacto da contracultura.

Charles Manson e seus seguidores foram presos meses depois, graças a uma combinação de confissões e investigações policiais. Em 1971, Manson, Watson, Atkins, Krenwinkel e Leslie Van Houten (envolvida nos assassinatos LaBianca) foram condenados à morte, mas as sentenças foram comutadas para prisão perpétua após a abolição temporária da pena de morte na Califórnia.

A tragédia, no entanto, não terminou com as condenações. Na década seguinte, a mãe de Sharon, Doris Tate, ficou horrorizada ao descobrir que os assassinos de sua filha estavam ganhando um status de culto entre alguns grupos e poderiam, eventualmente, obter liberdade condicional.

Determinada a preservar a memória de Sharon e proteger outras vítimas, Doris fundou a "Coalition for Victims’ Rights" e liderou uma campanha para reformar o sistema correcional da Califórnia.

Sua luta resultou na aprovação de emendas à lei penal, permitindo que vítimas de crimes violentos e seus familiares fizessem depoimentos durante audiências de julgamento e pedidos de liberdade condicional.

Em 1982, Doris Tate tornou-se a primeira pessoa nos Estados Unidos a exercer esse direito, ao depor contra a liberdade condicional de Tex Watson. Em sua fala emocionante, ela afirmou que a nova lei devolvia a Sharon a dignidade roubada por seus assassinos, transformando seu legado de vítima em um símbolo de justiça para todas as vítimas de crimes violentos.

Doris continuou seu ativismo até sua morte em 1992, e suas irmãs, Patti e Debra Tate, seguiram seu exemplo, mantendo a luta contra a liberdade condicional dos membros da Família Manson.

Reflexões sobre a Natureza Humana

O caso Sharon Tate expõe uma das facetas mais sombrias da humanidade: a capacidade de indivíduos aparentemente comuns cometerem atos de violência inominável sob a influência de líderes manipuladores. Charles Manson, com sua retórica apocalíptica e controle psicológico, transformou jovens desorientados em assassinos implacáveis.

Diferentemente dos animais, que agem por instinto de sobrevivência ou defesa, esses "animais racionais" mataram por uma causa delirante, sem qualquer conexão com suas vítimas.

A história de Sharon Tate, embora marcada pela tragédia, também é um lembrete de resiliência e luta por justiça. Sua memória vive não apenas em seus filmes, mas no impacto duradouro de sua família, que transformou a dor em uma força para mudar leis e proteger outras vítimas.

O assassinato de Sharon Tate permanece como um marco sombrio na história, um alerta sobre os perigos do fanatismo e da manipulação, e um tributo à vida de uma mulher cuja luz foi apagada cedo demais.

Vietnã - Não sei

 


Vietnã - Não sei - Mulher, como você se chama? - Não sei.

Quando você nasceu, de onde você vem? - Não sei.

Para que cavou uma toca na terra? - Não sei.

Desde quando está aqui escondida? - Não sei.

Por que mordeu o meu dedo anular? Não sei.

Não sabe que não vamos te fazer nenhum mal? - Não sei.

De que lado você está? - Não sei.

É a guerra, você tem que escolher. - Não sei.

Tua aldeia ainda existe? - Não sei.

Esses são teus filhos? - São.
(Tradução de Regina Przybycien.)
Há poemas que se fundam inesquecíveis em nós desde a primeira leitura. Neste aí, o título se impõe, situando-nos de partida clara e completamente na cena de uma guerra insana. A primeira palavra do primeiro verso indica-nos em vocativo que a fala será direta.

Assim, a entrevista se avoluma, com cada verso trazendo a imagem de um desmoronamento dos sentidos: a terra, o esconderijo, o corpo, os inimigos, os amigos, a aldeia, tudo se desfaz na solidão das respostas, trazendo a mais incômoda sensação de desespero.
O refrão “Não sei” vai num crescendo como o “Nunca mais”, de Poe. E sugere que a tal mulher talvez já não esteja em seu mais perfeito juízo dos fatos, o que seria esperado, na medida em que se desenhou, com poucas perguntas, um devastador campo de batalha.
Mas a poeta polonesa subverte com sua simplicidade explosiva toda a estrutura anterior ao propor um final em que a maternidade surge como signo de uma resistência indissolúvel. Com o sintagma composto de apenas uma palavra, o verbo ser no presente, “São.”,

Szymborska realiza uma contundente operação poética: inverte o sinal da devastação proposta e, sem usar a palavra amor, apresenta-nos a mãe. É como se o eu lírico surgisse de repente e erguesse a cabeça, olhando fundo nos olhos de quem está lendo.
(Foto: Horst Faas, 1933-2012, AP) Wislawa Szymborska

domingo, agosto 25, 2024

O último homem


 

A gente tinha sonhos diferentes das baratas. Queríamos descobertas e ciência, mas acabamos inventando muito plástico e muitas bombas; muita dominação entre nós mesmos.

Elas só tinham fome de comida, e agora estão aí aos milhares, saídas de tudo quanto é toca e de tudo quanto é desvão dos prédios carcomidos. Também tínhamos diferente desses bichos, eu acho, a ideia de um outro mundo melhor; se não místico, pelo menos mais filosófico.

Naquele dia, acredito que fiquei numa espécie de olho do furacão enquanto toda história se despedaçava em volta da guerra de nêutrons e de vírus. Depois, procurei por todos, vozes, imagens; alguém falando a respeito do acontecimento.

Só escutava o vento; nenhum pássaro capaz de devorar esses irritantes bichos com seus voos asquerosos. Após alguns anos, já nem sei se sobrevivi, ou se a vida toda se transportou a outro lugar e eu fiquei aqui comendo enlatados nessa terra sem carne e sem vegetais.

Recuso-me a experimentar “las cucarachas”; espero que elas também não estejam aí me avaliando. Devíamos ter pesquisado muito mais a carapaça, que parecia fracamente blindada das baratas, elas estão conseguindo, por enquanto, herdar a Terra.

Mas, até elas, parecem que ficam me perguntando desconfiadas; E aí cadê a produção do nosso lixo. Muitos sabiam, achando que seria só do lado de lá, que estava sendo planejada uma guerra controlada, modegamra, contra a superpopulação humana que produzia montanhas de lixo e contaminava todas as fontes de água potável; mas algo saiu errado com os antídotos.

Apenas nos três dias inicialmente previstos para a duração dos vírus, eles consumiram quase toda a população da Terra; menos o último homem, evidentemente.

O progresso da ciência foi se tornando atraso da humanidade; o homem se tornou apenas um subproduto e se alguém contrariasse a fabricação de supérfluos e se preocupasse com o desaparecimento gradativo das abelhas e das flores.

Falasse com bom senso, ou tivesse apreensões ecológicas, logo lhe recaía o sarcasmo de homens circunspetos, mas ambiciosos do lucro ilimitado da produção em série; esse aí é um fantasista.

As alienações se somavam umas às outras; ninguém levou a sério o discurso excêntrico de um orador a respeito da continuidade do homem, dizia ele; Dinossauros habitaram milhões de anos na Terra e sumiram; talvez a função do homem seja a de desenterrar petróleo e produzir bastante plástico e muito lixo e depois também sumir.

Quase acertou. Eu continuo escrevendo, apenas como espécie de desabafo; ninguém mais vai ler. Releio meus pensamentos esparramados em folhas brancas; restinhos de celulose que escondo da avidez das marrons.

Também reflito no amor que alguém havia guardado para alguém. Será que ele estará a salvo no meio dessas ruínas, ou sumiu também o amor.

Esse texto que imaginei, não é mais uma dessas utopias de quem tem preocupações ecológicas, mas lhe falta energia e recursos para lutar contra a máquina produtiva cega.

Tampouco se trata de um acesso repentino de sabedoria obtida de pesquisas. Ele trata apenas da antecipação dos resultados da apatia, exceto financeira, em todos os setores econômicos, educacionais e legais da atualidade.

Felizmente continuamos vivos nesta boa e velha Terra, mas rumamos diretamente ao caos, na ânsia de produzir, ou consumir, sem nunca parar para pensar; que nem baratas tontas.(Vilnei Maria Ribeiro de Moraes)

Gratidão



 

Um rei tinha dez cães selvagens. Quando um servo cometia um erro ele o jogava para os cães para ser devorado. Daí um dos servos mais antigos fez algo errado. O rei ordenou que ele deveria ser jogado aos cães.

O servo disse: "Eu o servi por dez anos, por favor me dê dez dias antes de me jogar aos cães?" O rei lhe concedeu.

Na prisão o servo disse ao guarda que gostaria de servir aos cães durante os próximos dez dias.

O guarda concordou e o servo pôde alimentar os cães, limpar o canil e banhá-los com todo o carinho.

Quando os dez dias acabaram, o rei ordenou que o servo fosse jogado aos cães como punição. Quando foi lançado, todos ficaram surpresos ao ver apenas os cães vorazes lamberem os pés do servo!

O rei, perplexo com o que estava vendo, disse: "O que aconteceu com meus cães?"

O servo respondeu: "Eu servi os cães apenas dez dias e não esqueceram os meus serviços. Eu o servi por dez anos e o senhor se esqueceu de tudo no meu primeiro erro."

O rei percebeu seu erro e ordenou que o servo fosse restabelecido ao cargo".

Dedicado a todos aqueles que se esquecem de uma palavra linda: "gratidão”.

Esquecem às coisas boas que uma pessoa fez e, assim que ela comete um erro, a condenam.

Que possamos sempre ver o melhor nos outros e olharmos para os nossos erros.