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sexta-feira, julho 12, 2024

Giovanni Strazza


 

Giovanni Strazza nasceu em Milão em 1818, não se sabe o mês nem o dia. Foi um escultor e conferencista italiano. Ligado aos módulos do neoclassismo acadêmico, ele foi um prolífico escultor e seu trabalho também revela influências do final do romantismo.

Nascido em uma família de condições modestas, formou-se na Academia de Belas Artes de Brera. Depois de se formar, dedicou-se ao estudo de escultura na mesma academia seguindo os cursos de artes plásticas do escultor Pompeo Marchesi, a partir do qual ele aprendeu a moldar o barro; depois se mudou para o estúdio do escultor Francesco Somaini, com quem aprendeu as técnicas com o cinzel.

Uma vez que a sua "formação escultórica" foi concluída, Strazza mudou-se para Roma em 1843, onde permaneceu até 1860 quando, após a unificação da Itália e a posterior reorganização dos institutos de artes plásticas, aceitou a cadeira de professor de escultura na Academia de Bolonha.

Deixado em Bolonha por alguns meses, Strazza foi nomeado professor de artes plásticas na Academia de Brera, onde permaneceu de 1860 até sua morte. No longo período passado em Roma, de 1843 a 1860, Strazza ficou impressionado e fascinado com a clássica estatuária grega e romana e com a escultura moderna da época.

Um debate entre o classicismo e o romantismo, Strazza colocou-se "a meio caminho": Giovanni Strazza faleceu em Milão no dia 18 de abril de 1875

A Virgem Velada

A escultura dá a ilusão de ter um pano transparente apesar de ser de mármore puro.

A Virgem Velada é uma escultura em Mármore de Carrara talhada em Roma pelo escultor Italiano Giovanni Strazza (1815–1878), retratando o busto de Virgem Maria sob um véu. A data exata da conclusão da obra é desconhecida, sendo provavelmente do início da década de 1850.

A escultura foi transportada para a Colônia de Terra Nova em 1856, conforme registrado em 4 de dezembro no diário do bispo John Thomas Mullock: "Recebida com segurança de Roma, uma bela estátua da Santíssima Virgem Maria, em mármore, de Strazza.

O rosto está velado e é possível ver sua feição e suas características. É uma perfeita obra de arte." Essa é uma das obras mais extraordinárias já realizadas. O efeito de transparência é simplesmente fantástico.

A Virgem Velada foi então mantida no Palácio Episcopal, próximo à Catedral Católica Romana, em St. John’s, até 1862, quando o Bispo Mullock a presenteou à Madre Maria Madalena O'Shaughnessy, Madre Superiora do Convento da Apresentação de Maria. O busto manteve-se, desde então, sob o cuidado das Irmãs da Apresentação, na Cathedral Square, em St. John's, Terra Nova, Canadá.

Dificuldades da Técnica

O Mármore onde está esculpida o rosto da Virgem é um dos materiais mais duros do planeta. Além disso a técnica de escultura em mármore não tem adição.

É uma escultura 100 % feita por subtração. Por isso, dizem que para esculpir uma figura em mármore, o escultor pega o bloco e “simplesmente tira dele tudo que não é a imagem”.

Simbolismo

O nacionalismo italiano estava em ascensão em meados do século XIX. A Virgem Velada de Strazza é um notável exemplo do movimento de arte nacionalista italiano chamado Risorgimento.

A imagem da mulher velada pretendia simbolizar a Itália, assim como Britânia simbolizava a Grã-Bretanha, Hibernia simbolizava a Irlanda e a Estátua da Liberdade simbolizava os Estados Unidos.

Pietro Rossi e Raffaelle Monti foram os mais importantes contemporâneos italianos de Strazza, que também esculpiram mulheres veladas. 

quinta-feira, julho 11, 2024

O Gato - O pênis do gato tem pequenos espinhos



 

O pênis do gato tem pequenos espinhos, que servem para sangrar a vagina da fêmea, porque o espermatozoide do gato só sobrevive em meio sanguíneo.

É isso que você leu: os espinhos do macho arranham e sangram o canal da vagina da fêmea. Dor e sangramento estimulam a ovulação na fêmea, nenhum dos dois tem prazer nesse ato.

Quando o macho é castrado cedo, os espinhos não crescem ou reduzem muito. Os espinhos são formados em resposta a um estímulo hormonal. Uma vez castrado, os níveis hormonais do macho caem e os espinhos não crescem.

A primeira imagem mostra o órgão genital de um gato macho que não foi castrado e a segunda mostra o de um gato que foi castrado (sem espinhos).

O gato tem que brigar com outros gatos pela fêmea, e depois de muita briga, gritaria, arranhões, feridas e mordidas, ele vai na fêmea que o aceita pelo zelo, induzido pelos hormônios. Morde a fêmea pela nuca, e introduz o pênis espinhoso.

Ela grita de dor, não de prazer. E ele segura-a para que ela não se mova, e assim possa perpetuar a espécie. Quando a larga, ainda a apanha.

Todo esse estresse é dirigido pelos hormônios que não têm a menor consciência de que a espécie sofre com a superlotação!

O gato chega em casa (quando tem casa) todo ferido das brigas, e possivelmente não está nada feliz com essa situação, mas não pode evitar. Por isso é mais comum gatos desaparecerem de casa. Eles parecem tão atordoados que não sabem onde moram.

Além de ter ′′ engravidado ′′ uma gata de rua (ou que tem dono, mas que não a esterilizo) e não temos certeza do paradeiro dos futuros filhotes, ele ainda pode ter contraído ou transmitido inúmeras doenças graves para outros gatos."

Enquanto isso a gatinha volta para casa, passa meses, grávida, amamentando, cuidando dos filhotes. Para ser tirado delas porque afinal um gatinho na casa já está bem então os gatinhos filhotes acabam sendo abandonados.

E em menos de 6 meses tudo se repete". 

Antônio Conselheiro



 

Antônio Conselheiro: O Peregrino de Canudos

Antônio Vicente Mendes Maciel, conhecido como Antônio Conselheiro, nasceu em 13 de março de 1830, na Nova Vila de Campo Maior, localizada no município de Quixeramobim, sertão do Ceará.

Líder religioso carismático, autoproclamava-se "o peregrino" e alcançou dimensão messiânica ao liderar o arraial de Canudos, um pequeno vilarejo no sertão da Bahia, que se tornou um símbolo de resistência social e religiosa no final do século XIX.

Canudos atraiu milhares de sertanejos, incluindo camponeses, indígenas e ex-escravos recém-libertos, mas foi destruído pelo Exército da República na violenta Guerra de Canudos (1896-1897).

Por décadas, a imprensa e setores da elite republicana retrataram Conselheiro como um fanático religioso, louco e monarquista perigoso, justificando o massacre de Canudos.

Contudo, em 14 de maio de 2019, a Lei 13.829/19 reconheceu sua importância histórica, inscrevendo seu nome no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, no Panteão da Pátria, em Brasília.

Infância e Juventude no Ceará

Antônio Vicente nasceu em um pequeno povoado no coração da caatinga cearense, em uma região marcada pela pobreza e pela seca. Filho de Vicente Mendes Maciel, um comerciante local, e Maria Joaquina de Jesus, ele cresceu em um ambiente rural onde a religiosidade e a luta pela sobrevivência moldavam a vida cotidiana.

Seus pais almejavam que Antônio seguisse a carreira eclesiástica, vista como uma das poucas vias de ascensão social para os pobres no Brasil do século XIX.

No entanto, a morte de sua mãe, em 1834, quando Antônio tinha apenas quatro anos, interrompeu esses planos. Seu pai casou-se novamente, e relatos históricos indicam que a madrasta tratava o menino com severidade, submetendo-o a maus-tratos físicos e psicológicos.

Aos 25 anos, com a morte do pai em 1855, Antônio foi obrigado a abandonar os estudos e assumir o pequeno comércio da família em Quixeramobim. As dificuldades financeiras se agravaram, e ele enfrentou processos judiciais por dívidas não quitadas, o que marcou o início de uma trajetória de instabilidade.

Em 1857, casou-se com Brasilina Laurentina de Lima, sua prima, mas o casamento não trouxe estabilidade. Em busca de melhores oportunidades, o casal mudou-se para Sobral, onde Antônio trabalhou como professor primário, lecionando para os filhos de comerciantes e fazendeiros, e, posteriormente, como advogado prático, defendendo causas em troca de pequena remuneração.

A vida de Antônio era marcada por constantes mudanças. Ele passou por cidades como Campo Grande (atual Guaraciaba do Norte), Santa Quitéria e Ipu, na divisa entre os sertões pecuaristas e a Serra da Ibiapaba.

Em 1861, em Ipu, Antônio sofreu uma humilhação que marcaria sua vida: flagrou sua esposa em adultério com um sargento da polícia. Profundamente abalado, abandonou a cidade e iniciou sua trajetória como peregrino, buscando refúgio nos sertões do Cariri, uma região conhecida por atrair penitentes e religiosos.

Peregrinações e Ascensão como Líder Religioso

A partir da década de 1860, Antônio Conselheiro começou a ganhar notoriedade como um "homem santo" nos sertões do Nordeste. Sua aparência ascética - descrito com uma túnica azul surrada, cabelos longos e desgrenhados, olhos fundos e pés descalços - reforçava sua imagem de penitente.

Em 1874, o jornal O Rabudo, de Sergipe, publicou a primeira menção pública a Antônio, referido como "Antônio dos Mares", um "aventureiro santarrão" que atraía multidões com supostos milagres.

Apesar do tom pejorativo do jornal, que o descrevia como uma figura degradante e infestada de piolhos, sua fama como líder espiritual crescia entre os sertanejos.

Em 1876, Antônio foi preso na Bahia sob a acusação de ter assassinado sua mãe e esposa. Levado ao Ceará para julgamento, foi absolvido, pois as acusações careciam de provas: sua mãe havia falecido quando ele tinha seis anos, e não havia evidências contra ele.

Libertado, retornou à Bahia, onde continuou suas peregrinações. Durante a Grande Seca de 1877-1879, uma das piores da história do Nordeste, Antônio Conselheiro emergiu como uma figura de esperança para os flagelados.

Em um contexto de fome, miséria e abandono estatal, ele pregava a solidariedade e a fé, sendo chamado por muitos de "Bom Jesus". Para os sertanejos, Conselheiro era um profeta enviado por Deus para guiá-los em tempos de desespero.

Com a abolição da escravidão em 1888, muitos ex-escravos, sem terras ou meios de subsistência, juntaram-se a ele, atraídos por sua mensagem de igualdade e redenção.

Conselheiro tornou-se um símbolo de resistência contra a exclusão social e a opressão dos latifundiários, que exploravam os trabalhadores rurais.

O Arraial de Canudos: Um Refúgio Igualitário

Em 1893, após anos de peregrinações, Antônio Conselheiro fixou-se às margens do rio Vaza-Barris, no sertão baiano, em um pequeno povoado chamado Canudos. Ele rebatizou o local como Belo Monte, transformando-o em um refúgio para os desamparados.

A comunidade cresceu rapidamente, atraindo milhares de seguidores, incluindo camponeses, indígenas, ex-escravos e vítimas da seca. Em seu auge, Canudos abrigou cerca de 25 mil pessoas, organizadas em uma sociedade igualitária baseada nos preceitos cristãos que Conselheiro pregava.

Belo Monte desafiava a ordem estabelecida. A comunidade era autossustentável, com agricultura, pecuária e artesanato organizados coletivamente. Não havia capatazes ou exploração, e todos tinham acesso à terra e ao trabalho.

A religião era o alicerce da comunidade, mas também um instrumento de libertação social. Conselheiro escreveu os Apontamentos dos Preceitos da Divina Lei de Nosso Senhor Jesus Cristo, para a Salvação dos Homens, uma coletânea de reflexões religiosas que orientava a vida em Canudos.

A comunidade construía igrejas, promovia orações coletivas e vivia sob uma ética de solidariedade, contrastando com a violência e a desigualdade das fazendas da região.

Para as elites republicanas, Canudos representava uma ameaça. A recusa dos conselheiristas em pagar impostos, sua rejeição à autoridade do governo republicano e rumores de que defendiam a restauração da monarquia alimentaram a hostilidade contra o arraial.

A imprensa da época, alinhada aos interesses da elite, retratava Conselheiro como um fanático perigoso, enquanto os latifundiários viam na comunidade uma afronta ao seu poder.

A Guerra de Canudos

A tensão entre Canudos e as autoridades culminou na Guerra de Canudos (1896-1897), um dos episódios mais sangrentos da história brasileira. Em 24 de novembro de 1896, a primeira expedição militar, liderada pelo tenente Pires Ferreira, foi enviada contra o arraial. Surpreendidos por um ataque dos conselheiristas em Uauá, os militares sofreram baixas e recuaram, deixando para trás cerca de 150 mortos entre os seguidores de Conselheiro.

Uma segunda expedição, em dezembro de 1896, também foi derrotada pelos conselheiristas, que usavam táticas de guerrilha e conheciam bem o terreno árido do sertão.

Em 1897, o governo intensificou a repressão, enviando a terceira expedição, comandada pelo coronel Antônio Moreira César, conhecido como "Corta-Cabeças" por sua brutalidade na Revolução Federalista. Apesar de sua reputação, Moreira César subestimou a resistência de Canudos.

Em março de 1897, ele foi morto em combate, e suas tropas, desorientadas, abandonaram armamentos e fugiram. Para os conselheiristas, a vitória reforçava a crença na santidade de Antônio Conselheiro.

A quarta e última expedição, iniciada em abril de 1897, foi implacável. Sob o comando do general Artur Oscar, o Exército mobilizou milhares de soldados, canhões e armamento pesado. O cerco a Canudos durou meses, com combates intensos e massacres indiscriminados.

Muitos conselheiristas que se rendiam eram executados sumariamente. A resistência de Canudos tornou-se um símbolo de resiliência, mas também uma obsessão para o Exército, que via na destruição do arraial uma questão de honra.

Morte de Antônio Conselheiro e a Destruição de Canudos

Antônio Conselheiro morreu em 22 de setembro de 1897, em circunstâncias incertas. As causas mais citadas são ferimentos causados por uma granada ou uma grave disenteria, agravada pelas condições de fome e cerco.

Sua morte enfraqueceu a resistência, mas os conselheiristas lutaram até o fim. Em 5 de outubro de 1897, os últimos defensores de Canudos foram mortos, e o arraial foi completamente destruído.

No dia seguinte, o cadáver de Conselheiro foi exumado no Santuário de Canudos, e sua cabeça foi cortada e enviada à Faculdade de Medicina de Salvador.

O médico Raimundo Nina Rodrigues, influenciado pelas teorias raciais e psiquiátricas da época, examinou o crânio em busca de supostos sinais de "loucura" e "fanatismo". Em 1905, um incêndio na faculdade destruiu a cabeça de Conselheiro, apagando esse vestígio macabro da guerra.

A Suposta Loucura e o Legado de Conselheiro

A imagem de Antônio Conselheiro como um louco fanático foi construída pela elite republicana e reforçada por intelectuais como Nina Rodrigues, que o diagnosticou com "psicose sistemática progressiva".

Inspirados por teorias da época, como as de Gustave Le Bon e Henry Maudsley, esses relatos associavam revoltas populares à ignorância, pobreza e degeneração racial. Essa narrativa serviu para justificar o genocídio de Canudos, que resultou na morte de cerca de 15 mil pessoas, entre combatentes e civis.

No entanto, a historiografia moderna tem reavaliado a figura de Conselheiro, reconhecendo-o como um líder comunitário que organizou uma sociedade igualitária em um contexto de extrema adversidade.

Canudos foi um experimento social que desafiou a ordem latifundiária e o abandono estatal, oferecendo dignidade e esperança aos marginalizados. A inclusão de Conselheiro no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, em 2019, reflete essa revisão histórica, destacando sua luta por justiça social e sua relevância como símbolo de resistência.

Memoriais e Lenda

Dois centros culturais preservam a memória de Antônio Conselheiro. Em Quixeramobim, a Casa de Cultura e Memorial do Sertão Cearense, instalada na casa onde ele nasceu, foi tombada pelo Ministério da Cultura em 2006.

Em Canudos, o Memorial Antônio Conselheiro, criado em 1986 e administrado pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB), mantém viva a história do arraial e da guerra. Ambos os espaços são pontos de referência para estudiosos e visitantes interessados no legado de Conselheiro.

Na cultura popular, a casa de Conselheiro em Quixeramobim ganhou contornos lendários. Histórias de assombrações e tesouros escondidos em vasos de barro fazem parte do folclore local, reforçando o caráter mítico do "peregrino".

Essas narrativas refletem a força de sua imagem no imaginário nordestino, onde ele permanece como um símbolo de fé, resistência e luta contra a opressão.

Impacto Histórico e Cultural

A Guerra de Canudos, imortalizada na obra Os Sertões (1902), de Euclides da Cunha, é um marco na história brasileira. O livro, embora influenciado pelas ideias positivistas e raciais da época, trouxe visibilidade à tragédia de Canudos e à complexidade do sertão nordestino.

A resistência de Canudos inspirou movimentos sociais e culturais, influenciando a literatura, o cinema (como o filme Guerra de Canudos, de 1997) e até o cordel nordestino. A luta de Conselheiro ecoa em debates contemporâneos sobre desigualdade, exclusão social e o papel da religião como força de mobilização.

Antônio Conselheiro, longe de ser apenas um "fanático", foi um líder visionário que desafiou as estruturas de poder de seu tempo. Sua vida e sua obra continuam a inspirar reflexões sobre justiça, solidariedade e resistência no Brasil.

quarta-feira, julho 10, 2024

Papillon, O Filme que conta a história de Henri Charrière


Papillon: A Jornada Épica de Henri Charrière Rumo à Liberdade

Papillon é um filme dramático de prisão lançado em 1973, dirigido pelo renomado Franklin J. Schaffner, conhecido por obras como O Planeta dos Macacos (1968).

Com um roteiro assinado por Dalton Trumbo e Lorenzo Semple Jr., a produção é baseada na autobiografia homônima de 1969 do francês Henri Charrière, que narra sua experiência como prisioneiro na brutal colônia penal da Guiana Francesa.

Estrelado por Steve McQueen, no papel de Henri "Papillon" Charrière, e Dustin Hoffman, como Louis Dega, o filme é uma poderosa história de sobrevivência, amizade e a busca incansável pela liberdade.

Com um orçamento elevado para a época, superior a US$ 12 milhões, Papillon foi filmado em locações exóticas e desafiadoras, como Espanha, Jamaica e Havaí, o que contribuiu para sua autenticidade visual.

Apesar do alto custo, o filme foi um sucesso comercial, arrecadando mais do que o dobro de seu orçamento no primeiro ano de exibição. O título, que em francês significa "borboleta", faz referência à tatuagem de borboleta no peito de Charrière, um símbolo de sua luta por liberdade e transformação.

Enredo: Uma Saga de Resiliência e Amizade

A trama acompanha Henri Charrière, apelidado "Papillon" por causa de sua tatuagem, um arrombador de cofres injustamente condenado pelo assassinato de um cafetão na França dos anos 1930.

Sentenciado à prisão perpétua, ele é enviado em 1933 para o infame sistema penal da Guiana Francesa, conhecido por suas condições desumanas. Durante a travessia de navio para a colônia, Papillon conhece Louis Dega, um falsificador condenado que acredita que sua esposa conseguirá sua libertação.

Apesar de personalidades opostas - Papillon é impulsivo e destemido, enquanto Dega é reservado e intelectual -, os dois formam uma aliança improvável. Papillon oferece proteção a Dega em troca de apoio financeiro para planejar uma fuga.

Na colônia penal de St-Laurent-du-Maroni, os prisioneiros enfrentam trabalhos forçados, violência dos guardas e condições de vida degradantes. A amizade entre Papillon e Dega se fortalece em meio aos horrores do campo.

Em um momento crucial, Papillon defende Dega de um guarda sádico e tenta fugir pela selva, mas é capturado e condenado a dois anos de confinamento solitário.

Essa punição brutal o deixa à beira da loucura, forçado a comer insetos para sobreviver, mas sua lealdade a Dega permanece inabalável, mesmo quando os guardas tentam forçá-lo a revelar quem lhe contrabandeou comida extra.

Após ser libertado do confinamento, enfraquecido, mas determinado, Papillon planeja uma nova fuga com a ajuda de Dega, do prisioneiro Clusiot (Woodrow Parfrey) e de André Maturette (Robert Deman), um jovem homossexual.

A tentativa, no entanto, é marcada por traições e imprevistos: Clusiot é ferido, Dega fratura o tornozelo, e Pascal, o homem que deveria ajudá-los, os entrega às autoridades.

Apesar disso, os fugitivos conseguem apoio de um caçador local, que os guia até uma colônia de leprosos, onde recebem suprimentos e um barco.

A fuga os leva a Honduras, mas a liberdade é novamente interrompida quando soldados abrem fogo, ferindo Maturette, que é capturado junto com Dega.

Papillon escapa e encontra refúgio temporário com uma tribo nativa, vivendo em harmonia até que, misteriosamente, a tribo desaparece, deixando-lhe apenas um saco de pérolas. Determinado, ele tenta buscar asilo em um convento, mas é traído pela Madre Superiora e recapturado.

De volta à Guiana Francesa, Papillon enfrenta mais cinco anos de confinamento solitário, emergindo como um homem envelhecido e fisicamente debilitado, mas com o espírito inquebrantável.

Transferido para a Ilha do Diabo, uma prisão remota cercada por águas traiçoeiras, ele reencontra Dega, agora resignado e sem esperanças de liberdade.

Observando as correntes marítimas de um penhasco, Papillon descobre que as ondas poderiam levá-lo ao continente. Ele constrói flutuadores com cocos ensacados e convida Dega para uma última tentativa de fuga.

Dega, porém, opta por permanecer, enquanto Papillon, em um ato de coragem, salta do penhasco e é levado pelas ondas. O narrador revela que Papillon alcançou a liberdade, vivendo o resto de sua vida como homem livre.

Produção: Um Esforço Monumental

Papillon foi um empreendimento ambicioso, filmado em locações desafiadoras que capturaram a crueza da narrativa. As cenas da colônia penal de St-Laurent-du-Maroni foram gravadas em Falmouth, Jamaica, com cenários construídos a partir das plantas originais da prisão, garantindo fidelidade histórica.

As cenas iniciais na cidade foram filmadas em Hondarribia, Espanha, enquanto as sequências no pântano ocorreram perto de Ferris Cross, Jamaica. A icônica cena do salto do penhasco, realizada pelo próprio Steve McQueen, foi gravada nos penhascos de Maui, no Havaí.

McQueen, que recebeu US$ 2 milhões e exigiu faturamento principal sobre Dustin Hoffman, descreveu o salto como "uma das experiências mais estimulantes" de sua vida.

O próprio Henri Charrière atuou como consultor, compartilhando detalhes de sua experiência para garantir autenticidade. As imagens finais do filme mostram a verdadeira prisão de St-Laurent-du-Maroni, abandonada e tomada pela selva, um testemunho silencioso da brutalidade do sistema penal colonial francês.

Contexto Histórico e Impacto

Papillon não é apenas uma história de fuga, mas um retrato das condições desumanas das colônias penais francesas, onde prisioneiros eram submetidos a trabalhos forçados, torturas e isolamento.

A Guiana Francesa, usada como colônia penal entre 1852 e 1953, era notória por sua alta taxa de mortalidade devido a doenças, violência e desnutrição. A autobiografia de Charrière, embora questionada por alguns como parcialmente ficcional, trouxe atenção global para essas injustiças.

O filme foi aclamado por sua direção, atuações e cinematografia, com McQueen e Hoffman entregando performances memoráveis. A química entre os dois atores, combinada com a intensidade emocional da história, cativou o público.

A trilha sonora de Jerry Goldsmith, indicada ao Oscar, reforçou a atmosfera de tensão e esperança. Contudo, Papillon também recebeu críticas por sua duração (150 minutos) e por certas liberdades criativas em relação ao livro.

Curiosidades e Legado

Autenticidade em Debate: Embora baseado em uma autobiografia, alguns historiadores e críticos sugerem que Charrière pode ter embelezado partes de sua história, incorporando experiências de outros prisioneiros. Mesmo assim, o filme permanece fiel à essência de sua luta.

Remake de 2017: Papillon ganhou uma nova versão em 2017, com Charlie Hunnam e Rami Malek nos papéis principais, mas o original de 1973 segue sendo o mais celebrado.

Impacto Cultural: O filme inspirou gerações de cineastas e permanece como um marco no gênero de filmes de prisão, ao lado de clássicos como Um Sonho de Liberdade (1994).

Conclusão

Papillon é mais do que um filme sobre fuga; é uma celebração da resiliência humana e da força da amizade em meio à adversidade. Com atuações poderosas, uma produção visualmente impressionante e uma história que mistura coragem e desespero, o filme continua a emocionar e inspirar espectadores.

A jornada de Henri Charrière, seja ela totalmente verdadeira ou parcialmente mítica, ressoa como um hino à liberdade e à determinação de superar o impossível.

Carlos Augusto Strazzer - Uma bela interpretação em “Que Rei Sou Eu?”

Carlos Augusto Strazzer


 Carlos Augusto Strazzer: Uma Carreira Marcante e uma Interpretação Memorável em Que Rei Sou Eu?

Carlos Augusto Strazzer, nascido em 4 de agosto de 1946, em São Caetano do Sul, São Paulo, foi um dos mais talentosos e versáteis artistas de sua geração.

Ator, diretor teatral e cantor, Strazzer deixou um legado significativo no teatro, na televisão e no cinema brasileiros. Sua presença carismática, aliada a uma habilidade singular para interpretar personagens complexos, fez dele um nome reverenciado nas artes cênicas do Brasil.

Uma Trajetória Brilhante no Teatro

Strazzer destacou-se inicialmente nos palcos, participando de montagens que marcaram a cena teatral brasileira. Entre suas atuações mais notáveis estão Cemitério de Automóveis, de Fernando Arrabal, O Balcão, de Jean Genet, dirigido por Victor Garcia e produzido por Ruth Escobar, e A Moratória, de Jorge Andrade.

Nos anos 1980, brilhou em dois grandes sucessos cariocas: o musical Evita, que retratava a vida de Eva Perón e se tornou um marco no teatro musical brasileiro, e As Ligações Perigosas, de Choderlos de Laclos, uma adaptação que conquistou público e crítica no final da década. Sua capacidade de transitar entre papéis dramáticos, musicais e provocadores demonstrou sua versatilidade e paixão pelo teatro.

Sucesso na Televisão

Embora tenha construído uma sólida carreira teatral, foi na televisão que Carlos Augusto Strazzer alcançou maior reconhecimento popular. Atuou em diversas telenovelas e minisséries em emissoras como Rede Globo, TV Tupi, Rede Manchete, TV Bandeirantes e TV Record.

Strazzer tornou-se conhecido por interpretar vilões carismáticos, personagens misteriosos ou figuras místicas, aos quais conferia uma elegância única e uma ambiguidade magnética.

Sua presença em cena era sempre marcante, com uma combinação de intensidade dramática e sutileza que cativava o público. Entre suas atuações mais memoráveis na TV, destaca-se o papel de Jean Pierre na telenovela Que Rei Sou Eu?, exibida pela Rede Globo entre 13 de fevereiro e 16 de setembro de 1989, em 185 capítulos.

A novela, escrita por Cassiano Gabus Mendes, era uma comédia satírica no estilo "capa e espada", ambientada no fictício reino de Avilan, e servia como uma alegoria bem-humorada da política brasileira, especialmente em um momento de redemocratização do país após a ditadura militar.

Strazzer interpretava o conselheiro real Jean Pierre, um personagem astuto e manipulador, cuja atuação trouxe profundidade à trama e reforçou a crítica social da obra. Sua performance foi amplamente elogiada, sendo considerada um dos pontos altos da produção.

Carreira no Cinema

No cinema, Strazzer também deixou sua marca. Atuou em filmes como Gaijin – Os Caminhos da Liberdade (1980), dirigido por Tizuka Yamasaki, que abordava a imigração japonesa no Brasil, e teve uma participação especial em Moon Over Parador (1988), uma produção internacional dirigida por Paul Mazursky, estrelada por Richard Dreyfuss e Sonia Braga.

Além disso, apareceu no documentário Interprete Mais, Ganhe Mais, de Andrea Tonacci, que explorava o cotidiano do grupo teatral de Ruth Escobar. Este último, no entanto, enfrentou problemas judiciais e permaneceu embargado por duas décadas, o que limitou sua circulação.

Vida Pessoal e Legado

Carlos Augusto Strazzer faleceu precocemente em 19 de fevereiro de 1993, às 3h15, em sua residência em Petrópolis, Rio de Janeiro, vítima de complicações respiratórias decorrentes da AIDS.

Aos 46 anos, sua partida deixou um vazio no cenário artístico brasileiro. Ele foi sepultado no Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro. Strazzer deixou dois filhos, entre eles Fábio Strazzer, que seguiu os passos do pai no meio artístico e atualmente integra a equipe de diretores da Rede Globo.

Que Rei Sou Eu?: Um Marco na Televisão Brasileira

Que Rei Sou Eu? não foi apenas uma vitrine para o talento de Strazzer, mas também uma produção inovadora para a televisão brasileira. A novela, dirigida por Jorge Fernando, combinava humor, aventura e crítica política, utilizando o cenário fictício de Avilan para fazer paralelos com a corrupção, o populismo e os jogos de poder no Brasil da época.

O elenco estelar incluía nomes como Edson Celulari, Giulia Gam, Tereza Rachel e Cláudio Marzo, mas a atuação de Strazzer como Jean Pierre se destacava pela maneira como ele equilibrava o tom cômico da novela com a profundidade de um vilão calculista.

A trama acompanhava as intrigas pelo trono de Avilan após a morte do rei, com conspirações, romances e reviravoltas. A produção foi um sucesso de audiência e crítica, sendo lembrada como uma das novelas mais criativas da Globo.

Seu impacto foi tamanho que gerou um revival de interesse pelo gênero "capa e espada" e inspirou outras produções a abordarem temas políticos com humor. Além disso, a novela foi exportada para diversos países, ampliando a visibilidade do trabalho de Strazzer e seus colegas.

Contexto Cultural e Relevância

A carreira de Strazzer reflete o dinamismo da cultura brasileira nas décadas de 1970 e 1980, um período de efervescência artística, mas também de desafios políticos e sociais.

No teatro, ele participou de montagens que desafiavam convenções, muitas vezes sob a sombra da censura. Na televisão, suas atuações em novelas e minisséries ajudaram a consolidar o gênero como uma forma de entretenimento e reflexão sobre a sociedade.

Sua morte, em 1993, ocorreu em um momento em que a AIDS ainda era estigmatizada, e sua perda foi sentida como um reflexo das muitas vidas ceifadas pela epidemia no meio artístico.

Conclusão

Carlos Augusto Strazzer foi um artista completo, cuja contribuição para o teatro, a televisão e o cinema brasileiros permanece relevante. Sua interpretação em Que Rei Sou Eu? é apenas um exemplo de seu talento para dar vida a personagens complexos com carisma e profundidade.

Mesmo após sua partida precoce, Strazzer continua sendo lembrado como um ícone de elegância e versatilidade, cuja obra inspira novas gerações de artistas. Sua trajetória é um testemunho da riqueza da cultura brasileira e da capacidade do teatro e da TV de refletirem, com arte e humor, as nuances da sociedade.