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sexta-feira, julho 19, 2024

Guerra de Canudos - Filme sobre o Movimento religioso liderado por Antônio Conselheiro


 

Guerra de Canudos - Movimento religioso liderado por Antônio Conselheiro -Guerra de Canudos é um filme brasileiro de 1997, do gênero drama, dirigido por Sérgio Rezende.

É baseado no célebre episódio real da história brasileira, a Guerra de Canudos, na qual o exército brasileiro enfrentou os integrantes de um movimento religioso liderado por Antônio Conselheiro, representado no filme pelo ator José Wilker, e que durou de 1896 a 1897 e terminou com o massacre dos insurgentes pelas tropas federais.

O filme foi orçado em 6 milhões de dólares, e consumiu quase quatro anos de trabalho. Foi exibido em forma de minissérie pela Rede Globo, entre 16 de dezembro e 19 de dezembro de 1997, em 4 capítulos, sendo a primeira vez que a emissora adaptou a exibição de um longa-metragem neste formato, expediente que passou a ser utilizado com mais frequência em anos posteriores.

Uma família sertaneja se divide quando a filha mais velha, Luíza (Cláudia Abreu), se recusa a acompanhar os pais na peregrinação liderada por Antônio Conselheiro. Luíza foge e se torna prostituta, passando a viver de forma independente.

Sua família migra para Belo Monte, região de Canudos, onde Antônio Conselheiro e seus fiéis procuram resistir aos ataques dos soldados federais enviados para acabar com o povoado.

A situação do Nordeste brasileiro, no final do século XIX, era muito precária. Fome, seca, miséria, violência e abandono político afetavam os nordestinos, principalmente, a população mais carente.

Toda essa situação, em conjunto com o fanatismo religioso, desencadeou um grave problema social. Em novembro de 1896, no sertão da Bahia, foi iniciado este conflito civil.

Ele teve a duração de quase um ano, até 5 de outubro de 1897, e, devido à força adquirida, o governo da Bahia pediu o apoio da República para conter este movimento formado por fanáticos, jagunços e sertanejos sem emprego.

O beato Conselheiro, homem que passou a ser conhecido logo depois da Proclamação da República, era quem liderava este movimento. Ele acreditava que havia sido enviado por Deus para acabar com as diferenças sociais e também com os pecados republicanos, entre estes, estavam o casamento civil e a cobrança de impostos.

Com estas ideias em mente, ele conseguiu reunir um grande número de adeptos que acreditavam que seu líder realmente poderia libertá-los da situação de extrema pobreza na qual se encontravam.

Este é o registro do conflito que se opôs aos soldados do Presidente Prudente de Morais pelos boatos reunidos em torno de Antônio Conselheiro. Luíza lutava contra o povo de seu pai, obrigados a comer qualquer tipo de animal que aparecia em sua frente.

Na luta, o marido de Luíza morre, então ela começa a se prostituir para os soldados, até que um deles se apaixona por ela. Luíza se apaixona também pelo soldado.

Após sua mãe ser assassinada, Luíza luta junto das pessoas de Canudos, em um dado momento acaba matando seu novo amante. O filme acaba com Luíza e sua irmã rezando no meio dos destroços de Canudos.

Figurante ilustre

O futebolista Daniel Alves, natural de Juazeiro, aparece como figurante no longa. Segundo o próprio jogador: "Eles estavam gravando lá o filme e precisavam de pessoas para trabalhar como figurantes. E pelo trabalho eles davam a alimentação e R$ 5,00 ou R$ 10,00 por dia.

Então ninguém queria perder essa boquinha. Consegui sair no filme. Mas acho que ninguém vai me conhecer porque eu estava ali no meio de todo mundo. Mas foi muito legal”.

O filme conta ainda com os astros: Paulo Betti como Zé Lucena, Marieta Severo como Penha, esposa de Zé Lucena e mãe de Luiza, Selton Melo como Ten. Luís Gama que se apaixona por Luiza, Tuca Andrade como Arimateia e foi esposo de Luiza, Tonico Pereira como o Cel. Antônio Moreira César e outros...

Universo 25



  

O experimento "Universo 25" é um dos experimentos mais aterrorizantes da história da ciência, que, por meio do comportamento de uma colônia de camundongos, é uma tentativa dos cientistas de explicar as sociedades humanas.

A ideia do "Universo 25" surgiu do cientista americano John Calhoun, que criou um "mundo ideal" no qual centenas de ratos viveriam e se reproduziriam.

Mais especificamente, Calhoun construiu o chamado "Paraíso dos Ratos", um espaço especialmente projetado onde os roedores tinham abundância de comida e água, além de um amplo espaço para viver. 

No início, ele colocou quatro pares de camundongos que em pouco tempo começaram a se reproduzir, resultando em um rápido crescimento populacional.

No entanto, após 315 dias sua reprodução começou a diminuir significativamente. Quando o número de roedores chegou a 600, formou-se uma hierarquia entre eles e surgiram os chamados "desgraçados".

Os roedores maiores começaram a atacar o grupo, com o resultado que muitos machos começaram a "entrar em colapso" psicologicamente. Como resultado, as fêmeas não se protegeram e, por sua vez, tornaram-se agressivas com seus filhotes.

Com o passar do tempo, as fêmeas mostraram comportamentos cada vez mais agressivos, elementos de isolamento e falta de humor reprodutivo.

Houve uma baixa taxa de natalidade e, ao mesmo tempo, um aumento da mortalidade em roedores mais jovens.

Então, apareceu uma nova classe de roedores machos, os chamados "ratos bonitos". Eles se recusaram a acasalar com as fêmeas ou a "lutar" por seu espaço. 



Tudo o que importava era comer e dormir. A certa altura, "belos machos" e "fêmeas isoladas" constituíam a maioria da população.

De acordo com Calhoun, a fase da morte consistia em duas fases: a "primeira morte" e a "segunda morte". O primeiro foi caracterizado pela perda de propósito na vida além da mera existência - nenhum desejo de acasalar, criar jovens ou estabelecer um papel na sociedade.

Com o passar do tempo, a mortalidade juvenil atingiu 100% e a reprodução chegou a zero. Entre os camundongos ameaçados, a homossexualidade foi observada e, ao mesmo tempo, o canibalismo aumentou, apesar de haver fartura de comida.

Dois anos após o início do experimento, nasceu o último bebê da colônia. Em 1973, ele havia matado o último rato do Universo 25. John Calhoun repetiu o mesmo experimento mais 25 vezes, e todas as vezes o resultado foi o mesmo.

O trabalho científico de Calhoun tem sido usado como um modelo para interpretar o colapso social, e sua pesquisa serve como um ponto focal para o estudo da sociologia urbana.

Atualmente, estamos testemunhando paralelos diretos na sociedade de hoje... homens fracos e feminizados com pouca ou nenhuma habilidade e nenhum instinto de proteção, e mulheres excessivamente agitadas e agressivas sem instintos maternos.


Lyudmila Pavlichenko

  


Lyudmila Mikhailovna Pavlichenko nasceu em 12 de julho de 1916, na cidade de Bila Tserkva, localizada na Oblast de Kiev, Ucrânia, então parte da União Soviética.

Conhecida como uma das mais letais franco-atiradoras da história, ela desempenhou um papel crucial durante a Segunda Guerra Mundial, sendo creditada oficialmente com a eliminação de 309 soldados inimigos, incluindo 36 atiradores de elite e pelo menos 100 oficiais nazistas.

Há especulações de que seu número real de baixas pode ter sido ainda maior, possivelmente ultrapassando 500, o que a consagra até hoje como a franco-atiradora mais bem-sucedida da história militar.

Início da Vida e Interesse pelo Tiro

Aos 14 anos, Lyudmila mudou-se com sua família para Kiev, onde começou a demonstrar interesse pelo tiro esportivo. Ela se associou a um clube de tiro local, rapidamente se destacando como uma atiradora excepcional.

Antes de sua carreira militar, trabalhou em uma fábrica de armamentos em Kiev, o que a familiarizou com equipamentos bélicos. Em 1937, ingressou na Universidade de Kiev para estudar história, onde defendeu sua dissertação de mestrado sobre a vida de Bohdan Khmelnytsky, um líder cossaco que desempenhou um papel importante na história ucraniana.

A Segunda Guerra Mundial e a Escolha pelo Combate

Em junho de 1941, com 24 anos e no quarto ano de seus estudos universitários, Lyudmila viu sua vida mudar drasticamente quando a Alemanha Nazista iniciou a Operação Barbarossa, a invasão da União Soviética.

Determinada a contribuir para a defesa de sua pátria, ela foi uma das primeiras a se voluntariar para o serviço militar. Apesar da possibilidade de atuar como enfermeira, Lyudmila recusou categoricamente essa opção, insistindo em participar ativamente dos combates.

Após passar por um rigoroso processo de seleção, foi designada para a 25ª Divisão de Infantaria do Exército Vermelho, onde se tornou uma das cerca de 2.000 mulheres franco-atiradoras recrutadas pelo exército soviético. Dessas, apenas aproximadamente 500 sobreviveriam à guerra.

Lyudmila começou sua trajetória como atiradora de elite nas proximidades de Belyayevka, utilizando um rifle de ferrolho Mosin-Nagant equipado com uma luneta, arma comum entre os atiradores de elite soviéticos, como Roza Shanina e Vasily Zaitsev.

Sua primeira vítima confirmada marcou o início de uma carreira militar lendária. Durante cerca de dois meses e meio em Odessa, Lyudmila eliminou 187 soldados inimigos, demonstrando notável habilidade e coragem.

Combates em Sebastopol e Reconhecimento

Quando as forças alemãs tomaram Odessa, a unidade de Lyudmila foi evacuada pelo Mar Negro para Sebastopol, na Península da Crimeia, onde ela continuou a lutar em condições extremamente adversas.

Em maio de 1942, já promovida a tenente, foi condecorada por sua contagem de 257 mortes confirmadas. Sua precisão e paciência eram notáveis: Lyudmila frequentemente trabalhava com um observador, posicionando-se a 200-300 metros à frente de sua unidade, permanecendo imóvel por até 18 horas em condições extremas, como frio intenso ou calor escaldante, para evitar ser detectada.

Em junho de 1942, durante os intensos combates em Sebastopol, Lyudmila foi gravemente ferida por estilhaços de um morteiro. Após quase um mês de recuperação, sua fama já havia se espalhado, e o comando soviético decidiu retirá-la da linha de frente, temendo que sua morte pudesse ser explorada como propaganda pelos nazistas.

Em vez de retornar ao combate, ela foi enviada em uma missão diplomática para o Canadá e os Estados Unidos, onde se tornou o primeiro cidadão soviético recebido pelo presidente americano Franklin D. Roosevelt na Casa Branca.

Viagem aos Estados Unidos e Impacto Internacional

Durante sua visita aos EUA, Lyudmila foi convidada pela primeira-dama Eleanor Roosevelt para um tour pelo país, compartilhando suas experiências de combate e inspirando apoio à luta contra o nazismo.

Sua presença cativou o público americano, embora ela tenha enfrentado perguntas sexistas da imprensa, como comentários sobre sua aparência ou vestimenta, que ela respondeu com firmeza, enfatizando seu papel como soldado.

Como reconhecimento, recebeu uma pistola Colt semiautomática nos EUA e um rifle Winchester no Canadá, este último hoje exposto no Museu Central das Forças Armadas em Moscou.

Carreira Pós-Combate e Legado

Promovida a major, Lyudmila nunca mais voltou à linha de frente. Em vez disso, tornou-se instrutora de atiradores de elite, treinando dezenas de snipers soviéticos que desempenharam papéis cruciais até o fim da guerra.

Em 1943, sua bravura foi reconhecida com a Estrela de Ouro de Herói da União Soviética, uma das maiores condecorações do país, e sua imagem foi imortalizada em um selo comemorativo.

Seu rifle preferido durante a guerra foi o Tokarev SVT-40 semiautomático, que ela considerava mais versátil que o Mosin-Nagant. Após o término da guerra em 1945, Lyudmila concluiu seus estudos na Universidade de Kiev e iniciou uma carreira como historiadora.

Entre 1945 e 1953, trabalhou como assistente de pesquisas no Quartel-General da Marinha Soviética. Mais tarde, integrou o Comitê Soviético de Veteranos da Guerra, onde continuou a compartilhar sua experiência e a inspirar novas gerações. Em 1976, dois anos após sua morte, sua imagem apareceu novamente em selos comemorativos, reforçando seu status como ícone nacional.

Vida Pessoal e Morte

Lyudmila faleceu em 10 de outubro de 1974, aos 58 anos, em Moscou, vítima de um acidente vascular cerebral. Foi sepultada com honras no Cemitério Novodevichy, um dos mais prestigiosos da Rússia. Dois anos depois, em 1976, um navio cargueiro ucraniano foi batizado em sua homenagem, perpetuando seu legado.

Impacto e Relevância

A história de Lyudmila Pavlichenko transcende suas façanhas militares. Como mulher em um papel predominantemente masculino, ela desafiou estereótipos de gênero e demonstrou que coragem e habilidade não têm sexo.

Sua determinação em combater na linha de frente, sua resiliência sob pressão e sua influência diplomática durante a guerra a tornaram uma figura inspiradora. Além disso, sua trajetória destaca o papel crucial das mulheres no Exército Vermelho, muitas vezes negligenciado em narrativas históricas.

Lyudmila também foi tema de livros, filmes e documentários, como o filme russo Battle for Sevastopol (2015), que retrata sua vida e contribuições. Sua história continua a inspirar não apenas na Ucrânia e na Rússia, mas em todo o mundo, como um símbolo de bravura, sacrifício e resistência frente à adversidade.

quinta-feira, julho 18, 2024

A Criação do Universo


A criação do Universo, como está escrita na Bíblia, tem um ar meio simplista, quase como uma história que a gente contaria pra criança dormir, né?

É tudo muito mágico, instantâneo: um estalar de dedos divino e, pronto, surge a luz, as trevas, os mares, os bichos e, por fim, o ser humano, como se fosse o gran finale de um truque de mágica.

Dá pra entender por que essa narrativa pegou tão forte - ela é direta, poética, e resolve tudo num passe de varinha. Parece até o roteiro de um desenho animado ou o número de um mágico tirando coelho da cartola. Mas, quando a gente para pra pensar, fica um gosto de “é só isso mesmo?”.

Eu também me inclino mais pra ideia de que o Universo veio de um processo longo, torto, cheio de idas e vindas. Não é uma criação do nada, mas uma transformação lenta, com matéria se mexendo, se chocando, virando outra coisa.

A ciência, com toda a sua bagunça de hipóteses e perguntas sem resposta, me parece mais honesta que uma explicação pronta. Pensa só: o Big Bang, as galáxias se formando, os planetas esfriando, a vida surgindo aos poucos num caldo primordial - é menos glamoroso que um “faça-se a luz”, mas tem uma lógica que ressoa mais com o que a gente observa por aí.

E ao citarmos algo crucial: os dinossauros. Sem aquele asteroide - ou o que quer que tenha varrido eles do mapa -, a história seria outra. Os mamíferos, que eram só uns bichinhos tremendo nas sombras, nunca teriam tido espaço pra evoluir, e a gente não estaria aqui batendo esse papo.

Isso me faz pensar que o Universo não é só sobre criação, mas sobre destruição também. Uma coisa precisa acabar pra outra começar. É como se o caos fosse tão essencial quanto a ordem nessa dança toda.

Acho que o pulo do gato tá aí: a ideia de criar algo do nada é bonita na teoria, mas não cola com o que a gente vê no mundo real. Tudo vem de algum lugar - a semente vira árvore, o rio corta a pedra, o pó estelar vira planeta.

A ciência não explica tudo, claro, e às vezes até tropeça nas próprias pernas, mas pelo menos ela admite que não sabe. Já as afirmações bíblicas, com toda a certeza que elas carregam, parecem mais um conforto pra quem não quer lidar com o mistério.

Eu prefiro o mistério, mesmo que ele venha com mais perguntas do que respostas. E você, o que acha dessa bagunça cósmica toda?

Acrescente a ideia do caos e da destruição como parte do processo, porque acho que isso enriquece a visão de uma evolução que não é só construção, mas também ruptura. Faz sentido pra você?

 Francisco Silva Sousa - Foto: Pixabay              

Czeslawa Kwoka - Vítima de Auschwitz



Czesława Kwoka nasceu em 15 de agosto de 1928, na pequena vila de Wólka Złojecka, na Polônia, uma região rural marcada pela simplicidade e pela forte influência da fé católica.

Czesława e sua mãe, Katarzyna Kwoka, eram católicas romanas, um grupo que, junto com judeus, ciganos, homossexuais e outros, foi alvo da perseguição sistemática do regime nazista durante a Segunda Guerra Mundial.

O Partido Nazista, sob a liderança de Adolf Hitler, considerava qualquer grupo ou instituição que não estivesse sob seu controle absoluto - como a Igreja Católica em áreas da Polônia - uma ameaça à sua ideologia totalitária.

Essa intolerância levou à prisão e deportação de milhares de poloneses, incluindo Czesława e sua mãe. Em 13 de dezembro de 1942, Czesława, então com apenas 14 anos, foi deportada para o campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, em Oświęcim, junto com outras 318 mulheres.

Sua mãe, Katarzyna, também foi levada para o mesmo campo, onde enfrentariam condições desumanas de fome, trabalho forçado e violência. Katarzyna faleceu em 18 de fevereiro de 1943, menos de dois meses após sua chegada, vítima das brutalidades do campo.

Czesława, agora sozinha, tornou-se uma das muitas crianças que sofreram a perda de familiares e a violência implacável do Holocausto. Logo após sua chegada a Auschwitz, Czesława foi fotografada pelo prisioneiro polonês Wilhelm Brasse, um fotógrafo que, sob coação dos nazistas, foi obrigado a registrar imagens de prisioneiros para os arquivos do campo.

As fotografias de Brasse, tiradas de frente e de perfil, eram parte do processo burocrático nazista para documentar os prisioneiros antes de submetê-los ao trabalho forçado, experimentos médicos ou execução.

As imagens de Czesława, em particular, capturaram sua expressão de medo e confusão, um testemunho silencioso do terror vivido por uma adolescente arrancada de sua vida e confrontada com a crueldade inimaginável.

Wilhelm Brasse, em uma entrevista anos depois ao correspondente da BBC Fergal Keane, descreveu vividamente o momento em que fotografou Czesława:
"Ela era tão jovem e tão aterrorizada. A garota não entendia por que estava ali e não conseguia compreender o que lhe diziam. Uma mulher Kapo, uma supervisora prisioneira, pegou um pedaço de pau e bateu no rosto dela.

Aquela mulher alemã estava descarregando sua raiva na menina. Uma menina tão bonita, tão inocente. Ela chorou, mas não podia fazer nada. Antes da foto ser tirada, Czesława secou as lágrimas e o sangue do corte no lábio.

Para ser honesto, senti como se eu mesmo estivesse sendo atingido, mas não podia interferir. Teria sido fatal para mim."

Apenas três meses após sua chegada, em 12 de março de 1943, Czesława Kwoka foi assassinada com uma injeção letal de fenol no coração, uma prática comum em Auschwitz para eliminar prisioneiros considerados "inúteis" ou que não suportavam mais as condições do campo.

Sua morte, aos 14 anos, foi uma das cerca de 230.000 crianças e adolescentes assassinadas em Auschwitz, um número que reflete a escala da brutalidade nazista contra os mais vulneráveis.

Antes da libertação do campo pelos Aliados em janeiro de 1945, os nazistas ordenaram a destruição de todos os registros fotográficos para apagar as evidências de seus crimes. No entanto, Wilhelm Brasse, em um ato de coragem, conseguiu esconder e preservar algumas das fotografias, incluindo as de Czesława.

Essas imagens sobreviveram como um testemunho poderoso dos horrores do Holocausto, garantindo que as vítimas, como Czesława, não fossem esquecidas.

No 75.º aniversário de sua morte, em 2018, a artista brasileira Marina Amaral, natural de Minas Gerais, publicou uma versão colorida da fotografia de Czesława, junto com imagens de outros prisioneiros.

O trabalho de Amaral busca dar vida às faces em preto e branco, destacando a humanidade e a dor por trás de cada olhar. Ao colorir a fotografia de Czesława, Amaral revelou os hematomas em seu rosto, os traços de sua juventude e a expressão de medo que Brasse descreveu, trazendo uma nova camada de impacto visual ao horror do Holocausto.

O projeto de Amaral não apenas honra a memória das vítimas, mas também serve como um lembrete da importância de preservar a história para combater a negação do genocídio e a intolerância.

A história de Czesława Kwoka é um símbolo da tragédia vivida por milhões durante a Segunda Guerra Mundial. Sua fotografia, preservada contra todas as probabilidades, tornou-se um ícone da resiliência da memória humana diante da tentativa nazista de apagar suas vítimas.

Além disso, a violência sofrida por Czesława reflete o destino de muitos outros poloneses católicos, que, embora menos lembrados em comparação com as vítimas judaicas do Holocausto, também foram alvos da máquina de extermínio nazista.

Estima-se que cerca de 1,8 a 2 milhões de poloneses não judeus foram mortos durante a ocupação alemã, muitos deles em campos como Auschwitz, usados não apenas para o genocídio de judeus, mas também para a eliminação de opositores políticos, intelectuais, religiosos e qualquer pessoa que desafiasse o regime.

Hoje, a fotografia de Czesława Kwoka é exibida em memoriais e museus, como o Museu Estatal de Auschwitz-Birkenau, e continua a inspirar reflexões sobre a fragilidade da vida, a crueldade do preconceito e a importância de preservar a memória histórica para garantir que tais atrocidades nunca se repitam.

quarta-feira, julho 17, 2024

O Cliente



 

O Cliente - Acreditem, o cliente nunca mais volta!

Anos atrás, Sam Walton, fundador da maior rede de varejo do mundo, a Wal-Mart, abriu um programa de treinamento para seus funcionários, com muita sabedoria.

Quando todos esperavam uma palestra sobre vendas e atendimento, ele iniciou com as seguintes palavras: "Eu sou o homem que vai a um restaurante, senta-se à mesa e espera pacientemente, enquanto o garçom faz tudo, menos anotar meu pedido.

Eu sou o homem que vai a uma loja e espera calado, enquanto os vendedores terminam suas conversas particulares. Eu sou o homem que entra num posto de gasolina e nunca usa a buzina, mas espera pacientemente que o empregado termine a leitura do seu jornal.

Eu sou o homem que explica sua desesperada urgência por uma peça, mas não reclama que a recebe somente após três semanas de espera.

Eu sou o homem que, quando entra num estabelecimento comercial, parece estar pedindo um favor, implorando por um sorriso ou esperando apenas ser notado.

Você deve estar pensando que eu sou uma pessoa quieta, paciente, do tipo que nunca cria problemas... Engana-se. Sabe quem eu sou? Eu sou o cliente que nunca mais volta!

Divirto-me vendo milhões gastos todos os anos em anúncios de toda ordem, para levar-me de novo à sua empresa. Sendo que quando fui lá pela primeira vez, tudo o que deveriam ter feito era apenas uma pequena gentileza, simples e barata: tratar-me com um pouco mais de cortesia.

Só existe um chefe: o CLIENTE. E ele pode demitir todas as pessoas da empresa, do presidente ao faxineiro, simplesmente levando o seu dinheiro para gastar em outro lugar." 

Origem da Inquisição

 

A instalação desses tribunais era muito comum na Europa a pedido dos poderes régios. a Inquisição surge como uma instituição muito complexa, com objetivos ideológicos, econômicos e sociais, consciente e inconscientemente expressos. A sua atividade, rigor e coerência variaram consoante a época.”

A ideia da criação da Inquisição surgiu inicialmente para funcionar como um tribunal interno, apenas para dentro da Igreja Católica. Em 1022, foi criado o primeiro "Tribunal Público contra a Heresia", em Orleans (França)

Em 1183, delegados enviados pelo Papa averiguaram a crença dos cátaros de Albi, sul de França, também conhecidos como “albigenses, que já tinham surgido em 1143, e que acreditavam na existência de um Deus para o Bem e outro para o Mal; Cristo seria o Deus do bem, enviado para salvar as almas humanas, e o Deus criador do mundo material seria o Deus do mal.

Após a morte, as almas boas e espirituais iriam para o céu, enquanto as almas pecadoras e materialistas, como castigo, reencarnariam no corpo de um animal. Isto foi considerada uma heresia e no ano seguinte, no Concilio de Verona, foi criado o Tribunal da Inquisição.

Os cátaros consideravam que a alma seria a parte boa do ser humano, e o corpo seria a parte má do homem. Rejeitavam a maior parte do Antigo Testamento e o seu Deus beligerante - como satânico. Não construíam igrejas, mas estavam bem organizados.

Os cátaros consideravam as mulheres como iguais aos homens, e o catarismo ofereceu às mulheres a oportunidade de participar plenamente na fé a todos os níveis.

Na estrutura da igreja cátara, os seguidores estavam divididos em três classes: os Perfeitos, que eram o topo da igreja, os seus sacerdotes, os Crentes e os Ouvintes. 

Em 1184, Ad abolendam, um decreto e bula do Papa Lúcio III, determinava que os detentores de cargos públicos, condes, barões, reitores, nas cidades e outros lugares, deveriam assumir a responsabilidade de punir os hereges que lhe fossem entregues pela Igreja; e qualquer autoridade que falhasse nesse dever seria excomungado, afastado do cargo e despojado de todos os direitos legais.

As cidades que abrigassem hereges sofreriam boicotes comerciais, e as terras dos hereges conhecidos declaradas perdidas.

Em 1209, o Papa Inocêncio III ordenou uma cruzada contra os cátaros, para o que procurou o apoio de vários senhores feudais. Seguiram-se vinte anos de guerra contra os cátaros e seus aliados no Languedoc: a Cruzada Albigenes.

O entusiasmo pela Cruzada, que foi extremamente violenta, foi parcialmente inspirado por um decreto papal que permitia o confisco de terras pertencentes aos cátaros e seus apoiantes.

Após a tomada de Béziers, em 22 de julho de 1209, sob o comando do legatário papal, Arnaud Amalric, toda a população de cerca de 7 a 9 mil almas - homens, mulheres e crianças - foi massacrada e a cidade saqueada e incendiada.

Segundo o historiador Cesáreo de Heisterbach, Amalric, quando perguntado como distinguir os cátaros dos católicos, respondeu: "Matem-nos a todos! Deus conhecerá os seus".

O movimento cátaro acabou por praticamente desaparecer, sendo os sobreviventes perseguidos depois pela Inquisição até a extinção. Na época medieval a pena privativa de liberdade não era utilizada como forma de sanção contra crimes.

Ou seja, se um sujeito cometesse um crime, não existia ainda a prática civil de mandar para a cadeia os delinquentes, essa prática tornou-se comum a partir do século XVIII. 

Assim, no tempo medieval era comum a aplicação de penas (pelo próprio governo), por exemplo: a pena de tortura é bastante comum; a pena de morte era bastante comum; assim como a fogueira era já utilizada.

Essas eram as formas de punição por crimes cometidos. Diz o historiador Adriano Garuti: "A pena de morte foi empregada não somente na Inquisição, mas praticamente em todos os outros sistemas judiciários da Europa". 

Sobre o uso da tortura diz o historiador especialista na inquisição espanhola Henry Kamen: "Em uma época em que o uso da tortura era geral nos tribunais penais europeus, a inquisição espanhola seguiu uma política de benignidade e circunspeção que a deixa em lugar favorável se compara com qualquer outra instituição.

A tortura era empregada somente como último recurso e se aplicava em pouquíssimos casos.", em outro momento diz o mesmo autor: "As cenas de sadismo que descrevem os escritores que se inspiraram no tema tem pouca relação com a realidade"; "em comparação com a crueldade e as mutilações que eram normais nos tribunais seculares, a Inquisição se mostra sob uma luz relativamente favorável; este fato, em conjunção com o usual bom nível da condição de seus cárceres, nos faz considerar que o tribunal teve pouco interesse pela crueldade e que tratou a justiça com a misericórdia.” 

Estes pontos de vista são repudiados pela maioria dos historiadores; Richard L. Kagan, por exemplo, diz que Kamen não conseguiu "entrar na barriga da besta e avaliar o que realmente significava para as pessoas que com ela viviam."

Para Kagan, são necessários estudos que realmente utilizem os minuciosos arquivos da inquisição para poder reconstruir o mundo dos que foram presos na sua rede.